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A UFRN, assim como todas as universidades federais, atravessa um momento histórico de mudança no que se refere à reestruturação do ensino universitário no Brasil via Programa de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI) e das novas diretrizes da Política Nacional de Assistência ao Estudante PNAES. Esse processo está em curso e as principais tendências que podem ser observadas é que este projeto de expansão não integra na mesmo intensidade investimento na melhoria das condições de trabalho docente e nas condições de permanência dos estudantes.

Diante dos avanços da Política de Assistência ao Estudante disponibilizada aos discentes pela UFRN a partir das diretrizes do Ministério da Educação, evidenciam-se também os limites da UFRN para efetivação e operacionalização deste programa diante do desenvolvimento da política de expansão para ensino superior brasileiro, exigindo desta instituição um esforço impar e desafiante para repensar suas ações adequando-se a esse novo momento do ensino superior no país.

A luta por um ensino de pós-graduação de qualidade acadêmica perpassa a direção mercantil que tem assumido as políticas educacionais do Brasil e que, conforme Iamamoto (2010, p. 267).

[...] subordina a educação à acumulação de capital comprometendo sua

função social, gera o desfinanciamento do ensino público superior, desvaloriza e desqualifica a docência universitária [.] e elimina a pesquisa e extensão das funções precípuas da universidade.

A pesquisa mostra em depoimento dos alunos que todos consideram a Política de Assistência Estudantil um mecanismo essencial para garantir a permanência e conclusão do curso, sobretudo para os alunos que apresentam uma maior carência financeira.

É relatado que a UFRN possui uma Política de Assistência Estudantil, no âmbito de bolsas, alimentação, psicologia, de saúde, entre outros, porém não atende a demanda, a saber que existem filas de espera para acesso a tais programas, além

de um grande desconhecimento por parte dos estudantes, notadamente os de pós- graduação sobre a realidade da política de assistência estudantil.

Questionamos os sujeitos da pesquisa sobre o seu entendimento da política de assistência estudantil e quais seriam, do seu ponto de vista, as principais reivindicações dos estudantes na perspectiva de assegurar condições de permanência visando à conclusão do curso. As respostas que seguem sinalizam a complexidade do tema, pois ao tempo que não resta dúvida da necessidade histórica do fortalecimento dessa política, os dados da pesquisa revelam, também, o desconhecimento dos estudantes sobre programas e ações voltados à assistência estudantil e a incipiente organização como estratégia de enfrentamento e de luta.

Assim, destacamos o entendimento que têm os sujeitos da pesquisa sobre a política de assistência estudantil:

“No âmbito do ensino superior a Política de Assistência Estudantil vem na perspectiva de garantir condições objetivas para a permanência do aluno na universidade. Como outras políticas a da assistência tem se dado de maneira seletiva e excludente, isso porque não garante de fato que todos os alunos que dela demandam tenham acesso a seus programas e benefícios, fato constatado com o número de estudantes na lista de espera pela residência universitária ou na espera pela bolsa de estudos. Como foi meu caso que esperei um ano e meio para conseguir bolsa teve implicação direta em meu desempenho acadêmico. “(Raimunda)

“A Política de assistência estudantil deve, sobretudo estar articulada com os processos educacionais, no contexto mais amplo em que se insere a Política de Educação no Brasil – incluindo o pacote de ações que temos hoje na educação brasileira. As ações da Universidade, através da assistência estudantil devem garantir não só o acesso, mas a permanência do aluno (terminalidade do curso). Devem, principalmente, garantir o acesso da população (da classe trabalhadora), a uma universidade (educação) pública, gratuita e de qualidade. Proporcionando o melhor reconhecimento das necessidades sociais da população e suprindo efetivamente as reais necessidades (materiais, culturais e sócio-políticas) da população usuária. Apoiar o aluno nesse novo mundo que é a universidade (autonomia, maturidade intelectual, reconhecimento da ética, ação política). O que só vemos possibilidade em uma universidade pública que contemple em sua formação o reconhecimento do espaço social a que pertence, que articule seu conhecimento com a realidade social.” (Vera)

Em outra resposta, enfatiza o sujeito da pesquisa a relevância da política de assistência estudantil se efetivar em todos os níveis de ensino, bem como ressalta a necessidade de maior visibilidade, com divulgação dos programas, como parte integrante da lógica dos direitos.

