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CAPÍTULO I – APRESENTAÇÃO

4. CAPÍTULO IV – PERCURSO METODOLÓGICO

4.2. UNIVERSO E AMOSTRA

O estudo delimitou a população escolhida elegendo como universo da pesquisa o Campus do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Espírito Santo situado na cidade de Alegre ao sul do Estado e como amostra, os Cursos de Sistema de Informação (Bacharelado), de Agronomia (Bacharelado), de Química (Licenciatura), de Geologia (Bacharelado) e de Ciência da Computação (Bacharelado) dos quais foram ouvidos os docentes coordenadores de curso, os discentes identificados como retidos e o Diretor do Centro.

Laville e Dione (2013p. 168) justificam a delimitação de nossa escolha observando que, apesar de estarmos pesquisando em registros fornecidos pela instituição e da pesquisa de documentos ter sua importância reconhecida, a melhor fonte de informação do pesquisador são as pessoas. As autoras consideram que existem dificuldades para se abranger toda uma população a ser pesquisada e por isso ressaltam o caráter representativo da amostra no sentido de se obter uma imagem fiel da população.

Vergara (2009, p.46) conceitua população como “[...] um conjunto de elementos (empresas, produtos, pessoas, por exemplo) que possuem características que serão objeto de estudo”, e aponta a importância da amostra como sendo “[...] uma parte integrante deste universo, seguindo algum critério de representatividade”. Assim, a definição por quais seriam os sujeitos ouvidos foi feita de forma criteriosa por nós.

4.2.1. A escolha do Centro e dos Cursos

Foi selecionado o Centro de Ciências Agrárias – Campus Alegre por apresentar cursos com índices significativos de retenção discente. Quanto à escolha dos cursos, optamos pelos cinco cursos que, de acordo com o Relatório do SIE disponibilizado pela PROGRAD, apresentaram alto índice de retenção considerando o prazo de integralização do curso.

Além disso, buscamos junto ao Relatório de Gestão (2014) da instituição informações que respaldassem nossa escolha e nos decidimos considerando que o campus está geograficamente descentralizado, pois está localizado a 220 km da Capital, sede da UFES, e também porque desenvolve atividades em três municípios do Estado do Espírito Santo: Alegre, Jerônimo Monteiro e São José do Calçado. A intenção é a de entendermos a retenção naquela localidade e colaborarmos com as propostas de ações que possam ressaltar a qualidade do ensino superior na região na qual o campus está instalado e também favorecer a população que está em seu entorno.

Foi selecionado o Diretor do Centro e os docentes que desempenham função de Coordenadores dos cinco cursos pré-selecionados considerando entendermos que os ocupantes dessas funções são responsáveis pela efetiva gestão dos processos acadêmicos. De acordo com a Resolução n  24/2000 - do CEPE/UFES,

O Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão sempre teve clareza de que a instituição precisa oferecer condições suficientes e adequadas a fim de que o aluno universitário possa concluir seu curso de graduação dentro, ou o mais próximo possível, do prazo estabelecido para cada curso. A fluidez do percurso do aluno reflete, para a instituição e para o aluno, princípios como responsabilidade, racionalidade, organização e comprometimento. Por isso, a permanência desnecessária do aluno nos respectivos cursos deve ser evitada a todo custo. Entretanto, sabemos que há casos em que fatores internos ou externos, de caráter pessoal, econômico, de saúde e mesmo administrativos podem determinar alguma retenção no fluxo escolar. A própria legislação ao prever mecanismos de correção admite sua existência. Embora haja situações em que a retenção é inevitável, o CEPE determina aos Colegiados de Curso o papel de antever e agir preventivamente nos diferentes casos. A primeira tarefa do Colegiado é de acompanhamento e prevenção para que não ocorra no futuro o desligamento do aluno.

Da mesma forma, de acordo com o presente Regimento Geral da UFES, Art. 41, que versa sobre as atividades da Universidade Federal do Espírito Santo, nos planos acadêmico e administrativo, compete ao Diretor do Centro,

I. representar o Centro perante o Conselho Universitário, as autoridades universitárias, bem como em quaisquer atos públicos e nas relações com os órgãos da administração pública, instituições científicas e entidades particulares, dentro dos limites de suas atribuições; II. supervisionar, coordenar e fiscalizar todos os serviços e atividades do Centro, exigindo o fiel cumprimento do regime acadêmico e administrativo;[...] VII. executar, no âmbito do Centro, a política global traçada pelos órgãos superiores da Universidade; VIII. promover convênios visando ao desenvolvimento das atividades do Centro, ouvido o Conselho Departamental, e submetendo-os, sempre que necessário, à prévia aprovação do Conselho Universitário; IX. elaborar a proposta do Orçamento-Programa do centro, com base nas propostas dos Departamentos, submetendo-a ao Conselho Departamental; X. coordenar os concursos para provimento de cargos e empregos da carreira de magistério, no âmbito do Centro; XI. zelar pela fiel execução da legislação universitária; 14[...] XV. vetar decisões do Conselho Departamental; XVI. cumprir as decisões dos Órgãos da Administração Superior da Universidade; XVII. presidir as comissões especiais organizadas no âmbito do Centro; XVIII. propor à Reitoria a admissão, transferência, afastamento e dispensa do pessoal administrativo lotado no Centro, respeitado o disposto no item VIII do Art. 30 deste Regimento; XIX. dar parecer sobre a renovação de contratos de pessoal docente, submetendo-os à aprovação do Conselho Departamental; XX. exercer as demais atribuições que lhe forem conferidas pelo Estatuto da Universidade, por este Regimento do Centro. (REGIMENTO GERAL/UFES/p.13)

4.2.3. A escolha dos Discentes

Foram selecionados estudantes regularmente matriculados na instituição de ensino de acordo com os dados contidos no Relatório do SIE (apresentado anteriormente) disponibilizado pela PROGRAD, que informa o ritmo dos estudantes até Agosto de 2014. O Relatório apontou o nível de retenção dos estudantes com variáveis que mostravam índices de alunos sem retenção, com retenção leve, moderada e severa. Considerando os sujeitos entrevistados todos autorizaram terem seus depoimentos gravados utilizados mas tiveram a identidade não divulgada.

Reiteramos, todavia, que nesse estudo partilhamos da mesma raiz da pesquisa realizada por Pereira (2013), que compreendeu dados coletados de aproximadamente 20 mil estudantes matriculados em 94 cursos no ano de 2012, abrangendo os quatro campi da instituição: Goiabeiras e Maruípe em Vitória, Alegre no sul e São Mateus no norte do estado. A intenção desse trabalho foi, portanto, ter uma trajetória de continuidade ao apontado pelo pesquisador e ir além do que mostram os números acerca da retenção discente na UFES.

Esclarecemos também que não optamos nesse trabalho por delimitar ciclos (ano de início e término do curso). Consideramos que em se tratando de retenção, independentemente do ano e período de ingresso do estudante, os discentes selecionados são os que de fato se encontram desperiodizados. Conforme apresentamos anteriormente, no quadro de Classificação dos Estudantes quanto aos níveis de retenção (Tabela 2, pag.35), em um universo de 17 cursos do CCA que totalizam 1977 estudantes, 601 (considerando apenas os cinco cursos em análise) por ocasião da pesquisa já se encontravam em situação de retenção. E foi a partir desses resultados que pautamos nossas discussões.