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Calagem

Nos sistemas de semeadura em solo seco (convencional, cultivo mínimo e plan- tio direto), adicionar a quantidade de calcário indicada pelo índice SMP para elevar o pH do solo a 5,5 (Tabela 6.2). No caso do sistema de cultivo com sementes pré-germi- nadas ou com transplante de mudas, a calagem não é indicada como corretivo da acidez do solo. Porém, se os teores de Ca ou de Mg trocáveis forem menores ou iguais a 2,0 cmolc/ dm3ou 0,5 cmolc/ dm3, respectivamente, recomenda-se aplicar 1,0 t/ ha de calcário dolomítico (Tabela 6.3). Em alguns solos orgânicos, o calcário pode ser reco- mendado como corretivo da acidez, mesmo em sistema pré-germinado.

A calagem também pode minimizar os efeitos prejudiciais da toxidez por ferro, que freqüentemente ocorre nos cultivares denominados "modernos" (p. 63).

Devido à crescente utilização de cultivos de sequeiro e de pastagem cul- tivada em rotação com o arroz irrigado por inundação, sugere-se corrigir a acidez do solo considerando-se a cultura mais suscetível à acidez.

Adubação

As recomendações de adubação para o arroz irrigado são apresentadas para diferentes faixas de rendimento, com base nos teores de matéria orgânica (nitrogê- nio), P e K. Para o sistema de semeadura em solo seco, as faixas de rendimento são: < 6,0 ; 6,0 a 9,0 e > 9,0 t/ ha, e para o sistema pré-germinado: 6,0 a 9,0 e > 9,0 t/ ha.

No estabelecimento da expectativa de rendimento, devem ser considerados todos os fatores que afetam a produção do arroz irrigado. A aplicação da dose de nutriente indicada não necessariamente assegura a obtenção do rendimento espe- rado. De modo geral, podem ser estabelecidas as seguintes situações:

Rendimento< 6 t/ ha: quando o arroz for cultivado com limitações em vários fatores que afetam a produção.

Rendimento de 6 a 9 t/ha: quando o arroz for cultivado com limitações em algum(ns) dos fatores que afetam a produção.

Rendimento > 9 t/ha: quando o arroz for cultivado em condições favoráveis de clima, especialmente alta radiação solar no período reprodutivo; uso de varie- dades com alto potencial produtivo; época e densidade de semeadura ade- quadas para a região; manejo adequado da irrigação, com relação à época e ao controle da lâmina de água; controle adequado de plantas daninhas, especial- mente o arroz vermelho, e controle fitossanitário da lavoura.

Nitrogênio

Sistemas de semeadura em solo seco

Sistema pré-germinado

As doses de nitrogênio indicadas nas tabelas podem ser alteradas, dependendo do histórico da lavoura, das respostas ao nitrogênio, dos cultivos antecedentes (legu- minosas, gramíneas), da incidência de doenças, especialmente a brusone, cujo desen- volvimento é favorecido pelo excesso de nitrogênio, do desenvolvimento vegetativo da lavoura e das condições climáticas (temperatura e luminosidade). Para os sistemas de semeadura em solo seco, a redução pode ser em até 30% ; para o sistema pré-germi- nado, a redução deverá se feita somente se houver restrição ao desenvolvimento da cultura devido aos fatores acima relacionados.

Sob sistemas de semeadura em solo seco, recomenda-se aplicar 10 kg de N/ ha na semeadura e o restante em cobertura, dependendo do teor de matéria orgânica do solo, do tipo de cultivar e da expectativa de rendimento. Eventualmente, ao ser cons- tatado um desenvolvimento vegetativo exuberante, deve-se reduzir ou até suspender aplicações adicionais de nitrogênio, especialmente para cultivares de porte médio e alto, mesmo em solos com baixos teores de matéria orgânica, devido aos riscos de aca- mamento. Quando a dose a aplicar em cobertura for menor do que 50 kg de N/ ha, pode-se aplicar em uma única vez no início da diferenciação da panícula. Para os demais casos, é mais eficiente aplicar 50 a 60% da dose de cobertura no início do

Teor de matéria orgânica no solo

Nitrogênio

Expectativa de rendimento (t/ ha)

< 6 6 a 9 > 9 % - - - kg de N/ ha - - - - £2,5 60 90 120 2,6 - 5,0 50 80 110 > 5,0 £40 £70 £110 Teor de matéria orgânica no solo Nitrogênio

Expectativa de rendimento (t/ ha)

6 a 9 > 9

% - - - kg de N/ ha - - - -

£2,5 90 120

2,6 - 5,0 70 - 90 90 - 120

perfilhamento ou emissão da quarta folha e o restante no início da diferenciação da panícula ("ponto de algodão").

Para o sistema pré-germinado, a adubação com N na base não é recomendada devido à possibilidade de perda de N por desnitrificação e pela drenagem do solo após a semeadura. Para os cultivares de ciclo curto (até 120 dias) e médio (até 135 dias) recomenda-se aplicar 50% a 60% do N no início do perfilhamento e o restante no início da diferenciação da panícula. Para os cultivares de ciclo longo (mais de 135 dias), a cobertura pode ser fracionada em 3 aplicações: 1/ 3 no início do perfilhamento, 1/ 3 no perfilhamento pleno e, se necessário, 1/ 3 na diferenciação da panícula.

A adubação de cobertura deve ser feita a lanço até, no máximo, três dias antes da entrada de água (semeadura em solo seco) ou sobre uma lâmina de água não circu- lante (sistema pré-germinado), interrompendo-se, neste caso, as entradas e as saídas de água do quadro por um período de 3 a 5 dias. A uréia e o sulfato de amônio são indi- cados para a adubação de cobertura. Doses elevadas de sulfato de amônio, em altas temperaturas, podem causar prejuízos pela formação de gás sulfídrico. Não são reco- mendados adubos nítricos para a cultura do arroz.

Fósforo

Sistema de semeadura em solo seco

I nterpretação do teor de P no solo

Fósforo

Expectativa de rendimento (t/ ha)

< 6 6 a 9 > 9 - - - kg de P2O5/ ha - - - - Baixo 60 75 90 Médio 40 55 70 Alto 20 35 50 Muito alto £20 £35 £50

Sistema pré-germinado

Doses menores de fósforo são recomendadas para o sistema pré-germinado, devido à maior disponibilidade causada pela inundação do solo que ocorre a partir do preparo e formação da lama antes da semeadura. Caso sejam utilizados fosfatos natu- rais reativos, deve-se aplicar doses de 20 a 30% maiores do que as indicadas nas tabelas.