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1. INTRODUÇÃO

4.1 MAPEAMENTO DAS PESQUISAS REALIZADAS NA ÁREA DE

4.1.2 Análise Sistêmica

4.1.2.2 Lente 2 – Singularidade

A lente da singularidade busca entender se o modelo de avaliação de desempenho na relação U-E é singular, sendo aplicado somente no contexto em que foi construído, ou pode ser aplicado a outros contextos, e também se existe a participação dos decisores no processo de construção do instrumento de avaliação utilizado nas pesquisas (MARAFON et al., 2012a).

Na primeira análise feita sobre a perspectiva da lente da singularidade são adotadas 3 classificações descritas no Gráfico 10, para analisar se houve a participação do decisor no processo de construção e aplicação do modelo de avaliação construído em cada um dos artigos analisados.

Gráfico 10 – Lente 2: Singularidade: Participação do decisor no processo de construção e aplicação da avaliação

Critérios Quant. % Nº dos Artigos

a) Número de artigos que explicitam (identificam) o decisor no trabalho e o

tem em conta para a construção integral do modelo. 0 0,0% 0

b) Número de artigos que explicitam (identificam) o decisor no trabalho,

mas não o tem em conta para a construção integral do modelo. 6 42,9%

4, 6, 8, 10, 11, 13 c) Número de artigos que não explicitam (identificam) o decisor no

trabalho. 8 57,1%

1, 2, 3, 5, 7, 9, 12, 14 Fonte: Dados da pesquisa (2018).

a; 0

b; 6 c; 8

Referente à lente da singularidade é possível observar no Gráfico 10, que em 6 artigos o decisor é identificado no trabalho, mas não está explicita a sua participação na construção integral do modelo, e nos outros 8 trabalhos o decisor não é explicitamente identificado. No trabalho de Lee (2011), é desenvolvido um estudo de caso onde são realizadas entrevistas com coordenadores e diretores de instituições de ensino superior de três importantes universidades instaladas na região de Tóquio, e também são realizadas entrevistadas com as empresas que têm atividades conjuntas com estas universidades. No trabalho de Closs et al. (2012), também é utilizado um estudo de caso com entrevistas com os membros da universidade, gestores do Escritório de Transferência de Tecnologia e com o diretor da Agência de Gestão de Tecnologia, além de consultores e pesquisadores. Por meio da informação sobre as entrevistas realizadas com os gestores, é possível visualizar a participação dos decisores nos estudos de casos realizados por Lee (2011) e Closs et al. (2012), mas não é observado nos trabalhos a participação deles na construção integral do modelo, sendo identificado apenas a colaboração dos decisores respondendo os questionários, previamente elaborados.

Em outros trabalhos como de Tijssen; Van Leeuwen e Van Wijk (2009) e Perkmann; Neely; Walsh (2011), os indicadores são extraídos da literatura, ou seja, em nenhum momento é exposto no trabalho o envolvimentos de decisores ligados as atividade de colaboração desenvolvida entre universidade e empresas.

Dentro do contexto da avaliação de desempenho na relação U-E e com base na afiliação teórica adotada nesse estudo surge como oportunidade de melhoria para futuras pesquisas, a inclusão da participação do decisor no processo de construção do modelo, onde pode ser considerado o seu conhecimento e avaliados os itens que o decisor julga relevante para o panorama institucional.

Ainda sobre a ótica da lente da singularidade, se analisa o ambiente da pesquisa, buscando identificar se os modelos de avaliação de desempenho da relação U-E são reconhecidos como singulares para cada um dos contextos decisórios, ou são modelos que podem ser utilizados para outros contextos. Sendo o resultado desta análise apresentado no Gráfico 11.

Gráfico 11 – Lente 2: Singularidade: Artigos do portfólio bibliográfico que reconhecem que o ambiente é singular

Critérios Quant. % Nº dos Artigos

a) Número de artigos que desenvolve o modelo para um contexto físico e

reconhece que o modelo é válido somente para este contexto físico. 2 14,3% 2, 11

b) Número de artigos que desenvolve o modelo para um contexto físico e

o utiliza também em outros. 12 85,7%

1, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 12, 13, 14 Fonte: Dados da pesquisa (2018).

Na análise do Gráfico 11 é possível observar que no que tange aos modelos desenvolvidos, somente 2 artigos trazem informações que os modelos desenvolvidos são válidos para o contexto físico para o qual foram desenvolvidos, sendo esses os artigos de Tijssen; Van Leeuwen e Van Wijk (2009), que coloca em seu trabalho que apesar de ser transparente na coleta de dados, na escolha de indicadores e no cálculo das pontuações de desempenho, a abordagem no seu atual estágio de desenvolvimento não tem clareza quanto à validade das colaborações U-E como uma medida comparativa internacional das forças institucionais. Assim, os indicadores apresentados no estudo de Tijssen; Van Leeuwen e Van Wijk (2009), são concebidos principalmente para identificar e explorar semelhanças e diferenças entre IES, não sendo apropriados para outros fins (de avaliação).

Também reconhecendo a validade da pesquisa apenas para o ambiente em que ela foi desenvolvida Closs et al. (2012), relata os achados obtidos no estudo de caso desenvolvido na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Onde por meio de técnicas de análise de conteúdo Closs et al. (2012), descreve a situação da PUCRS em relação as atividades desenvolvidas em parcerias com empresas, trazendo os pontos fortes e fracos da instituição, bem como algumas recomendações para melhoria do desempenho das atividades da relação U-E.

Os outros 12 artigos analisados trazem evidencias de generalidade, podendo ser utilizados para avaliar outros ambientes. Como exemplos de pesquisas que trazem a generalidade do modelo aparece o trabalho de Rossi; Rosli (2014), que utiliza como instrumento

a; 2

de avaliação o inquérito Higher Education–Business and Community Interaction (HE-BCI), para medir o desempenho das universidade do Reino Unido nas atividades desenvolvidas nas relações U-E, e os trabalhos que extraem da literatura os indicadores para gerar um instrumento de avaliação de desempenho da relação U-E como ocorre nos trabalhos de Perkmann; Walsh (2007); Piva; Rossi-Lamastra (2013); e Seppo; Lilles (2010).

Na análise da lente da singularidade surge como oportunidades de melhoria além da participação do decisor no processo de construção do instrumento, a observação das particularidades do contexto que será avaliado.