“Eu compreendo a Política de Assistência Estudantil como um direito do estudante e como uma tentativa de melhorar as condições de permanência desse estudante nas instituições de ensino. A Política de Assistência Estudantil deve dar suporte ao estudante que necessita de algum tipo de auxílio, seja ele financeiro, psicológico, de saúde ou mesmo educacional. Infelizmente, na atual conjuntura esta política é direcionada apenas para as instituições de ensino superior, no entanto a mesma deveria ser expandida para todas as esferas de ensino. A política também deveria ser melhor divulgada nas instituições, pois uma grande parte dos estudantes que precisam de algum apoio acadêmico não detém o conhecimento desse direito.” (Judite)

No depoimento a seguir, ao expor sua concepção sobre essa política, o discente faz referência ao movimento estudantil como um dos sujeitos que historicamente luta pela implementação de ações que viabilizem a permanência dos estudantes na universidade. E recorda o período em que o restaurante universitário esteve em reforma na UFRN e as implicações negativas para os estudantes:

“Primeiro compreendo que a politica de AE é um direito conquistado pelo conjunto dos alunos/ movimento estudantil, o acesso à bolsa (em suas várias modalidades), alimentação, residência, transporte, apoio para participação de eventos entre outros. No período que estive na UFRN senti muita falta do restaurante universitário, pois no período ele estava fechado para obras. As alternativas eram quase sempre onerosas para os estudantes.” (Antônia)

A relação orgânica entre política de assistência estudantil e permanência e conclusão do curso pelo discente foi apresentada no depoimento a seguir, momento em que o sujeito da pesquisa afirma a necessidade de expansão dessa política, considerando o próprio processo de expansão da universidade com o aumento das vagas.

“Entendo que deveria ser um investimento nos estudantes, que o seu desempenho, permanência e conclusão no curso depende do acesso aos programas e serviços oferecidos pela Universidade. É urgente a expansão destes serviços, tendo em vista a expansão da própria Universidade e o aumento no número de vagas dos cursos. Fui bolsista também durante minha graduação e foi fundamental para minha permanência e conclusão no curso, assim como na pós também, minha bolsa tem sido fundamental para minha permanência e conclusão do mestrado.” (Dulce)

Os dois próximos depoimentos revelam o desconhecimento por parte dos estudantes da política de assistência estudantil, mesmo que considerem esta política

necessária e fundamental, demonstram distanciamento com a realidade institucional da UFRN.

“Tenho pouco conhecimento sobre essa política, mas entendo a importância e necessidade de sua implementação para o processo de democratização das universidades, a partir de investimentos na assistência aos estudantes para atender suas necessidades básicas e assegurar a permanência e conclusão acadêmica. Penso que uma das principais reivindicações se refere à bolsa para apoio acadêmico, assim como, alimentação e moradia.” (Flora)

“Estudando para o concurso da UFRN, tive acesso ao Plano Nacional de Assistência Estudantil - PNAES, o qual compreendo como um conjunto de leis voltadas à classe estudantil, no sentido de garantir o acesso, a democratização da permanência e conclusão do curso, visto que, por diversos motivos, os alunos se evadem das aulas e da escola. É necessária então, uma articulação entre as esferas do Estado, no intuito de desenvolver ações efetivas que estejam de fato direcionadas para tal segmento, proveniente das muitas classes e cores sociais. Não basta apenas existir a ampliação do “acesso” ao ensino, isso concretizado com base nas metas de expansão do mercado, mas que haja possibilidades concretas de permanência e conclusão dos cursos, envolvidos que estão esses jovens na teia sociocultural do capitalismo vigente. Minhas reivindicações são coletivas, posto que tal luta não é somente minha, mas de toda uma sociedade, de toda uma classe de estudantes espalhados pelo Brasil. Sozinha, tenho pouca força, mas a partir de uma mobilização nacional com esse intuito, há possibilidades efetivas de alcançarmos nossos objetivos, que com o passar do tempo parecem mais favores que direitos.” (Francisca)

Em relação às particularidades da política de assistência estudantil em nível da pós-graduação na UFRN, os sujeitos reconhecem a insuficiência das ações e programas no atendimento das necessidades dos estudantes e a prevalência de aspectos burocráticos.

