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As Festas Cívi cas n o Colégio e na E scol a Es tadual San ta T eresa

ESTADO DE MATO GROSSO

3.1 As Festas Cívi cas n o Colégio e na E scol a Es tadual San ta T eresa

Most rar a históri a do Colégio S ant a Teresa por m eio das festas e com emorações es col ares , arti cul ando as pectos int ernos e externos à es cola, nos permit e desvel ar às mudanças e perm anênci as no cal e ndári o escol ar, nas práti cas escol ares, bem com o as funções educati vas das fest as , pri nci palm ent e, depois de

instituído o Convêni o (1971) , que possi bilitou o ingres so de alunos de vários setores soci ais , em especial das cam adas populares, no Colégio. Os eventos sel ecionados para essa pes quis a referem -s e, ness e período, às festivi dades, celebrações e comemorações , que ocorriam sim ult aneamente com os al unos das duas es col as, no m es mo espaço e t em po escol ar.

Um as pect o rel evant e é que no perí odo em estudo (1972 -1987), um a das grandes preocupações dos reformadores, políti cos , int el ect uai s e educadores , era com a educação moral e cí vi ca, a divul gação dos valores cívico -pat rióti cos e a preparação para o trabal ho (Lei 5692/71).

Moral e civism o sempre est ive ram present es na educação brasil eira, m as com o golpe milit ar de 1964, acentuou a preocupação com a doutri na da segurança nacional . Dess e modo, a educação moral e cí vi ca t ornou -se obri gatóri a com o dis ci plina e práti ca educat iva , s endo res ponsável pel a tran smiss ão de ideais pat ri óti cos que eram di vul gados por m eio dos conteúdos escolares, pelas pal est ras proferi das nas es col as e pel as fest as es col ares com a finali dade de des pert ar senti mentos de amor e dever à pát ri a, à famíli a e à soci edade56.

Em 1969, foi c ri ada a Comi ss ão Naci onal de M oral e C ivismo para planej ar, control ar, implementar ações cuj a finalidade era dar novo sentido à educação cívi ca. A comi ss ão era responsável por t raçar di retrizes para s erem seguidas nos estabel eci mentos de ens ino, nas repart i ções públi cas e pel a soci edade ci vil.

Dess e modo, o s cont eúdos de moral e civismo deveriam perpassar todas as disciplinas e práti cas educati vas. P or outro l ado, os est abel ecim entos de ens ino foram obri gados a cumpri r o programa fixado pel o C ons elho Federa l de Educação (C FE), e consequent em ent e a carga horári a de história e geografia

56 O D e c r e t o - Le i 8 6 9 / 6 9 t o r no u a E d uc a ç ã o M o r a l e C í vi c a d i s c i p l i n a o b r i ga t ó r i a e m t o d o s o s s i s t e ma s e gr a u s d e e n s i no d o p a í s e c r i o u t a mb é m a C o mi s s ã o N a c i o na l d e M o r a l e C i v i s mo . A s f i na l i d a d e s d a E M C fo r a m c i t a d a s t a mb é m no D e c r e t o 6 8 . 0 6 5 / 7 1 e no P a r e c e r 7 4 / 7 1 d o C F E .

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(estudos soci ais ) foi “cedendo” espaço para as dis cipli nas E ducação Moral e Cívica (E MC) e O rganização Soci al e P olí tica do Brasil (OSP B) .

As at ividades cívicas est avam insc rit as na Lei . Dess e modo , pas saram a faz er part e do cotidi ano es col ar por m ei o do cult o aos sím bolos nacionai s, aos heróis nacionai s, e das comem orações . O cham am ent o m oral e cívi co era feit o a todos por int ermédio da i mprensa, nos li vros didáti cos , nos di s curs os e propagandas do Governo.

Sabemos que cada institui ção es col ar pos sui suas singul aridades, port anto, suas form as de cel ebrar. Independente do local onde a es col a s e localizava, deveri a aproveit ar dos mom ent os festi vos para incul car hábitos de o rdem , com portam entos , sentimentos pát ri os e deveres para com a pát ri a e com o próximo.

As fest as realiz adas no C olégio S al esi ano de S ant a Teres a , est abel ecidas no calendári o es col ar eram organizadas pelos di retores, pel os profess ores e pelos alunos. Consid eram os que es treit ava os l aços ent re escol a e s oci edade, tornando - a o lugar pri vilegi ado para a divul gação da cult ura, da m emóri a históri ca, e contri buí am para a const rução da identi dade da es cola.

Poucas alt erações ocorreram ao longo do perí odo el eito par a estudo. No que diz respeito às fes tas cí vicas, o recorte t emporal do período de estudo perpassa t rês mom entos si gnifi cativos da história políti ca brasilei ra e regional . O primeiro é o do R egim e Mil itar no Brasil, o s egundo da di visão adminis trativa do es tado de M ato Gross o em 1977, que dá ori gem ao est ado de M ato Gross o do Sul e, o t erceiro, o i níci o da Abertura Política.

