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1. INTRODUÇÃO

2.3 PROCESSO PARA A CONSTRUÇÃO DO MODELO

2.3.1 Procedimentos para construção do modelo de avaliação

A metodologia escolhida para construção do modelo de avaliação de desempenho para avaliar a relação da UTFPR Câmpus de Pato Branco com as empresas é a MCDA-C. A escolha da metodologia MCDA-C está pautada nas características e opções que o modelo oferece, como

o envolvimento do decisor em todas as fases de construção do modelo. Possibilitando ao decisor desta forma segundo Ensslin et al. (2010), e Ensslin, Montibeller e Noronha (2001), o desenvolvimento de conhecimento sobre o que está sendo estudado, indo além dos conhecimentos básicos, permitindo compreender as consequências de suas decisões nos aspectos que ele (decisor) julga importante.

Segundo Roy (1993), em situações consideradas complexas, conflituosas e incertas, se faz necessário a construção de conhecimento sobre o processo de gestão. Sendo o caso deste estudo, outro aspecto importante da metodologia MCDA-C é a possibilidade de construção de um modelo personalizado, balizado na visão e valores do decisor, por meio de um processo estruturado (ENSSLIN et al., 2015).

Os procedimentos para construção de um modelo de avaliação de desempenho com a metodologia MCDA-C são sistematicamente estruturados em três fases, como demonstrado na Figura 5.

Figura 5 – Fases da metodologia MCDA-C

Fonte: Adaptado de Ensslin, I; Montibeller, G.; Noronha, S. Apoio à Decisão, Insular, 2001

Na primeira fase (Estruturação) é explorado o contexto organizacional por meio de ações que identificam o ambiente, os elementos que serão avaliados e a forma de avaliação (ENSSLIN; MONTIBELLER; NORONHA, 2001; LACERDA; ENSSLIN; ENSSLIN, 2011b). No Quadro 4 são apresentadas as ações desenvolvidas em cada uma das etapas da fase de estruturação da metodologia MCDA-C.

Quadro 4 – Etapas referente à Fase de Estruturação

Item Etapa Ações Autor (ano)

Aborda gem " soft " p ara est ru tu raçã o Descrever o ambiente

Descrever brevemente o contexto (local e ambiente) para o qual será construído o modelo de avaliação de desempenho.

ENSSLIN et al., (2008) ENSSLIN et al., (2010) LACERDA, (2012) Definir os

atores

Identificar quem são os envolvidos (atores), os agrupando em: Decisor; Facilitador; Intervenientes; e Agidos.

DAGOSTIN, (2016) ENSSLIN et al., (2010) Formular

rótulo para o problema

Formular um título que lembre o contexto, procurando usar os termos utilizados pelo decisor para transparecer completamente o contexto. (Obs. Usar mais ou menos 12 palavras)

ENSSLIN et al., (2014);

ROSA; ENSSLIN;

ENSSLIN, (2013) Fazer um

sumário

Apresentar o problema; Justificar a importância do problema; Apresentar qual é o objetivo do trabalho; Como solucionar o problema; O que se espera obter ao final do trabalho.

BORTOLUZZI, (2013) ENSSLIN et al., (2010) Famíl ia d e Pon tos de Vist a Identificar os Elementos Primários de Avaliação (EPAs)

Em um processo de brainstorming, o decisor é questionado sobre os seus principais objetivos e preocupações e quais são os pontos de vista que devem ser levados em conta na construção do modelo de avaliação de desempenho. Perguntas como quais os pontos fortes, fracos, aspectos desejáveis metas, etc., podem ser utilizadas para auxiliar o decisor na elaboração dos EPA's.

ENSSLIN et al., (2010) DAGOSTIN, (2016) ROSA; ENSSLIN; ENSSLIN, (2013) Construir os conceitos

A partir dos EPAs e da percepção do decisor são construídos conceitos orientados à ação, utilizando-se verbos que caracteriza

as ações (objetivos).

Também são construídos os polos opostos, ou seja, a consequência que se deseja evitar ou minimizar.

Os verbos são utilizados para identificar a intensidade das ações esperadas (Radical: Ex. Exigir, Forçar, Garantir, etc.; Moderado: Ex.: Promover, Fomentar, etc.; Pouco entusiasmo: Ex. Buscar; Tentar, etc.)

BORTOLUZZI, (2013) ENSSLIN et al., (2010) ROSA; ENSSLIN; ENSSLIN, (2013) Construir a Família dos Pontos de Vista Fundamentais (FPVF)

Nesta etapa os conceitos são agrupados por similaridade em grupos, ou área de preocupação.

DAGOSTIN, (2016) LACERDA, (2012) MATOS, (2014) Testar a aderência da FPVF

Após o agrupamento dos conceitos é verificado se a família de pontos de vista construída é suficiente ou se necessita de inclusões, exclusões ou alterações.

