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O PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO DA IES E A FORMAÇÃO PROFISSIONAL

No documento DOUTORADO EM SERVIÇO SOCIAL SÃO PAULO 2010 (páginas 134-151)

4. A VOZ DOS SUJEITOS SISTEMATIZAÇÃO DO CONTEÚDO DAS ENTREVISTAS

4.2 APROPRIAÇÃO DAS COMPETÊNCIAS E HABILIDADES NA FORMAÇÃO DO

4.2.1 O PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO DA IES E A FORMAÇÃO PROFISSIONAL

Toda instituição de ensino, da pré-escola ao ensino superior, precisa elaborar o projeto político-pedagógico. O desenho do PPP retrata o que se pretende realizar, relaciona o presente com o futuro projetado, Gadotti (2004) diz que:

Todo projeto supõe rupturas com o presente e promessas para o futuro. Projetar sig- nifica tentar quebrar um estado confortável para arriscar-se, atravessar um período de instabilidades e buscar uma nova estabilidade em função da promessa que cada projeto contém de estado melhor do presente. Um projeto educativo pode ser toma- do como promessa frente a determinadas rupturas. As promessas tornam visíveis os campos de ação possível, comprometendo seus atores e autores. (p. 579).

O projeto político-pedagógico é construído no coletivo da instituição de ensino, não apenas o agrupamento de grade curricular, com planos de ensino e de atividades, não é algo para ser construído para dar respostas burocráticas, e sim, para ser vivenciado. Rios (1982, p. 75) argumenta:

De nada adianta construir um belíssimo plano apenas com a finalidade de apresentá- lo quando for solicitado, para atender às exigências de organismos burocráticos, ou um bonito folheto para atrair consumidores de "nosso produto". O projeto não é algo que é feito e em seguida "mostrado". Ele é vivenciado desde o primeiro momento como parte da dinâmica da prática dos educadores. Nele, sem dúvida, entra a provi- soriedade, porque não temos apenas certezas, e porque devemos contar com eventu- ais interferências de alguns elementos do próprio contexto. Mas nele entra também a esperança, que conta mesmo com a incerteza (quando tenho certeza "absoluta", não preciso ter esperança), mas que a ela alia a ação, o empenho para a construção do trabalho.

É o PPP que dará o direcionamento do curso, explicitará seu compromisso com a formação e com a sociedade, por isso é considerado projeto político, pelo seu compromisso com os interesses reais e coletivos de onde está inserido. E pedagógico, no sentido de propici- ar formação do cidadão participativo, responsável, comprometido, criativo e crítico.

Um projeto político-pedagógico para Gadotti (2004, p. 579) apóia-se:

No desenvolvimento de uma consciência crítica e cidadã; No envolvimento da comunidade interna e externa da escola; Na participação e na cooperação das várias esferas de governo; e

Na autonomia, responsabilidade e criatividades como processo e como produto do projeto.

As IES têm autonomia relativa em relação aos órgãos centrais do sistema educa- cional (INEP, MEC), ou seja, têm liberdade para definir ações e organizar projetos que aten- dam suas necessidades e peculiaridades, mas é importante que estejam conectadas com as diretrizes nacionais propostas e com o conjunto da sociedade.

Neste item, se quer compreender como os coordenadores e professores dos cursos de Serviço Social pesquisados, identificaram as peculiaridades do projeto político-pedagógico da instituição e seu reflexo na formação profissional.

Considerando que cada PPP é construído por um conjunto de pessoas que estão em IES diferentes, bem como, em uma área geográfica diversa, com condições socioeconômi- cas e culturais diferenciadas, espera-se que mesmo seguindo as diretrizes nacionais e/ou da ABEPSS, apresentem características específicas para atender à realidade local e regional, que sejam inovadoras, entendendo que a inovação

[...] procura maior comunicação e diálogo com os saberes locais e com os diferentes atores e realiza-se em um contexto que é histórico e social, porque humano. A ciên- cia emergente opõe-se às clássicas dicotomias entre ciências naturais/ciências soci- ais, teoria/prática, sujeito/objeto, conhecimento/realidade. Trata-se, portanto, de buscar a superação da fragmentação das ciências e suas implicações para a vida do homem e da sociedade. (VEIGA, 2003, p. 274).

