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AS DIFERENTES NOÇÕES E COMPREENSÕES DE COMPETÊNCIAS E

No documento DOUTORADO EM SERVIÇO SOCIAL SÃO PAULO 2010 (páginas 119-126)

4. A VOZ DOS SUJEITOS SISTEMATIZAÇÃO DO CONTEÚDO DAS ENTREVISTAS

4.1 AS DIFERENTES NOÇÕES E COMPREENSÕES DE COMPETÊNCIAS E

Em todos os níveis de ensino, a noção de competência tem sido adotada como princípio da organização curricular, junto com as ideias de transversalidade e interdisciplina- ridade. A nova lógica curricular é quebrar a hegemonia da organização por disciplinas, assim a organização e seleção de conteúdos/conhecimentos serão realizadas pela noção de compe- tência.

No ensino superior, até pouco tempo, considerava-se competência o domínio de uma disciplina de conhecimento por parte do estudante, atualmente esta definição tem tido um caráter mais operacional em que o desenvolvimento de competências permita ao acadêmico a execução de ações concretas, ações que fazem parte de um roll de atividades determinadas para cada profissão.

No Serviço Social brasileiro, as competências profissionais são definidas pela Re- gulamentação da Profissão Lei n. 8.662, de 7 de julho de 1993 e nas diretrizes curriculares através do Parecer CNE/CES N°492/2001.

É fundamental para esta tese, desvendar os significados atribuídos à noção de competências pela equipe de especialistas, pelos coordenadores e pelos professores dos cursos de Serviço Social. Esses significados atribuídos terão reflexo no desenvolvimento da proposta curricular, pois as concepções da equipe de especialistas se refletirão na proposta de diretrizes curriculares para o curso de Serviço Social e as concepções elaboradas pelos coordenadores e professores se refletirão na elaboração do Projeto Político Pedagógico institucional e na práti- ca pedagógica.

Estudos como o de Ropé e Tanguy (1997) mostram a dificuldade de conceituar competência e delimitar seu uso. Observou-se que a incerteza conceitual foi uma característi- ca marcante dos entrevistados, em algumas falas com um sentido vago e genérico. Verificou- se também, uma diversidade de concepções, que como já visto no capítulo I, não é unânime. Alguns entrevistados apontaram a dificuldade de conceituar ou definir competência, por e- xemplo: ―essa é uma questão a ser bastante discutida”; “não sei se esta definição está corre- ta [...] é uma coisa para a gente pensar”; “é difícil explicar isso”; “não sei se consegui ex- plicar”; “eu estava pensando o que queremos entender por isso? É uma questão que está em aberto, não tenho resposta‖.

Uma questão inicial a ser pesquisada foi saber se houve, no decorrer do processo de revisão curricular, reflexões sobre o entendimento de competências e habilidades, se havia uma compreensão institucional sobre o assunto, inclusive na SESu. Três entrevistados relata- ram que houve no grupo de trabalho a discussão sobre competências e habilidades e dois deles fizeram referência à Lei de regulamentação da profissão:

Em relação às competências e habilidades, o que o MEC era a avaliação por com- petências e habilidades, e a gente reverteu esse processo, por que a gente tinha cla- reza do direcionamento teórico, social, político, da formação profissional e reite- rando as habilidades e competências da Lei de Regulamentação da profissão. (En- trevistado 1).

Essa é uma discussão ela veio para o acompanhamento do próprio currículo, quem o profissional que se quer formar, precisa entender também as questões da compe- tência. [...] para o currículo foi dada uma ênfase especial para essa questão da competência e habilidade, pois se parte da Lei que regulamenta a profissão, das a- tribuições do AS, é claro que as atribuições que você tem de ter para desenvolver determinadas competências e habilidades que está estritamente relacionados com a questão das atribuições, a própria lei separa o que são as competências gerais, das atribuições privativas que são as específicas, aí se entende que é aquilo que o curso vai propiciar para que o profissional consiga dar conta, dar respostas. Quando um curso faz essa opção, e procura dar esse diferencial, que é trabalhar com essa ques- tão do ensino do trabalho profissional, do ensino prática. Isso é uma preocupação que aqui me chamou a atenção. (entrevistado 10).

