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4 PERCURSO METODOLÓGICO

4.3 Análise

Na análise dos dados estabeleceu-se uma análise crítica e reflexiva em relação às informações obtidas dos dados coletados. Para Minayo (2002), as análises dos dados coletados representam, em qualquer pesquisa, a obtenção de

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Excetuam-se os artigos publicados na Revista Texto & Contexto Enfermagem e Revista Brasileira de Enfermagem (REBEn). A primeira por ser o periódico editado pelo Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da UFSC e segunda por ter sido utilizada para a construção do artigo para projeto de qualificação e que é incorporado à tese.

indicadores mais precisos da problemática investigada, para confirmar ou não os pressupostos e/ou responder às questões estabelecidas antes do trabalho de investigação. A análise deve servir também para a descoberta do que está por trás dos conteúdos. Minayo (1993) descreve que na busca de atingir os significados manifestos e latentes no material qualitativo, várias técnicas podem ser utilizadas, entre estas constam: análise de expressão, avaliação ou representacional, de relações, temática, e enunciação.

A utilização da análise temática coadunou-se com a proposta de estudo, em razão de que esta técnica concebe evidenciar os núcleos de sentidos que possam se constituir em algo relevante para o objetivo analítico pré-delineado. Turato (2003, p.442) evidencia que esta é a técnica mais simples das análises de conteúdo, na qual se procura “nas expressões verbais ou textuais os temas gerais recorrentes que fazem sua aparição no interior de vários conteúdos mais concretos [...]”. Minayo (2001) corrobora este ponto de vista, afirmando que esta técnica parte da proposta de interpretação, com o estabelecimento de áreas temáticas e a transformação de dados brutos em unidades de compreensão, recortes em unidades de registro, classificação com o estabelecimento de categorias, através dos núcleos de significação. Para Ludke e André (1986), a vantagem na utilização desta técnica está na possibilidade das variações nas unidades de análise, que podem ser uma sentença, um parágrafo ou o texto como um todo. Na ordenação dos dados, fez-se a re-leitura do material e a organização dos relatos.

Na classificação dos dados, realizou-se uma leitura exaustiva e repetitiva dos textos, compondo a análise final. Descrevendo de maneira mais específica, empregou-se o sistema de análise temática apresentado por Minayo, o qual inclui:

A Pré-análise, decomposta em: leitura flutuante, constituição de corpus, formulação de hipóteses e objetivos;

Exploração do material;

Tratamento dos resultados obtidos e interpretação.

A pré-análise compõe-se na escolha dos documentos a serem analisados. Nesta é que se procura operacionalizar e sistematizar as idéias em um esquema preciso de desenvolvimento do trabalho. Lüdke e André (1986, p.48) acrescentam que nesta fase é importante que o(a) pesquisador(a) esteja atento(a) ao ‘conteúdo manifesto’ quanto ao ‘conteúdo latente’ do material, ou seja, que não se limite somente ao que está explícito no material, mas que procure desvelar mensagens

implícitas, dimensões contraditórias e temas sistematicamente ‘silenciados’.

A Leitura Flutuante consiste em uma leitura que permite um contato inicial com o material, para conhecer a estrutura narrativa e impressões sobre os documentos. A impregnação pelo conteúdo facilita reconhecer os conceitos mais utilizados e a inter-relação dos fenômenos sociais. Consecutivamente, a leitura pode se tornar mais precisa para o pesquisador (MINAYO, 1993; RICHARDSON 1999).

A constituição do corpus consiste na organização do material de forma que permita responder às normas de validade, ou seja, exaustividade, representatividade, homogeneidade e pertinência. Assim, é na fase de pré-análise que se determinam as unidades de registro (palavras-chave ou frases), a unidade de contexto (a delimitação do texto de compreensão a unidade de registro), os recortes, a forma de categorização, a modalidade de codificação e os conceitos teóricos que orientarão a análise (MINAYO, 1993; RICHARDSON 1999). Neste estudo esta fase está representada pela leitura/captação e alimentação do banco de dados.

A exaustividade na pesquisa se dá após a definição do documento a ser analisado. Parte-se para um levantamento de todo o material suscetível de utilização, ou seja, nesta procura-se contemplar todos os aspectos delineados previamente. A representatividade refere-se à representação do universo que se propõe pesquisar, e para que esta possa ter significado necessita refletir as informações em um determinado conjunto. A homogeneidade reporta à precisão dos critérios na escolha dos temas, evitando particularidades. Assim, na pertinência ou

adequação, os documentos analisados devem proporcionar informações adequadas

aos objetivos da pesquisa (MINAYO, 1993; RICHARDSON 1999).

A exploração do material compreende a operação de codificação e categorização. Nesta realiza-se a transformação, através da lapidação dos dados, a qual tem por objetivo alcançar o núcleo de compreensão do texto. As categorias analíticas emergem em resposta às questões: tipo de texto; área de atuação dos autores; tendências da educação no trabalho, tendo como base as concepções de educação de Paulo Freire e os diferentes níveis de práxis preconizados por Adolfo Sanchez Vázquez, entre outras acepções.

Na análise temática, inicialmente se faz um recorte do texto em unidades de registro que podem ser uma palavra, uma frase, um tema um personagem; e em segundo lugar escolhem-se as regras de contagem, pois trata-se de algum tipo de quantificação; e por último realiza-se a classificação e a agregação dos dados,

escolhendo as categorias teóricas ou empíricas que corresponderão aos temas (MINAYO, 1993; RICHARDSON 1999).

No tratamento dos resultados obtidos e na interpretação os dados são submetidos a um estudo orientado pelo referencial teórico, o qual segundo Ludke e André (1986) fornece a base inicial de conceitos a partir dos quais se faz a primeira classificação dos dados, criando a possibilidade de expressão que permite colocar em relevo as informações obtidas. Ludke e André (1986) salientam que a análise não deve ser restrita ao que está explícito no material, mas que se procurem desvelar as mensagens implícitas, as dimensões contraditórias e os temas ‘silenciados’.