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CAPÍTULO I – APRESENTAÇÃO

4. CAPÍTULO IV – PERCURSO METODOLÓGICO

4.4. ANÁLISE DOS DADOS

Na sequência, todos os registros coletados foram discutidos à luz da bibliografia revisada e se constituíram no relatório dissertativo, cuja interpretação visou estabelecer propostas que estivessem comprometidas com as questões sócio educacionais pré-estabelecidas no âmbito da Universidade.

“As informações coletadas, isto é, o que se obteve na interação com o campo, devem ser submetidas a algum método de sistematização que facilite a interpretação do pesquisador. As sistematizações tanto podem ser manuais quanto realizadas por algum software, como o [...] ou outro que o mundo tecnológico já tenha criado e o pesquisador considere apropriado.” (VERGARA, 2009, p.33)

4.4.1. A análise do Conteúdo

Cabe enfatizar que esse estudo procura dar continuidade aos estudos sobre retenção que quantificaram dados anteriormente identificados. A intenção, como já reportado, é a de conduzirmos uma pesquisa qualitativa sobre o tema, onde será analisado o depoimento de

sujeitos envolvidos na questão e que se apresentam como uma importante fonte de informação.

Partindo de premissas como estas é que ressaltamos a pertinência desse estudo no sentido de analisarmos as narrativas dos professores, gestores e estudantes envolvidos no processo de retenção no intuito de nos aproximarmos das respostas aos questionamentos sobre a questão. Assim, com o aporte das teorias utilizadas, propormos alternativas para fortalecer os processos administrativos e principalmente os processos pedagógicos inerentes à graduação.

Seguimos o método de análise de conteúdo para analisarmos as entrevistas realizadas, nos possibilitou reforçarmos a abordagem qualitativa desse trabalho. Através da análise temática Bardin (2011) nos propõe descobrir núcleos de sentidos presentes nas transcrições das narrativas produzidas seguindo as etapas propostas pela autora.

A análise de conteúdo, que tem suas raízes na literatura de Laurance Bardin desde 1977, é a técnica de tratamento de conteúdos que tem sido usada nos referenciais teóricos da pesquisa qualitativa. Segundo Bardin (2011), a análise de conteúdo constitui um conjunto de instrumentos metodológicos em constante aperfeiçoamento e que se aplicam a “discursos”,

“[...] a análise do discurso oscila entre os dois polos do rigor da objetividade e da fecundidade da subjetividade. Absolve e cauciona o investigador por esta atração pelo escondido, o latente, o não aparente, o potencial de inédito (do não dito), retido por qualquer mensagem. ” (BARDIN, 2011, p.15)

A autora ao traçar um percurso histórico da análise de conteúdo mostra que o desenvolvimento do método de análise evoluiu ao longo dos anos tanto no plano epistemológico quanto metodológico. No plano metodológico, argumenta que na análise quantitativa a informação que interessa refere-se à frequência com que as características do conteúdo surgem enquanto que na análise qualitativa a presença ou a ausência da característica do conteúdo é que é considerada.

Ainda no intuito de melhor esclarecer os principiantes Bardin refina a definição de análise de conteúdo como sendo, “uma técnica de investigação que através de uma descrição objetiva, sistemática e quantitativa do conteúdo manifesto das comunicações tem por finalidade a interpretação destas mesmas comunicações”. (BARDIN, 2011, apud BERELSON, 1971,

p.42). Nas fases apresentadas abaixo, de acordo com a autora, é o caminho a ser traçado para categorizar as respostas produzidas pelos sujeitos pesquisados.

Figura 8 - Organograma - Análise do Conteúdo

Fonte: Cardoso (2015), Bardin (2011). Adaptado pela autora.

Na pré-análise que é a fase inicial, é quando o pesquisador faz a organização do material a ser examinado, observando a temática e examinando as entrevistas, questionários, entrevistas textos. Para Bardin, essa é a “leitura flutuante” que vai desde escolha desses documentos até a elaboração dos indicadores.

A fase seguinte, considerada pela autora a mais longa das três, é a de exploração do material, onde procede-se a uma leitura minuciosa para codificar, decompor ou enumerar o que foi previamente formulado.

A terceira fase constitui o tratamento de dados. É a interpretação e/ou inferência realizada a partir dos conteúdos da fase anterior. Para Bardin (2011) essa análise final é onde os resultados “brutos” alcançam sua significância e validade. De posse dos resultados o analista poderá fazer inferências e interpretações considerando os objetivos pré-estabelecidos ou até mesmo considerando descobertas não previstas.

Segundo Freitas, Cunha e Moscarola (1997) os recursos que as ciências sociais oferecem para reflexão são em sua essência compostos pela comunicação oral (textos de discursos, anotações, relatórios de entrevistas, conversações) ou escrita (textos oficiais, artigos de jornais, cartas). Portanto, seja qual for o nível que se pretende atingir com a análise do conteúdo, os dados a serem reunidos para que as opiniões, condutas e ações sejam compreendidas e explicadas, são quase sempre verbais.

“É importante que o pesquisador em ciências sociais possa analisar, de forma científica, esses materiais ou fontes e não se contente em ter uma simples impressão. A novidade do processo moderno de análise do conteúdo consiste em substituir o impressionismo (jogo de opinião e muito pessoal) por procedimentos mais padronizados, tendendo à quantificação, convertendo matérias brutos em dados passíveis de tratamento científico.” (FREITAS H, CUNHA Jr. M.V.M., MOSCAROLA J., 1997, p.97)

Seguindo a metodologia a que nos propusemos, no capítulo que apresentamos vamos dialogar com os dados que coletamos. Lembramos que divulgamos o questionário por telefone os estudantes e enviamos por e-mail para que voluntariamente respondessem ao questionário, mas não obtivemos um número de respondentes que fosse equivalente a amostra que desejávamos alcançar. Entretanto, os dados que coletamos se configuraram na amostragem necessária para que mantivéssemos o viés quantitativo da pesquisa.