Nós discutimos cada ponto, inclusive tivemos que debater sobre a competência, so- bre as habilidades, então foi bastante interessante e com a participação de todos os professores, pra mim isso foi o mais importante, uma construção bem coletiva. (en- trevistado 15).

Os demais entrevistados declararam que não se lembravam da discussão ou que ela não houve:

Eu não lembro efetivamente de discutirmos sobre competências e habilidades, por que agente ficou pouco tempo com isso. Na comissão nós não tínhamos que eu lem- bre um conceito concreto. (entrevistado 2) .

Agora eu me lembro muito pouco da discussão que a gente tenha feito sobre habili- dades e competências. [...] eu acho que a gente não tem ainda incorporada esta questão, principalmente das competências [...] competência é um conceito pouco trabalhado, não lembro exatamente como é que a gente trabalhou este tema. (entre- vistado 3).

Aqui basicamente sobre competências e habilidades, nestes termos nós não estamos discutindo não. (entrevistado 12).

Nós discutimos cada ponto, inclusive tivemos que debater sobre a competência, so- bre as habilidades, então foi bastante interessante e com a participação de todos os professores, pra mim isso foi o mais importante, uma construção bem coletiva. (en- trevistado 15).

Não, a gente não fez uma discussão sobre competências e habilidades, na verdade, a gente fez uma discussão geral se o curso dava conta das competências e habilida- des do profissional. Eu acho que a gente fez um trabalho de ver se o que estava pre- visto o curso dava conta. Nada, além disto. [...] A gente trabalhou. Está escrito no projeto o desenvolvimento de competências e habilidades, o perfil, tudo está lá. A- gora, o perfil é muito mais ditado pelo projeto curricular geral, que foi feito uma o- rientação geral, a universidade fez uma orientação geral, pra todos os cursos o que tinha que conter. E então a gente seguiu o roteiro. (entrevistado 21).

Para facilitar a análise dos dados e sua leitura, as informações foram sistematiza- das a partir das diferentes noções e compreensões de competências e habilidades expressas pelos entrevistados.

Quatro entrevistados relacionaram o conceito de competência com conhecimento, que como visto no capítulo I, é o posicionamento do Parlamento Europeu Marco Europeu de Qualificação para a aprendizagem permanente, que define competência como a capacidade de utilizar conhecimentos, destrezas e habilidades pessoais, sociais e metodológicas, em situa- ções de estudo ou de trabalho e em desenvolvimento profissional e pessoal.

Para os entrevistados, competência é:

Capacidade de análise, de explicação, de desvelamento da processualidade da vida social [...] pressupõe capacidade de operar ações profissionais, suas técnicas, téc- nico político. (entrevistado 1).

Competência, só vou ter competência se eu tiver conhecimento, e ele tem de ser só- lido, absolutamente certo, não posso fazer de conta que eu sei alguma coisa, pois esse fazer de conta, vai se traduzir na minha ação. [...] Se eu tiver conhecimento e certeza daquilo, [...] se eu conheço se sei e se tenho isto com segurança a minha a- ção é eficaz. (entrevistado 2).

A nossa competência está fundada no conhecimento, claro que tem que avaliar a qualidade desse conhecimento. [...] A competência está sempre associada a conhe- cimento, conhecimento de várias naturezas e intensidades diferentes, [...] é todo um conjunto curricular de sabedorias e de saberes. (entrevistado 4).

A competência está articulada a habilidade. E pensei para, além disso, que pra ter competência e habilidade para trabalhar, eu preciso conhecer ter uma formação que de conta de compreender todas as dimensões. (entrevistado 18).

A competência muitas vezes é relacionada ao saber fazer. O entrevistado 1 negou que competência seja simplesmente saber fazer. Ele afirmou: ―eu não compreendo a compe- tência como a habilidade para o saber fazer, [...] pressupõe o saber fazer, mas pressupõe antes, previamente uma capacidade de analisar para ser capaz de ser sujeito, capaz de dire- cionar dentro dos limites sociais e institucionais dados”.

Entender a competência como além do saber fazer, negar a competência como o simples executar algo com qualidade é o que propõe Macedo (2002, p. 120), quando diz que embora o conceito de competência se aproxime ao saber fazer, não se reduz a ele, sendo mais complexo, aberto e flexível.

