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Em decorrência da expansão do acesso na UFRN e consequentemente nos programas de pós-graduação, a UFRN vem procurando desenvolver uma Polítca de Assistência Estudantil mais efetiva para atender as diversas e complexas demandas dos estudantes, que se expressam em reivinidicações voltadas para deslocamento interno no Campus, para o aumento de estacionamento, por segurança, restaurante universitário com maior capacidade e qualidade, por ampliação no número de vagas nas residências universitárias, principalmente destinadas aos alunos de pós- graduação, por espaços físicos para manifestações e discussões políticas e culturais,

por maior tansparência nas ações desenvolvidas pela administração da UFRN, pela participação mais efetiva do conjunto dos discentes e docentes na distribuição do orçamento da instituição, por mais apoio financeiro aos estudantes para participarem de eventos ocorridos no país, por infraestrutura mais adaptada e adequada, por mais respeito ao exercício profissional dos docentes com melhores condições de trabalho e menos exigências burocráticas. Trata-se, portanto, da defesa de um outro projeto de educação, que integre educação pública de qualidade e formação crítica /como deve ser uma Universidade Pública. Algumas medidas vem sendo efetivadas na UFRN com a implantação do REUNI, mas ainda muito aquem das necessidades reais sentidas e compartilhadas pelo universo dos discentes e servidores que utilizam este bem público.

No que se refere às ações desenvolvidas destinadas a melhoria das condições de permanências dos alunos na UFRN, a Coordenadoria de Apoio Pedagógico e Ações de Permanência no ano de 2011 e 2012 disponibilizou para a comunidade acadêmica os seguintes programas que se seguem na tabela abaixo: QUADRO 12 - Ações desenvolvidas pela Coordenadoria de Apoio Pedagógico e Ações de

Permanência da UFRN no período de 2011.1 a 2012.2.

Programas de Assistência Estudantil da UFRN

BOLSA Nº de Beneficiados (2011.1) Nº de Beneficiados (2011.2/2012.1) Crescimento % Número de residências 13 13 - Bolsa Residência (Natal/CERES) 553 568 2,7%

Auxílio Moradia (em espécie)a Natal/FACISA 315 711 125% Auxílio Transporte - CERES/EAJ 389 466 19,7% Bolsa Alimentação (RU) 1.111 992 -

Total de alunos assistidos com alimentação b

2.059 2.311 -

a) O Auxílio-Moradia se constitui num Apoio Institucional à demanda reprimida do Programa Bolsa Residência, isto é, àqueles alunos ficam em fila de espera aguardando vaga na Residência Universitária. Este auxílio é no valor de 200,00 reais, e objetiva subsidiar a permanência do estudante na Universidade.

b) Esta informação refere-se ao total de alunos assistidos com alimentação. Em 2011.1 foram atendidos 2.059 alunos e no período de 2011.2/2012 tem sido atendidos 2.311 alunos, esses são distribuídos nas modalidades de residentes Natal/CERES, auxílio-moradia-Natal/FACISA e auxílio- alimentação/FACISA).

Acompanhando a progressão anual da Bolsa Alimentação disponibilizada pela UFRN aos estudantes da graduação e pós-graduação podemos observar a existência de demanda reprimida, mesmo que esta tenha diminuído nos últimos três anos.

QUADRO 13 - Demonstrativo Anual da Bolsa Alimentação (2007 a 2012)

PROGRAMA PROGRESSÃO ANUAL

Bolsa Alimentação 2007 2008 2009 2010 2011 2012*

Solicitações - 1897 2.485 941 1641 1526

Atendidos 1217 1497 1.369 890 1111 787

Demanda Reprimida - 400 698 51 35 72

Indeferimentos - - 418 - 495 667

* Desde 2012.1 o Programa Bolsa Alimentação adquiriu a sistemática de fluxo contínuo, com

atendimento semanal (toda sexta-feira). Desse modo, para o ano de 2012 o numero de alunos contemplados continua em crescimento.

Fonte: CAPAP/UFRN

No que se refere a Bolsa Residência a situação é ainda mais grave visto que as vagas disponibilizadas nas residências não tem acompanhando a tendência de crescimento da demanda por este tipo de bolsa. Como alternativa para amenizar esta necessidade dos alunos, a UFRN tem garantido auxílio moradia e refeições (almoço/jantar) no R.U. Estas medidas são paleativos que não resolvem a necessidade maior que é a moradia.

