O modelo SOG-e

Quando uma empresa opta pela implementação do NE, surgem diversos desafios e oportunidades, que influenciam a progressão do NE de uma empresa. Tornar-se um NE é, para a maior parte das empresas, um desenvolvimento evolutivo (Porter, 2001). O modelo Stages of Growth for E-Business (SOG-e), foi desenvolvido especificamente para o NE, com o objectivo de ser utilizado como modelo que possibilita a identificação e a compreensão da progressão do NE no âmbito das PME.

Este modelo foi baseado no Modelo de Maturidade desenvolvido por Galliers e Sutherland (Galliers & Sutherland, 1999), em combinação com o Modelo de Maturidade do CE elaborado por McKay (McKay, Prananto & Marshall, 2000).

Como se pode visualizar na Figura 5, o modelo SOG-e retém os seis estádios do modelo de Galliers e Sutherland. Estes estádios, metade inferior da Figura 5, descrevem o nível de maturidade das TI/SI tradicionais, utilizadas numa empresa. O modelo SOG-e completa-se com a adição de seis estádios do Modelo de Maturidade para o comércio da Internet, como se pode visualizar na metade superior da Figura 5.

Figura 5. O modelo de maturidade SOG-e (McKay, Marshall, & Prananto, 2000)

Através da disposição dos estádios em “Y” pretende-se salientar a maturidade do NE, em que o ponto de encontro é o centro da imagem, nos estádios 5 e 6, que representam os estádios mais elevados de maturidade do NE.

Assim, como os outros Modelos de Maturidade, o modelo SOG-e pressupõe a progressão através de estádios ao longo do tempo. Esta progressão relaciona-se com o conhecimento, experiência e perícia adquirida pela empresa, em que esta só progredirá

para um estádio mais maturo, no caso de ter adquirido o conhecimento, experiência e perícia necessária para poder transitar. Assume-se que uma empresa acumula todo o conhecimento, experiência e perícia dos estádios anteriores.

O modelo SOG-e é uma ferramenta de análise útil, que ajuda a compreender e a descrever a posição de uma empresa em termos de NE, incluindo o estádio de maturidade em relação às TI/SI (Prananto, McKay & Marshall, 2003). Este modelo também ajuda a compreender as diferentes forças e as barreiras da implementação do NE em cada estádio de maturidade.

O conhecimento do nível de maturidade em que uma empresa se encontra, em conjunto com as descrições que o modelo providencia, podem guiar uma empresa no planeamento de estratégias para o NE.

Este modelo é constituído por seis estádios de maturidade (Prananto, McKay & Marshall, 2003; Prananto, McKay & Marshall, 2004):

Estádio 1

No primeiro estádio, a empresa não tem nenhuma estratégia definida para as iniciativas de NE. Existe falta de clareza e de direcção na gestão de projectos do NE. Não existe nenhum membro da empresa designado para as iniciativas do NE. Os processos tradicionais do comércio tradicional da empresa não são afectados pelo NE.

Estádio 2

No segundo estádio, o NE começa a ter importância na empresa, apesar da falta de estratégia. As responsabilidades de certos membros da equipa são estendidas ao desenvolvimento e manutenção das actividades de NE. As iniciativas que dizem respeito ao NE de uma empresa são percebidas como tendo um impacto limitado no processo de negócio tradicional.

Estádio 3

O terceiro estádio é caracterizado pelo aumento da importância das iniciativas de NE e o seu papel na empresa. As iniciativas de NE começam-se a tornar mais claras e com uma direcção mais definida. Todavia, o desenvolvimento do NE tem uma perspectiva centrada na tecnologia sem ser influenciado pelas necessidades do negócio da empresa; Uma equipa com perícia técnica, é encarregue, exclusivamente, do desenvolvimento do NE da empresa. O impacto deste desenvolvimento nos processos de negócio existentes é crescentemente visível na empresa.

Estádio 4

No quarto estádio, o desenvolvimento e a adopção do NE começa a ser mais orientado nas necessidades da empresa em termos de estratégia de negócio. Este estádio caracteriza-se pela integração e coordenação entre os componentes de NE (TI/SI, Internet, …) e os processos de negócio da empresa. Além disso, a equipa técnica encarregue do desenvolvimento do NE trabalha em conjunto com a equipa mais orientada à estratégia de negócio da empresa. As iniciativas da empresa, relativamente ao NE, são percebidas como uma força por detrás da reengenharia de processos de negócio.

Estádio 5

O quinto estádio é caracterizado pela integração entre os processos de negócio tradicionais e os processos de NE, que incrementam a comunicação e os fluxos de processos no seio de uma empresa. O objectivo das iniciativas de NE é trazer valor estratégico para a empresa. Estas iniciativas implicam o envolvimento de vários departamentos da empresa. As TI/SI são altamente integradas na empresa. Ao longo deste estádio, o NE tem um papel essencial na empresa, melhorando as suas funções e operações.

Estádio 6

O sexto e último estádio é caracterizado pela total integração do NE e dos processos de negócio nos diferentes níveis de uma empresa, tanto internamente como externamente (com todos os parceiros do negócio). Existe um esforço dinâmico e estratégico entre os gestores das TI/SI e os gestores que estão directamente responsáveis pelo negócio da empresa. As iniciativas de NE criam e mantêm vantagem competitiva para a empresa. Esta, tem acesso a todas as qualificações e a todo o conhecimento interno requerido para as iniciativas de NE, o que é essencial na reestruturação de processos ligando os diferentes membros da rede de negócio externa e os sistemas inter-organizacionais. Assim como o modelo SOG-e pressupõe que uma empresa pode saltar estádios de maturidade ou regredir de um estádio mais maturo para outro menos maturo, também pressupõe que os estádios são caracterizados por múltiplos elementos ou características, Tabela 3, que possibilitam a uma empresa estar em diferentes níveis de maturidade nessas diferentes características. É possível uma empresa encontrar-se no estádio 3 ou 4

em relação aos sistemas do NE e, simultaneamente, situar-se no estádio 2 de maturidade em relação ao critério da Equipa/Aptidões.