O conceito utilizado pela OIT, Projeto Tuning e MEC relacionam competência com o saber fazer, que é a operacionalização do conhecimento em determinado contexto. Ve- rifica-se que três entrevistados relacionaram competência com o saber fazer profissional:

Se pensar no senso comum é isso, se faz algo direito é competente, se não faz é in- competente. [...] É saber desenvolver bem, é saber lidar bem com o instrumental de trabalho, mas ele não está dissociado da minha leitura dessa realidade que então passa pela questão metodológica e teórica, da questão ético-política. (entrevistado 11).

Competência, como algo relacionado à capacidade exclusiva, específica, entendi- mento de competência como o saber fazer, o quê? Com quê? Para quê? Onde? (en- trevistado 16).

Competência e habilidade ficam um corpo só, porque eu sei mais e eu posso até procurar mais, criar mais, acho que a habilidade tem tudo haver com a prática, um curso que não oferece inúmeras possibilidades práticas, ele não ta oferecendo o e- xercício do saber na realidade, então não entendo como o curso a distancia vai su- prir esse espaço, como é que ele vai ter uma relação saber-fazer. [...] O que vai a- contecer é que determinada realidade vai demandar conhecimentos específicos da realidade, e se a gente ancorar nessa realidade se percebe a finalização e se conse- gue aproximar mais esse saber e esse fazer. Saber fazer uma coisa profissional tem de ter muita clareza. (Entrevistado 4).

Perrenoud propõe que competência é a capacidade de mobilizar um conjunto de recursos cognitivos para solucionar situações. Este conceito também é defendido por Miguel (2007), quando diz que competências são estruturas complexas que são acionadas para resol- ver determinado problema e realizar atividades cotidianas e da vida profissional, orientadas para a transformação da realidade.

Um dos entrevistados abordou a competência na perspectiva de uma estrutura complexa do pensamento/faculdade de mobilizar recursos:

Eu diria que a competência é a capacidade para analisar e explicar os processos sociais da sociedade presente, essa explicação que vai permitir estabelecer possibi- lidades na ação profissional, que precisa não só clareza para analisar as possibili- dades de ação que já estão contidas na realidade que eu vou atuar e requer desse profissional não só a capacidade de fazer propostas, mas de implementar essas propostas dentro dos diferentes níveis que o assistente social trabalha, em nível de execução, assessoria, planejamento, consultoria, assessoria aos movimentos sociais, instituições, enfim, exercer as atividades que lhe são pertinentes, como as visitas domiciliares, estudos sociais, perícias, mas que não é só o saber fazer. (entrevistado 1).

Seis entrevistados expressaram que a competência está relacionada à interven- ção/exercício profissional, identificando a competência a partir de quem as faz. Assim, as competências técnicas ou específicas são desenvolvidas com a especialização. São aquelas competências específicas de uma determinada profissão ou ocupação. Necessitam um grau de especialização e normalmente são desenvolvidas por meio de programas de formação de edu- cação superior ou formação profissional:

Penso que se tem que cada vez mais pensar na competência necessária a um profis- sional hoje, a necessidade de ter um profissional atento às mudanças da realidade, a um conhecimento mais profundo da realidade, para que possa ser propositivo, porque é uma profissão interventiva. Então eu penso que esta competência para a intervenção é alguma coisa que tem que trabalhar mais. [...] Então, um profissional, tem que ter condição de a partir de um conhecimento da realidade poder elaborar a intervenção, saber elaborar a sua intervenção. Temos que investir na nossa forma- ção na questão da intervenção. (entrevistado 3).

Competência é aquilo que delimita o campo profissional e que diferentes profissões têm como horizonte o seu campo de atuação seja na divisão sócio técnica do traba- lho, e tem várias competências que são colocadas para diferentes profissões, eu a- cho que o holl das competências define, cria certa identidade na profissão é um campo de atuação profissional. (entrevistado 6).

A competência profissional do serviço social se alia a competência profissional téc- nica, a competência profissional ético-política [...] então competência profissional no Serviço Social é a competência para a leitura da realidade, para a realidade em que estou trabalhando, uma leitura das políticas públicas respondendo as necessi- dades postas pela realidade, sem perder de vista a perspectiva crítica que estrutura a formação profissional, isso é competência. (entrevistado 8).

