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3.2 Semiótica Organizacional

3.2.3 Análise de Normas

Em adição à análise semântica (que modela os aspectos estáticos do comportamento dos agentes) também é necessário modelar os aspectos dinâmicos. Através da Análise de Normas (AN) é possível representar o comportamento dos agentes nos níveis pragmático e social do framework Semiótico (figura 3.3).

No nível pragmático a AN descreve o relacionamento entre o uso intencional dos signos para comunicação entre agentes e o comportamento resultante dos agentes responsáveis no contexto social. No nível social as normas expressam crenças, expectativas, compromissos, contratos, leis, culturas e também o negócio. Normas correspondem no nível social à idéia de affordance no nível individual (Liu, 2000). As normas são resultantes de ações (affordances) dos agentes em uma sociedade e ao mesmo tempo controlam e ordenam as ações dos agentes em um contexto social. Elas também podem ser vistas como affordances coletivos de agentes complexos (por exemplo: organizações, governo, departamentos, grupos culturais, . . .) no nível social.

Normas podem ser definidas nos níveis técnico, formal e informal da organização. De acordo com Stamper e outros (2000), normas podem ser representadas por todos os tipos de signos, sejam eles documentos, comunicação oral ou comportamento, com o intuito de preservá-las, difundi-las e segui-las. Entretanto ninguém pode colocar as mãos em uma norma da forma como se pega um documento e se carrega através da

sociedade pessoa coisa compra possui vende dono vendedor comprador

organização. Uma norma é mais parecida com um “campo de força” que faz os membros de uma comunidade terem a tendência de comportar-se ou pensar de uma certa maneira.

A análise de normas usualmente é efetuada com base nos resultados da análise semântica. O modelo semântico delimita a área de atuação da organização e identifica os padrões básicos de comportamento (affordances) dos agentes, enquanto normas especificam condições e restrições do comportamento (Stamper e outros, 2000)

As normas descrevem como um agente pode julgar uma situação e como ele toma decisões para ações, incluindo aspectos ligados a autoridade e delegação de responsabilidade que podem ser descritas através da lógica Deôntica (Areces et al., 2001; Goré, 1992). O seguinte formato pode ser utilizado para a especificação de normas de comportamento (Liu e Dix, 1997)

<Norma>::= whenever <condição> if <estado> then <agente> is <D> to do <ação>

onde <Norma> é o nome da norma. O campo <condição> especifica uma certa condição que a norma é aplicada em um determinado estado <estado>. O campo <agente> especifica qual agente tem a obrigação, permissão ou proibição, de acordo com operador deôntico <D>, de realizar uma determinada ação <ação>.

As normas nem sempre são seguidas pelos agentes, mas servem como um parâmetro para suas decisões, por exemplo: uma norma especifica que os agentes são obrigados a pagar taxas e é possível que um agente não tenha dinheiro suficiente e neste caso provavelmente ele não irá pagá-las; mas, usualmente existe um custo quando agentes não obedecem a normas que são obrigatórias.

As normas são usualmente especificadas e relacionadas aos affordances do diagrama de ontologia. A figura 3.8 é parte de um digrama de ontologia; este diagrama ilustra que o affordance empregar tem organização e pessoa como antecedentes. Isso significa que empregar existe somente durante a existência de organização e pessoa. Mas este diagrama de ontologia não modela as condições e restrições de comportamento sobre o affordance empregar; para tanto, conforme ilustra a figura 3.8, normas são associadas ao affordance empregar. Um exemplo de uma norma possível é: sempre que um

empregado faltar ao trabalho, se a falta não for justificada então o empregador tem a

permissão de descontar a falta no salário.

Figura 3.8 - Norma associada a um affordance

A análise de normas pode ser realizada em quatro passos. O primeiro passo é a “análise de responsabilidade”, resultando em descrições detalhadas da responsabilidade, autoridade e as ações correspondentes. O segundo passo é a proto-norm analysis onde as circunstâncias que uma ação “pode, deve ou não deve” ser realizada pelos agentes são especificadas. O terceiro passo é a trigger analysis onde as relações entre o tempo e as ações são modeladas para especificar um cronograma para estas ações. O quarto passo é a “especificação detalhada de normas” onde as normas são inteiramente especificadas em linguagem natural e formal.

3.2.3 Análise de Normas

Em adição à análise semântica (que modela os aspectos estáticos do comportamento dos agentes) também é necessário modelar os aspectos dinâmicos. Através da Análise de Normas (AN) é possível representar o comportamento dos agentes nos níveis pragmático e social do framework Semiótico (figura 3.3).

No nível pragmático a AN descreve o relacionamento entre o uso intencional dos signos para comunicação entre agentes e o comportamento resultante dos agentes responsáveis no contexto social. No nível social as normas expressam crenças, expectativas, compromissos, contratos, leis, culturas e também o negócio. Normas correspondem no nível social à idéia de affordance no nível individual (Liu, 2000). As

pessoa organização Emprega (empregado) (empregador) NORMA: Whenever <condição> if <estado> then <agente> is <operador deontico> to do <ação>

normas são resultantes de ações (affordances) dos agentes em uma sociedade e ao mesmo tempo controlam e ordenam as ações dos agentes em um contexto social. Elas também podem ser vistas como affordances coletivos de agentes complexos (por exemplo: organizações, governo, departamentos, grupos culturais, . . .) no nível social.

Normas podem ser definidas nos níveis técnico, formal e informal da organização. De acordo com Stamper e outros (2000), normas podem ser representadas por todos os tipos de signos, sejam eles documentos, comunicação oral ou comportamento, com o intuito de preservá-las, difundi-las e segui-las. Entretanto ninguém pode colocar as mãos em uma norma da forma como se pega um documento e se carrega através da organização. Uma norma é mais parecida com um “campo de força” que faz os membros de uma comunidade terem a tendência de comportar-se ou pensar de uma certa maneira.

