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Apresentação de alguns modelos de maturidade

3.2 Modelos de maturidade para o comércio electrónico

3.2.1 Apresentação de alguns modelos de maturidade

Nesta secção pretende-se apresentar os Modelos de Maturidade mais citados e orientados para o NE. Pretende-se comparar os modelos, identificando as falhas e as características de cada um, dando especial relevo a um dos modelos (SOG-e), uma vez que é o modelo que foi usado neste trabalho. Posteriormente, será usada uma framework comparativa, desenvolvida por Jones, que permite focar a perspectiva, o desenvolvimento, a ênfase, a verificação, o foco, a origem, as barreiras e o número de estádios de cada modelo, permitindo assim, efectuar uma comparação dos modelos (Jones, Muir, & Beynon-Davies, 2006).

3.2.1.1 O modelo de Earl

Earl desenvolveu um Modelo de Maturidade que permite situar uma empresa num nível de maturidade nos processos de NE. O modelo desenvolvido é composto por seis estádios, pelos quais uma empresa deve passar, de forma a adquirir conhecimento para a adopção e o suporte de NE. Os estádios não são períodos definitivos de evolução, uma vez que as empresas podem manter actividades em estádios vizinhos simultaneamente. O modelo de Earl sugere os seguintes estádios (Earl, 2000):

Estádio 1

As empresas apercebem-se que, com a emergência da Internet, surge um meio de comunicação potencial para o exterior da empresa. O reconhecimento de que a Internet permite a publicação de material organizacional, leva as empresas a criarem sites. Estes sites são uma espécie de brochura para comunicações externas, sem ter qualquer tipo de interacção com os internautas. O objectivo das empresas é puramente promocional.

Estádio 2

Depois de usar a Internet para as comunicações externas, as empresas começam a introduzir a Intranet. O objectivo é aumentar a capacidade de comunicação da empresa, facilitar o uso e o acesso a diversos sistemas no seio da empresa e preparar a futura integração do NE.

Estádio 3

A empresa usa a Internet, não só como um meio de comunicação, mas também para a venda e compra de produtos e serviços. A Internet é adoptada como um meio de distribuição inovador, complementando o meio tradicional.

Estádio 4

As empresas deparam-se com os problemas que o NE provoca quando é construído com base em processos de negócio ineficientes ou inadequados. Assim, no quarto estádio, as empresas focam-se na construção de novos modelos de negócio que, através de alguns ajustes aos processos de negócio, se adaptam à nova economia e às expectativas dos clientes e possibilitam à empresa permanecer no NE.

Estádio 5

Surgem novos meios de comunicação no seio da empresa, que usam tecnologias móveis e sem fios. Estas tecnologias alteram o negócio na Internet, uma vez que o cliente exige dispositivos móveis que lhe possibilitem ter acesso à oferta disponível na Internet sem qualquer restrição (anywhere, at any time). O factor essencial para o sucesso é a redefinição da gestão de processos, adaptando-se ao novo processo de negócio e as TI, que possibilitam as tomadas de decisões, em tempo real.

Estádio 6

A empresa atinge a maturidade ao concluir os diferentes estádios de adopção do NE com sucesso. No entanto, as forças do mercado e o desenvolvimento de novas tecnologias, não possibilitam a estabilização de uma empresa neste estádio, levando-a a uma alteração contínua ao longo do tempo.

3.2.1.2 O modelo de Rayport e Jaworski

Rayport e Jaworski sugerem um Modelo de Maturidade de NE, que foi desenvolvido, especialmente para a adopção de tecnologias inter-organizacionais (B2B). Neste modelo é sugerido que o NE deve ser separado de outras iniciativas. Segundo os autores uma empresa que procura sucesso tem de passar pelos seguintes quatro estádios de desenvolvimento de NE (Rayport & Jaworsky, 2002):

Estádio 1

Criação de sites para os clientes, de forma a fornecer informação sobre a empresa, produtos e serviços. O factor importante é estar presente na Internet.

Estádio 2

A Internet é usada como meio para a interacção com os clientes. Estádio 3

Integração da Internet como meio para a gestão e o suporte de transacções com os clientes.

Estádio 4

A Internet é usada a nível inter-organizacional, que pode ser disponibilizada e utilizada pela empresa e os seus parceiros.

