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FASE IV 12 A 18 MESES INCOMPLETOS

4. Depois de ser estimulado por sua mãe (ou pelo seu substituto)

3.4 ANÁLISE GERAL DOS DADOS

3.4.1 Análise quantitativa

Para a análise das variáveis avaliadas, nos 80 bebês, após a coleta dos dados através da aplicação dos protocolos, entrevistas e filmagens das díades, os dados foram reunidos e construiu-se um banco de dados posteriormente indexado ao projeto maior. Os dados coletados foram transferidos para planilhas do Excel e atualizados de acordo com cada uma das três fases avaliadas dos bebês.

Para a análise estatística, utilizaram-se os aplicativos computacionais Statistica 9.1 e PASW///. Em relação aos testes aplicados, efetuou-se a análise de regressão logística dos resultados obtidos com os IRDIs e PREAUT. A regressão logística considerou um nível de significância de 10% com o objetivo de verificar o desfecho “presença de risco” que associava-se à fatores sociodemográficos, obstétricos e psicossociais coletados nas entrevistas. Para tal, foi considerado como “presença de risco”:

Sinais PREAUT: foi considerado presença de risco todos os bebês que apresentaram uma pontuação inferior à 15 pontos no que concerne a avaliação dos 4 meses e dos 9 meses. Vale salientar que as questões 3 e 4 foram realizados em todos os casos de bebês que apresentaram pontuação inferior à 5 nas questões 1 e 2.

Nos IRDIs: foi considerado presença de risco, em qualquer uma das três fases consideradas, todos aqueles bebês que apresentaram ao menos um IRDI ausente. Tal classificação foi considerada por fase, dessa forma, o bebê foi categorizado como estando ou não em risco em cada uma das três fases em que foi avaliado.

Quanto aos fatores sociodemográficos, psicossociais e obstétricos, foram considerados:

Fatores sociodemográficos: idade materna; estado civil materno; escolaridade materna; atividade profissional materna; situação profissional; número de filhos da mãe; idade paterna; estado civil paterno; escolaridade paterna; profissão paterna; número de filhos do pai; idade dos filhos do pai; presença de outro cuidador; idade do outro cuidador; parentesco do bebê; profissão do outro cuidador; estado civil do outro cuidador; escolaridade; número de pessoas que residem na casa; renda mensal familiar; tipo de residência;

Fatores psicossociais: quem permanece mais tempo com a criança; a mãe possui algum suporte social; o bebê possui contato com outras crianças; o bebê possui brinquedos; o bebê já demonstra preferir algum brinquedo; quando acordado, o bebê permanece em qual posição; qual a posição preferida do bebê; o bebê explora diferentes posições ao longo do dia; o bebê chama a mãe (ou quem exerce a função materna); de que forma ele chama; a mãe (ou aquele que exerce a função materna) chama o bebê; como ele responde; a mãe (ou aquele que exerce a função materna) conversa com seu bebê; em que momentos; o bebê tem um jeito de chamar sua mãe (ou aquele que exerce a função materna); algo incomoda o bebê; como ele informa; como é a rotina do bebê; o bebê participa da rotina familiar; onde o bebê dorme e com quem; o bebê possui algum ritual para dormir ou horários definidos; a mãe enfrentou alguma crise situacional no período da gestação, nos primeiros dias após o nascimento do bebê ou após passados alguns meses; histórico de doença mental na família; como o pai está se sentindo em relação ao bebê; como a mãe está se sentindo em relação ao bebê.

Fatores obstétricos: realizou pré-natal; número de consultas pré-natal; iniciou o pré- natal a partir de quando; intercorrências na gestação; ruptura prematura da membrana (bolsa); uso de medicamento(s) na gestação; uso de drogas; uso de álcool; uso de fumo; infecções intrauterinas; histórico de aborto; histórico de parto prematuro; planejamento da gestação do bebê avaliado; desejo materno de engravidar; tipo de parto realizado; peso do bebê ao nascer; Apgar 1' e Apgar 5'; etnia do bebê; intercorrências neonatais; período de internação do bebê em UTI neonatal; uso de ventilação mecânica; uso de medicação ototóxica; hiperbilirrubinemia; procedimento

terapêutico utilizado; tipo de aleitamento; leite artificial utilizado; dificuldade alimentar; transição alimentar; uso de chupeta.

