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As atuações da sociedade civil e do poder público local

CAPÍTULO 4 ANÁLIS E DAS ENTREVIS TAS

4.1.3 As atuações da sociedade civil e do poder público local

Um fator de suma importância para ser percebido no projeto de desenvolvimento da região em relação ao setor de moda íntima é a não participação dos trabalhadores ou representantes da sociedade civil tanto na elaboração quanto na execução ou ainda na articulação, ou seja, não há nenhuma forma de participação ou integração. Essas pessoas, no entendimento do trabalho, têm uma considerável relevância para se alcançar um desenvolvimento sustentável e digno para a região, pois são partes integrantes na atuação

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das ações coletivas, junto com o poder público e os empresários. Quando indagado, no sentido de que haja alguma forma de participação dos sindicatos dos trabalhadores ou da sociedade civil, o representante do Senai teve como resposta: “Pois é, acho que não”.

Por iniciativa própria alguns setores da sociedade civil tentam romper com esse estigma, pois um grave problema gerado pelo setor de moda íntima da região é com as sobras produzidas pelas empresas, tendo um impacto danoso significativo ao meio ambiente. Sendo assim, surgiu a organização não governamental M ulheres de Fibra, que tem por objetivo está realizando o reaproveitamento criativo desses tecidos e outros materiais na produção artesanal de moda, decoração, brinquedos e artes plásticas, gerando trabalho e renda, educação ambiental e qualidade de vida. O projeto quer com essa iniciativa envolver os empresários, os trabalhadores, a população e os governos no sentido de conscientização no compromisso da responsabilidade social e do desenvolvimento sustentável. Sendo um caminho para justiça social, a preservação do meio ambiente e a qualidade de vida. Segundo seu representante, são descartadas, mensalmente, pela indústria de moda íntima, cinqüenta toneladas de tecidos diversos.

No entanto, apesar dessa iniciativa, o representante da ONG aponta uma grande resistência ao trabalho por parte das instituições, que estão na frente da articulação de promoção do APL. Estas instituições não estariam sensibilizadas com o campo social, pois estão mais voltadas para o lado economicista do setor com uma visão imediatista, não vislumbrando possíveis problemas no longo prazo, levantando uma questão cultural da região em estar preocupada somente com o futuro próximo.

“É total, quer dizer então veja onde eu fui saber as informações, e apresentar tentar uma interlocução, até os segmentos que no dia a dia operam na própria questão social, ou então estão jogando fora o material. Todo mundo tem as suas resistências bem demarcadas, e então a gente no dia a dia, vem tentando vencer isso. Quer dizer, o projeto a partir daí eu senti que tinha que fazer mais força, buscar identificar minhas limitações e também para onde eu poderia ir, e foi posto no papel puro e simplesmente (...)”.

“É, eu acho que é uma falta de visão, tanto do econômico quanto do social porque há uma discussão presente no formato das organizações econômicas em face de um mundo futuro próximo, você tem um, então eu acho que aqui as pessoas pensam muito no imediato, porque o histórico local tem essa característica, são micros e pequenas empresas de pessoas que eram trabalhadores das grandes empresas” (Representante da ONG M ulheres de Fibra).

Como se sabe a mobilização para a promoção do PM I partiu de cima para baixo através das instituições, tendo a Firjan e o Sebrae como os principais atores. M esmo com a criação do CDM ainda não existe uma representatividade empresarial satisfatória pelo motivo dessa representatividade acontecer de forma limitada, com poucos empresários, não tendo uma ampliação maior. O que se percebe é que as reivindicações desses empresários são voltadas para soluções imediatistas, confrontando com propostas que têm metas mais em longo prazo. Com isso, Conselho acaba atendendo essas solicitações de curto prazo desviando de outras ações, reforçando o discurso do representante da ONG já visto anteriormente.