“A UFRN ainda não dispõe de uma política de assistência estudantil que atenda aos alunos da pós-graduação. Não atende à capacidade demandante dos serviços (procura muito maior que a oferta de vagas nos programas) nem compreende as especificidades desse segmento na universidade. Ainda são muito fortes os determinantes técnico-burocráticos que limitam o acesso dos alunos aos programas, com viés conservador e altamente restritivo. Esse quadro exige uma maior articulação desse seguimento numa forte mobilização em torna dessas questões, que se fortalece com o desenvolvimento de estudos e pesquisas que leiam criticamente esta realidade.” (Vera)

“A política de Assistência Estudantil implementada pela UFRN é insuficiente para a demanda posta pelos alunos, e principalmente a bolsa residência que dispõe apenas de 20 vagas.” (Glória)

“Se levarmos em conta outras universidades do país, a UFRN dispõe de uma estrutura básica para possibilitar a permanência dos discentes de pós, com residência e alimentação, no entanto a demanda imposta pela própria política de expansão universitária do governo federal, que também contempla aumento de vagas em mestrados e doutorados, coloca para a universidade um gargalo, que está justamente na oferta das condições dignas de permanência para os oriundos da classe trabalhadora, prova disto é a disponibilidade de vagas na residência de pós, como 20 vagas e termos como demanda reprimida 29 discentes em lista de espera. Assim fica clara a necessidade de maior planejamento da expansão e priorização em investimentos nas ações e medidas de permanência.” (Dora)

“A política de Assistência Estudantil no meu entendimento é a responsável pelo apoio ao discente, em diversos campos: financeiro, psicológico, pedagógico, entre outros. Busca garantias para o melhor desempenho acadêmico do aluno. Assegura igualdade de oportunidades. Além de contribuir com a relação ensino, pesquisa e extensão no âmbito das universidades.” (Maria)

“No âmbito do ensino superior a Política de Assistência Estudantil vem na perspectiva de garantir condições objetivas para a permanência do aluno na universidade. Como outras políticas a da assistência tem se dado de maneira seletiva e excludente, isso porque não garante de fato que todos os alunos que dela demandam tenham acesso a seus programas e benefícios, fato constatado com o número de estudantes na lista de espera pela residência universitária ou na espera pela bolsa de estudos. Como foi meu caso que esperei um ano e meio para conseguir bolsa teve implicação direta em meu desempenho acadêmico (...) de no desenrolar da minha pesquisa.” (Raimunda)

“Entendo que o auxílio financeiro, assim como outras políticas de ajuda objetiva e subjetiva, é determinante para a dedicação exclusiva do aluno ao curso do mestrado e para a qualidade da investigação que se propõe a fazer. A preocupação deve ser com o acesso, a permanência e com o egresso do discente, por isso esta política é tão importante para o este, para a investigação que realiza e para a qualidade da pesquisa de um modo geral.” (Geralda)

“Que ela legitima diferentes formas de subsídios para alunos que precisam se manter na Universidade, sobretudo os que comprovam terem necessidades sociais e econômicas que dificultam ou inviabilizam a permanência no espaço acadêmico.” (Zuleide)

"A Política de assistência estudantil deve sobretudo está articulada com os processos educacionais, no contexto mais amplo em que se insere a Política de Educação no Brasil – incluindo o pacote de ações que temos hoje na educação brasileira. As ações da Universidade, através da assistência estudantil devem garantir não só o acesso, mas a permanência do aluno (terminalidade do curso). Devem, principalmente, garantir o acesso da população (da classe trabalhadora), a uma universidade (educação) pública, gratuita e de qualidade. Proporcionando o melhor reconhecimento das necessidades sociais da população e Suprindo efetivamente as reais necessidades (materiais, culturais e sócio-políticas) da população usuária. Apoiar o aluno nesse novo mundo que é a universidade (autonomia, maturidade intelectual, reconhecimento da ética, ação política). O que só

vemos possibilidade em uma universidade pública que contemple em sua formação o reconhecimento do espaço social a que pertence, que articule seu conhecimento com a realidade social.“ (Vera)

