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Assim como em situações de mercado tradicionais, também no contexto do NE existem diferentes formas de ligar o comprador ao vendedor (Gouveia, 2006). O tipo de relacionamento existente entre os diferentes intervenientes determina os modelos de negócio a seguir para levar à prática a actividade da empresa.

Embora existam muitos modelos, é possível identificar os tipos de modelos mais genéricos que foram desenvolvidos (Morais, Gonçalves & Pires, 2007b).

Tanto o NE como o CE possuem diferentes modalidades, Figura 2, de acordo com o tipo de intervenientes envolvidos na transacção (Gonçalves, 2005; Morais, Gonçalves & Pires, 2007c). As excepções a esta forma de classificação, são o P2P e o M-commerce

Figura 2. Tipos de NE (adaptado de (Capelas, 2008; Gonçalves, 2005))

As modalidades mais comuns são (Gouveia, 2006; Morais, Gonçalves & Pires, 2007c):

Business–to-business (B2B)

Este tipo de CE relaciona negócio com negócio e engloba todas as transacções electrónicas efectuadas entre empresas, que utilizam a Internet como ambiente de negócios. O B2B permite uma maior eficiência nas transacções do negócio e um acesso rápido e constante aos parceiros de negócio a toda a informação necessária para a realização de um negócio, permitindo assim uma aproximação entre os parceiros de negócio.

Correspondendo, actualmente, a cerca de 90% do CE realizado em Portugal, o comércio B2B desenvolve-se, basicamente, em três grandes áreas: eMarketplace, e-Procurement e e-Distribution (Gouveia, 2006).

Os e-Marketplaces consistem em plataformas electrónicas online onde as empresas podem obter e disseminar informação. É o sítio onde as empresas se podem reunir com o mesmo objectivo, que é o de estabelecer laços comerciais entre si (comprar e vender). Os e-Procurements são plataformas electrónicas especificamente desenvolvidas para suportar o aprovisionamento das empresas. Estas, permitem a optimização da cadeia de fornecimento em termos de tempo e de custos, através da automatização das interacções com os seus fornecedores.

Os e-Distributions consistem em plataformas electrónicas concebidas para integrar as empresas com os seus distribuidores.

Apesar do comércio B2B já se praticar há algumas décadas, nomeadamente com a utilização da tecnologia EDI, é com o recurso às mais recentes tecnologias disponíveis que o modelo B2B tem vindo a incentivar inovadoras formas de cooperação

organizacional, tornando as empresas cada vez mais competitivas e ajudando-as a enfrentar, com sucesso, os novos desafios da globalização (Gouveia, 2006).

Business–to-consumer (B2C)

Este tipo de CE relaciona negócio com o consumidor (cliente) e caracteriza-se pela automatização das transacções ocorridas pela Internet e pelo estabelecimento de relações comerciais electrónicas entre as empresas e os consumidores finais. O B2C permite às empresas o acesso a um mercado mais vasto, com custos bastante mais baixos e permite aos consumidores ter mais informação ao seu alcance e efectuar uma compra de forma mais confortável, recebendo um atendimento igualmente personalizado com rapidez na concretização do pedido. Este tipo de comércio é tradicionalmente o que está mais associado às práticas de CE e tem-se desenvolvido bastante devido ao advento da Internet, existindo já múltiplos sites na Internet que comercializam todo o tipo de bens de consumo.

Business–to-employee (B2E)

Este tipo relaciona negócio com o empregado, ou seja, é o relacionamento entre a empresa e os seus colaboradores. O B2E caracteriza-se através da disponibilização de informação da empresa, processos internos e procedimentos de documentação aos empregados, disponíveis através da Intranet e/ou da Extranet da empresa. Este tipo é aplicável aos clientes que necessitam estabelecer um relacionamento de colaboração e partilha de informação entre os seus próprios funcionários, uma vez que o B2E é uma componente muito importante para que o B2B tenha sucesso.

Business–to-administration (B2A)

Este tipo de CE relaciona negócio com a administração e caracteriza-se pelas transacções online entre as empresas e a administração pública. O B2A envolve uma grande quantidade e diversidade de serviços e, apesar de este tipo de CE ainda se encontrar numa fase inicial de desenvolvimento, tem uma tendência a aumentar rapidamente, particularmente com a promoção do CE na administração pública e com os mais recentes investimentos no e-government.

Consumer–to-administration (C2A)

C2A podem-se destacar as seguintes áreas de aplicação: segurança social, saúde, educação e imposto.

Este modelo e o modelo B2A, ambos modelos que envolvem a administração pública, estão fortemente associados à ideia de modernização, agilização, transparência e qualidade do serviço público, aspectos cada vez mais realçados pela generalidade das entidades governamentais.

Consumer–to-consumer (C2C)

Este tipo de CE relaciona o consumidor com o consumidor, isto é, caracteriza-se pelas transacções electrónicas efectuadas entre indivíduos ou consumidores finais. O C2C está associado à transacção directa entre consumidores com a ajuda (ou intermediação) de alguma empresa. Isto é, o consumidor prepara o produto para o mercado, coloca-o para leilão ou venda e depois é o facilitador de mercado que faculta a infra-estrutura para que os produtos possam ser facilmente expostos, encomendados e transaccionados. As empresas que facilitam essa transacção geralmente ganham uma comissão por cada transacção, mas, como intermediários, não se envolvem na qualidade nem influenciam os valores dos produtos.

Peer–to-peer (P2P)

Esta tecnologia é uma arquitectura de sistemas distribuídos que se caracteriza pela descentralização das funções na rede e onde cada computador ou outro tipo de unidades de processamento realiza funções de servidor como funções de cliente. O P2P permite aos utilizadores da Internet a partilha directa de arquivos digitais, sem necessidade de um intermediário. Na maioria dos casos, para que as operações sejam feitas de formas mais rápidas, as redes P2P utilizam servidores. Não se pode classificar como um meio de comércio puro por não envolver o factor monetário (lucro) e também por só permitir a sua realização com bens que possam ser digitalizados. No entanto, já há algum tempo que se tenta adaptar as características da tecnologia P2P ao CE (Gonçalves, 2005).

M-commerce

Esta tecnologia refere-se ao uso de dispositivos móveis sem fios para permitir transacções na Web. O M-commerce baseia-se no protocolo Wireless Application

Protocol (WAP) e é através do uso de um telemóvel ou de um PDA (Personal Digital

Assistants) que os utilizadores podem aceder à Internet sem a necessidade de estarem ligados a um computador. Depois de estabelecida a conexão à rede é possível ter acesso

a um conjunto de serviços de valor acrescentado de informação, entretenimento e transacções realizadas sobre redes de telecomunicações móveis, públicas ou privadas.

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