“Aqui as instituições começam a se mobilizar, a olhar o que está acontecendo, e começam a empurrar as coisas, e os empresários não entendem muito bem o que está acontecendo, agora a pouco tempo montou-se o Conselho da M oda, aí num primeiro momento só institucional, não tinha tanta representatividade empresarial. De um ano e meio para cá, é que começa a mudar essa estrutura, você começa a ter uma representatividade maior dos empresários que é uma faca de gumes, porque muitos que participam começam a estar olhando, ou seja, eles têm uma visão limitada da proposta do Conselho, porque eles estão querendo ações emergentes para resolver os problemas deles atual, e muita das ações tem uma proposta de médio e longo prazo, principalmente a que a universidade pretende desenvolver e aí eles focam muito os seus problemas e os problemas mais pontuais, apagar o incêndio, e aí algumas vezes o conselho dar prioridade as ações de curto prazo” (Representante da UERJ).

Entretanto, a ONG Mulheres de Fibra junto com outras duas representações do terceiro setor, que têm uma atuação semelhante, conseguiram expor seus trabalhos na FEVEST no ano de 2003 e em 2004, por meio de uma parceria junto com Sebrae, mesmo sendo uma ajuda muito aquém do que poderia ser oferecida, segundo o representante da ONG, pois na medida em que foi tentada uma aproximação mais formal com o Sebrae, na tentativa de viabilizar o projeto da organização, não se conseguiu o apoio.

Uma outra parceria da ONG M ulheres de Fibra é com a prefeitura de Nova Friburgo, que cedeu um espaço e uma linha telefônica para que os trabalhos pudessem ser realizados. Depois se tentou, também, uma aproximação com o SINDVEST, mas segundo o representante da ONG, este ficou quase um ano sem um contato. No período da entrevista, estava-se buscando uma nova reaproximação com o SINDVEST para procurar parcerias com empresas locais, pois estas teriam recursos para alavancar o projeto.

Tanto no capítulo anterior quanto em alguns discursos, a prefeitura de Nova Friburgo é vista com uma atuação passiva na promoção do PM I. Em entrevista livre, chegou-se a comentar que a prefeitura só serviria para atrapalhar ou então, seu interesse seria somente por recursos oriundos dos projetos. No entanto, por meio das entrevistas com representantes do poder público de Nova Friburgo, observou-se uma outra visão, pois iniciativas estão sendo realizadas pelo poder executivo com objetivos de estarem contribuindo no desenvolvimento da região como um todo, mas também em favor do APL, mesmo que muito dessas iniciativas estejam aquém do potencial da prefeitura.

Essa visão pessimista do poder público pode está enraizada nas pessoas, pelo fato da atuação da prefeitura, de forma mais expressiva, está acontecendo recentemente. Sendo que algumas delas ocorrem nas secretarias sem uma integração com as outras instituições, que estão no comando da promoção do arranjo. É importante salientar, que pelo menos nos últimos 12 anos o poder municipal foi exercido sempre por dois grupos tradicionais da região, que tinham como características das suas gestões, políticas assistencialistas e fisiológicas, e somente com a gestão passada esse ciclo de poder se rompeu28. Com isso, modificar e perceber mudanças em determinados aspectos culturais e locais por parte tanto dos empresários quanto das instituições que estão à frente do projeto de desenvolvimento do PM I é algo de acentuada dificuldade.

Essa mudança de postura recente por parte da prefeitura também é identificada pelo representante da UERJ, que observa na nova gestão a criação de uma secretaria de desenvolvimento com características mais técnicas do que políticas. Nesse sentido observa-se uma maior aproximação junto ao CDM .

“Olha, numa fase inicial é um papel totalmente secundário, a parte do processo, porque o governo municipal principalmente, estou falando especificamente o municipal né, o governo municipal ele é muito preocupado resolver questões administrativas e políticas. Hoje com a mudança da secretaria, uma secretaria municipal de indústria comércio desenvolvimento econômico (...) houve uma profissionalização dessas secretarias, aí você começa a ter a prefeitura como a principal dentro dos seus limites orçamentários e tudo, intervindo e participando mais ativamente, as prefeituras municipais da região, elas começam a entrar no processo recentemente, (...)” (Representante da UERJ).

