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A rapidez com que a utilização das TIC se expande pela sociedade; a ênfase cada vez maior na utilização dos telefones celulares inteligentes (smartphones), o poder dessas TIC como recursos tecnológicos e didáticos e o fato de os estudantes crescerem e se desenvolverem em uma era tecnológica; evidenciam a necessidade de os professores, não só de matemática como também os das demais disciplinas, reverem as suas práticas de ensino (RIBAS, 2012).

De acordo com esse contexto, Borba e Penteado (2005) argumentam que a exploração de conteúdos matemáticos realizada com a utilização de recursos tecnológicos pode auxiliar os alunos na identificação de temas direcionados para a construção de seu conhecimento matemático e, também, para o enriquecimento da prática pedagógica dos professores.

Similarmente, Ladeira (2015) argumenta que os dispositivos móveis podem auxiliar os alunos a relacionarem as atividades realizadas no cotidiano com os conteúdos matemáticos estudados em sala de aula.

Nesse direcionamento, a aproximação do cotidiano dos alunos com a realidade escolar pode ser realizada por meio da utilização de dispositivos móveis, como, por exemplo, os telefones celulares/smartphones, que podem ser considerados como recursos didáticos e pedagógicos no processo de ensino e aprendizagem em matemática.

Nesse sentido, é importante que:

(...) todas as mediações de ensino precisam e necessitam de recursos tecno- operacionais, de instrumentos técnicos ou de tecnologias que, estimulem e ampliem o alcance dos nossos sentidos e de nossas ações, abastecendo nossa mente, fornecendo-lhe os elementos básicos para que se exerça então esta maravilhosa experiência do conhecimento que nos faz, ao mesmo tempo,

possuidores de bens simbólicos já disponíveis em nossa cultura e sujeitos aptos a construir outros tantos (BERBEL, 1999, p. 8).

Os primeiros telefones celulares criados eram muito simples, funcionava por meio de sinal analógico e o seu sistema de identificação possibilitava a clonagem. Para resolver esse problema, foram criados sistemas mais sofisticados que possibilitaram o acesso móvel à web (RIBAS, 2012).

Por exemplo, Morimoto (2009) afirma que, nesse processo de evolução, os “celulares passaram a incorporar as funções de mais dispositivos, tornando-se progressivamente mais importantes” (p. 13). Esses dispositivos, juntamente, com as redes continuaram evoluindo até se tornarem os smartphones, que na tradução literal quer dizer celulares inteligentes (RIBAS, 2012).

Por exemplo, de acordo com Ladeira (2015), a utilização dos dispositivos móveis, como, por exemplo, os smartphones para a realização de pesquisas na internet e para o entendimento de fenômenos que ocorrem no cotidiano dos alunos pode ser considerada como um recurso tecnológico que:

(...) permite contextualizar os conhecimentos de todas as áreas e disciplinas no mundo do trabalho. No Ensino Médio, a presença da tecnologia responde a objetivos mais ambiciosos. Estas e muitas outras facetas do múltiplo fenômeno que é a tecnologia no mundo contemporâneo constituem campos de aplicação, portanto, de conhecimento e uso de produtos tecnológicos ainda inexplorados pelos planos curriculares e projetos pedagógicos (BRASIL, 2000, p. 95).

Contudo, Ladeira (2015) argumenta que é somente pela ação dos professores que essa transformação poderá ocorrer. Porém, Ribas (2012) afirma que é importante ressaltar que muitos desses profissionais ainda não têm domínio das TIC e, em muitos casos, apresentam resistência com relação à utilização desses recursos tecnológicos no cotidiano das salas de aula em seu dia a dia, originando as dificuldades na aplicação dessas práticas docentes inovadores no processo de ensino e aprendizagem. No entanto, Borba e Lacerda (2015) ressaltam que:

Se não queremos o celular nas salas de aula devido a condutas inadequadas dos nossos alunos, precisamos então educá-los de forma a integrar essa tecnologia móvel à cultura escolar e ao material didático dos alunos. O celular já faz parte da realidade de muitos dos alunos das escolas brasileiras (BORBA, LACERDA, 2015, p. 12)

De acordo com essa asserção, existe a necessidade de que os professores implementem a utilização de recursos tecnológicos no processo de ensino e aprendizagem mediante uma:

(...) abordagem inovadora de aprendizagem baseado na construção do conhecimento e não na memorização da informação, implica em mudanças na escola que poderão ser realizadas se houver o envolvimento de toda a comunidade escolar, alunos, professores, supervisores, diretores e pais (VALENTE, 1998, p. 26).

Desse modo, uma abordagem tecnológica inovadora está relacionada com o aprendizado móvel (mobile learning) que, em concordância com Kamenetz (2010) apud Ladeira (2015), utiliza diferentes mídias no processo de ensino e aprendizagem, podendo:

(...) ser considerado como um padrão emergente de ensino que possui relação com um modelo flexível de aprendizagem; com o padrão didático-pedagógico apoiado em dispositivos tecnológicos sem fios e com as diretrizes educacionais direcionadas essencialmente para o ensino e aprendizagem centrada nos alunos (p. 38).

Esse tipo de aprendizado “oferece formas modernas que ajudam no processo de aprendizagem por meio de aparelhos móveis, como notebooks, tablets, MP3 players, smartphones e telefones celulares” (UNESCO, 2017, n.p.). Nesse sentido, Ladeira (2015) afirma que a crescente utilização desses dispositivos está impulsionando a realização de pesquisas na área educacional.

Nesse direcionamento, os “telefones celulares e os smartphones utilizados com os recursos da Internet apresentam um potencial educacional para a investigação de conteúdos curriculares e para o acesso rápido às informações escolares” (GREENHOW, ROBELIA e HUGHES, 2009 apud LADEIRA, 2015, p. 170). Similarmente, a Representação da UNESCO no Brasil também ressalta que as:

(...) tecnologias móveis apresentam um caminho claro para melhorar a eficiência educacional. A aprendizagem móvel apresenta atributos exclusivos, se comparada à aprendizagem tecnológica convencional: ela é pessoal, portátil, colaborativa, interativa, contextual e situada; ela enfatiza a “aprendizagem instantânea”, já que a instrução pode ocorrer em qualquer lugar e a qualquer momento. Além disso, ela pode servir de apoio às aprendizagens formal e informal, tendo assim um enorme potencial para transformar a forma de se oferecer educação e treinamento (UNESCO, 2017, n.p.).

Dessa maneira, existe a necessidade da utilização das tecnologias como um recurso didático-pedagógico para o processo de ensino e aprendizagem em Matemática, pois a:

(...) denominada ‘revolução informática’ promove mudanças radicais na área do conhecimento, que passa a ocupar um lugar central nos processos de desenvolvimento, em geral. É possível afirmar que, nas próximas décadas, a educação vá se transformar mais rapidamente do que em muitas outras, em função de uma nova compreensão teórica sobre o papel da escola, estimulada pela incorporação das novas tecnologias (BRASIL, 2000, p. 5).

Similarmente, em uma perspectiva didático-pedagógica, Ladeira (2015) afirma que o aprendizado móvel indica a possibilidade de um ambiente educacional renovado que busca atender as necessidades dos alunos visando possibilitar o seu aprendizado de maneira atraente, flexível e interativa.