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1. INTRODUÇÃO

4.2 DESENVOLVIMENTO DO MODELO DE AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO

4.2.2 Fase de Avaliação

4.2.2.5 Análise de sensibilidade

A última etapa da fase de avaliação é a realização da análise de sensibilidade, que consiste no exame de robustez das respostas frente a alterações nos parâmetros do sistema (GOODWIN; WRIGHT, 2014). A análise de sensibilidade é um procedimento onde por meio de simulações se analisa em que medida o desempenho das alternativas se alteram em função da modificação dos parâmetros de determinados critérios do modelo (LACERDA, 2012). Essa análise é feita por meio da construção de cenários, onde se alteram os valores dos parâmetros do modelo e observa-se o que acontece no resultado final.

Os valores dos parâmetros do modelo não devem ser vistos como valores exatos, pois são construídos e quantificados conforme o juízo de valores do dicisor, e esse processo não ocorre de forma natural em termos cognitivos. Neste sentido tais parâmetros devem ser considerados como faixas de valor. Daí a necessidade de se fazer uma análise para verificar a sensibilidade do modelo frente a possíveis variações (DE LIMA; DE LIMA; DE LIMA, 2013).

Essa análise se trata de uma fase importante pois contribui para superar a “falta de precisão” na determinação dos parâmetros do modelo, aumentar a confiança do decisor nos resultados alcançados na avaliação (ENSSLIN; MONTIBELLER; NORONHA, 2001).

A taxa de compensação é um dos parâmetros do modelo que mais pode influenciar o resultado final da avaliação, sendo assim é recomendado que o sistema se mantenha estável a pequenas variações nas taxas de compensação dos critérios (em torno de 10%). Para se fazer a análise de sensibilidade em função das taxas de compensação, altera-se a taxa de compensação de um dos critérios, acrescendo-se ou decrescendo-se 10%. Esta alteração afeta as demais taxas de compensação do modelo que devem ser recalculadas mantendo as proporções entre elas (DE LIMA; DE LIMA; DE LIMA, 2013). Para isso, utiliza-se o cálculo descrito por Ensslin; Montibeller; Noronha (2001), apresentado na Equação (2).

𝑊𝑛=𝑊𝑛.(1−𝑊𝑖′)

(1− 𝑊𝑖) , (2)

Em que:

𝑊𝑖 = taxa de compensação original do critério i;

𝑊𝑖 = taxa de compensação modificada do critério i;

𝑊𝑛 = taxa de compensação original do critério n;

𝑊𝑛′ = taxa de compensação recalculada do critério n.

Para análise de sensibilidade realizada neste trabalho optou-se por acrescer e decrescer 10% no item que apresenta o maior valor da taxa de compensação para cada conjunto analisado. Para exemplificar é demonstrado o que ocorreu com o PVE “Laboratórios”. Acrescendo-se 10% na taxa de compensação do item “Mapear Serviços Lab”. (𝑊1), o valor original de 50%, passou para 55%. Desta forma faz-se necessário o ajuste dos outros 2 itens que compõem o conjunto do PVE “Laboratório” sendo estes: “Mensurar o Volume Lab.” (𝑊2), com taxa de compensação de 10%; e “Promover a Venda Lab.” (𝑊3), com taxa de compensação de 40%.

Para se apurar as novas taxas de compensação mantendo-se as proporcionalidades dos critérios 𝑊2 e 𝑊3 aplica-se a equação 2 como demonstrado no Quadro 14.

Quadro 14– Cálculo para apuração das novas taxas de compensação 𝑊2=𝑊2. (1 − 𝑊𝑖′) (1 − 𝑊𝑖) 𝑊2 ′=0,10. (1 − 0,55) (1 − 0,50) 𝑊2 ′=0,045 0,50 𝑊2= 0,09 𝑊 2′= 9% 𝑊3=𝑊3. (1 − 𝑊𝑖′) (1 − 𝑊𝑖) 𝑊3′= 0,40. (1 − 0,55) (1 − 0,50) 𝑊3 ′=0,18 0,50 𝑊3= 0,36 𝑊 3′= 36%

Com a apuração dos novos valores das taxas de compensação como demonstrado no Quadro 14 é possível realizar as simulações para verificação do impacto destas alterações no conjunto analisado (PVE Laboratórios) e também na avaliação global.