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No discurso do representante do poder público são observadas críticas frente as principais instituições que coordenam os projetos de promoção do APL. Na medida em que, mesmo com a criação do CDM , tendo como função uma maior integração e articulação entre as instituições envolvidas, sejam elas privadas ou públicas, são verificadas divergências de opinião sobre a condução dos projetos para o desenvolvimento do PM I. Chegando-se apontar, que o Sebrae e a FIRJAN estariam centralizando os poderes e execução dos projetos em favor de interesses próprios.

“(...) já existe uma tentativa de virar dono do projeto, porque o projeto vira uma grande vitrine, todo mundo que coordena o projeto aparece, as entidades como a Firjan como o Sebrae, querem virar donas do negócio, dizer que eles que estão fazendo, eles que são, eles que acontecem, você está entendendo? Inclusive marginalizando os interesses dos núcleos que dominam essas entidades, está certo? M arginalizando parceiros que são fundamentais como: prefeitura, (...), como o próprio SINDIVEST, eles tentam substituir o SINDIVEST liderando o setor29” (Representante do Poder Público).

Neste contexto, a inclusão de novas entidades que integraram o Conselho teria o objetivo de esvaziar sua representatividade tornando mais fácil para o presidente tomar as decisões.

“Com isso, eles colocaram para dentro o Banco do Brasil, BNDES, botaram as prefeituras aqui da região, as cinco prefeituras, botaram a Secretaria de Desenvolvimento do Estado, botaram o M inistério do Desenvolvimento, só esses daí, certo, então por isso hoje eles fizeram um conselhão, e esse fantástico acordo com o pessoal da FIirjan, uma tática inteligente para eles, está certo, porque você sabe que quando você tem um conselho muito grande, quem manda é o presidente, porque você nunca vai ter consenso, você vai ter uma briga muito grande, aí o presidente acaba tomando as decisões que quer, e aí os jogos de interesse. Hoje tem um monte de gente que apóia, amanhã troca, mas tem sempre gente apoiando o presidente, e o presidente faz o que ele bem entende” (Representante do Poder Público).

É apontado que o controle dos projetos que passam pelo Conselho é centralizado na figura do presidente do Conselho, representado pela Firjan de Nova Friburgo, e que a maioria das decisões acaba acontecendo por sua vontade.

“(...) hoje você pode colocar aí: a Firjan, o Sebrae, a UERJ, SINDIVEST e o Senai, mas na verdade a governância está conduzindo um processo a Firjan, porque o

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Em relação ao SINDVEST é preciso salient ar que nas entrevistas com s eus repres entantes n ão foi percebido esse tipo de conflito.

Cláudio30, ele tende a ser um cara mais, ele tem uma postura mais autocrática, ele é mais centralizador, toma á rédea da situação, conduz a reunião da forma que ele quer, às vezes não abre muito, então ele é um cara que pega para fazer, aí você começa a observar que a Firjan na figura dele começa a estar à frente” (Representante da UERJ).

Entretanto, apesar da criação do Conselho ainda não está atendendo totalmente sua finalidade, este passa um processo de evolução, segundo representante da UERJ, as instituições estão aprendendo a conviver e interagir uma com as outras, o que ele chama de aprendizagem institucional.

“(...) o setor de confecção com o Conselho da M oda, ele é mais eficiente, só que a gente está passando por momento de aprendizagem institucional, Rudhi Rangel fala sobre isso, a gente então teve um processo muito intenso sobre interação, de se relacionar, de aprender com o objetivo do outro, respeitar, de cada um atender as suas vendas. A gente está aprendendo muito assim institucionalmente, e até com a participação das empresas também, isso acaba e a estrutura está um pouco travada, mas é normal que esteja assim, porque faz parte do processo, e com um tempo vai se desembaraçando um pouco (...)” (Representante da UERJ).

Outra crítica realizada foi com a questão dos programas para o desenvolvimento do PM I, porque tem beneficiado principalmente um pequeno grupo de empresários, que teriam um poder de conhecimento junto com o Sebrae e a Firjan. Sendo que, esses programas não são voltados para os trabalhadores e para uma maior integração das empresas da região, com a intenção de combater a informalidade. Esses benefícios para as empresas também ocorreriam com os outros municípios da região.