QUADRO 14 - Demonstrativo Anual da Bolsa Residência (2007 a 2012) (continua)

PROGRAMA PROGRESSÃO ANUAL

Bolsa Residência 2007 2008 2009 2010 2011 2012*

N° de moradias _ 10 10 11 13 13

Vagas nas casas 469 469 496 595 595

Solicitações 190 _ 527 724 1268 1212

Atendidos 113 469 469 496 595 617

Fila de Espera – Auxílio Moradia* ( Demanda Reprimida)

Aux. moradia _ _ _ _ 29 _

Indeferidos _ _ _ _ 193 _

* Desde 2010 os alunos solicitantes da Bolsa Residência que ficam na lista de espera estão sendo

atendidos com o Auxílio-Moradia (recurso mensal no valor de R$ 200,00) e refeições (almoço/jantar) no R.U.

** Há um total de 13 Residências com capacidade total para 659, no entanto as vagas remanescentes se referem à desocupação da Residência Campus II para fins de reformas físicas..

Fonte: CAPAP/UFRN

No tocante a Bolsa Transporte, o demonstrativa revela um crescimento da demanda a cada ano, o que indica um potencial evolutivo da demanda por esta modalidade de bolsa para os próximos anos face a ampliação do acesso na UFRN. QUADRO 15 - Demonstrativo Anual da Bolsa Transporte (2007 a 2012)

PROGRAMA PROGRESSÃO ANUAL

Bolsa Transporte 2007 2008 2009* 2010 2011 2012

Solicitações --- 168 311 389 473

Atendidos --- 154 280 338 388

Demanda Reprimida --- 0 0 14 01

Indeferimentos --- 14 31 37 84

*O programa foi criado em 2009, atendendo aos Campi de Currais Novos/CERES e Caicó/CERES. Demanda Reprimida: alunos avaliados com parecer favorável para ingresso no programa, mas que não são contemplados por falta de vagas.

Indeferidos: Alunos que não atendem aos critérios institucionais ou socioeconômicos para ingresso nos programas.

Fonte: CAPAP/UFRN

Embora exista uma diferenciação entre a demanda indeferida e a demanda reprimida por parte da instituição, entendemos que um indeferimento é também uma demanda reprimida, visto que se alguém procura um serviço é porque tem necessidade desde.

O quadro que se segue apresenta a progressão anual das ações do Programa Bolsa Residência destinas aos estudantes de pós-graduação no período de 2009 a 2012.1 e revelam que desde o ano de 2009 não houve uma ampliação no número de vagas para a residência. Contraditoriamente, a demanda por esta modalidade de bolsa dobrou em 2011 e provavelmente dobrará em 2012.2, dado o número de solicitações registradas no primeiro semestre deste ano.

QUADRO 16 - Ações do Programa Bolsa Residência de Pós-Graduação

PROGRAMA PROGRESSÃO ANUAL

Bolsa Residência 2007 2008 2009 2010 2011 2012.1*

N° de moradias 01 01 01 01 01

Vagas nas casas 20 20 20 20

Solicitações 35 25 72 43

Atendidos 13 20 11 07

Fila de Espera

(Demanda Reprimida) 16 05 30 27

Indeferidos 06 31 09

Obs. 1: Desde o ano de 2011, a demanda reprimida da Residência da Pós-Graduação (isto é, aqueles alunos que se encontram dentro dos critérios para inserção no Programa, mas que devido à insuficiência no número de vagas, ficam na fila de espera) vem sendo atendimento com a alimentação no Restaurante Universitário (almoço e jantar, de segunda à sexta-feira).

Obs. 2: Não houve alteração na capacidade da Residência de Pós-Graduação. Inicialmente ela foi construída para se constituir num “pouso” (daí ser conhecida por esse nome).

Fonte: CAPAT/UFRN

De acordo com a CAPAP, os principais programas de assistência estudantil que a UFRN disponibiliza para os estudantes de pós-graduação referem-se aos Programas da Bolsa Residência e da Bolsa Alimentação. Além de serviços de cópias/Xerox aos alunos residentes, atendimento médico e odontológico.