BORTOLUZZI, (2013) ENSSLIN et al., (2010) Con st ru çã o d os Desc ritore s Construir mapas cognitivos e clusters

Nesta etapa os conceitos agrupados na fase anterior são organizados em mapas, considerando a relação meio fins, onde os conceitos voltados a atividades operacionais são colocados na base dos mapas, enquanto os conceitos voltados a atividades estratégicas são colocados na parte superior dos mapas. Na construção dos mapas os conceitos são organizados em grupos menores chamados de clusters. No processo de construção dos mapas eventualmente pode ocorrer a necessidade de incluir, excluir ou alterar ou até mesmo unificar conceitos semelhantes.

ENSSLIN et al., (2011) BORTOLUZZI, (2013) MATOS, (2014) Construir a árvore de valor com os pontos de vista elemen- tares (PVEs)

Nesta etapa os mapas cognitivos e clusters, são transformados na Estrutura Hierárquica de Valor.

BORTOLUZZI; ENSSLIN; ENSSLIN, (2011) ENSSLIN et al., (2010) LACERDA, (2012) Construir os descritores, níveis de referência e status quo

Para cada um dos elementos do nível operacional (itens constantes na parte inferior da estrutura hierárquica de valor) são elaboradas escalas ordinais que possibilitem a mensuração do elemento. Também são definidos valores para os níveis bom, neutro e comprometedor de cada elemento.

ENSSLIN et al., (2014); ROSA; ENSSLIN; ENSSLIN, (2013)

A segunda fase da metodologia MCDA-C trabalha os itens relacionados com a avaliação, nesta fase a percepção do decisor é traduzida em um modelo matemático, por meio da análise de independência, construção das funções de valor, identificação das taxas de compensação, identificação do perfil de impacto das alternativas e a análise de sensibilidade. (ENSSLIN; MONTIBELLER; NORONHA, 2001; LACERDA; ENSSLIN; ENSSLIN, 2011b). Os detalhamentos das ações desenvolvidas na fase de avaliação da metodologia MCDA-C estão relacionados no Quadro 5.

Quadro 5 – Etapas referente à Fase de Avaliação

Item Ações Autor (ano)

Análise Independência

Nesta etapa realiza-se a análise de todos os descritores, buscando identificar entre eles, se a mensuração de um critério não depende da mensuração de outro.

BORTOLUZZI, (2013) ENSSLIN et al., (2010)

Construção das Funções de valor

A construção da função de valor consiste na transformação das escalas ordinais, em escalas cardinais. Essa transformação permite a conversão de dados qualitativos em quantitativos. No processo de conversão, o decisor deverá fornecer a diferença de atratividade em passar de um nível para outro nível do descritor. Para a transformação das escalas ordinais em cardinais neste trabalho será utilizado a metodologia Macbeth, que possibilita medir a atratividade de passar de um nível da escala para outro, por uma técnica de avaliação baseada em categoria (BANA E COSTA et al., 1999). ENSSLIN et al., (2014); ROSA; ENSSLIN; ENSSLIN, (2013) Identificação taxas de compensação

Para encontrar as taxas de compensação primeiramente se elabora a Matriz de Robert para cada grupo de descritores, neste processo o decisor identifica a ordem da sua preferência entre os descritores de cada grupo. Na sequência os resultados obtidos na Matriz de Robert são lançados no software M-Macbeth com o auxílio do decisor que informa o grau de preferência, fazendo a análise par a par entre os descritores de cada grupo, onde o software irá gerar as taxas de compensação para cada um dos descritores.

DAGOSTIN, (2016) LACERDA, (2012) MATOS, (2014) Avaliação Global Identificação do perfil de impacto das alternativas

Concluída a etapa anterior é possível realizar a avaliação identificando o perfil de impacto das alternativas, bem como realizar a integração dos descritores obtendo-se assim a avaliação global do problema. BORTOLUZZI, (2013) LACERDA, (2012) MATOS, (2014) Análise de sensibilidade

Esta análise consiste em variar os valores dos parâmetros do modelo e observar o que acontece no resultado total final, isso é feito por meio da construção de cenários. Ou seja, nessa fase se constroem cenários para se verificar a sensibilidade do modelo. Isso contribui para superar a falta de precisão na determinação dos valores dos parâmetros do modelo, gerar conhecimento no decisor sobre o contexto e, finalmente, aumentar a confiança do decisor nos resultados obtidos.

ENSSLIN; MONTIBELLER; NORONHA, (2001) LIMA; LIMA; LIMA, (2013)

Fonte: Elaborado pela autora (2018)

Após a realização da avaliação global de desempenho, o decisor pode visualizar o desempenho de cada um dos indicadores, identificando o nível em que cada um se encontra, ou seja, gera-se um diagnóstico da situação atual.

Na sequência inicia-se a terceira e última fase da metodologia MCDA-C, que consiste na elaboração de recomendações. Nesta fase é realizada a gestão de oportunidades potenciais, que se implementadas podem proporcionar a melhoria no desempenho em relação ao status quo (ENSSLIN; MONTIBELLER; NORONHA, 2001; LACERDA; ENSSLIN; ENSSLIN, 2011b).