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CAPÍTULO III- OCUPAÇÃO ANTRÓPICA E PROBLEMAS DE ORDENAMENTO

2. ENQUADRAMENTO CURRICULAR

2.1. Enquadramento do tópico lecionado na unidade curricular

O programa de Biologia e Geologia para o 11.º ano de escolaridade (Mendes, A., Rebelo, D., Pinheiro, E., Silva, C., Amador, F., Baptista, J. et al., 2003), centra- se, na área de geologia, no tema IV – Geologia, problemas e materiais do quotidiano. Este engloba a abordagem de três unidades temáticas; 1) Ocupação antrópica e problemas de ordenamento, 2) Processos e materiais geológicos importantes em ambientes terrestres e 3) Exploração sustentada de recursos geológicos.

A unidade temática lecionada no âmbito da prática de ensino supervisionada que aqui se apresenta foi a “Ocupação antrópica e problemas de ordenamento”, nas três vertentes contempladas pelo programa acima mencionado: Bacias hidrográficas, Zonas costeiras e Zonas de vertente. O trabalhar destes três assuntos (bacias hidrográficas, zonas costeiras e zonas de vertente), visa o reconhecimento dos inúmeros “… problemas resultantes da ação antrópica sobre a superfície terrestre […] para os quais a geologia pode fornecer contribuições significativas” (Mendes et

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intervenção da geologia nas sociedades modernas; as áreas da prevenção de riscos geológicos, do ordenamento do território, da gestão de recursos ambientais e da educação ambiental (Figura 9).

Figura 9: Carta de exploração da unidade “Ocupação Antrópica e Problemas de

Ordenamento” (Mendes et al., 2003, p. 27).

2.2. Conteúdos a serem trabalhados

De acordo com as orientações curriculares para o ensino da Geologia do 11.º ano (Mendes et al., 2003), no âmbito da unidade “Ocupação antrópica e problemas de ordenamento”, devem trabalhar-se, para além de factos, conceitos, modelos e teorias que os alunos devem conhecer, compreender e usar, conteúdos de cariz procedimental e atitudinal, os quais se encontram sintetizados na Tabela 2.

No que concerne à coluna factos, conceitos, modelos e teorias que os alunos devem conhecer, compreender e usar, foram todos trabalhados, quer no decorrer das aulas teóricas e/ou práticas, quer durante o trabalho de grupo de cariz investigativo proposto aos alunos. Através do trabalho de grupo foi igualmente possível trabalhar todos os conteúdos procedimentais propostos, assim como os conteúdos atitudinais expressos na primeira, segunda, sexta e sétimas linhas da tabela 2.

2.3. Sugestões de Situações de Aprendizagem

Como principal objetivo didático da unidade “Ocupação antrópica e problemas de ordenamento”, o programa de Geologia para o 11.º ano de escolaridade (Mendes

et al., 2003) propõe a análise de situações-problema, uma por cada assunto (bacias

hidrográfica, zonas costeiras e movimentos de vertente), devendo estas estar relacionadas com aspetos de ordenamento do território e de risco geológico.

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Tabela 2: Conteúdos programáticos da unidade Ocupação antrópica e problemas de

ordenamento.

Conteúdos

procedimentais Conteúdos atitudinais

Factos, conceitos, modelos e teorias que os alunos devem conhecer, compreender e usar

Identificar elementos constitutivos da situação-problema

Reconhecer as contribuições da geologia nas áreas da: prevenção de riscos geológicos, ordenamento do território, gestão de recursos ambientais e educação

ambiental

Ordenamento do território

Problematizar e formular hipóteses

Assumir opiniões suportadas por uma consciência ambiental com bases

científicas

Risco geológico

Testar e validar ideias

Aceitar que muitos problemas podem ser abordados e explicados a partir de

diferentes pontos de vista

Bacia e rede hidrográfica Planear e realizar

pequenas investigações teoricamente

enquadradas

Assumir atitudes de rigor e flexibilidade

face a novas ideias Leito do rio e leito de Cheia Observar e interpretar

dados

Ver na investigação científica, também, uma via importante que pode contribuir para a resolução de muitos problemas

Perfil transversal de um rio Usar fontes bibliográficas de forma autónoma – pesquisando, organizando e tratando informação

Desenvolver atitudes e valores inerentes ao trabalho individual e cooperativo

Erosão, transporte e deposição de sedimentos

Utilizar diferentes formas de comunicação

Assumir atitudes de defesa do património geológico

Movimentos em massa Faixa litoral: arribas e praias Abrasão marinha e plataforma de

abrasão

A escolha das situações-problema não deve ser aleatória, mas sim “… ter significado para os alunos, seja pela sua localização, seja pela divulgação que o assunto recebeu em tempo próximo” (Mendes et al., 2003, p. 27). Esta salvaguarda foi tida em consideração na escolha dos locais a visitar durante a saída de campo (área envolvente da escola e para a maioria dos alunos local de residência), tanto mais que a saída de campo serviria como ponto de partida para a identificação de situações-problema que viriam a ser trabalhadas no trabalho de cariz investigativo dos alunos.

Para a unidade “Ocupação antrópica e problemas de ordenamento”, o programa propõe diferentes sugestões metodológicas. Para além da “realização de uma atividade de campo com o objetivo de analisar in loco” situações-problema concretas, recorreu-se igualmente à “pesquisa de informação, através da internet, de

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jornais e de revistas sobre as consequências das referidas situações para as populações”, e à “observação e interpretação de situações concretas apresentadas em projeções de filmes-vídeo ou de diapositivos” (Mendes et al., 2003, p. 27-28).

Finalmente, ainda que “classificar as rochas com base em critérios genéticos e texturais”, “aplicar princípios estratigráficos na resolução de exercícios concretos” e “desenvolver atitudes de valorização do património geológico”, fossem objetivos didáticos mais específicos de outras unidades da temática “Geologia, problemas e materiais do quotidiano” (Mendes et al., 2003, p. 17), estes foram igualmente trabalhados, quer durante a saída de campo, quer no decorrer da presente prática letiva.