3.2.1.3 O modelo de Rao

Rao, Metts e Monge desenvolveram um Modelo de Maturidade que descreve a evolução lógica dos Modelos de Maturidade do NE através de diversos estádios. Isto, porque os autores pressupõem que o modelo pode ser um guia para ajudar as empresas a progredir para um estádio de maturidade mais avançado, embora especificam que o modelo não requer que a empresa acompanhe progressivamente cada estádio com sucesso. Isto é, uma empresa pode-se iniciar em qualquer estádio e pode “saltar” certos estádios do modelo. Uma empresa que reconheça a importância das TI e do NE pode começar numa fase de maturidade mais avançada, saltando as outras, de forma a acelerar o seu processo de desenvolvimento no NE.

O modelo de Rao sugere os seguintes estádios (Rao, Metts & Monge, 2003):

Estádio1

A empresa está presente na Internet e possui um site com informação, com um sentido de comunicação, sem intenção de receber informação dos internautas (Boisvert, 2003). Isto é, o site não tem qualquer tipo de interacção, uma vez que é uma brochura virtual da empresa, com os seus produtos, serviços e informação geral e invariável (Timmers, 2000). A presença na Internet tem como objectivo atrair novos clientes e não inclui qualquer tipo de processo interno ou externo à empresa.

Estádio 2

Uma empresa com um site informacional, permitem aos clientes e aos fornecedores fazer ofertas, enviar comentários e participar em exames on-line. A empresa utiliza

cookies em certas páginas, com o objectivo de obter informação sobre os visitantes, de

forma a compreender o perfil dos internautas. Existe comunicação nos dois sentidos, ou seja, já existe interacção entre a empresa e o internauta.

Estádio 3

A empresa possui transacções financeiras online, que envolvem a compra e venda de bens e/ou serviços. Isto implica uma elevada competência técnica e estrutural. A empresa pode criar comunidades virtuais com os participantes, que possibilitam a partilha de informação baseada em interesses comuns. O site transaccional também pode funcionar como uma plataforma para acções electrónicas ou um negócio virtual para compradores e vendedores. Neste estádio a empresa implementa a Internet somente a nível dos processos internos da empresa.

Estádio 4

As tecnologias da Internet estão perfeitamente integradas a nível de processos internos e externos. Essa integração utiliza os sistemas de NE para gerir as transacções com clientes (CRM) e a cadeia de fornecedores (SCM), o que implica uma parceria intensa entre clientes e fornecedores. De forma a atingir o estádio de maturidade, o estádio final, é necessário que a empresa escolha uma integração do NE com os processos do negócio.

3.2.1.4 O modelo de Chan e Swatman

Chan e Swatman desenvolveram um Modelo de Maturidade que incorpora os processos de transformação de NE B2B tradicional e que salienta a natureza evolutiva da implementação do NE.

Os autores defendem que existem cinco tipos de crescimento que têm que ser controlados nos vários estádios de maturidade: o crescimento na estratégia e objectivos das iniciativas; o crescimento na estrutura da implementação de NE; o crescimento nos tipos de tecnologias de NE e aplicações usadas; o crescimento no foco da implementação; o crescimento no grau de envolvimento da gestão na implementação. O modelo de Chan e Swatman sugere os seguintes estádios (Chan & Swatman, 2004):

Estádio 1

A empresa que inicia a implementação do NE. Durante este estádio as necessidades de um departamento particular são conduzidas de modo a melhorar o seu desempenho e a gestão por vezes não tem consciência dos possíveis problemas e dos efeitos a longo prazo da implementação.

Estádio 2

Expansão da primeira experiência da implementação do NE a toda a empresa. A gestão reconhece a necessidade de um planeamento e estratégia de implementação e assim, é usada uma solução centralizada em vez de uma solução departamental para melhorar o controlo e a gestão. Esta solução centralizada de implementação é por vezes complementada por uma cooperação e colaboração inter-departamental na gestão de projectos do NE. A empresa depara-se com os problemas de compatibilidade e com a complexidade das tecnologias.

Estádio 3

Contrariamente à empresa, que está fascinada com o potencial da tecnologia do NE, os participantes externos, especialmente consumidores, estão mais relutantes ao estarem envolvidos. Como resultado, as empresas decidem procurar outras oportunidades oferecidas pela tecnologia e a empresa procura possíveis soluções tecnológicas de NE que funcionem e que sejam implementadas com sucesso. Neste estádio, a empresa adquire competências técnicas e descobre processos de negócio, que lucram com a integração do NE.

Estádio 4

A empresa alcança um nível de maturidade na implementação do NE, já não se depara com problemas de compatibilidade ou complexidade das tecnologias e reconhece a exigência de continuar o investimento em sistemas de NE.

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