Cada Projeto Político-Pedagógico depende, portanto da ousadia do grupo de diri- gentes, professores e alunos, da ousadia de cada IES e de cada curso assumir-se com seu dife- rencial. Buscou-se identificar junto aos entrevistados as peculiaridades do PPP para a realida- de em que está inserido.

Os entrevistado 8 e 14 definiram que o diferencial do PPP é o direcionamento pa- ra a gestão de políticas públicas, com disciplinas de políticas setoriais. A formação em políti- ca social, também foi o diferencial evidenciado pelo entrevistado 10. Ele destacou que o curso

enfatiza a proteção social, o processo de trabalho e que as disciplinas têm características de oficinas.

O diferencial do nosso currículo é a gestão das políticas públicas, com disciplina de políticas setoriais, política de seguridade, gestão I e II, política social, tem política social no segundo ano, na política setorial se consegue passar por todas as políticas e o aluno tem clareza de todas as políticas públicas que existem, de todos os espa- ços sócio-ocupacionais do Serviço Social tanto do ponto de vista das políticas, quanto da gestão da organização das políticas e a legislação referente a essas polí- ticas, e as técnicas de gestão, então no que tange a habilidade técnica e a compe- tência a proposta curricular está dando conta. Mas ta faltando melhorar um pouco no que tange ao projeto ético-político profissional. (entrevistado 8) .

Eu penso que a nossa formação se preocupa com a formação em gestão e planeja- mento, até porque os Assistentes Sociais, em níveis diferenciados, assumem funções de chefia, de coordenação. Na área de saúde, por exemplo, o Serviço Social tem ex- periências importantes pelo Brasil na coordenação de equipes em serviços de saú- de, em hospitais, e, eu acho que na área sócio-jurídica se teve algum acúmulo. (en- trevistado 14).

O PPP é no mínimo diferente, ele tem dois núcleos. Um núcleo que é chamado aqui de núcleo “duro” do currículo, ele tem poucos pré-requisitos, que possibilita a fle- xibilidade para o próprio estudante fazer o caminho dentro do projeto de formação dele. Dentro desse núcleo duro tem duas frentes privilegiadas um que é da Política Social e o outro que é da questão do trabalho, na verdade do ensino do exercício profissional. Primeiro me deixa falar da política, que isso diferencia o curso, essa opção que é feita aqui diferencia de forma geral dos cursos em geral que estão por aí. Em relação à política o fato de não ter pré-requisito o aluno, começa as discipli- nas de Serviço Social e Política Social essas duas disciplinas na segunda e terceira fase são trabalhadas de uma concepção mais geral da política Social dos padrões de proteção social. A rede de proteção social na verdade, acho que isso que dife- rencia nesse currículo a proteção social, a ênfase a questão da seguridade e da cri- ança e adolescente, vai ter três disciplinas ligadas a área da seguridade, isso eu a- cho que é diferente, que é: Serviço Social e Seguridade Social da Saúde, Serviço So- cial e Seguridade Social Previdência, Serviço Social e Seguridade Social Assistên- cia, então isso pra mim é um diferenciador, e eu acho que é interessante pelo menos na a questão da seguridade, e que acaba não fica Política Social no Geral. [...] O outro núcleo, o da questão trabalho e que tem uma série de disciplinas no próprio estágio dentro do currículo se estrutura em função disso. O aluno da terceira fase entende que o exercício profissional que é entendido como trabalho, tem uma disci- plina chamada Introdução ao Processo de trabalho, na quarta, quinta e sexta fase, ele vai ter desdobramentos desta perspectiva com disciplinas que são voltadas pra questão de Serviço Social, Movimentos Sociais e Conselhos de Direito, e Processo do Trabalho do Serviço Social, Movimentos Sociais e Conselhos de Direito, então é um bloco de duas disciplinas que vai pegar o eixo do movimento Social tanto traba- lhando conceitualmente, teoricamente, uma que vai trabalhar isso e uma outra que é uma disciplina , que a idéia me parece ser voltada com uma característica de ofi- cina. Então, o que se espera dentro das competências e habilidades, então essa ofi- cina ela está no bloco como a de processo de trabalho. (entrevistado 10).