Eu penso que competência é aquilo que o profissional tem, ela estaria muito ligada à utilização do próprio instrumental, da abordagem, parece que habilidade está mais ligada ao técnico-operativo, a questão das competências das habilidades, é o que especifica exatamente o que o Assistente Social faz aquilo que ele vai expressar, aquilo que ele vai exercer, da finalidade mesmo. Acho que caracteriza o próprio e- xercício [...] diria que são mesmo os aspectos que detalham que especificam que desdobram o que o assistente social faz. O que ele pode fazer, o que está dentro do campo de atuação dele, então tudo que fazemos remete a essa questão. (entrevistado 9).

As competências e habilidades caracterizam o próprio exercício [...] diria que são mesmo os aspectos que detalham, que especificam que desdobram uma certa manei- ra o que o assistente social faz, e o que ele pode fazer, o que está dentro do campo de atuação. (entrevistado 10).

Competência é formar um profissional, um assistente social, capaz de responder as questões que lhe são colocadas, dentro das particularidades de sua profissão, den- tro da divisão do trabalho, dentro do âmbito institucional, com as demandas que lhe são colocadas. [...] que ele seja capaz de em qualquer instituição que vá trabalhar, não apenas de executar, mas também formular, avaliar, pensar novas propostas, fa- zendo esta articulação entre, o que é colocado e o que é realidade demanda. (en- trevistado 20).

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Miguel (2005) entende que a competência é como uma potência de condutas a- daptadas a uma situação e que é constituída de conhecimentos intelectuais, habilidades e des- trezas, atitudes e valores. Três entrevistados, ao se referirem à competência, a relacionam com o que propõe Miguel.

A competência passa por um arcabouço, teórico, metodológico, ético, político, que nós Assistentes Sociais devemos deter para saber fazer aquilo que é pertinente a nós, saber fazer uma leitura de realidade, de saber como nos deparar com aquela expressão concreta, às vezes mínima da questão social, saber fazer aquela articula- ção entre aquele micro tão micro. (entrevistado 5).

A competência e habilidade é o profissional ser capaz de atuar não só com a forma- ção generalista, mas ao mesmo tempo atuar nas questões específicas das demandas da política. (entrevistado 1).

As competências e habilidades é um conjunto de conhecimentos técnicos, teóricos, metodológicos e ético-políticos, que o aluno tem que ter para desenvolver, vamos dizer, aquilo que compete a ele. Então, a competência dada tanto pelo conhecimen- to quanto pelo instrumental técnico delimitado em torno de um objeto de trabalho. (entrevistado 17).

O entrevistado 7 lembrou dos antagonismos no interior da profissão:

Competência é saber lidar com os antagonismos da profissão, responder as neces- sidades da classe trabalhadora sem desconhecer as necessidades do capital. (entre- vistado 7).

Falar em competências e habilidades traz ao pensamento o jargão funcionalista da profissão discutido no seminário de Teresópolis, no que diz respeito ao instrumental técnico, a partir do texto de Lucena Dantas. O entrevistado 12 apontou que é importante pensar nas competências e habilidades profissionais a partir de uma perspectiva crítica, posicionamento também defendido pelo entrevistado 14, que o desenvolvimento das competências e habilida- des profissionais pode ser operacionalizado para atingir os objetivos propostos no projeto éti- co-político da profissão.

No jargão do Serviço Social quando se escuta falar em competências e habilidades muitas vezes caímos naquela velha discussão do debate funcionalista, aquela coisa de procurar fazer de acordo a necessidade institucional, então tem que ter um corpo

de estratégias que se apliquem a um determinado processo de intervenção social. E aí o profissional tem que ter certa habilidade para lidar com isto e as competências. Estamos pensando em como fazer esta relação com a realidade social através de uma perspectiva teórica e metodológica crítica, que o aluno se aproprie de elemen- tos da teoria social crítica, com perspectiva histórico-crítica por trás. (entrevistado 12).