“(...) aqueles caras, que formam aqueles grupos de poder é que são os beneficiados, por isso daí. Então as ações que você tem de viajem à Itália, de não sei o que e tal, então acaba sempre dentro dos mesmos, e claramente todos têm o Conselho da M oda, para privilegiar os mesmos. (...) então o que você tem são 50 empresas, que são pronunciadas instituição, as que estão sempre no negócio. (...) não existe assim, nós vamos escolher as 50 melhores empresas e vamos fazer um projeto para as 50 melhores empresas, não as 50 que estão lá, são as 50 de um grupo, que entre eles se organizaram e ocuparam esse espaço” (Representante do Poder Público).

“De novo tem os vencedores. Você pega Cordeiro tem umas 30 confecções, mas na verdade tem duas, que participam de tudo. Bom Jardim a mesma coisa deve ter

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umas 30 confecções, mas uma que participa de tudo, o resto então nem”. (Representante do Poder Público).

M ostrando que o poder público local está atuando de forma mais expressiva no PM I, este junto com o M inistério de Ciência e Tecnologia conseguiu aprovar um projeto para a construção e implantação de um Centro de Formação Profissional e Transferência de Tecnologia para a Indústria do Vestuário em Nova Friburgo, que tem por objetivo inserir pessoas no mercado que não tenham qualificação, por meio de formação profissional. 31 O Centro tem como metas: capacitar em torno de 370 profissionais por período, que engloba os cursos com duração em torno de quatro meses; reaproveitamento de material reciclável. A gerencia do Centro estaria a cargo da prefeitura, que poderia estar fazendo parceiras com associações, cooperativas, universidades, fundações de pesquisas, entre outros.

Apesar de ser uma iniciativa positiva e ter como parceiros os integrantes do CDM . Segundo representante do poder público, ocorreram conflitos para a execução desse projeto. Este Centro também é uma forma de superar um gargalo identificado pela prefeitura, que seria investimento em recursos humanos, pois o Conselho estaria mais voltado na questão de gestão por parte dos empresários e também na área de tecnologia.

“O terceiro ponto que era a preocupação da prefeitura, é que a gente conseguia explicar para prefeita direitinho um pouco como que era esse projeto de confecção, e mostramos para ela, que estava havendo muito investimento pelo pólo, pelo Conselho da M oda, incapacitação gerencial, estava havendo muito investimento na área de tecnologia, mas ninguém estava preocupado com o empregado, isso primeiro lugar ia ser um gargalo, e em segundo lugar era uma política perversa que essas entidades fazem, mas se você analisar direitinho, nem o Senai, nem o Sebrae, nem a Firjan, tem o compromisso com o empregado, eles tem compromisso com o patrão” (Representante do Poder Público).

“M e entende, está entendendo, então é um processo completamente perverso, e como o Senai hoje é uma entidade que vive para conseguir recursos para manter com o sistema Firjan, (...), enquanto nós da prefeitura não, queremos massificar, mas o problema quanto mais gente estiver fazendo isso em Friburgo mais forte vai ser o pólo você concorda comigo, mais gente vai poder exercitar a sua criatividade, mais gente vai poder criar coisa nova, e agora as vantagens desse pólo é que com a quantidade de empresas que há, ele tem uma diversidade de produtos muito grande” (Representante do Poder Público).

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Em visita recente, o Centro está em fase d e construção. O Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), por intermédio da Secretaria de Inclusão Social, liberou R$ 470 mil para a implantação do Centro.

Outra questão é que este serviço estará fazendo um trabalho semelhante aos cursos do Senai, porém parece que vai ocorrer de forma ampliada e principalmente será gratuito, diferente do que ocorre no Senai. Desta forma, pode ser visto como algo aglutinador, além do mais, o Senai sozinho não consegue suprir essa deficiência da região. Contudo, não foi assim colocado pelo representante do poder público. Segundo seu discurso o projeto foi contemplado sem passar pelo Conselho, na medida em que existia receio de algum tipo de obstáculo.