“Aos alunos da pós-graduação, a UFRN disponibiliza os Programas da Bolsa Residência e da Bolsa Alimentação. Além dos Programas, a Universidade oferece serviços de cópias/Xerox aos alunos residentes (estes têm direito a 50 cópias mensalmente), atendimento médico (este suspenso

temporariamente) e odontológico, aos alunos independente de serem atendidos por algum Programa da Assistência Estudantil.” (CAPAP)

Ao questionarmos sobre as principais demandas apresentadas a UFRN pelos estudantes de pós-graduação, o CAPAP sinalizou necessidades de moradia e alimentação.

“As maiores necessidades apresentadas pelos estudantes perpassam os programas que já são oferecidos pela instituição – moradia e alimentação.” (CAPAP, 2012)

Sobre as respostas dadas pela UFRN às demandas apresentadas pelos alunos de pós-graduação, a CAPAP reconhece que a Política de Assistência

Estudantil para este contingente ainda é insuficiência visto que a instituição não tem acompanhado o crescimento quantitativo da pós-graduação, no que se refere ao incremento das ações assistenciais destinadas para estes alunos.

“A resposta quanto à residência universitária ainda deixa a desejar, tendo em vista que não há uma ampliação no número de vagas na Residência, quando se observa que nos últimos anos os alunos de origem popular estão ingressando cada vez mais nos cursos de pós-graduação, necessitando de um apoio da instituição. Quanto à alimentação, todos aqueles alunos que procuram o atendimento e que estão dentro dos critérios estabelecidos pela Resolução 026/2009 – CONSAD.” (CAPAP, 2012)

Na análise da CAPAP no tocante a Política de Assistência Estudantil da UFRN destinada à pós-graduação no contexto de expansão do Ensino Superior no país, a UFRN não tem dispendida para os alunos da pós-graduação as mesmas condições da graduação devido à bolsa demada social disponibilizada pela CAPES. No entanto precisamos entender que as bolsas demanda social não tem comtemplado todos os alunos que necessitam deste recurso acadêmico.

“No que tange a assistência estudantil para a pós-graduação observa-se que ela não vem crescendo como a política voltada aos alunos da graduação. Este fato pode estar atrelado às bolsas que muitos pós- graduandos recebem, as quais muitas vezes são vistas pelos gestores como uma renda e que deve ser utilizada para sua manutenção, não necessitando do apoio da Universidade.” (CAPAP)

Na concepção da CAPAP a Política de Assistência Estudantil tem um papel fundamental para assegurar a permanência do aluno nos programas de pós- graduação.

“A Política de Assistência Estudantil se configura como um mecanismo de extrema importância visando possibilitar a garantia da permanência e conclusão do aluno de origem popular, este que por muito tempo ficou à margem do aparato da Universidade pública, gratuita e de qualidade.” (CAPAP)

Não foi possível obter da CAPAP o financiamento destinado à política de Assistência Estudantil na UFRN em termos da graduação e da pós-graduação relativos aos anos de 2010, 2011 e 2012, visto esta coordenação não tem acesso ao orçamento deste setor.

“O financiamento ao certo não é repassado ao setor, mas fazemos anualmente uma tabela orçamentária com a previsão de gastos para os programas, os serviços e as atividades a serem desempenhadas naquele ano. Em anexo segue a tabela orçamentária dos três anos solicitados.” (CAPAP)

No que se refere as condições acadêmicas dos sujeitos da pesquisa, quando questionados aos sujeitos da pesquisa sobre o ano ingresso no curso, a Tabela abaixo revela que um número de 07 alunos entrevistados ingressou nos anos de 2009, 2010 e 2012, respectivamente, o que representa 27% para cada ano. Do ano de 2011 foram entrevistados 05 alunos, portanto 19%.

TABELA 32 - Ano de ingresso dos alunos no curso

Ano que ingressou no curso: Número %

2009 07 27

2010 07 27

2011 05 19

2012 07 27

Total 26 100

Fonte: Pesquisa de Campo do Mestrado realizado por SILVA, Maria Lúcia da Silva, no programa de Posgraduação em Serviço Social em outubro de 2012.

