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APROPRIAÇÃO DE A QUOIT TIENT LA SUPERIORITÉ DES ANGLO SAXONS? E L’ EDUCATION NOUVELLE, DE EDMOND DEMOLINS

No documento As leituras pedagógicas de Sílvio Romero (páginas 130-152)

MORALE ET PHYSIQUE DE HERBERT SPENCER

OUVRAGES DE M HERBERT SPENCER TRADUITS EN FRANÇAIS

3.2 APROPRIAÇÃO DE OBRAS DA ESCOLA DE CIÊNCIA SOCIAL

3.2.2 APROPRIAÇÃO DE A QUOIT TIENT LA SUPERIORITÉ DES ANGLO SAXONS? E L’ EDUCATION NOUVELLE, DE EDMOND DEMOLINS

Edmond Demolins (1852-1907) nasceu em Marselha, na França. Fez os primeiros estudos na terra natal. Estudou o secundário no Collège Jésuite des Mongré. Formou-se em

História na École de Chartres. Em Paris conheceu Fredéric Le Play e tornou-se um de seus diletos discípulos. Foi membro da Societé Internacionale des Études Pratiques d’Economie

Sociale, da Union de la Paix Sociale, da Société de Geographie de Paris. Criou a Société pour

le développement de l’ initiative privée. Inspirado nos métodos pedagógicos ingleses fundou a

École des Roches. Dirigiu a revista La Réforme Sociale e fundou e dirigiu a revista La Science

289 ROMERO, Sílvio. A América Latina. Análise do livro de igual título do dr. Manuel Bomfim. Porto: Lello &

Irmão, 1906, p. 264.

290 ROMERO, Sílvio. O remédio. In: _______. O Brasil social e outros estudos sociológicos. Brasília: Senado

Sociale. É autor de A quoi tient la superiorité des anglo-saxons? (1897), Le Français

d’aujourd’hui: les types sociaux du midi et de centre (1898), L'Éducation nouvelle: L'École des Roches (1899), Le Français d'aujourd'hui: les types sociaux du Nord (1899), Comment la

route crée le type social: les routes du monde moderne (1900), A-t-on intérêt à s’emparer du

pouvoir? (1902), entre outras.291

A quoi tient la superiorité des anglo-saxons? e L’éducation nouvelle são analisadas em conjunto devido a organicidade das obras.

291 Cf. KALAORA, Bernard e SAVOYE, Antoine. Les inventeurs Oubliés: Le Play et ses continuateurs aux

origns dês Sciences Sociales. Paris: Champ Vallon, 1989; MONERRIS, José Ignacio Garrigós Monerris. Pierre- Guillaume-Frédérich Le Play (1806-1882): biografia intelectual, metodologia e investigaciones sociológicas. Tese (Doutorado) -Facultad Ecónomica, Universidad de Alicante, 2001; ROMERO, Sílvio. Edmond Demolins. In: _______. O Brasil social e outros estudos sociológicos. Brasília: Senado Federal, Conselho Editorial, 2001, p. 61-82; BOTELHO, Tarcísio Rodrigues. The family in the works of Frédérich Le Play. Dados. vol. 45, n. 3, p. 513-544, 2002.

Figura 13 – Folha de rosto de A quoi tient la superiorité des anglo- saxons? por Edmond Demolins

Fonte: SOUZA, Cristiane Vitório. Folha de rosto de A quoi tient la superiorité des

A quoi tient la superiorité des anglo-saxons?292 era originalmente uma série de artigos publicada na revista La Science Sociale. Em 1897, foram reunidos e transformados em livro pela editora Firmin-Didot et Cie. O volume lido por Sílvio corresponde à sua quinta edição. No verso da folha de rosto o editor fez um convite à leitura de outras obras do autor:

Du même auteur:

Les Français d'aujourd'hui: les types sociaux du Midi et du Centre. 8ª mille.

Un vol, in-12, broché. 3 fr. 50

Cartonn percaline 4fr.