“Entendo que deveria ser um investimento nos estudantes, que o seu desempenho, permanência e conclusão no curso depende do acesso aos programas e serviços oferecidos pela Universidade. É urgente a expansão destes serviços, tendo em vista a expansão da própria Universidade e o aumento no número de vagas dos cursos. Fui bolsista também durante minha graduação e foi fundamental para minha permanência e conclusão no curso, assim como na pós também, minha bolsa tem sido fundamental para minha permanência e conclusão do mestrado.” (Dulce)

“A Assistência Estudantil é um direito e tem por objetivo garantir as condições de permanência dos alunos no ensino, em todos os níveis. Minhas principais reivindicações são que a política de Assistência Estudantil seja universal (para todos) e que os serviços sejam de qualidade.” (Glória)

“Entendo a assistência estudantil como um conjunto de medidas que tendem a viabilizar as condições de permanência do estudante em seu processo formativo, seja em que grau for. Desse modo, não a vejo como política e sim como programa estruturado dentro da política de educação, e como programa, deve ter o suporte de um plano de ações e projetos que atendem as demandas dos estudantes a curto, médio e longo prazo. Além da ampliação das ações existentes, penso que as ações deveriam Ser mais universalizastes.” (Dora)

“Em face da sociabilidade capitalista contemporânea; as determinações do neoliberalismo desenvolvem políticas residuais e fragmentadas, os direitos sociais são negados e a cultura sobre os direitos é desvirtuada. Nesse contexto a política de assistência estudantil passa por mudanças, tendo em vista a reforma da educação de nível superior. E as condições objetivas (materiais) dessa política evidencia um Estado Neoliberal, por não ser suficiente para que os alunos de baixa renda permaneçam na universidade.” (Tereza)

Em relação à participação dos alunos em algum espaço coletivo de organização dos estudantes de pós-graduação, a pesquisa mostra que há representação da categoria discente junto a espaços coletivos de organização dos estudantes da pós-graduação na Residência Universitária, no Colegiado da Pós- graduação em Serviço Social, mobilização da turma para reinvindicações por melhorias no âmbito da assistência estudantil e no grupo de pesquisa “questão social, política social e serviço social”. Mesmo assim, o número de alunos que participam desses espaços coletivos ainda é reduzido e se restringe ao âmbito local do curso, apenas 07 alunos (27%) responderam que participam de algum espaço coletivo. O restante, um número de 19 (73%) respondeu que não participam de qualquer espaço coletivo de organização. Portanto não há uma maior articulação

desses estudantes com as lutas no âmbito institucional e até mesmo nacional para fortalecer a inclusão das demandas da pós-graduação no PNAES, principalmente porque recentemente (26/10/2012) a Associação Nacional de Pós-Graduação (ANPG), considerando a necessidade de inclusão dos pós-graduandos nas ações e objetivos do Programa Nacional de Assistência Estudantil (PNAES), lançou consulta pública destinada a ouvir as demandas dos estudantes espalhados pelo País (Portal ANPG).

A reformulação do PNAES é uma bandeira de luta da ANPG em conjunto com a União Nacional dos Estudantes (UNE) e a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) que está se concretizando, dada à participação destas entidades na comissão que acompanhará ações do MEC com vistas à consolidação do processo de expansão das universidades federais e de tratar dos assuntos estudantis correlatos ao tema.

Esta aparente apatia dos alunos do PPGSS é uma realidade que atinge a maioria da população estudantil em relação à consolidação de seus direitos. Vivemos num momento de enorme desgaste de uma política representativa, característica bastante marcante dessa sociabilidade que tenta desmobilizar os espaços de lutas e reduzir os ganhos da população no que se refere à efetivação de seus direitos.

