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4.1. Interpretação das Categorias Conceituais

4.1.2. Dispositivos móveis como ferramentas para promover a interação social

Os resultados obtidos nesse estudo mostram que 12(60%) participantes afirmaram que os dispositivos móveis como os telefones celulares e smartphones são importantes para que os indivíduos possam se comunicar por meio de ligações, chamadas e envio de mensagens, para a família, amigos e outras pessoas e, também, para a realização de pesquisas e atividades escolares. Por exemplo, o participante M5 argumentou que o telefone celular é útil “quando precisamos pesquisar alguma coisa ou nos comunicarmos com a família”.

Nesse contexto, as explicações da professora-pesquisadora e as discussões entre os componentes das duplas referentes aos conteúdos de funções exponenciais foram realizadas com a utilização dos dispositivos móveis para sanar as dúvidas que emergiram no decorrer desse processo, promovendo o processo interativo e colaborativo entre essa profissional e os participantes desse estudo.

Por exemplo, 14 (70%) participantes, dialogando em suas duplas, responderam que a utilização dos telefones celulares/smartphones auxilia no processo de ensino e aprendizagem em matemática. Por exemplo, o participante M11 argumentou que o “uso da calculadora ajuda quando o aluno tiver dúvidas nas contas” enquanto a participante F2 respondeu para a professora-pesquisadora que esses dispositivos “ajudam a desenvolver melhor as aulas”.

Desse modo, os diálogos desencadeados entre os participantes e a professora- pesquisadora foram essenciais para estabelecer a troca e a construção de conceitos sobre funções exponenciais com a utilização do software GeoGebra, que foi baixado nos telefones celulares/smartphones.

Nesse sentido, os 4 (quatro) blocos de atividades propostos foram elaboradas com a proposição de tarefas que possibilitaram a interação entre os participantes desse estudo, a professora-pesquisadora e o conteúdo de funções exponenciais por meio de uma relação dialógica que possibilitou o desenvolvimento desses conteúdos. Por exemplo, em sua resposta para a professora pesquisadora, a participante F18 comentou que:

(...) vamos supor que o cavalo tem três dentes, aí na primeira opção eu ia pagar R$7.000,00 e na segunda opção eu ia pagar R$15.000,00, ou seja, ia ser mais vantagem comprar na primeira opção. Mas se o cavalo tiver 6 dentes na primeira opção eu pago R$ 63.000,00 e na segunda eu pago R$30.000,00 e ai é mais vantagem.

A interpretação dos resultados mostra que os participantes desse estudo atuaram ativamente no processo de ensino e aprendizagem em matemática por meio de uma ação

pedagógica que se estendeu além da repetição de procedimentos e da perpetuação de normas e regras tradicionais de aprendizagem, pois foram utilizados exemplos cotidianos para o trabalho docente realizado em sala de aula.

De acordo com Engle e Green (2011), os alunos acessam as informações referentes aos conteúdos matemáticos por meio de discussões interativas e colaborativas que são desencadeadas em sala de aula (ENGLE; GREEN, 2011) com a utilização de dispositivos móveis.

Assim, à medida que os participantes liam os problemas propostos e os interpretavam, debatiam com os componentes de sua dupla sobre a realização dos cálculos utilizando a calculadora do telefone celular/smartphone e, em seguida, anotavam os procedimentos realizados e as conclusções obtidas.

Nesse ambiente de aprendizagem, os participantes resolveram, de um modo ativo e interativo, as atividades propostas em sala de aula, pois analisaram de uma maneira crítica e reflexiva as informações compartilhadas por meio da utilização de recursos tecnológicos.

Por exemplo, 12 (60%) participantes afirmaram que a utilização do smartphone ou do telefone celular os auxiliaram na realização das atividades propostas em sala de aula de uma maneira interativa, bem como utilizaram GeoGebra para verificar as características dos gráficos das funções exponenciais.

As anotações registradas no diário de campo da professora-pesquisadora mostram que, inicialmente, na realização das atividades propostas nos blocos do registro documental, todos os participantes presentes recorriam frequentemente à essa profissional para esclarecerem as suas dúvidas com relação à utilização do GeoGebra.

Por exemplo, essas anotações também mostram que 16(80%) participantes aprenderam a utilizar esse software de maneira exploratória, pois a professora-pesquisadora apresentou as orientações do tipo passo a passo sobre como, por exemplo, construir os gráficos relacionados com essas funções. Então, a interação da professora-pesquisadora com os participantes desse estudo foi importante para o desenvolvimento dessa fase exploratória do GeoGebra.

De acordo com Ladeira (2015), os recursos tecnológicos são utilizados com objetivos definidos e específicos para que possam promover a interação dos alunos para auxiliá-los no processo de ensino e aprendizagem em matemática para a compreensão dos conceitos de funções.

Contudo, as anotações registradas no diário de campo da professora-pesquisadora mostram que no decorrer da realização das atividades propostas no registro documental, a

frequência dessas dúvidas foram diminuindo, pois esses participantes começaram a desempenhar as tarefas solicitadas no enunciado das questões, identificando a sua resolução com desenvoltura.