Os entrevistados 11, 16 e 18 destacaram que o diferencial do curso é trabalhar com a leitura da realidade, em especial a realidade regional, com as novas possibilidades de atuação do Serviço Social.

O atual currículo atende a necessidade de formação profissional. Porque é um cur- rículo que tem uma preocupação com a leitura da realidade, as disciplinas, elas es- tão pensadas de forma que possibilitam essa leitura da dinâmica societária, tem uma disciplina no segundo período Formação Sócio-Histórica Regional que trata da realidade da região. (entrevistado 11) .

Desde o início do curso, a disciplina que é história regional, que ela atende princi- palmente o conhecimento acerca da cidade, do município, da região, e nós temos disciplinas também, que na verdade são essas disciplinas que até entra como optati- vas, que são disciplinas que, queira ou, não a gente sempre ta trazendo a questão da realidade local. (entrevistado 16).

Eu creio que esta proposta sempre tem atendido as necessidades da formação pro- fissional, as disciplinas que propomos discutir que é até uma coisa muito recente, a atuação do Serviço Social em outras áreas que não são tão históricas a repercussão do Serviço Social, como é no Serviço Social Sócio-Ambiental, a gente não conseguiu nem bibliografia, eu acho que é bem legal isso de estar articulado com as necessi- dades, de considerar a questão da historicidade e a questão das transformações pe- las quais a sociedade vai passando, temos de ver o que é que é macro, mas também as particularidades da região, a construção da hidrelétrica, a exploração da mine- ração.(entrevistado 18) .

O entrevistado 12 argumentou que o curso está fundamentado em três eixos: aná- lise da teria social, fundamentos e prática. Os dois primeiros oferecem o suporte teórico para a entrada no estágio, e paralelo ao estágio, terá acesso a laboratórios de instrumentos e técnicas.

De acordo com a organização da grade seriam, três eixos de importância. Tem um eixo de análise da Teoria Social, o outro é o eixo de Fundamentos e tem o eixo que seria o Prático, através do estágio e de iniciativas que estariam ligadas para enten- der esta dimensão instrumental da intervenção profissional. Então, é importante porque nos primeiros três anos o aluno está com um conjunto de disciplinas de Fundamentos Teóricos, de Teoria Social e também de Ética, que de alguma forma daria uma base para depois ele, a partir do quarto período entrar no estágio. E a- qui são quatro períodos de estágio. [...] Então a partir deste momento o aluno entra no estágio, na lógica curricular, ele vai ter acesso também a algumas disciplinas do eixo que se conhece como Laboratório de instrumentos e técnicas, que é uma parte aonde se viria a conhecer elementos da intervenção profissional e instrumentaliza- ção das práticas, inclusive ligadas a elementos da pesquisa e de sistematização da prática. (entrevistado 12).

O entrevistado 13 apontou as diversas formas de interação do aluno com o espaço acadêmico: disciplinas, oficinas, grupos de supervisão e núcleos temáticos, bem como a im- portância para a reflexão do perfil do aluno e a realidade em que está inserido, notificando que a maioria dos alunos são trabalhadores. A proposta do curso é que o aluno inicie se reconhe- cendo como sujeito social e ao final tenha acúmulo para atuar em vários espaços profissionais.

Além das disciplinas nós temos oficinas, supervisão acadêmica em grupos, e tam- bém disciplinas teóricas com cinquenta alunos em sala de aula, um número menor de alunos em atividades como: supervisão acadêmica com 14 alunos, oficinas de formação em trabalho profissional até quinze alunos e núcleos temáticos até vinte alunos. Os núcleos têm temas transversais ao curso como: Gênero e igualdade, jus-

tiça, saúde e qualidade de vida, raça, etnia, relações de trabalho, família e socieda- de. Os alunos necessariamente têm que passar por dois núcleos ao longo do curso, e têm que participar de quatro formações diferenciadas, as formações são com quinze alunos dos diversos anos, e também a nossa contrapartida com profissionais Assis- tentes Sociais em campo e alunos de mestrado e doutorado.