As competências e as habilidades são um conjunto de conhecimentos, de referên- cias, de instrumentos, de técnicas que você deve se apropriar pra poder exatamente fazer a mediação entre aquilo que nós concebemos como papel do profissional, co- mo atribuições do profissional, [...] acho que a competência é muito ligada nas pos- sibilidades de desenvolver a capacidade teórica, técnico-política, operacional para realizar os nossos objetivos, pra realizar a perspectiva em um projeto político que se tem para profissão. (entrevistado 14) .

A competência é relacionada com as atribuições legais da profissão, com a defini- ção do perfil profissional das diretrizes curriculares. Este posicionamento é defendido por Simões (1988 apud Ramos, 2008 p.154), bem como por Ramos (2007), que se refere às com- petências ―entendidas na totalidade da formação profissional, enquanto desdobramentos do perfil profissional do assistente social proposto nas Diretrizes Curriculares‖ (p.151). Seis en- trevistados manifestam este posicionamento:

Temos algo que são as atribuições privativas da profissão que está muito claro na Lei de regulamentação da profissão de noventa e seis. As competências e as habili- dades, sem dúvida, nas atribuições privativas sempre se tem colocado que vamos di- rigir, implementar, na área do Serviço Social. Quando nos deparamos com as com- petências e habilidades, que na verdade tem que haver uma articulação com essas atribuições, nós vamos perceber, que as nossas competências e habilidades, elas se dão de forma muito ampla, então é aquilo que é pertinente ao Serviço Social, mas também a outras profissões que também podem desenvolver as competências gerais. [...] percebo que as diretrizes curriculares têm dado elementos para que o aluno possa ter claro a existência de uma competência técnico-operativa, não só operativa mas metodológica, capaz de fazer, implementar aquelas políticas dentro de um en- frentamento da questão social. Então isso é competência. (entrevistado 5).

A questão da competência em primeiro lugar foi tratada a partir da lei de regula- mentação da profissão, ali é o grande caminho onde se tem estabelecidas as compe- tências profissionais, a lei de regulamentação da profissão faz parte do projeto éti- co político, mas muitas vezes se esquece desse campo e se centra em várias outras discussões que ficam periféricas. As competências não se reduzem à lei, porque ela é o nosso norte, ela é a nossa diretriz. [...] se tem como ponto de partida aquilo que está posto na lei de regulamentação da profissão, no código de ética que compõe o campo de competência e habilidade. (entrevistado 6).

Para o currículo se teve uma lógica, foi dada uma ênfase especial para essa questão da competência e habilidade, pois se parte da Lei que regulamenta a profissão, das atribuições do assistente social. (entrevistado 10).

É um perigo pensar em competências e habilidades como a massificação do ponto de vista formal, isso leva a uma visão meramente da razão instrumental. [...] Então só tem sentido discutir competências, habilidades, instrumental técnico-operativo, dentro de um marco de concepção e prática profissional, por que senão efetivamen- te eu vou reproduzir uma razão meramente instrumental, positivista, basta você fa-

zer isso para você ser um bom profissional, aquilo que se podia chamar de uma no- va tecnificação para a profissão. (entrevistado 13) .

Competência e habilidade é todo aquele aparato ético-político-teórico- metodológico, acho que as coisas andam muito juntas, então não dá pra pensar a competência desarticulada, não é só no técnico operativo, tem que estar muito bem atrelada ao teórico-metodológico, tem que ter definição, tem que ter bastante co- nhecimento do método, tem que ter presente o projeto ético-político da profissão. (entrevistado 15).

A competência pode ser entendida como um atributo individual em que o indiví- duo que possua determinada competência, tem um diferencial de competitividade. Dois entre- vistados entendem que a competência é um atributo individual, que depende da capacidade e esforço do estudante. ―As competências estão relacionadas à questão individual‖ (entrevista- do 19). ―Competência é aquilo que diz respeito ao aluno. Do que ele vai ter que dar conta no trabalho, no que diz respeito, não necessariamente, exclusivamente a ele, mas que diz respei- to a ele também‖. (entrevistado 21).

4.2 APROPRIAÇÃO DAS COMPETÊNCIAS E HABILIDADES NA FORMAÇÃO DO

No documento DOUTORADO EM SERVIÇO SOCIAL SÃO PAULO 2010 (páginas 119-126)