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CAPÍTULO V- APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

1. ANÁLISE DA FICHA DE AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA

1.2. Análise da Ficha Diagnóstica Final e comparação com a Ficha Diagnóstica Inicial

Da análise da ficha diagnóstica final (Tabela 7), relativamente à identificação dos riscos naturais/geológicos noticiados, verifica-se que todos identificaram o deslizamento de terras como o risco geológico associado à primeira notícia. Relativamente à segunda notícia, apenas 1 dos 22 alunos que realizaram a ficha aponta a erosão costeira como o risco geológico presente, com a grande maioria dos alunos (17) a apontarem a transgressão/avanço do mar, 1 aluno a “transgressão da

arriba” e 2 alunos a subida do nível do mar.

Tabela 7: Análise da repetição ficha de avaliação diagnóstica (NR- Não responde).

Relativamente aos fatores que desencadearam as ocorrências noticiadas, cerca de 32% dos alunos demonstram ainda confundir fatores desencadeantes como fatores predisponentes, apontando a fragilidade das rochas (5 alunos) e a impermeabilidade do solo (2 alunos) como fatores que podem ter desencadeado estas ocorrências.

Como fatores passíveis de terem desencadeado as ocorrências noticiadas foram considerados as chuvas intensas/torrenciais (4 alunos), a falta de sedimentos (3 alunos), o peso/carga exercida sobre o terreno (2 alunos), as tempestades (2 alunos), o excesso de água no solo (1 aluno) e o “avanço da linha do mar” (1 aluno), assim como o aquecimento global/alterações climáticas (7 alunos) e a ocupação antrópica

Qual Porquê Qual Porquê

1 1.5 1 0 0 0 0 1 2 1 6.5 2 1.5 0.5 1 0 0 0 2 1 2 8 2.5 3 1.5 2 1 NR 0 NR 3 2 3 12.5 7.5 4 1 0 1 0 0 0 3 0 1 6 -0.5 6 1.5 0 0 1 1 1 4 3 2 13.5 7 8 1.5 0.5 0 1 1 1 2 2 2 11 4 9 1.5 0 0 0 1 0 1 1 1 5.5 2.5 10 1 2 0 0 1 0 1 1 1 7 1 11 1.5 0 1 1 0 1 1 3 1 9.5 3 12 1.5 0.5 0 0 0 1 2 0 1 6 3.5 13 1.5 0.5 0 0 1 1 2 NR 1 7 3.5 14 1.5 0 0 0 1 0 0 1 2 5.5 1.5 15 1.5 0.5 0 0 0 0 1 2 2 7 2 16 2 1.5 1 0 1 1 3 1 2 12.5 5.5 17 1.5 0.5 1 0 0 1 0 3 1 8 0 18 2 1.5 1 0 0 0 0 2 4 10.5 1 21 1.5 1 0 0 1 0 2 2 2 9.5 6.5 22 1.5 1.5 NR NR 1 1 1 3 1 10 1.5 23 1.5 0.5 1 0 0 0 3 1 2 9 3.5 24 1.5 0 0 0 1 NR 0 NR 1 3.5 -1 26 1.5 2 1 NR 0 NR 2 0 2 8.5 6.5 27 1 1 0 0 1 0 3 2 2 10.5 0.5 Diferença Total 1.1 1.2 1.4 1.5 N.º Aluno Questão 1

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(2 alunos), ainda que nestes últimos se tenha atribuído o valor 0.5 ao invés de 1, por se considerar que a resposta é demasiado vaga. Para além destes são também apontados fatores como o movimento de placas tectónicas (3 alunos), a erosão da arriba (3 alunos), as marés (2 alunos), um sismo (1 aluno), o aumento do caudal (1 aluno) e a destruição de uma habitação (1 aluno), os quais não foram considerados.

Em termos comparativos (Figura 12), o que se observa é uma melhoria nos resultados obtidos: 38.1% dos alunos aponta um maior número de indicadores considerados corretos, 33.3% mantém o mesmo número e 28.6% decresce.

Figura 12: Comparação dos resultados obtidos para a questão 1.2 da ficha de avaliação de diagnóstico inicial (a cinzento) e final (a azul).

Relativamente à identificação do risco geológico noticiado com maior perigosidade (questão 1.4) e à noção de perigosidade, os resultados não apontam melhorias muito significativas. A avaliar pelas justificações dadas –“acontece

quando não estamos à espera”, “coloca em perigo uma maior população”, “acarreta um maior potencial de destruição” e “provoca danos irreversíveis e não se pode controlar” entre outras –, a grande maioria dos alunos (72%) continua a associar

perigosidade à imprevisibilidade de ocorrência, ao potencial de destruição e à impossibilidade de controlar o fenómeno natural. Contudo, ainda que com uma ligeira diminuição (2%) no número de alunos que aponta a erosão costeira como o risco com maior perigosidade (Figura 13), observa-se um ligeiro incremento no número de justificações plausíveis, da ficha de diagnóstico inicial para a final; 3 alunos (14%) associam perigosidade à probabilidade de ocorrência de um fenómeno natural/geológico passível de causar danos ao Homem, ainda que deste, 2 alunos (9%) considerem que o movimento de terras em causa tem maior perigosidade que a erosão costeira/recuo da linha de costa.