50

L'Éducation nouvelle - L'École des Roches. 9ª mille. - Un vol, in-12, avec de

nombreuses illustration 3fr. 50

Cet ouvrage a été traduit en espagnol et en russe; cette dernière traduction a été fite par M. Pobedonostzeff, Procureur du Saint Synode.

A quoi tient la superiorité des Anglo-saxons. - Éditions anglaise, allemande, espagnole, russe, romaine, polonaise et arabe.

Conférence de M. E. Demolins à la Sorbonne sur l'avenir de l'Education

nouvelle. Une brochure in-18 0 fr. 50

L'École des Roches: Nos élèves en Angleterre. Une brochure in-8º

0 fr. 75 En préparation:

Les Français d'aujourd'hui - les types sociaux du Nord.293

Além de estimular o leitor a comprar outros exemplares o editor anunciou as diversas traduções, mostrando a importância da obra, o quanto ela tem sido requisitada. Apresentou também o preço das obras e ofereceu um dos livros em brochura ou cartonado, para que o leitor ficasse à vontade para escolher aquele que fosse mais adequado ao seu orçamento. Essas estratégias parecem ter surtido efeito, uma vez que além de A quoi tient la superiorité des

292 DEMOLINS, Edmond. A quoi tient la superiorité des anglo-saxons? Paris: Librairie de Paris Firmin-Didot

et Cie., 1897.

293 DEMOLINS, Edmond. A quoi tient la superiorite des anglo-saxons? Paris: Librairie de Paris Firmin-Didot

anglo-saxons? Sílvio adquiriu L’Education nouvelle e Les Français d'aujourd'hui: les types

sociaux du Midi et du Centre294.

A obra em análise foi impressa em formato in-12, o principal padrão da casa Firmin- Didot. Na sua confecção foi empregado o tipo romano com corpo 12, entrelinhamento com 4 pontos em relação ao corpo. O exemplar estudado apresenta margem superior de 2,5 cm e margens inferior, medianiz e dianteira de 1,5 cm. As margens originais eram um pouco maiores e foram reduzidas quando a obra recebeu encadernação. Isso fica evidente a partir do corte sofrido por algumas das anotações feitas pelo leitor.

Há alguns aparelhos críticos como prefácios do autor, índice analítico e apêndice do editor. No prefácio à primeira edição Demolins estabeleceu um diálogo com o leitor. Alertou para “eviter toute confusion de la part du lecteur” que no segundo capítulo, quando mencionou a Alemanha, estava se referindo à Alemanha nova e não a Alemanha antiga. No prefácio à segunda edição rebateu críticas feitas por alguns leitores, especialmente a que postula a superioridade dos alemães. Alguns críticos alegaram que na Alemanha é forte o espírito de associação e que isso comprova a pujança do país no concerto das nações européias. Demolins rebateu afirmando que as associações comerciais alemãs, organizadas artificialmente, são eficazes para atenuar a inferioridade do meio, das condições de trabalho e de uma formação social que cultiva mais a ação coletiva que a individual, mas não são suficientes para suprimir essa inferioridade. Apontou como razão da inferioridade alemã o regime político imperial implantado após a unificação, excessivamente centralizador e opressor da iniciativa individual. Estas observações do autor foram sublinhadas por Sílvio que, ao término do prefácio, observou: “Há erro n’esta apreciação da Allemanha”.295 Este foi um prenúncio de algumas discordâncias do nosso leitor em relação à obra do sociólogo francês. No apêndice preparado pelo editor foram publicadas resenhas favoráveis publicadas na imprensa francesa e estrangeira por autores eminentes. Através desses mecanismos os produtores procuraram guiar a leitura.

294

DEMOLINS, Edmond. Les français d’aujourd’hui: les types sociaux du midi et du centre. Paris: Firmin Didot, [1898?]; DEMOLINS, Edmond. L’Éducation nouvelle: l’École des Roches. Paris: Firmin-Didot, 1899.