Tabela 35 - Participação em algum espaço coletivo de organização dos estudantes de pós-graduação. Você participou ou participa de algum espaço

coletivo de organização dos estudantes de pós- graduação?

Número %

Sim 07 27

Não 19 73

Total 26 100

Fonte: Pesquisa de Campo do Mestrado realizado por SILVA, Maria Lúcia da Silva, no programa de Posgraduação em Serviço Social em outubro de 2012.

Os alunos que relataram não participar dos espaços coletivos informaram que reconhecem a importância para a organização e mobilização estudantil e que sempre que podem tentam participar das discussões.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os resultados apontados nesse trabalho não expressam uma conclusão definitiva acerca do objeto de pesquisa investigado, mas considerações inacabadas, dada a dinâmica da realidade e seu tempo historicamente determinado.

As condições de permanência disponibilizadas aos discentes de Pós- Graduação em Serviço Social da UFRN no contexto de expansão remetem a pensar que a política de expansão do ensino superior segue uma tendência mundial, visto que está inserida num contexto de ampla reforma do Estado como estratégia e parte de um projeto maior de sociabilidade que tem buscado respostas, também, nas políticas sociais para superação da crise sistêmica que vem abalando suas estruturas.

A economia brasileira, assim como em outros países de capitalismo periférico, incorporou as políticas neoliberais via reformas regressivas face ao processo de ajustes, característica do capitalismo em seu momento contemporâneo. No âmbito da educação a reforma tem se realizado principalmente na transformação da educação em mercadoria, afirmando a lógica do mercado.

Face a esta estratégia do capital, as agências multilaterais econômicas e sociais, principalmente a CEPAL, UNESCO e Banco Mundial, tem revelado um papel fundamental na difusão e no desenvolvimento de políticas que reafirmam a necessidade da educação como política que pode gerar a denominada inclusão social dos segmentos mais pauperizados da sociedade. E desse modo, fortalecem, do ponto de vista ideológico, a noção de que a crise que permeia todas as dimensões da vida social é de responsabilidade de todos, dissimulando a crise estrutural do capital.

As políticas educacionais para os países periféricos da região latinamericana vem sendo orientadas por estes organismos com base em princípios preconizados pela política neoliberal, que enfatiza, sobretudo, a mercantilização do ensino superior.

A nova função da educação tem se voltado para a preparação de indivíduos capazes de utilizar, progagar e produzir conhecimento científico necessário à competitividade dos setores produtivos. Dai a importância do Estado em garantir uma expansão no ensino superior por meio, dentre outros mecanismos, do ensino à distância e aumento de vagas nos cursos presenciais sem assegurar melhoria nas

condições de trabalho docente e condições de permânencia aos estudantes, portanto, trata-se de uma expansão precarizadaem detrimento de um processo real e planejado de democratização. Neste caso, a Política de Assistência ao Estudante em última instância tem sido funcional ao modelo de educação que é recomendado pelas agências CEPAL, UNESCO e Banco Mundial, na medida em que se efetiva de forma focalizada e visando mais ao cumprimento das metas impostas por essas agências do que o atendimento das necessidades reais dos estudantes.

No cenário Brasileiro, as estratégias oficiais de reforma da educação superior se situam no contexto de reforma do aparelho do Estado, conduzidas pelo Ministério da Educação (MEC) mediante a instituição estratégica de normas jurídicas (LDB, Decretos e portarias, Medidas Provissórias).

Para viabilizar a política de ampliação de vagas e expansão do ensino superior, o Governo Federal tem implementado um pacote de medidas por meio de dispositivos legais, que vem legitimando e aproximando ainda mais o setor público ao setor privado e fragilizando e sucateando as universidades públicas nos últimos anos.

A Política para o Ensino Superior no governo Lula (2003-2010) apresentou- se como uma seguência das políticas macroeconômicas dos governos Collor de Melo e FHC, que só aprofundaram a desigualdade econômica, social, cultural e educacional do país.

A política educacional adotada pelo governo Lula tem se pautado na