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4.3 O campus Hortolândia do IFSP

Nesta nova fase da instituição e objetivando a expansão da Rede Federal de Educação Tecnológica, o Campus Hortolândia do IFSP, objeto de estudo deste trabalho, teve seu funcionamento autorizado através da Portaria n. º 1.170, de 21 de setembro de 2010, iniciando suas atividades no mês de fevereiro de 2011 (BRASIL, 2013b).

Inicialmente, o IFSP Hortolândia funcionava em duas salas de aula cedidas pela Prefeitura Municipal de Hortolândia, no prédio do Centro de Formação de Professores Paulo Freire.

A escola atendeu em seu primeiro semestre de funcionamento 80 alunos, formando duas turmas do curso Técnico Concomitante em Informática (BRASIL, 2013c). No ano seguinte, através de uma parceria com a Secretaria do Estado, foi possível iniciar mais duas turmas de curso Técnico Integrado ao Ensino Médio nas áreas de Fabricação Mecânica e Informática. Estes cursos, em razão da não disponibilidade do prédio próprio do Campus Hortolândia do IFSP, iniciaram-se na Escola Estadual Liomar Câmara Freitas (BRASIL, 2013c).

A construção do novo prédio do Campus Hortolândia do IFSP ocorreu através de uma parceria entre a Prefeitura do Município de Hortolândia e o Governo Federal. A Prefeitura cedeu um terreno de aproximadamente 108 mil metros quadrados entre os bairros Recreio Alvorada e Vila São Pedro, forneceu ainda o serviço de terraplenagem para a obra e o projeto arquitetônico para a construção do prédio. Com o investimento do Governo Federal, a primeira fase foi entregue em agosto do ano de 2012 e o IFSP Hortolândia iniciou suas atividades em sua nova sede, aumentando ano após ano a oferta de cursos. Como exemplo desta expansão, temos o curso superior de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas, que iniciou sua primeira turma no ano de 2013, os cursos Técnicos Concomitantes em Fabricação Mecânica, Informática e Eletroeletrônica, além dos cursos técnicos em Informática e Análise e Desenvolvimento de Sistemas (BRASIL, 2013c).

No segundo semestre de 2016, o IFSP Hortolândia contava com um quadro de 105 servidores efetivos em regime de dedicação exclusiva, sendo que deste total, 63 são docentes e 42 são técnicos-administrativos (BRASIL, 2016a). O Campus Hortolândia do IFSP apresentava neste mesmo período um total de 713 alunos matriculados (BRASIL, 2016b). Com o aumento na oferta de cursos no início de 2016, principalmente os cursos técnicos integrados ao ensino médio, oferecidos nas áreas de Mecânica, Automação Industrial e Informática, somado à abertura de novas turmas dos cursos de ensino técnico concomitante e subsequente ao ensino médio, oferecidos nas áreas de Mecânica e Informática no segundo semestre de 2016, e ainda à previsão de abertura do curso superior de Licenciatura em Matemática, as entradas das novas turmas dos cursos técnicos integrados ao ensino médio, ensino técnico concomitante e subsequente e do curso superior em Análise e Desenvolvimento de Sistemas, todas estas previstas para o ano 2017 (BRASIL, 2013c), há previsão de o campus Hortolândia do IFSP vir a atender a um número superior a 850 alunos no primeiro semestre do ano 2017.

A administração do campus Hortolândia é encabeçada pelo Diretor Geral, eleito entre a comunidade do campus, por meio da somatória da média ponderada dos percentuais de votos obtidos em cada segmento da comunidade acadêmica (docentes, discentes e técnicos- administrativos), conforme dispõe o artigo n. º 36, parágrafo 2.º do Código Eleitoral para os cargos de Diretores-Gerais dos campi do IFSP, com sua última revisão publicada em 07 de maio de 2015. Assim sendo, cada segmento possui uma representatividade de aproximadamente 33.33% na escolha do Diretor Geral (BRASIL, 2015b). O Diretor Geral eleito escolhe, dentre os servidores do campus, a sua equipe administrativa que é composta por duas Diretorias Adjuntas (de Administração e Educacional) e suas respectivas coordenadorias, além das coordenadorias de Apoio à Direção, de Tecnologia de Informação, de Pesquisa e Inovação e de Extensão, que são subordinadas diretamente à Direção Geral, conforme o organograma apresentado na figura 3 (BRASIL, 2016a).

Figura 3 – Organograma – IFSP Campus Hortolândia

Fonte: Sistema de Informações Gerenciais SUAP-IFSP (BRASIL, 2016a).

Devido à sua importância político-administrativa e também ao poder de decisão conferido aos Diretores-Gerais dos campi por meio da portaria n.º 1.003, de 10 de março de 2014 (portaria do Gabinete do Magnífico Reitor, que delega competência aos Diretores-Gerais quanto aos seus atos orçamentários, administrativos, financeiros e patrimoniais), existe grande expectativa por parte da comunidade acadêmica sobre os atos dos Diretores-Gerais frente à administração, uma vez que estes são eleitos como representantes dos anseios de servidores e discentes (BRASIL, 2013c). Conselho de Campus CONCAM Direção Geral DRG-HTO CD-002 Diretoria Adjunta de Administração DAA-HTO CD-004 Coordenadoria de Administração CAD-HTO FG-001 Coordenadoria de Manutenção, Almoxarifado e Patrimônio CAP-HTO FG-002 Coordenadoria de Gestão de Pessoas CGP-HTO FG-002 Coordenadoria de Contabilidade e Finanças CCF-HTO FG-002 Coordenadoria de Extensão CEX-HTO FG-002 Coordenadoria de Pesquisa e Inovação CPI/HTO FG-002