295 DEMOLINS, Edmond. A quoi tient la superiorite des anglo-saxons? Paris: Librairie de Paris Firmin-Didot

Nesta obra Demolins estabeleceu como objetivo evidenciar que a superioridade da Inglaterra e dos Estados Unidos no cenário mundial deve-se à formação particularista dos povos anglo-saxões. Buscou subsídios na obra de outro discípulo de Le Play: Henri de Tourville. Adotou a classificação da sociedade em povos de formação comunária de família, de formação comunária de família e de Estado, de formação comunária de Estado e de formação particularista. Nas formações sociais comunárias há o predomínio do interesse coletivo sobre o interesse particular, da vida pública sobre a vida privada e há preferência pelas profissões liberais e administrativas. Nas formações particularistas há a prevalência do interesse particular, da vida privada e há maior procura pelas profissões relacionadas à agricultura, à indústria e ao comércio. Assim como Tourville, julgou que os povos particularistas são os únicos aparelhados para vencer os desafios da sociedade contemporânea. Dividiu a exposição em três partes: Le français et l’anglo-saxon dans l'école, Le

français et l'anglo-saxon dans la vie privée e Le français et l’anglo-saxons dans la vie

publique.

No primeiro livro, Le français et l’anglo-saxon dans l'école, evidenciou que cada povo organiza a educação à imagem e semelhança do seu estado social. Mediante esta convicção analisou os regimes escolares francês, alemão e inglês com o fito de mostrar qual o modelo mais adequado para ser adotado na França.

Mostrou que a França, habitada por povos de formação comunária de Estado, prioriza a educação intelectual, a preparação dos discípulos para o ingresso nas carreiras liberais e administrativas. Enfatizou que o conhecimento transmitido é superficial, apenas suficiente para os exames necessários para o ingresso nas escolas superiores. O método de ensino é mnemônico e visa a obtenção da docilidade.

Em seguida, avaliou o regime escolar vigente na Alemanha, país também constituído por povos de formação comunária de Estado. Destacou que se o objetivo do regime escolar alemão é preparar os indivíduos do ponto de vista técnico, oferecendo uma educação literária de qualidade, do ponto de vista prático, tornando-os aptos para a tarefa de expansão do país, e do ponto de vista político, formando defensores do Império. Demolins rejeitou o modelo alemão, que na sua opinião não consegue cumprir o que propõe. Além disso, considerou a educação oferecida na Alemanha, assim como a fornecida na França, incapaz de produzir

homens com espírito de iniciativa como exige o desenvolvimento da sociedade contemporânea.

Analisou também a experiência educacional inglesa. Mostrou que o seu alvo é desenvolver todas as faculdades humanas. Para atingir esse ideal a escola prima pela prática e oferece aos discípulos o contato com a natureza e a realidade das coisas. Cita como exemplares as instituições de Albotsholme e de Bedales. As atividades desenvolvidas nestas escolas compreendem instrução clássica, física, manual e artística. Ressaltou que a educação inglesa é sustentada pela iniciativa privada, característica típica das sociedades de formação particularista. Nas sociedade de formação comunária ocorre o oposto: o Estado controla a educação a partir dos controle dos exames.

Após analisar os regimes escolares francês, alemão e inglês, debruçou-se sobre o modelo que deve ser adotado para garantir um futuro luminoso para a França, uma vez que julgou o modelo vigente inadequado às exigências da sociedade industrial. Avaliou que o modelo anglo-saxão era o único capaz de corrigir as deficiências da formação social francesa e livrar o país de uma profunda crise social

No segundo livro, Le Français et l’Anglo-saxon dans la vie privée, evidenciou que a formação comunária de família e estado da sociedade francesa e o modelo de educação dela decorrente faz com que os homens se mantenham ligados à família, à comunidade e seus respectivos modos de existência, provocando uma redução da taxa de natalidade e comprometendo a longo prazo a situação financeira do país; já a formação particularista dos povos anglo-saxões e seu respectivo modelo educacional produzem homens de iniciativa capazes de triunfar ante as atuais dificuldades e assegurar o mais alto grau de desenvolvimento para o seu país.