A análise de normas usualmente é efetuada com base nos resultados da análise semântica. O modelo semântico delimita a área de atuação da organização e identifica os padrões básicos de comportamento (affordances) dos agentes, enquanto normas especificam condições e restrições do comportamento (Stamper e outros, 2000)

As normas descrevem como um agente pode julgar uma situação e como ele toma decisões para ações, incluindo aspectos ligados a autoridade e delegação de responsabilidade que podem ser descritas através da lógica Deôntica (Areces et al., 2001; Goré, 1992). O seguinte formato pode ser utilizado para a especificação de normas de comportamento (Liu e Dix, 1997)

<Norma>::= whenever <condição> if <estado> then <agente> is <D> to do <ação>

onde <Norma> é o nome da norma. O campo <condição> especifica uma certa condição que a norma é aplicada em um determinado estado <estado>. O campo <agente> especifica qual agente tem a obrigação, permissão ou proibição, de acordo com operador deôntico <D>, de realizar uma determinada ação <ação>.

As normas nem sempre são seguidas pelos agentes, mas servem como um parâmetro para suas decisões, por exemplo: uma norma especifica que os agentes são obrigados a pagar taxas e é possível que um agente não tenha dinheiro suficiente e neste

caso provavelmente ele não irá pagá-las; mas, usualmente existe um custo quando agentes não obedecem a normas que são obrigatórias.

As normas são usualmente especificadas e relacionadas aos affordances do diagrama de ontologia. A figura 3.8 é parte de um digrama de ontologia; este diagrama ilustra que o affordance empregar tem organização e pessoa como antecedentes. Isso significa que empregar existe somente durante a existência de organização e pessoa. Mas este diagrama de ontologia não modela as condições e restrições de comportamento sobre o affordance empregar; para tanto, conforme ilustra a figura 3.8, normas são associadas ao affordance empregar. Um exemplo de uma norma possível é: sempre que um

empregado faltar ao trabalho, se a falta não for justificada então o empregador tem a

permissão de descontar a falta no salário.

Figura 3.8 - Norma associada a um affordance

A análise de normas pode ser realizada em quatro passos. O primeiro passo é a “análise de responsabilidade”, resultando em descrições detalhadas da responsabilidade, autoridade e as ações correspondentes. O segundo passo é a proto-norm analysis onde as circunstâncias que uma ação “pode, deve ou não deve” ser realizada pelos agentes são especificadas. O terceiro passo é a trigger analysis onde as relações entre o tempo e as ações são modeladas para especificar um cronograma para estas ações. O quarto passo é a “especificação detalhada de normas” onde as normas são inteiramente especificadas em linguagem natural e formal.

3.3 Síntese e Considerações Finais do Capítulo

Neste capítulo foram apresentadas as duas áreas que servem de referencial teórico para a solução proposta nesta tese. O Design Participativo (DP) objetiva conduzir o

pessoa organização Emprega (empregado) (empregador) NORMA: Whenever <condição> if <estado> then <agente> is <operador deontico> to do <ação>

design com o usuário e não exatamente para o usuário. A abordagem proposta no DP enfatiza a importância da democracia no ambiente de trabalho para aprimorar os métodos de trabalho, a eficiência no processo de design (através da experiência e comentários dos usuários), aprimoramento da qualidade do sistema e a condução das atividades formativas. Em DP estes objetivos podem ser atingidos através da interação direta dos usuários com designers durante todo o ciclo de desenvolvimento e pelo controle do usuário sobre as decisões de design.

O DP tem como principais motivações promover a democracia no ambiente de trabalho, a eficiência, perícia e qualidade no design de sistema, e a confiança e aceitação interna do sistema. Pesquisadores na área de DP também desenvolveram técnicas que exploram diferentes abordagens para promover uma cooperação produtiva entre trabalhadores e designers. Estas técnicas têm o objetivo de prover para os designers e trabalhadores uma maneira de conectar as práticas de trabalho atuais e futuras com as possíveis novas tecnologias. Neste capítulo foram apresentadas descrições resumidas das técnicas utilizadas no decorrer desta tese (Müller e outros, 1997): Search Conference or

Starting Conference, Ethnographic Practices, HOOTD(Hierarchical Object-Oriented Task Decomposition), Icon Design Game, Artifact Walkthrough, Prototyping, e Participatory Heuristic Evaluation.

De forma complementar às técnicas de Design Participativo, para modelar o contexto organizacional é necessária uma metodologia formal para modelagem de sistemas que envolvam a compreensão do contexto social da organização. Para tanto, é proposta a utilização da Semiótica Organizacional que pode ser definida como o estudo de organizações utilizando conceitos e métodos da Semiótica (Osw,1995).

A SO é um dos ramos da Semiótica particularmente relacionada a negócio e organizações. O estudo das organizações está baseado na observação de que pessoas criam o comportamento organizado através da comunicação de signos individualmente ou em grupos (Liu, 2000). Um conjunto de técnicas propostas inicialmente por Stamper (1973) permite estudar o uso dos signos nas organizações e seus efeitos sociais. Neste capítulo também foram apresentadas as duas principais técnicas de SO utilizadas nesta tese: (1) a Análise Semântica, que define a área de atuação de uma organização pela identificação das invariantes de comportamentos dos agentes, (2) a Análise de Normas,

que descreve o nível pragmático e social da organização, como estes agentes podem julgar e agir de forma organizada. O próximo capítulo descreve como a SO pode contribuir para o DP e vice-versa e como ambos podem ser utilizados na construção de um novo contexto organizacional.