“Não, ele veio complementar, mas nós tivemos que fazer por nossa livre espontânea decisão, certo? Estamos tocando isso sem a participação deles, porque obviamente dentro do Conselho isso aqui seria um obstáculo, pelo Sebrae, pelo Senai, pela Firjan, porque isso aqui concorre com o Senai. (...) Aparentemente nós estamos concorrendo com o Senai, você concorda. Só que com o Senai, não revolve o problema” (Representante do Poder Público).

Um outro problema para o desenvolvimento do PM I e da região como um todo é a não participação da população com as questões para a promoção do arranjo. A sua atuação é de forma passiva não tendo informação e também não sendo estimulada para que haja uma forma de integração. As entidades que estão na frente da coordenação do PM I se beneficiariam com esta situação, pois não precisariam dar satisfação de seus atos.

“Ela é espectadora, é uma espectadora, ela toma conhecimento, ela vê essas coisas, mas puramente espectadoras. Até porque as entidades que estão controlando esse processo mantém, dão noticias, mas querem ficar por dentro dos grupinhos, são aqueles 50 que eu te disse, que são os únicos que eles escolheram, eles querem trabalhar para aquele grupo. Por que? Porque essas entidades podem fazer as políticas que bem querem, porque esses 50 vão concordar porque eles estão sendo beneficiados, então eles não querem perde os benefícios, aí eles fazem a política do jeito que eles querem, que é manter seus cargos, suas posições, e vão ter frente o resultado de 50 empresas vencedoras que eles vão deixar para deixar o âmbito da política que eles optaram, quando, portanto a política mudou, eles não tiveram sucesso nenhum. Estão arriscados eles conseguirem um sucesso de 50 a custa da destruição de 200 você está me entendendo” (Representante do Poder Público). M ais uma vez no discurso percebe um conflito entre o poder público e as instituições que estariam na frete dos projetos, o que vai de encontro com os conceitos de uma APL ou dos distritos industriais que é a referência para o desenvolvimento da região, pois há a necessidade de cooperação entre todos esses atores estabelecendo um elo de confiança, tornando mais fácil identificar os possíveis problemas a serem solucionados para a promoção do APL.

“Então o princípio maior que você tem do distrito industrial italiano, que é a dinâmica do distrito, que é a interação entre as pessoas, entre os atores daquilo ali, e que as entidades e poder público entram como coadjuvante e viabilizadores, aqui não, aqui eles querem os empresários como coadjuvante, as entidades é que são os atores principais, isso não vai dar certo nunca”. (Representante do Poder Público) Como já foi informado, algumas ações da prefeitura não são integradas com as instituições participantes do Conselho o que faz aparentar que o poder municipal tem uma participação passiva. Um desses exemplos seria a atuação na área de educação, pois mesmo não participando formalmente das ações de promoção do APL, a educação é um dos pilares para o desenvolvimento da região e um dos principais fatores para o desenvolvimento do capital social. Nesse sentido, na última gestão ocorreu um aumento significativo de acessos dos estudantes nas escolas municipais.

Outro fator importante que não é reconhecido pelas instituições articuladoras do PM I é um programa de aumento no número de vagas nas creches municipais, pois grande parte da mão-de-obra do setor de confecções é de mulheres, e antes desse programa essas mães não tinham com quem deixar seus filhos. O que atualmente observa-se uma expressiva melhora, na medida em que o número de vagas nas creches passou de 300 para cerca de 3000 vagas.

“A sim isso também é um enfoque de cidadania, também um enfoque de educação. Nós chegamos em 2001 aqui nós tínhamos 300 crianças em creches, eram quatro creches próprias do município e a prefeita se colocou como proposta a ampliação da oferta de creches porque nós temos um pólo de confecção de moda íntima aqui que 78% dessas confecções são geridas ou dinamizadas pelas mulheres e ficavam naquela situação de deixar os filhos sozinhos, não ter com quem deixar, e não ter