Ainda, em relação à análise estatística, foi avaliado o grau de concordância entre o questionário PREAUT e os IRDIs, a partir do coeficiente de concordância de kappa, também considerando 10% como nível de significância. Em tal análise verificou-se cada um dos sinais PREAUT em relação aos 14 IRDIs considerados na pesquisa. Tais resultados foram interpretados a partir da seguinte relação dos valores do coeficiente kappa (LANDIS; KOCH, 1977):

 Grau de concordância quase perfeito: 0,81 – 1,00;  Grau de concordância Substancial: 0,61 – 0,80;  Grau de concordância moderada: 0,41 – 0,60;  Grau de concordância ligeira: entre 0 e 0,20;  Grau de concordância pobre: entre 0.

3.4.2 Análise qualitativa

A partir da análise quantitativa dos 80 bebês, buscou-se realizar uma análise qualitativa com o objetivo de explorar duas questões principais:

 A primeira, analisar os dezessete bebês que apresentaram presença de risco psíquico a partir dos Sinais PREAUT e dos IRDIs, considerando os 22 indicadores das três primeiras fases do protocolo IRDIs com 31 indicadores. Juntamente com a análise dos dados coletados com as entrevistas, objetivou-se compreender um pouco mais de cada bebê em sua singularidade e no contexto familiar a qual está inserido. A opção por avaliá-los com a versão mais extensa dos IRDIs fortalece a possibilidade de compreender esses bebês mais a fundo e verificar se tal versão não contribui para uma análise mais apurada daquelas crianças que podem estar apresentando risco psíquico. Obviamente, a análise dos casos encontra seus limites, pois esses bebês foram avaliados fora de um contexto de transferência. Mesmo assim, para tal, foram analisados os fatores sociodemográficos, psicossociais e obstétricos da cada bebê, bem como os resultados obtidos no teste DENVER II, a fim de se verificar a evidencia de impasses no desenvolvimento com foco exclusivo nas produções infantis. Os dados provenientes de todos protocolos e das entrevistas continuadas foram analisados.

 A segunda, analisar dois bebês que apresentaram risco psíquico, a partir do PREAUT e dos IRDIs, para evolução para autismo e que receberam intervenção precoce a partir de estratégias distintas. Um deles foi encaminhado para intervenção precoce apoiada em técnicas da musicalização (AMBRÓS, 2016), após a primeira avaliação, isto é, antes do sexto mês de idade. O outro, todavia, recebeu intervenção individual a partir da terceira avaliação (PERUZZOLO, 2016). A evolução em ambos protocolos e demais instrumentos foi analisada a partir da consideração das intervenções.

A partir da amostra utilizada, os resultados encontrados foram divididos em duas seções. Num primeiro momento, apresentar-se-ão os resultados obtidos da análise quantitativa, utilizando-se a amostra total (n=80). Sobre tal amostra foi realizada a regressão logística, a partir dos Sinais PREAUT e dos IRDIs, com o desfecho “presença de risco” em bebês prematuros e a termo, em relação aos dados sociodemográficos, obstétricos e psicossociais. Também na mesma seção, apresentar-se-ão os resultados obtidos a partir da investigação da correlação entre os dois protocolos utilizando o coeficiente de kappa.

Na segunda seção, apresentar-se-ão os resultados evidenciados a partir da análise qualitativa dos dezessete bebês que apresentaram resultados alterados nos IRDIs e PREAUT aos 9 meses, bem como os resultados evidenciados na análise de dois casos que foram encaminhados para intervenção precoce.