Dos participantes da pesquisa a TAB. 33 aponta que 07 alunos já haviam concluído o curso (27%) e 19 alunos (73%) ainda encontravam cursando o mestrado. TABELA 33 - Alunos que concluiram o curso

Concluiu o curso? Número %

Sim 07 27

Não 19 73

Total 26 100

Fonte: Pesquisa de Campo do Mestrado realizado por SILVA, Maria Lúcia da Silva, no programa de Pós-graduação em Serviço Social em outubro de 2012.

Em relação ao tempo de conclusão do curso, a pesquisa revelou como mostra a TAB. 34 que dos sujeitos pesquisados apenas 01 estudante concluiu em 27 meses, representando 14% dos concluintes. Os alunos que concluíram o curso em

30 meses equivalem a 43%, portanto um total de 03 alunos. Aqueles que concluíram em 31 meses foram 03 alunos, representando um percentual de 43%.

Os dados da Tabela acima mostram que todos os alunos necessitaram de um tempo maior para concluir o curso do que o recomendado que é de 24 meses. Vale ressaltar que o tempo de 30 meses é considerado muito bom na área de Serviço Social na CAPES

Sabemos que os cursos de pós-graduação passam por um processo de aligeiramento que vem sendo impresso nos processos educacionais de gestão pública sob a lógica produtivista do capital, impondo aos discentes a necessidade de cumprimento de prazos em tempo bastante reduzido. Como a maioria dos alunos do curso não podem dedicar-se exclusivamente ao mestrado, precisando também trabalhar, é praticamente impossível concluir o curso no prazo determinado. A demais a CAPES não garante bolsa financeira suficiente para todos que precisam e nem a UFRN garante condições de permanência suficiente para a parcela que fica descoberta. Sabemos também que a vida não estaciona porque estamos cursando um mestrado e precisamos viver as outras dimensões dela, como o lado afetivo, o lazer, dentre outras. Devemos, ainda, levar em consideração que podem ocorrer algumas eventualidades no cotidiano e que estão fora do controle, como por exemplo, uma perda irreparável e problemas de doenças, que podem interromper o curso normal do tempo estimado para a conclusão do mestrado.

TABELA 34 - Tempo de conclusão do curso

Tempo em que o curso foi concluído Número %

27 meses 01 14

31 meses 03 43

30 meses - 03 43

Total 07 100

Fonte: Pesquisa de Campo do Mestrado realizado por SILVA, Maria Lúcia da Silva, no programa de Posgraduação em Serviço Social em outubro de 2012.

Analisando o cruzamento do tempo de conclusão dos alunos e a condição de ter sido bolsista, de ter trabalhado e de trancamento no curso, os dados abaixo revelaram que em relação aos 07 concluintes a garantia da bolsa financeira não significou a conclusão do mestrado no prazo estabelecido pela CAPES (24 meses),

mesmo o aluno utilizando o recurso de trancamento no curso. Com excessão de um estudante que concluiu em 30 meses sem bolsa financeira e não precisou trancar o curso. Entretanto convêm esclarecer que na situação específica destes alunos, a maioria não recebeu a bolsa no ínício do curso. Situação bastante recorrente no PPGSS, pois salvo raras excessões pouquíssimos alunos conseguem ser contemplados com bolsa demanda social no início do curso.

Dos 03 alunos que concluíram o curso em 31 meses, todos foram contemplados com bolsas, não trabalharam durante o curso e mesmo assim utilizaram o recurso de trancamente para concluir o curso.

QUADRO 17 - Cruzamento do tempo/bolsista/NãoBolsista/Trabalha/Não trabalha/Com trancamento/Sem trancamento Tempo de curso Bolsista Não bolsista Trabalha Não trabalha Com trancamento Sem trancamento Total 27 meses 01 - 01 - 01 - 01 30 meses 01 - - 01 - 01 01 01 01 01 01 01 - - 01 01 - 01 31 meses 03 - - 03 03 - 03 Total 06 01 01 06 05 02 07

Fonte: Pesquisa de Campo do Mestrado realizado por SILVA, Maria Lúcia da Silva, no programa de Posgraduação em Serviço Social em outubro de 2012.

GRÁFICO 15 - Tempo de conclusão do curso

Fonte: Pesquisa de Campo do Mestrado realizado por SILVA, Maria Lúcia da Silva, no programa de Posgraduação em Serviço Social em outubro de 2012.

5.6 LUTAS, LIMITES E DESAFIOS NO ACESSO À PÓS-GRADUAÇÃO: PARA