Durante a condução desse processo, os participantes desse estudo adotaram uma postura ativa diante dos recursos tecnológicos, especificamente, o software GeoGebra, pois realizaram as tarefas propostas de uma maneira interativa por meio da experimentação, da visualização e da representação das situações-problema relacionadas com os conceitos de funções exponenciais.

De acordo com os resultados obtidos nesse estudo, os participantes compartilharam os resultados obtidos na resolução de suas atividades de uma maneira colaborativa por meio de discussões interativas que proporcionaram o interesse e a motivação para a aprendizagem dos conteúdos relacionados com as funções exponenciais.

Dessa maneira, Baya’a e Daher (2009) argumentam que, por meio da utilização da tecnologia móvel, como os telefones celulares e os smartphones, bem como o emprego de aplicativos como o GeoGebra, os alunos podem aprender os conteúdos matemáticos relacionados com funções de uma maneira eficiente e prazerosa.

Assim, de acordo com Ladeira (2015), esses recursos tecnológicos, quando utilizados com objetivos específicos e bem definidos podem promover a interação e auxiliar o processo de ensino e aprendizagem em matemática relacionado com o estudo de funções. Dessa maneira, é importante ressaltar a existência de uma interação entre a:

(...) incorporação da mídia-educação à prática pedagógica com o propósito de formar continuamente indivíduos éticos, construtores críticos da sociedade, que utilizem mídia na perspectiva da Tecnologia Educacional, sem distanciar da condição humana, com princípios voltados para os valores humanos (BOHN, RAUPP, BESS; LUZ, 2010, p. 7).

Contudo, para que essas tecnologias sejam incorporadas no cotidiano escolar dos professores para que possam promover a interação e a colaboração entre os alunos é necessário que esses profissionais revejam os métodos tradicionais de ensino para que, de acordo com Borba e Penteado (2005), possam utilizar outras mídias em sua prática pedagógica como os recursos tecnológicos par auxiliá-los no desenvolvimento das habilidades matemáticas dos alunos.

Nesse contexto, a utilização de recursos tecnológicos em sala de aula se direciona para a convergência, para a integração e a interação, para a mobilidade e para a multifuncionalidade que tem por objetivo a elaboração de atividades distintas por meio dos telefones celulares (MORAN, 2007), dos smartphones e do software GeoGebra.

Por exemplo, de uma maneira geral, o desenvolvimento das atividades propostas em sala de aula envolveu:

(...) três fases (numa aula ou conjunto de aulas): (i) introdução da tarefa, em que o professor faz a proposta à turma, oralmente ou por escrito, (ii) realização da investigação, individualmente, aos pares, em pequenos grupos ou com toda turma, e (iii) discussão dos resultados em que os alunos relatam aos colegas o trabalho realizado (PONTE, BROCADO; OLIVEIRA, 2003, p. 25).

Essa abordagem pedagógica promoveu o desenvolvimento do conhecimento matemático relacionado com os conteúdos de funções exponenciais por meio da utilização de recursos mediáticos como os telefones celulares/smartphones e o software GeoGebra.

O trabalho com o software GeoGebra realizado nesse estudo demonstrou a possibilidade de uma nova relação entre a professora-pesquisadora e os participantes desse estudo, que foi marcado por uma maior proximidade.

Por exemplo, os resultados obtidos nesse estudo mostram que 12 (60%) participantes comentaram sobre o auxílio da professora-pesquisadora na realização das atividades propostas, bem como na exploração do GeoGebra e dos dispositivos móveis. Nesse contexto, o participante M5 argumentou que “apesar da dificuldade para encontrar os símbolos no aplicativo, conseguimos fazer as atividades com a ajuda da professora”.

Nesse sentido, Borba e Penteado (2005) argumentam que a utilização dos recursos tecnológicos constitui um importante pilar na proposição de aulas investigativas, como, por exemplo, a utilização de softwares de geometria dinâmica como o GeoGebra.

Nesse estudo, os dispositivos móveis promoveram situações de aprendizagens colaborativas por meio das quais os participantes desse estudo tiveram um papel ativo no processo de ensino e aprendizagem, pois construíram o seu conhecimento matemático por meio da interação com os componentes e cada grupo.

Por exemplo, durante a condução do trabalho de campo de estudo, em média, 14(70%) participantes resolveram as atividades propostas em sala de aula, discutindo sobre as propriedades das funções e a construção e as características de seus gráficos.

Assim, Batista, Behar e Passerino (2010) argumentam que os dispositivos móveis podem ser utilizados em atividades grupais, como, por exemplo, para coletar dados em situações de contextos reais. Os dados recolhidos podem ser interpretados e realimentados pelos componentes do grupo, permitindo a percepção dos resultados do trabalho colaborativo.

Finalizando a interpretação dessa categoria, é importante ressaltar que essa interação possibilitou a discussão das ideias relacionadas com o conceito de funções exponenciais, pois

os participantes foram encorajados a experimentarem esses recursos tecnológicos para resolverem as situações-problema propostas em sala de aula.

4.1.3. Dispositivos móveis como instrumentos mediáticos que possibilitam o