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Apêndice K – Descrição da observação participante da turma B

Grupo focal pré-visita

9h00 – No dia 17 de Março pelas 09h00m deu-se início à sessão com a turma de 3º ano

composta por 25 alunos, 13 do sexo feminino e 12 do masculino. A faixa etária dos alunos variava entre os 8 e os 9 anos de tarde. A investigadora foi apresentada pela docente da turma e os alunos receberam-na com alguma surpresa levantando-se algum burburinho na turma. Os alunos encontravam-se no contexto de sala de aula e estavam todos presentes. O professor introduziu, ainda que de forma breve, o motivo da presença da investigadora dizendo que se tratava de alguém que estava a desenvolver um estudo com a Casa do Infante e que necessitava da colaboração dos alunos. Após uma pequena introdução, o professor remeteu a palavra à investigadora. A investigadora explicou, de forma superficial, o motivo pelo qual ali se encontrava, dizendo que a cooperação dos alunos seria essencial para o desenvolvimento da sua investigação ao que os alunos se mostraram um pouco hesitantes e confusos. Para introduzir a atividade, a investigadora começou por perguntar quem já tinha visitado um museu e se alguém já tinha visitado a Casa do Infante em particular. Todos os alunos já tinham visitado um museu mas apenas um deles afirmou que conhecia a Casa do Infante. Os alunos rapidamente se adaptaram às questões da investigadora e o ambiente tornou-se informal e descontraído. O professor tentou, sempre que possível, impor ordem na turma. A algazarra instalou-se porém quando a investigadora se prontificava a colocar as cartolinas no quadro e verificou que os materiais da atividade não eram os mais adequados para aquela sala de aula. Um dos quadros da sala era interativo e o outro era constituído por um material que impedia que se afixassem as cartolinas. As três cartolinas utilizadas tinham de cor azul, vermelha e verde com as seguintes frases, respetivamente: “Já visitaste um museu? Conta-nos a tua experiência!”, “O que pensas encontrar no museu?”, “O que te entusiasma nesta visita?”. Os materiais não eram os mais adequados à estrutura desta sala de aula (possuía um quadro interativo que não permitia a afixação das cartolinas) e atividade teve que ser improvisada. Após encontrar uma solução, a investigadora explicou cada frase em concreto, afirmando que, na primeira cartolina, gostaria que os alunos descrevessem a sua experiência no museu. No caso de nunca terem visitado nenhum, escreveriam que não tinham tido nenhuma experiência no museu. Na segunda cartolina, a questão estava direcionada para a Casa do Infante e, em específico,

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procurava saber quais eram as expetativas dos alunos em torno da visita. Na terceira e última cartolina, o objetivo centrava-se na exploração, por parte dos alunos, das motivações pessoais que estavam por detrás da visita. A cada aluno foram distribuídos três cartões de cores e formatos diferentes – uma nuvem azul, um balão de fala cor-de- laranja e uma estrela amarela – que corresponderiam a cada uma das cartolinas.

9h10m – Durante a execução da atividade os alunos conversaram entre si, estavam

agitados e solicitaram algumas vezes o auxílio da investigadora que rapidamente se prontificou a responder às dúvidas (muitas vezes prenderam-se com questões ortográficas). O ambiente também foi de alguma descontração e os alunos estavam à vontade. Os alunos demoraram cerca de 15 minutos a terminar a tarefa. A investigadora notou muita cooperação entre os alunos e vontade em participar na tarefa.

9h35m – Os alunos terminaram a atividade. O professor incitou a que se apressassem e

era visível a pressão sobre os alunos que estavam atrasados. Devido à situação de improviso, os alunos não puderam afixar os cartões nas cartolinas correspondentes pelo que a investigadora assumiu essa responsabilidade.

Grupo focal pós-visita

10h00m – A investigadora chegou à sala e foi cumprimentada quer pelo professor, quer

pelos alunos (que a reconheceram de imediato). Os alunos encontravam-se no contexto de sala de aula e estavam todos presentes. O professor avisou os alunos que suspenderiam a aula para fazerem as atividade propostas pela investigadora e explicou que a investigadora estava presente para desenvolver uma tarefa com os alunos sobre a Casa do Infante (alertando que seria apenas sobre o museu e não sobre a restante visita que nesse dia teriam realizado a outros espaços da cidade). A docente avisou a investigadora que se iria ausentar da sala por breves momentos e pediu-lhe que se responsabilizasse pela turma durante esse período.

10h05m- A investigadora começou por perguntar aos alunos se ainda se lembravam da

visita à Casa do Infante ao que os alunos responderam positivamente (exceção de uma das alunas que, por motivos pessoais, não esteve presente na visita). A investigadora explicou rapidamente que a sessão seria breve e que consistia em dois momentos, explicando logo de seguida o primeiro. Os alunos teriam que preencher dois cartões em que num sugeriam 2 dúvidas que tivessem sobre a visita à Casa do Infante e, noutro, 3 coisas que tivessem apreendido com a visita. Depois de preenchidos, os cartões deveriam ser introduzidos nos envelopes correspondentes.

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10h10m – Rapidamente os alunos tornaram-se inquietos, atrapalhando o desempenho

uns dos outros. A investigadora tentou que os alunos se concentrassem na tarefa mas o diálogo entre a turma persistiu prejudicando, em certa medida, o desempenho geral da turma. A primeira atividade proposta representou algumas dificuldades para os alunos, consecutivamente dirigiam-se à investigadora informando-a de que não tinham quaisquer dúvidas ou, em muitos casos, não se lembravam de coisas suficientes. A investigadora explicou que as respostas dadas pelos alunos não eram consideradas certas ou erradas e, nesse sentido, os alunos teriam apenas que responder de forma honesta acerca das suas impressões sobre a visita. Aquando da execução da tarefa, uma das alunas informou que não esteve presente na visita e que não sabia o que fazer. A investigadora sugeriu à aluna que respondesse às questões tendo em conta um outro museu que tivesse visitado.

10h15m – O professor entretanto chegou e o ambiente agitado da turma mudou. Os

alunos rapidamente acalmaram perante a austeridade do discurso da docente.

10h20m – Os alunos rapidamente terminaram a atividade. O professor incitou a que se

apressassem e era visível a pressão sobre os alunos que ainda estavam a executar a tarefa.

10h25m – A investigadora introduziu a atividade seguinte, explicando que se tratava da

construção de um puzzle cujas peças deveriam ser preenchidas com as opiniões dos alunos. A investigadora esclareceu que cada peça representaria uma opinião e, por conseguinte, as peças juntas representariam a opinião da turma sobre a visita ao museu. Depois de distribuídas as peças e esclarecidas as dúvidas. O professor interferiu afirmando que os alunos que terminassem poderiam sair para o intervalo.

10h35m – Os alunos terminaram rapidamente a tarefa entregando as peças à

investigadora e à professora que se voluntariou, auxiliando na recolha. Ao contrário do que era previsto, o puzzle não chegou a ser montado devido às condições da sala que impediram a sua fixação e, por outro lado, devido à duração limitada da visita. Todavia foi explicado aos alunos o propósito do puzzle.

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