Em Le Français et l’Anglo-saxon dans la vie publique, mostrou que a formação de sociedade e família da França e o modelo de ensino levam os homens a esperarem que a comunidade e o Estado resolvam seus problemas e a formação particularista dos anglo-saxões incentivam os homens a resolver seus problemas com seus próprios esforços, apelando para outras instâncias apenas em último caso. Para Demolins os povos anglo-saxões possuem

maior possibilidade de alcançar a felicidade que os franceses. Uma solução seria tentar modificar a França adotando o modelo anglo-saxão de educação.296

Sílvio leu atentamente A quoi tient la superiorité des anglo-saxons? Assinou Roméro na folha de rosto. Logo após dedicou-se a ler e anotar o volume.

Para assinalar as passagens mais relevantes utilizou asteriscos, sublinhados simples ou duplos, traços verticais simples ou duplos ao lado dos parágrafos, a letra V ou parênteses para assinalar os o início e o fim de um trecho selecionado.

Deixou anotações de síntese, de concordância, de discordância e outras nas quais comparava o autor com outros autores.

Entre as anotações de síntese figuram: “a escola visa o saber e não a formação do caráter e as necessidades da vida presente. A escola alemã está submetida ao ponto de vista técnico, prático e político”297; “A Inglaterra e os Estados Unidos chegaram a perfeição de ter a força social, dispensando a política. A França está atrasada, só tem a política sem a social; A Alemanha tem ambas mas tudo leva a crer que [ilegível]”298; “(disputa entre normandos e saxões pela sobrevivência)”299; “família de sociedade patriarcal – comunária de família/ tronco – particularista/ instável – comunária de estado”, “1º Particularista com família tronco/ 2º comunária de família com família patriarcal/ 3º comunária de estado com família instável”; “quando o homem possue as qualidades fundamentaes ele resolve por sua própria conta a

296 Cf. DEMOLINS, Edmond. A quoi tient la superiorite des anglo-saxons? Paris: Librairie de Paris Firmin-

Didot et Cie., 1897.

297 DEMOLINS, Edmond. A quoi tient la superiorite des anglo-saxons? Paris: Librairie de Paris Firmin-Didot

et Cie., 1897, p. 18 [margem dianteira].

298 DEMOLINS, Edmond. A quoi tient la superiorite des anglo-saxons? Paris: Librairie de Paris Firmin-Didot

et Cie., 1897, p. 135 [margem inferior].

299 DEMOLINS, Edmond. A quoi tient la superiorite des anglo-saxons? Paris: Librairie de Paris Firmin-Didot

questão social e deve ser mestre de si mesmo e independente dos outros (These)”300; (Indivíduo e sociedade)301; (These)302.

Também deixou algumas anotações de concordância: (tudo isto é capital e lança muita luz)303; “Seria uma fortuna tomarmos o modelo americano ou inglez”304.

Apesar do entusiasmo pela obra Sílvio deixou algumas notas de discordância. Demolins afirmou que os alemães pecam por defender uma educação militarizada voltada para a defesa da soberania nacional. Sílvio contestou: “O imperador tem o ideal prático e nacional. Nisto tem razão. Pode ter errado nos meios”305. Sílvio também achou que o autor se confundiu algumas vezes: “Diz que a Alemanha tem formação comunária de estado e outras vezes faz exceção para a planície saxônica; outras vezes para toda a Alemanha do Norte, há evidente preocupação com o chauvinismo francez – A verdade é que a Alemanha quasi inteira é uma sociedade de formação particularista”306.

Mas, na maioria das marginálias de A quoi tient la superiorité des anglo-saxons?, Sílvio procurou evidenciar a possibilidade da implantação dessas idéias no Brasil. Quando Demolins discorreu sobre o modelo escolar francês anotou repetidamente em diversas páginas (Brasil).307 Noutra página afirmou peremptoriamente: (Parece escrito pª o Brasil)308. Quando o

300 DEMOLINS, Edmond. A quoi tient la superiorite des anglo-saxons? Paris: Librairie de Paris Firmin-Didot

et Cie., 1897, p. 216 [margem medianiz].

301 DEMOLINS, Edmond. A quoi tient la superiorite des anglo-saxons? Paris: Librairie de Paris Firmin-Didot

et Cie., 1897, p. 332 [margem medianiz].

