• Nenhum resultado encontrado

Aplicar a Grelha de observação de desempenho em posto de trabalho

No documento guia apoio rvcc (páginas 48-51)

a validação de tarefas pode ser feita na Ficha de análise do

3.6.5 Aplicar a Grelha de observação de desempenho em posto de trabalho

A observação de desempenho em posto de trabalho consiste numa demonstração prática de execução de tarefas que pressupõe a deslocação do tutor de RVC e/ou do avaliador de RVC ao local e contexto de trabalho do candidato.

Constitui a forma privilegiada de proceder à avaliação do candidato, sempre que, após a realização da entrevista técnica, não seja possível concluir acerca da sua capacidade de execução de determinadas tarefas.

O valor avaliativo da observação de desempenho em posto de trabalho é muito elevado, na medida em que conduz de forma decisiva a uma validação ou não validação de tarefas. A avaliação através do recurso à observação no posto de trabalho deve ser conclusiva, o que equivale a considerar que a aplicação da correspondente Grelha de observação para avaliação de determinadas unidades de competência ou, a um nível mais específico, de determinadas tarefas, esgota a necessidade de se recorrer a outro tipo de instrumento, para confirmar a avaliação dessas mesmas unidades de competência e/ou tarefas. Tal não obsta, porém, a que a pontuação atribuída pelo tutor de RVC a uma dada tarefa, com base na observação directa em contexto de trabalho, não possa vir a ser revista no âmbito dos momentos de validação, se nesse contexto subsistirem algumas dúvidas quanto ao grau de domínio que o candidato tem dessa tarefa.

3.6.5.1 Condições de realização de observação no posto de trabalho

Na sequência da entrevista técnica realizada na etapa de reconhecimento, o tutor de RVC deve ponderar a possibilidade de avaliar certas tarefas/unidades de competência no contexto real de trabalho do candidato, tendo em consideração a natureza das tarefas a observar, bem como a informação que o candidato fornecer a esse respeito.

No entanto, são várias as situações que poderão obstar a que se opte por esta via:

• Quando o candidato é um desempregado.

• Quando a entidade empregadora não autoriza a deslocação e presença do tutor de RVC e/ou do avaliador ao posto de trabalho.



• Quando a entidade empregadora não reúne condições,

do ponto de vista dos espaços e/ou equipamentos, para a observação de determinadas tarefas específicas.

• Sazonalidade das tarefas.

• Outras situações de carácter ético, deontológico (confi- (dencialidade, anonimato, etc.).

Quando a entidade empregadora não reúne condições para a observação de determinadas tarefas específicas, pode optar-se por observar/avaliar no posto de trabalho o máximo possível de tarefas, remetendo apenas as necessárias para a sua execução em contexto de prática simulada, através de exercícios. Em qualquer situação, é fundamental que o tutor de RVC defina claramente, com o representante da entidade empregadora, as condições em que a observação do candidato no posto de trabalho poderá decorrer.

Há ainda que considerar que determinadas tarefas (na área da agricultura, p.ex.) têm um carácter sazonal, pelo que só podem ser observadas em determinadas épocas do ano. Nesta situação, caso não seja possível avaliar essas tarefas por outra via que não a observação directa, a validação terá de ser adiada, ficando a sua execução dependente do calendário anual. Em função do contexto e das condições de trabalho do candidato, assim como da natureza das tarefas em questão, a avaliação que o tutor de RVC e/ou o avaliador de RVC fazem no posto de trabalho tanto pode basear-se na observação “livre” do candidato no exercício das suas funções, como na proposta de execução de tarefas concretas, com o único propósito de serem avaliadas.

Em ambos os casos, porém, e se comparada com a realização de exercícios a desenvolver em contexto de prática simulada, a observação directa no posto de trabalho potencia a agilização do processo de RVCC profissional, na medida em que a demonstração de tarefas por essa via não tem que obedecer à formalização nem aos custos a que obriga a preparação de condições para realização de exercícios. Deve, no entanto, garantir todas as condições para que a validação da tarefa cumpra todos os requisitos mencionados anteriormente.

3.6.5.2 Condições de pontuação/avaliação no posto de trabalho

Os resultados da avaliação são registados numa grelha concebida para esse fim. A Grelha de observação de desempenho no posto de trabalho está organizada em unidades de competência e consiste numa matriz que integra as respectivas tarefas (e respectivas ponderações), bem como os critérios de avaliação que permitem avaliar o desempenho do candidato em cada uma dessas tarefas, em contexto real de trabalho.



As células em branco, por preencher, correspondem aos critérios de avaliação considerados relevantes no âmbito da tarefa correspondente. O tutor de RVC e/ou avaliador de RVC devem assinalar, com um “s” (sim), os critérios que foram observados/ cumpridos pelo candidato durante a execução da tarefa, e com um “n” (não) os critérios que não foram cumpridos.

A validação de cada tarefa depende do número de critérios que, no decorrer da sua avaliação, forem cumpridos/observados. Atendendo a que todos os critérios têm a mesma ponderação, considera-se que cada tarefa é válida quando, pelo menos, metade dos respectivos critérios de avaliação tiverem sido cumpridos.

A plataforma informática está preparada para, em função desse preenchimento, apresentar o resultado de classificação de cada tarefa, de forma automática. Os critérios cumpridos no decorrer da avaliação de cada tarefa devem ser lançados na plataforma

informática, para que os resultados globais da avaliação possam ser automaticamente calculados. Este cálculo tem em consideração, não só as classificações de cada tarefa avaliada em posto de trabalho, como também as classificações atribuídas às restantes tarefas da mesma unidade de competência que foram avaliadas através da aplicação de outros instrumentos. Embora os resultados da observação directa no posto de trabalho fiquem registados na plataforma informática, o Portefólio do candidato deve igualmente integrar toda a informação que possa ser considerada ”evidência” de que, através da demonstração prática, foi possível reconhecer e validar determinadas tarefas/ unidades de competência. O Portefólio deve integrar um breve relatório elaborado pelo tutor de RVC, ou por este e pelo avaliador de RVC, que ateste a execução bem sucedida das tarefas e, neste sentido, possa constituir um comprovativo credível do seu domínio de execução, bem como das condições de realização e eficácia da sua observação no posto de trabalho.

Quadro 6 – Exemplo de Grelha de observação de desempenho em posto de trabalho (excerto)

Tarefas

UC 1. Medir, marcar e traçar em peças de madeira UFCD correspondente (2331)

1.1 Mede peças em madeira e transporta

medidas a partir do desenho 5 NA NA

1.2 Marca com lápis pontos referenciados

5 NA NA

1.3 Traça linhas em madeira duras e brandas

4 NA NA

1.4 Marca e traça linhas paralelas 4 NA NA

1.5 Marca e traça linhas curvas 4 NA NA

Fonte: “Kit de avaliação” da saída profissional “Carpinteiro(a) de Limpos”.

Ponderação

1. T

empo de execução



No documento guia apoio rvcc (páginas 48-51)