99 Acertam Erram 43 43 50 50 Acerta e justifica bem (%) Acerta mas justifica mal (%) 9 18 23 23

Erra mas justifica bem (%)

Erra e justifica mal (%) 9

18 14

27

Figura 13: Comparação dos resultados obtidos para a questão 1.4 da ficha de

avaliação de diagnóstico inicial (a cinzento) e final (a azul).

No caso da vulnerabilidade (questão 1.5), o panorama é ligeiramente mais favorável (Figura 14); não só se observa um aumento no número de alunos que identifica a erosão costeira/recuo da linha de costa como o risco com maior vulnerabilidade (de 43% para 50 %), como se regista um incremento significativo no número de respostas com justificações plausíveis, quer nos alunos que identificam corretamente o risco (de 9% para 23%), quer no número de alunos que apesar de errar na identificação, utiliza argumentos plausíveis – maior grau de perda –, na sua argumentação (de 9% para 14%).

Figura 14: Comparação dos resultados obtidos para a questão 1.5 da ficha de

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Relativamente à influência do Homem em cada uma das problemáticas noticiadas (questão 2), foram muitos os fatores apontados pelos alunos; redução da quantidade de sedimentos que chegam à zona costeira (barragens e extração de inertes) (8 alunos), impermeabilização dos solos (7 alunos), sobrecarga, construção de obras de proteção pesadas, construção excessiva na linha de costa e aquecimento global (4 alunos cada), construção em zonas de risco (3 alunos), poluição (2 alunos) e subida do nível do mar e destruição de dunas e do coberto vegetal (1 aluno cada). Comparativamente com a ficha diagnóstica inicial observa-se uma melhoria significativa, não só pela variabilidade de fatores apontados nos quais o Homem

intervém, como pelo número de fatores apontado por cada aluno (Erro! A origem da

referência não foi encontrada.Erro! A origem da referência não foi encontrada.). Tabela 8: Comparação da questão 2 das fichas de diagnóstico inicial e final.

N.º de fatores apontados Ficha Inicial Ficha Final

Não respondem 5 1 Não considerados 3 3 1 Fator 7 6 2 Fatores 6 6 3 Fatores 0 5 4 Fatores 0 1

No que diz respeito ao conceito de risco natural (questão 3), 1 aluno refere os quatro elementos/fatores a incluir na definição de risco natural, 5 alunos referem 3 elementos, 6 alunos mencionam 2 elementos e 6 alunos mencionam apenas um elemento. O elemento “processo/fenómeno natural” é o mais utilizado pelos alunos (12 alunos), seguido da “probabilidade de ocorrência” (10 alunos) e da exposição do Homem a situações de perigo (7 alunos). Os 3 alunos que apontaram elementos que não foram considerados, definem risco natural como “algo que o Homem não pode

fazer nada para impedir, apenas remediar ou prevenir”, “algo que acontece sem a intervenção do Homem” e “risco das construções e zonas habitadas”. Um dos alunos

não dá resposta.

Comparativamente com a ficha diagnóstica inicial observa-se uma melhoria significativa, a avaliar pelo número de alunos que apontam um maior número de

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elementos essenciais na sua definição (Erro! A origem da referência não foi

encontrada.).

Relativamente à última questão (questão 4), foram apresentadas inúmeras soluções para minimizar/solucionar este tipo de ocorrências apresentadas; não construir em zonas de risco ou perto da linha de costa (8 e 5 alunos respetivamente), estudar melhor os locais das construções (7 alunos), construir barreiras de proteção para movimentos de terras e reduzir o número de estruturas pesadas de proteção da linha de costa (3 alunos cada), replantar para maior sustentação de terras, criar estruturas de proteção pesadas da linha de costa maiores, limitar a extração de inertes, reposição artificial de sedimentos na costa e abandonar certas habitações/infraestruturas na linha de costa (2 alunos cada) e “alertar as populações

para os seus erros” e “deixar que a natureza se encarregue do resto” (1 aluno cada).

Quando comparados os resultados das fichas de diagnóstico inicial e final, observa-se um incremento muito significativo no número de soluções plausíveis, o que demonstra que a grande maioria dos alunos apreendeu os conteúdos trabalhados. Finalmente, em termos de classificação obtida (Figura 15), à exceção de dois alunos, que baixaram muito ligeiramente da ficha diagnóstica inicial para a final diagnóstica final, todos os alunos apresentaram valores mais elevados, o que denota um melhor conhecimento sobre os processos em torno deste tipo de problemática, logo aquisição de novas aprendizagens.

Figura 15: Comparação dos resultados finais obtidos com as fichas de diagnóstico,

resultantes do somatório dos fatores apontados pelos alunos para cada uma das questões.

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2. ANÁLISE DAS OBSERVAÇÕES REALIZADAS PELA PROFESSORA

Na presente intervenção recorreu-se à observação orientada em duas situações distintas: saída de campo e verificação do preenchimento do guião da saída de campo (Apêndices 18 e 19, respetivamente). Com este tipo de instrumento pretendia-se essencialmente recolher informação sobre o empenho/envolvimento dos alunos na saída de campo.