302 DEMOLINS, Edmond. A quoi tient la superiorite des anglo-saxons? Paris: Librairie de Paris Firmin-Didot

et Cie., 1897, p. 347, 381, 389, 390 [margem medianiz].

303 DEMOLINS, Edmond. A quoi tient la superiorite des anglo-saxons? Paris: Librairie de Paris Firmin-Didot

et Cie., 1897, p. 176 [margem medianiz].

304 DEMOLINS, Edmond. A quoi tient la superiorite des anglo-saxons? Paris: Librairie de Paris Firmin-Didot

et Cie., 1897, p. 177 [margem inferior].

305 DEMOLINS, Edmond. A quoi tient la superiorite des anglo-saxons? Paris: Librairie de Paris Firmin-Didot

et Cie., 1897, p. 61 [margem medianiz].

306 DEMOLINS, Edmond. A quoi tient la superiorite des anglo-saxons? Paris: Librairie de Paris Firmin-Didot

et Cie., 1897, p. 16 [margem inferior].

307 DEMOLINS, Edmond. A quoi tient la superiorite des anglo-saxons? Paris: Librairie de Paris Firmin-Didot

autor escreveu sobre o modelo alemão, mais especificamente sobre o ensino gratuito e obrigatório, registrou: (Retrato do Brasil).309 Quando Demolins comparou a escola inglesa com a francesa escreveu na margem dianteira: (Brasil tudo inverso) e (Brasil como França).310 Quando o autor mostrou o programa que deve ser seguido na França escreveu na margem medianiz: (Sonho no Brasil),(Parece sonho / Incrível) e (Brasil não)311. Quando Demolins explicou o controle da educação pelo Estado na sociedades comunárias a partir dos exames escreveu na margem medianiz: (O caso do Brasil)312. Anotou também sobre as dificuldades de aplicar as idéias de Demolins ao país: “(Não se pode fazer cálculos de nada no Brasil, não há estatísticas que prestem)”, “(Temos apenas e mal nota de receita e despesa geral e da importação e exportação geral e mais nada)"313. Apesar dos empecilhos julgou que: “Tudo que se diz aqui pª a questão social se deve dizer ao brasileiro para solução do atraso do paiz (Não esquecer)”314.

308 DEMOLINS, Edmond. A quoi tient la superiorite des anglo-saxons? Paris: Librairie de Paris Firmin-Didot

et Cie., 1897, p. 13 [margem inferior].

309 DEMOLINS, Edmond. A quoi tient la superiorite des anglo-saxons? Paris: Librairie de Paris Firmin-Didot

et Cie., 1897, p. 16 [margem dianteira].

310 DEMOLINS, Edmond. A quoi tient la superiorite des anglo-saxons? Paris: Librairie de Paris Firmin-Didot

et Cie., 1897, p. 60 [margem inferior].

311 DEMOLINS, Edmond. A quoi tient la superiorite des anglo-saxons? Paris: Librairie de Paris Firmin-Didot

et Cie., 1897, p. 64 [margem dianteira].

312 DEMOLINS, Edmond. A quoi tient la superiorite des anglo-saxons? Paris: Librairie de Paris Firmin-Didot

et Cie., 1897, p. 72 [margem dianteira].

313 DEMOLINS, Edmond. A quoi tient la superiorite des anglo-saxons? Paris: Librairie de Paris Firmin-Didot

et Cie., 1897, p. 122 [margem dianteira].

314 DEMOLINS, Edmond. A quoi tient la superiorite des anglo-saxons? Paris: Librairie de Paris Firmin-Didot

Figura 14 – Folha de rosto de L’éducation nouvelle: l’École des Roches, de Edmond Demolins

Fonte: SOUZA, Cristiane Vitório de. Folha de rosto de L’éducation nouvelle. 2004. Acervo pessoal.

O exemplar de L’Éducation Nouvelle: L’École des Roches315 foi publicado em 1899, pela editora Firmin-Didot et Cie. No verso da folha de rosto o editor convidou, como de costume, à leitura de outras obras do autor:

Du même auteur:

A quoi tient la superiorité des Anglo-saxons.

