ANÁLISE DE RESULTADOS

Neste capítulo expõem-se os resultados e discussões dos objetivos apresentado no início deste estudo, como complementam as análises das pesquisas qualitativas.

Mediante a análise, o pesquisador obtém mais detalhes sobre os dados decorrentes do trabalho estatístico, onde pode-se obter respostas e estabelecer as relações entre os dados obtidos e as hipóteses (YIN, 2010).

Realizei a pesquisa de campo junto aos feirantes da Feira Livre das Nações, situada na Avenida JK, na cidade de Foz do Iguaçu - PR, no dia 10 de fevereiro de 2019 (domingo), das 8h às 13h.

Assim, a pesquisa foi realizada na presença do entrevistado e logo dei em mãos o questionário e fomos interagindo com as questões expostas em pauta, onde o feirante foi respondendo às questões.

Uma breve descrição com idade, ocupação e tempo que atua na feira de cada feirante é demonstrada no item 4.2 desta pesquisa (para fins éticos e de anonimato na pesquisa, mantive o nome dos participantes em sigilo, adotando outro nome para sua denominação na pesquisa).

4.1.1 Feirinha da Cidade de Foz do Iguaçu

A Lei Orgânica da Cidade de Foz de Iguaçu, dispõe sobre a Oficialização da Feira Livre das Nações no Município de Foz do Iguaçu e dá outras Providências.

A Câmara Municipal de Foz do Iguaçu, Estado do Paraná, aprovou e foi promulgada, nos termos dos §§ 7º e 8º, do art. 49 da Lei Orgânica Municipal, a seguinte Lei: “Fica oficializada, no Município de Foz do Iguaçu, a Feira Livre das

Nações”. Na Figura 1, vemos uma foto da “Feirinha da JK”.

Figura 1: Feirinha da terceira pista de Foz do Iguaçu. Fonte: Autora - 2018.

A Feira Livre das Nações é realizada em Foz do Iguaçu - PR, em sete locais distintos: Vila A (nas quartas-feiras); Morumbi (nas quintas-feiras); Vila Yolanda (nas sextas-feiras manhã); Bosque Guarani (nas sextas-feiras a tarde); Praça da Bíblia (aos sábados); Av. J.K. (aos domingos); e em Três Lagoas (aos domingos).

A gestão da feira é de responsabilidade da Fundação Cultural compartilhada com a Prefeitura de Foz do Iguaçu.

Este estudo observou a Feira Livre das Nações situada na Rua Arquiteto Décio Luiz Cardoso e em um trecho da pista da Av. Juscelino Kubitscheck, incluindo o canteiro central, com funcionamento aos domingos, das 5h às 13h. Esta possui o maior número de feirantes ativos, 180, e também é a mais antiga, fundada em 26 de abril de 1986. Entre os feirantes, têm-se brasileiros, argentinos, japoneses, italianos,

índios e paraguaios (Redação dada pela Lei nº 3451/2008). A Figura 2 mostra um retrato da feira.

Figura 2: Feira Livre das Nações. Fonte: Autora - 2018.

A realização das feiras tem a intenção de democratizar o acesso à população ao entretenimento, à aquisição de produtos diferenciados e ao consumo de alimentos provenientes da agricultura familiar. Desta forma, valorizando o trabalho dos artesãos e produtores locais. E tem como público alvo a comunidade locais e turistas que visitam a tríplice fronteira.

Todos os locais da cidade em que as feiras realizam suas atividades têm apoio logístico da Prefeitura Municipal, como: fechamento das ruas com cavaletes, banheiros químicos, Guarda Municipal, Foztrans, limpeza e conservação, apresentações artísticas paralelas, Policia Militar e energia elétrica.

Na versão consolidada, com alterações até o dia 02 de junho de 2008, mostra as disposições das Leis, como cita Brasil (2008, p. 01).

§ 1º A Feira de que trata esta Lei agregará as feiras livre.

§ 2º. A Feira de que trata esta Lei se destina, além da venda dos produtos comuns às feiras livres, à exposição e comércio de produção artesanal de pessoas residentes em Foz do Iguaçu, ficando vedada a comercialização de produtos adquiridos na informalidade.

§ 3º O Poder Executivo Municipal deverá providenciar banheiros públicos para uso dos feirantes e visitantes da Feira.

A Feira de que trata esta Lei se destina, além da venda dos produtos comuns às feiras livres, à exposição e comércio de produção artesanal de

pessoas residentes em Foz do Iguaçu, ficando vedada a comercialização de produtos adquiridos na informalidade.

