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O design metodológico utilizado nesse estudo está baseado em uma adaptação da Teoria Fundamentada nos Dados, pois a codificação seletiva e a escrita da teoria emergente não serão elaboradas nessa investigação. De acordo com Gasque (2007) essa teoria é “uma metodologia de natureza exploratória que enfatiza a geração e o desenvolvimento de teorias que especificam o fenômeno e as condições para a sua manifestação” (p. 90).

É importante ressaltar que a Teoria Fundamentada nos Dados é uma teoria geral, aplicável em estudos qualitativos e quantitativos. Entretanto, nesse estudo, salienta-se o caráter qualitativo dessa teoria apesar da professora-pesquisadora apresentar uma abordagem quantitativa que está relacionada com a utilização da estatística descritiva para organizar e apresentar os dados brutos coletados no trabalho de campo desse estudo.

Assim, o principal objetivo desse design metodológico é compreender o entendimento que os participantes possuem sobre a problemática desse estudo. Assim, é importante ressaltar que a Teoria Fundamentada propicia a coleta de dados brutos por meio da utilização de diversos instrumentos que auxiliou a professora-pesquisadora na busca de uma resposta para a questão de investigação desse estudo.

Nesse contexto, a professora-pesquisadora analisou os dados a “partir de uma sistemática observação, comparação, classificação e análise de similaridades e dissimilaridades” (FRAGOSO, RECUERO, AMARAL, 2011, p. 83) das informações que,

posteriormente, foram interpretadas para descrever a problemática desse estudo de uma maneira sistemática e rigorosa.

Então, na Teoria Fundamenta, a problemática estudada é desenvolvida por meio de uma coleta sistemática dos dados e da análise de seus resultados (STRAUSS; CORBIN, 1990). Nesse direcionamento, essa teoria propicia o “exercício do pensamento criativo no processo de teorização, devendo o investigador ter a capacidade de retroceder e analisar situações de forma crítica e reflexiva” (BAGGIO, 2011, p. 179).

Desse modo, existe a necessidade de que, após a realização da coleta dos dados, os pesquisadores os separem, classificando-os e sintetizando-os por meio de codificações para organizá-los em subcategorias. Então, os pesquisadores devem:

(...) ter sensibilidade às palavras, às ações dos informantes e perceber as tendências que os dados apontam; ter sensibilidade aguçada para elaborar perguntas pertinentes; ter capacidade de pensar o abstrato, de reconhecer/perceber além do óbvio; ser flexível e aberto a críticas, além de ter capacidade de interpretar os dados indutiva e indutivamente, nomear categorias adequadamente, realizar comparações entre as diversas categorias e criar um esquema analítico interpretativo inovador (BAGGIO, 2011, p. 179).

De acordo com esse contexto, Gasque (2007) afirma que a Teoria Fundamentada nos Dados encompassa a amostragem teórica e a codificação dos dados, bem como a redação da teoria emergente, que não será elaborada nesse estudo.

2.3.1. Amostragem Teórica

A amostragem teórica é composta pela coleta de dados que foi utilizada como ponto de partida para a elaboração das subcategorias e das categorias. Nesse sentido, os pesquisadores coletam, analisam e codificam os dados, bem como interpretam as informações obtidas para a escrita do texto dessas categorias (GLASER; STRAUSS, 1967).

Então, um dos principais objetivos da amostragem teórica é “maximizar as oportunidades de obtenção de dados para auxiliar na explicação das categorias, em termos de suas propriedades e dimensões, visando o desenvolvimento conceitual e teórico” (BAGGIO, 2011, p. 180) do estudo.

Por outro lado, a coleta é realizada até a saturação teórica, que ocorre quando há repetição ou ausência de dados novos (STRAUSS; CORBIN, 1990). É importante ressaltar que outro objetivo importante da amostragem teórica é propiciar a obtenção de informações

extraídas dos dados, que são elementos importantes para a elaboração das subcategorias e das categorias de análise.

2.3.2. Codificação dos Dados

A codificação ocorre quando os dados são examinados cuidadosamente para que possam ser organizados por meio da elaboração de subcategorias e categorias semelhantes. Nessa etapa, a codificação envolve comparações constantes entre os dados que são direcionados para o desenvolvimento de subcategorias e categorias por meio da abstração e das relações entre os seus elementos (GASQUE, 2007) que as compõem.

Os processos codificatórios da Teoria Fundamentada nos Dados são denominados de codificações aberta, axial e seletiva, que devem ser entendidos como maneiras distintas para tratar os dados brutos coletados durante a condução do trabalho de campo de um determinado estudo.

É importante ressaltar que na adaptação da Teoria Fundamentada utilizada nesse estudo, a codificação seletiva não será empregada como procedimento metodológico para interpretação dos resultados obtidos, pois a professora-pesquisadora e o seu orientador optaram por não escrever uma teoria emergente dos dados.

2.3.2.1. Codificação Aberta

Esse tipo de codificação pode ser considerado como o processo analítico pelo qual os dados são identificados e codificados em relação às suas propriedades e dimensões (PINTO, 2012). Esse processo envolve as atividades de examinar, comparar, conceituar e categorizar os dados que são sumarizados em códigos preliminares. Nessa etapa, os dados coletados são analisados linha a linha, frase a frase e parágrafo a parágrafo (GASQUE, 2007) para que subcategorias possam emergir para que se tornem categorias na próxima etapa de codificação.

2.3.2.2. Codificação Axial

Nessa etapa, a codificação axial aprimora e diferencia os códigos preliminares resultantes da codificação aberta. Assim, os pesquisadores selecionam as subcategorias e categorias mais relevantes por meio do agrupamento das informações constantes nos dados.

Durante esse processo, os pesquisadores podem alternar entre a codificação aberta e axial, pois as subcategorias e categorias devem ser constantemente verificadas em relação aos dados e às informações que as compõem, podendo ser reagrupadas e reorganizadas.

Então, Baggio e Erdmann (2011) argumentam que categorias mais densas podem ser elaboradas, pois são mais completas para mostrar a relação entre os códigos preliminares que originaram as categorias conceituais.

2.3.3. Etapas da Teoria Fundamentada nos Dados

A figura 3 mostra as etapas propostas pela Teoria Fundamentada, que nortearam o processo de coleta dos dados, na análise das informações e na interpretação dos resultados obtidos nesse estudo.

Figura 3: Etapas da Teoria Fundamentada nos Dados

Fonte: Adaptado de Costa (2013)

Nesse contexto, buscou-se por meio da interpretação das informações obtidas na fase analítica desse estudo, a verificação das contribuições que as atividades elaboradas de acordo com a utilização do software GeoGebra e dos dispositivos móveis (smartphones) podem

oferecer para o entendimento dos conteúdos Função Exponencial. É importante enfatizar que a codificação seletiva e a escrita da teoria emergente não serão elaboradas, pois a Teoria Fundamentada foi adaptada para ser utilizada nesse estudo.