A discussão do perfil é algo que se pensa desde sempre. Porque se tem a concepção de profissão e de profissional e a profissão tem um processo de ruptura com o con- servadorismo, com o marco de uma perspectiva crítica, a partir da realidade, obvi- amente, nós temos que pensar o perfil do profissional do ponto de vista de sua in- serção nessa realidade, então um profissional crítico, um profissional competente, com uma perspectiva ética, enfim, aquilo que são constitutivos do projeto ético polí- tico profissional do Serviço Social. [...] Pensar a questão do perfil também parte de pensar quem é esse aluno, no nosso caso, é um aluno estudante, trabalhador, que na maioria das vezes vem de uma precarização do ponto de vista do trabalho, parte desses alunos que procura o curso de alguma maneira já tiveram uma relação com as expressões da questão social.

Então, o primeiro ano ele passa por isso, como é que ele se reconhece como aluno, como é que ele se reconhece como sujeito social, e a partir daí no primeiro ano, a aproximação desse aluno com as expressões da questão, indo à favela, a cortiços, aos bairros, participando das lutas sociais, no poder executivo, no legislativo, no poder judicial, essa insegurança demanda esforços da profissão num espaço sócio- ocupacional. No terceiro ano a inserção do aluno no estágio, quarto ano plano sín- tese e a passagem para a formação profissional. [...] com a discussão mais adensa- da do debate contemporâneo da profissão, e ao mesmo tempo o acúmulo adensado nos vários espaços profissionais, e também a agenda da categoria, o Congresso Mundial, o CBAS, os encontros da ABEPSS, do ENPESS, quer dizer, toda essa a- genda, e ao mesmo tempo, a particularidade da ação nos espaços profissionais do ponto de vista do referencial técnico-metodológico, técnico-operativo, habilidades, competências, desafios, e nos espaços sócio-ocupacionais. (entrevistado 13).

Os entrevistados 17 e 20 entenderam que a proposta curricular prioriza a prática profissional, sem abrir mão da competência teórica, e que a formação profissional deve estar vinculada mais à Universidade que ao campo de estágio. O entrevistado 21 fez a leitura inver- sa, já que o diferencial do curso é priorizar a teoria e método.

Esse departamento sempre quis trabalhar muito esta questão da prática profissio- nal, é um departamento que tinha uma tradição de se vincular a estas questões. [...] Nós teríamos que pensar nas competências e habilidades. Víamos que tinha uma distância muito grande entre aquilo que se discutia aqui e aquilo que o estudante fazia lá fora, a influência do supervisor de campo era às vezes, muito maior, porque é uma relação muito próxima, Então, foi à hora que se falou: nós temos que assumir isto! Foi na tentativa de dar outro modelo. (entrevistado 17).

Essa universidade valoriza muito a questão da prática, é uma cultura que ela tem uma preocupação, pode não ser uma coisa tão regrada, porque não é um curso prá- tico, ao contrário tem bastantes investimentos teóricos, mas tem uma preocupação muito grande com essa não separação da universidade com a realidade, com a prá- tica profissional, com as assistentes sociais, tanto assim, que promove eventos, cur- sos, encontros, fórum de supervisores. (entrevistado 20).

Sempre tem esta discussão grande aqui na universidade, porque se tem um diferen- cial, para bem e para mal, que é assim: o nosso aporte é o aporte teórico o desen- volvimento de habilidades para se apropriar do conhecimento pra poder enxergar a realidade, então, eu acho que se prioriza a teoria e o método, que vão iluminar a prática. Tem-se uma determinação de trabalhar com essa parcela de argumentação, de uma leitura da realidade que vá se aproximando pra compreendê-la melhor, se

trabalha muito qual é o cenário onde a ação do Assistente Social se desenvolve, o que são os espaços sócio-ocupacionais, quais são as forças presentes e o ensino da ferramenta, do instrumento de trabalho vem pra, a partir desse suporte. Então, eu acho que o nosso diferencial é a prioridade do estudo da teoria e do método, depois da prática. (entrevistado 21).