Parágrafo Único. O artesão deverá ter residência em Foz do Iguaçu, comprovadamente, há pelo menos 12 (doze) meses contínuos e estar cadastrado no órgão competente da Prefeitura Municipal.

Cada feirante ou artesão terá direito ao espaço de uma barraca e ficará responsável em manter permanentemente limpa a sua área de atuação, acondicionando o produto da limpeza em sacos plásticos, dispondo-os em locais e horários determinados para recolhimento, em recipientes contendo letreiros de fácil leitura com os dizeres: "lixo orgânico" e "lixo seco", sob pena de aplicação de multa.

Parágrafo Único. No caso do não recolhimento de multa que tenha sido imposta, fica o inadimplente sujeito ao cancelamento de sua matrícula. Art. 4º: Compete à Secretaria Municipal da Fazenda a fiscalização quanto aos produtos comercializados na Feira Livre das Nações, inclusive quanto à sua origem, observada a vedação constante no art. 2º.

Art. 5º Executivo Municipal regulamentará esta Lei no prazo de 30 (trinta) dias, contados da data da Lei Ordinária.

Cumprindo a Lei Orgânica do Município de Foz do Iguaçu, hoje a “Feirinha da JK” é composta por 180 feirantes e está distribuída em algumas modalidades, como: queijo, salame, mel, vinho colonial, massa caseira, pães, bolachas, pastel, yakissoba, tapioca, água de coco, suco de laranja, peixe congelado, porções, verduras, mudas de plantas.

Também apresentam artesanatos, como: trabalho em cerâmica e em madeira, tapetes (tecido/crochê), pinturas em panos e quadros, produtos de beleza (cremes/hidratantes) e bijuterias (pulseiras/brincos artesanais). Há também brechó e, em alguns domingos, cachorros e gatos para adoção.

A Feira Livre das Nações é um empreendimento organizado pelo poder público municipal, gerido pela Fundação Cultural de Foz do Iguaçu. Originou-se com a “Feirinha da JK” em 2007, através de uma fusão entre a Feira Antiquarium (antes realizada no pátio da Fundação Cultural) e a Feira Livre dos Agricultores (na terceira pista da JK). Com essa junção promovida pela Fundação Cultural houve um aumento significativo no número de feirantes e frequentadores.

Naquele mesmo ano, a Feira foi oficializada como Feira Livre das Nações através do projeto de lei Nº 104/2007 da Câmara Municipal de Foz do Iguaçu. A Figura 3 mostra uma expositora da feira.

Figura 3: Expositora da “Feirinha da JK”. Fonte: Autora - 2018.

Vários meios de comunicação, ao mencionarem à feira, utilizam o nome “Feirinha da JK”, como foi observado em pesquisas realizadas, fato esse que serve também como base para confirmar a popularidade da feira.

Ano após ano, a feirinha foi crescendo e criando força e, a partir de então, o projeto da Feira Livre das Nações também se estendeu, sendo implantada em alguns bairros da cidade, aumentado, com isso, sua abrangência.

A “Feirinha da JK” tem nas suas práticas cotidianas e rotineiras, onde o domingo, para eles, começa às 5h da manhã. Os feirantes procuram ser pontuais nos horários de chegada e de saída. Uma das ruas principais da cidade é fechada (Av. JK) para a realização da feira e, logo após o término, que é em torno das 13h, todas as barracas são desmontadas e abre-se a avenida, dando espaço ao trânsito e a população da cidade. A Figura 4 mostra o mapa da “Feirinha da JK”.

Figura 4: Mapa da “Feirinha da JK”. Fonte: Fundação Cultural - 2018.

Visualiza-se que é um árduo o empenho dos feirantes, pois devem estar com suas barracas prontas para o atendimento ao público no máximo às 7h da manhã até as 13h.

Ressaltando que cada feirante tem seu espaço determinado, mas, caso o feirante não chegue até o horário combinado entre ambos, o próximo feirante tem liberdade de ocupar aquele local, mas somente neste dia da ocorrência.

Os feirantes, mesmo que cada um em sua barraca, trabalham em equipe e solidariedade, também como forma de política de boa vizinhança, onde em qualquer ocasião, como ir ao banheiro ou sair por algum outro motivo, o outro cuida a barraca do colega.

Cada feirante tem responsabilidade e liberdade pela criatividade da decoração, da arrumação, dos cuidados para com a retirada dos lixos no chão, mostrando o máximo de qualidade com os produtos que vende.