Para ilustrar, no Quadro 15 é apresentada a análise de sensibilidade da alteração nas taxas de compensação dos critérios que compõem o PVE “Laboratórios”.

Quadro 15 - Análise de sensibilidade dos critérios do PVE “Laboratórios”

PVE Laboratórios Taxas Originais Taxa 𝑊1

Acrescida +10% Taxa 𝑊1 Decrescida -10% Critérios Avali- ação Taxa Comp. Pontuação do PVE Taxa Comp. Pontuação do PVE Taxa Comp. Pontuação do PVE

Mapear Serviços Lab. (𝑊1) -75,0 50% -37,5 55% -41,25 45% -33,75

Mensurar o Volume Lab. (𝑊2) -50,0 10% -5 9% -4,5 11% -5,5

Promover a Venda Lab. (𝑊3) 111,0 40% 44,4 36% 39,96 44% 48,84

Total PVE Laboratórios 1,90 -5,79 9,59

Contribuição para a avaliação global 0,02 -0,06 0,10

Fonte: Dados da pesquisa (2018).

Como pode ser visualizado no Quadro 15, o resultado original do PVE “Laboratório” de 1,9 está dentro do nível de mercado, que inicia em 0 (zero) no nível neutro e vai até 100 (cem) no nível bom. Como o acréscimo de 10% na taxa de compensação do item 𝑊1, o resultado

do PVE “Laboratórios” passa para -5,79, que mesmo apresentado resultado negativo permanece bem próximo do valor original de 1,9. O mesmo ocorre com do decréscimo de 10% no item 𝑊1, que gera uma pequena melhora no resultado do PVE “Laboratório”, mas pouco significativa.

Sendo assim conforme os resultados apurados, a variação de 10% para mais e para menos nas taxas de compensação do PVE “Mapear Serviços Lab.” pouco impacta no PVE “Laboratórios”, sendo insuficiente para promover uma alteração na ordem de preferência das alternativas, ou alterar o resultado da avaliação global. Constata-se, assim, que considerando os resultados apurados na avaliação global (status quo), que para as alterações nas taxas de compensação realizadas no conjunto do PVE “Laboratórios”, o modelo apresenta-se estável.

Para realizar a análise de sensibilidade de todo o modelo foram geradas 120 simulações, sendo 40 simulações para se verificar a contribuição de cada agrupamento de PVEs e PVFs na avaliação de desempenho global (status quo), 40 simulações para apurar o impacto da variação de 10% para mais no item do agrupamento que apresenta o maior valor percentual na taxa de compensação, e 40 simulações para apurar o impacto do decréscimo de 10% no item do agrupamento que apresenta o maior valor percentual na taxa de compensação. Para isso utilizou-se os processos descritos nas Figuras 14 e 15.

Na análise de sensibilidade de todos os PVEs e PVFs do sistema observou-se nas simulações que geraram um pequeno impacto na avaliação de desempenho global (status quo), alterando o resultado do (status quo) de zero (alteração nula) até 3,32 pontos para mais ou para menos em comparação com a avaliação de desempenho com as taxas de compensação originais. Sendo que 90% das simulações com acréscimo e/ou decréscimo de 10% nas taxas compensação alteraram entre 0 e 0,85 para mais ou para menos o resultado da avaliação global. E apenas 4 itens ou seja 10% das simulações realizadas geraram alterações superior a 1 ponto na avaliação global de desempenho, sendo estes os agrupamentos dos PVEs: “Novos Negócios” com alteração de 3,32 para mais e/ou para menos; “Empresas Juniores” com alteração de 2,54 para mais e/ou para menos; “Seleção” com alteração de 1,02 para mais e/ou para menos; e, “Negócios” com alteração de 1,24 para mais e/ou para menos.

Conforme resultados apurados na análise de sensibilidade realizada nos itens do modelo observa-se que a variação de 10% para mais ou para menos nas taxas de compensação, pouco impacta na avaliação dos PVEs e PVFs, sendo insuficiente para promover mudanças na ordem das alternativas ou gerar uma alteração significativa na avaliação global. Constatando-se assim que para as simulações geradas o modelo permanece é robusto pois permaneceu estável as simulações realizadas. A análise de sensibilidade completa pode ser visualizada no Apêndice IX.