Diretoria Adjunta Educacional DAE-HTO CD-004 Coordenadoria de Registros Escolares CRE-HTO FG-001 Coordenadoria de Apoio ao Ensino CAE-HTO FG-001 Coordenadoria do Núcleo Sociopedagógico CSP-HTO FG-002 Coordenadoria de Cursos de Mecânics CAM-HTO FCC Coordenadoria de Cursos de Eletroeletrônica CEL-HTO FCC Coordenadoria de Cursos de Informática CIN-HTO FCC

Coordenadoria do Curso Superior de Análise e desenvolvimento de Sistemas ADS-HTO FCC Coordenadoria de Tecnologia da Informação CTI-HTO FG-002

Coordenadoria de Apoio à Direção CDI/HTO

O IFSP, por ser uma instituição que oferta cursos de nível superior, é avaliado anualmente pelo Sistema Nacional de Avaliação do Ensino Superior (SINAES). Nesta avaliação, os servidores de cada campus elegem entre seus pares os servidores que integrarão a Comissão Própria de Auto avaliação (CPA). Esta comissão é responsável por aplicar um questionário junto à comunidade acadêmica visando aferir a percepção dos indivíduos com relação a 5 aspectos: o planejamento e avaliação institucional; o desenvolvimento da instituição; as políticas acadêmicas adotadas pela instituição; as políticas de gestão adotadas pela instituição; e, por fim, a infraestrutura disponível para a prática do ensino. Esta pesquisa geralmente é realizada mediante a aplicação de um questionário padrão para cada um dos segmentos que compõem a comunidade acadêmica (docentes, discentes e técnicos administrativos), e os dados obtidos através deste questionário integrarão um relatório denominado “Relatório de Auto Avaliação Institucional”, que servirá de parâmetro para as ações orientadas a corrigir os problemas apontados (BRASIL, 2016c).

Na pesquisa de auto avaliação institucional realizada pela CPA junto à comunidade acadêmica do Instituto Federal de São Paulo no ano de 2015, foi possível observar através do Relatório de Auto Avaliação Institucional 2015, que grande parte dos servidores e discentes consideram insuficientes os esforços do IFSP no sentido de promover a transparência e a melhoria dos processos de comunicação em toda a sua abrangência.

No questionário aplicado pela Comissão Permanente de Auto Avaliação, quando questionados sobre qual era a percepção da comunidade acerca da existência de mecanismos de transparência no IFSP, boa parte dos servidores e discentes afirmaram desconhecer a existência de ferramentas de transparência na instituição (12% e 20% respectivamente), e um número ainda mais expressivo de servidores e discentes afirmavam que tais práticas de transparência eram insuficientes para atender aos anseios da comunidade acadêmica (33% dos discentes e 34% dos servidores). Estes números podem ser observados na figura 4, onde, para cada a questão é avaliada pelos respondentes com base em 5 conceitos: 1- quando o indicador avaliado não existe, ou não está relacionada à questão; 2- quando o indicador avaliado é insuficiente; 3- quando o indicador é avaliado como suficiente; 4- é indicado pelo avaliador quando o indicador funciona muito bem na instituição; e 5- que ocorre quando o indicador é avaliado como excelente pelos membros da comunidade (BRASIL, 2016c).

Figura 4 – Percepção da Comunidade quanto aos Mecanismos de Transparência do IFSP

Fonte: Adaptado de Brasil (2016c, p. 85)

Estes números mostram que, os mecanismos de transparência, embora estejam presentes na instituição, não são considerados suficientes para garantir as necessidades de transparência financeira e administrativa que a comunidade demanda.

Como consequência da ineficiência desses canais de transparência, bem como das ferramentas de comunicação presentes na instituição, há uma grande pressão por parte da comunidade acadêmica para que sejam tomadas ações no sentido de viabilizar ou aprimorar seu uso e o acesso a estas ferramentas (BRASIL, 2016c).

Um importante passo em direção à gestão compartilhada, proporcionando maior transparência às práticas administrativas, foi dado no segundo semestre de 2015, quando então, no mês de novembro, foram eleitos os membros do Conselho de Campus (CONCAM) do

campus Hortolândia. O Conselho de Campus é um órgão normativo, consultivo e deliberativo

no âmbito de cada campus do IFSP, que teve o seu regimento aprovado pela Resolução n. º 45, de 15 de junho de 2015. O Conselho de Campus do IFSP Hortolândia é presidido pelo Diretor- Geral do campus, membro nato e presidente do conselho. Também compõem o conselho dois servidores do quadro de docentes, dois servidores do quadro de técnicos-administrativos e dois representantes dos discentes. Todos os membros do conselho são eleitos através de votação entre seus pares (BRASIL, 2015c).

Assim como os Conselhos Administrativos nas empresas, o Conselho de

proprietário (comunidade acadêmica), conferindo assim maior legitimidade e transparência aos atos da administração. Entretanto, mesmo com a atuação do CONCAM, é importante que a administração trabalhe efetivamente com o objetivo de criar canais de transparência dos seus atos administrativos, equidade e participação dos stakeholders (servidores, alunos e a comunidade externa) na administração e de prestação de contas destes atos junto à comunidade (IBGC, 2015).

No caso do Campus Hortolândia do IFSP, como uma instituição pública voltada a oferta de ensino tecnológico e profissionalizante à sociedade, a relevância da governança corporativa é fundamentada na aplicação de princípios básicos e universais de normas e procedimentos que promovam a prestação de contas com transparência, equidade responsabilidade social, sempre em observância aos princípios da legalidade, legitimidade e probidade administrativa, promovendo uma relação de confiança entre o principal (governo), agente (administração) e demais stakeholders (ALMEIDA et al, 2008).

5. TEORIA DA AGÊNCIA, TEORIA INSTITUCIONAL E A GOVERNANÇA