Un vol, in-12, 15ª mille 3 fr. 50

Le même ouvrage: Éditions anglaise, allemande, espagnole, polonaise et arabe.

Les Français d'aujourd'hui: les types sociaux du Midi et du Centre. 8ª mille.

Un vol, in-12, 6ª mille 3 fr. 50

En préparation:

Les Français d'aujourd'hui - les types sociaux du Nord.316

Usou mais uma vez a estratégia de elencar as traduções e inovou ao exibir a tiragem, evidenciando a aceitação da obra.

A obra em análise foi impressa em formato in-12. Foi empregado o tipo romano com corpo 12, entrelinhamento com 4 pontos em relação ao corpo. O referido exemplar apresenta margens superior, inferior e dianteira de 2,0 cm e margem medianiz de 1,5 cm. Não há sinais de redução das margens durante o processo de encadernação. Há alguns aparelhos críticos como prefácio do autor e apêndices do editor. No prefácio Demolins explicou o propósito da obra para que o leitor compreendesse a sua exposição. Posicionados no final da obra, os apêndices La réforme de l'enseignement, uma conferência de M. Jules Lemaitre proferida na Sorbonne, La superiorité de l'École anglaise sur l'École allemande, artigo de um professor alemão, traduzido por M. J. C., Le type nouveau de l'École professionelle ouvrière e L'avenir

de l'éducation nouvelle, respectivamente, artigo e conferência de Edmond Demolins, cumpriram a função de reforçar as idéias defendidas pelo autor.

315 DEMOLINS, Edmond. L'education nouvelle: L'École des Roches. Paris: Firmin-Didot et Cie., 1899. 316 DEMOLINS, Edmond. L'education nouvelle: L'École des Roches. Paris: Firmin-Didot et Cie., 1899.

Antes de conhecermos esta obra de Demolins, faz-se necessário compreender que além de integrar a Escola de Ciência Social, ele é reconhecido pela sua contribuição à Pedagogia. É considerado um dos integrantes do movimento da Escola Nova que entre a última década do século dezenove e a terceira do século vinte, afirmou-se na Pedagogia mundial com experiências educativas consideradas de vanguarda, inspiradas em princípios formativos diferentes daqueles em vigor na escola tradicional. Na base dessa consciência educativa inovadora estavam não só as descobertas da Psicologia, que vinham afirmando a radical “diversidade” da psique infantil em relação à adulta, mas também o movimento de emancipação de amplas massas populares nas sociedades ocidentais. Embora as “escolas novas” tenham nascido e se desenvolvido como experimentos isolados, ligados a condições particulares e a personalidades excepcionais de educadores, elas, justamente porque tiveram imediatamente ampla ressonância no mundo educativo, propiciaram uma série de pesquisas no campo da instrução, destinadas a transformar profundamente a escola, não só no seu aspecto organizativo e institucional, mas também, e talvez sobretudo, no aspecto ligado aos ideais formativos e aos objetivos culturais.

A característica comum e dominante das “escolas novas”, que tiveram difusão predominantemente na Europa Ocidental e nos Estados Unidos deve ser identificada no recurso à atividade da criança. A infância, segundo esses educadores, deve ser vista como uma idade pré-intelectual e pré-moral, na qual os processos cognitivos se entrelaçam estreitamente com a ação e o dinamismo, não só motor, como psíquico, da criança. A criança é espontaneamente ativa e necessita, portanto ser libertada dos vínculos da educação familiar e escolar, permitindo-lhe uma livre manifestação de suas inclinações primárias. Em conseqüência desse pressuposto essencial, a vida da escola deve sofrer profundas mudanças: deve ser, se possível afastada do ambiente artificial e constritivo da cidade; a aprendizagem deve ocorrer em contato com o ambiente externo, em cuja descoberta a criança está espontaneamente interessada, e mediante atividades não exclusivamente intelectuais, mas também de manipulação, respeitando desse modo a natureza “global” da criança, que não

No documento As leituras pedagógicas de Sílvio Romero (páginas 130-152)