Um projeto profissional, segundo Netto (2008), é construído pela categoria profis- sional que, no caso do Serviço Social, foi o conjunto de organizações CFESS/CRESS, A- BEPSS, ENESSO e associações profissionais. O projeto profissional está em conexão com a sociedade e suas mudanças, por isso também se transforma para responder à nova realidade. É nele que estão definidos os valores, os objetivos, as funções, os requisitos teóricos, práticos e institucionais, que legitimam a profissão e as bases das relações com usuários, com outras profissões e com organizações públicas e privadas.

A definição de Braz (2004, p. 56) para projeto ético-político é:

Conjunto de valores e concepções ético-políticas por meio das quais setores signifi- cativos da categoria dos assistentes sociais se expressam, tornando-o representativo e, por vezes, hegemônico, isto é, quando, democraticamente detém e direciona os espaços fundamentais da profissão no Brasil. Este direcionamento ocorre quando há reconhecimento de suas ações e formulações por parcela decisiva da categoria, tor- nando-o (o projeto ético-político) legítimo como perante ela.

O projeto ético-político do Serviço Social se concretiza no cotidiano através da in- tervenção profissional e se materializa segundo Braz (2004), nas dimensões:

a) Dimensão da produção de conhecimentos no interior do Serviço Social: É a esfera de sistematização das modalidades práticas da profissão, onde se apresentam os processos reflexivos do fazer profissional. Esta dimensão investigativa da profissão tem como parâmetro a afinidade com as tendências teórico-críticas do pensamento social. Dessa forma, não cabem no projeto ético-político contemporâneo, posturas teóricas conser- vadoras, cujo horizonte é a manutenção da ordem.

b) Dimensão político-organizativa da profissão: ─ Aqui se assentam tanto os fóruns de de-

liberação quanto as entidades representativas da profissão. Fundamentalmente, o con- junto CFESS/CRESS, a ABEPSS e ENESSO. Por meio dos fóruns consultivos e deli- berativos destas entidades representativas são tecidos os traços gerais do projeto, quando são reafirmados (ou não) determinados compromissos e princípios.

c) Dimensão jurídico-política da profissão: Temos aqui o aparato jurídico-político e insti- tucional da profissão que envolve um conjunto de leis e resoluções, documentos e tex- tos políticos consagrados no seio profissional. Há nessa dimensão duas esferas dife- renciadas, porém articuladas, são elas: um aparato político-jurídico de caráter estrita- mente profissional; e um aparato jurídico-político de caráter mais abrangente. No pri- meiro caso, temos determinados componentes construídos e legitimados pela categoria tais como: o atual Código de Ética Profissional, a Lei de Regulamentação da Profissão (Lei 8662/93) e as Diretrizes Curriculares (resolução 15/2002). No segundo, temos o conjunto de leis advindas do capítulo da Ordem Social da Constituição Federal de 1988 que, embora não exclusivo da categoria, foi fruto de lutas que envolveram os as- sistentes sociaise, por outro lado, faz parte do cotidiano profissional de tal forma que

pode funcionar como instrumento viabilizador de direitos através das políticas sociais que executamos e/ou planejamos.

No decorrer da entrevista, questionou-se a consolidação do projeto ético-político defendido pela categoria profissional no cotidiano institucional. O entrevistado 1 disse que a consolidação ocorre a partir das dimensões político-organizativa e jurídico-política da profis- são, quando por meio de entidades representativas da categoria, se consegue inferir no proces- so avaliativo dos cursos, direcionando o conteúdo a ser avaliado pelo ENADE.

Na hora que foi identificado que o MEC abriu as portas, só tinha uma saída, o re- gistro do projeto ético político e institucional. É importante, pois hoje as provas no ENADE são feitas a partir da proposta da ABEPSS, A avaliação dos consultores consideram a proposta da ABEPSS, [...] à medida que eles forem se pautando nas diretrizes da ABEPSS, a comissão de especialistas, elas se tornam unânime. Agora se tem um limite legal de não poder vetar, mas pode fazer uma avaliação criteriosa e o norte da avaliação técnico profissional, acho que na sua grande prevalência tem sido a referência da ABEPSS. Vejo sintomas nisso com os colegas que avaliam. As provas do ENADE. Acho que está tendo certa correspondência não com as diretri-

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