Com o regim e mil it ar, houve a norm ati zação de com o deveri am s er as com emorações e fes tividades no am biente escol ar. O surgi ment o do est ado de Mato Grosso do Sul inclui u no cal endário mais um a dat a a ser com em orada: o dia da di vis ão do Estado, e no período da abert ura políti ca, as exi gênci as da época do R egi me foram abolidas.

É int eres sante dest acar que cada um dess es momentos históri c os , colocav a em cena rit uais di sti ntos, procurando educar os alunos e a comunidade para um a série de valores e virt udes cívi cas, políticas e soci ais . Assim, não podem os perder de vist a ao anali sar os rel atos das fest as que el es comportam sil ênci os e esquecim entos, voluntários, ou não, de segm ent os da soci edade. P recis am os faz er considerações sobre o l ugar de ori gem do part ici pante, lem brando das práti cas de cont rol e e supervi são de pessoas e cois as nos festejos . É preci so reconhecer que não são dados inocen t es, m as o que um grupo quis regist rar. “Não são mentiras ou deturpação da realidade, mas um determinado olhar sobre

ela, olhar que é part e int egr ant e e inseparável da r ealidade ” (CHAMON, 2002,

p.23).

As fest as e comem orações escol ares deveri am s egui r as r egulam ent ações legais em vi gor na época57. A Del egacia de Ensino defi ni a junt o aos di retores das es col as a programação dos fest ej os es col ares , e det erminava os procedim ent os de com o cel ebrar as fest as e comem orações nacionais no âmbito da es col a.

Os diret ores do Sant a Teres a reuni am com os coordenadores e profess ores para repass ar as ori ent ações e recom endações ofi ci ais recebidas. As festas e com emorações ocupavam um a grande quantidade de t empo durant e o ano l etivo , e os professores eram os respons áveis por ornam ent ar a es cola, a s al a de aula, parti cipar ativam ent e das com em orações, difundi ndo valores cívicos e cumprindo as ati vidades previament e determinadas pel as autoridades educacionais .

Dess e modo, os profess ores que antes des empenhavam ati vidades diret am ent e relaci onadas à s al a de aul a, com o planej am ent o, execução das aul as ,

57 Le gi s l a ç ã o F e d e r a l : D e c r e t o - L e i nº 8 6 9 , d e 1 2 / 0 9 / 1 9 6 9 D i s p õ e s o b r e a i n c l u s ã o d a E d uc a ç ã o M o r a l e C í v i c a c o mo d i s c i p l i na o b r i g a t ó r i a , n a s e s c o l a s d e t o d o s o s g r a u s e mo d a l i d a d e s d o s s i s t e ma s d e e n s i no no P a í s , e d á o u t r a s p r o vi d ê nc i a s ; L e i nº 5 7 0 0 / 7 1 , d e 0 1 / 0 9 / 1 9 7 1 D i s p õ e s o b r e a fo r ma e a p r e s e nt a ç ã o d o s S í mb o l o s N a c i o na i s e d á o u t r a s p r o vi d ê n c i a s ; D e c r e t o nº 6 8 0 6 5 , d e 1 4 / 0 1 / 1 9 7 1 R e g ul a me nt a o D e c r e t o - Le i nº 8 6 9 , de 1 2 d e s e t e mb r o d e 1 9 6 9 , q u e d i s p õ e s o b r e a i nc l us ã o d a E d uc a ç ã o M o r a l e C í v i c a c o mo d i s c i p l i na o b r i ga t ó r i a , na s e s c o l a s d e t o d o s o s gr a u s e mo d a l i d a d e s d o s s i s t e ma s d e e n s i no n o P a í s , e d á o u t r a s p r o v i d ê nc i a s ; L e i d e D i r e t r i z e s e B a s e s d a E d u c a ç ã o N a c i o na l 5 6 9 2 , d e 1 1 d e a go s t o d e 1 9 7 1 ; C o ns t i t ui ç ã o F e d e r a l .

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correção de t rabal hos, de cadernos e de provas, pass aram a ter a respons abili dade de preparar as fest as es col ares e os alunos.

Os al unos parti ci pavam ativam ent e dos festejos como at ores e col aboradores , s abendo que de sua dis cipli na e respons abi lidade dependiam o sucesso ou fracass o do event o.

Im port a dest acar que o desempenho tant o de alunos como de profes sores era avaliado pelos diretores, coordenadores e soci edade em geral, confor me a qualidade das apres entações veicul adas nos di as fest ivos .

A preocupação era de que a fest a cum pris se a sua finalidade educativa , col aborando para que as dat as cí vi cas fossem respeit adas e cel ebradas; o amor à pát ri a foss e cultivado; a educação valori z ada, por m eio das fest as de acolhi da a alunos e profes sores, de form at ura, de encerram ento do ano es colar.

O program a das fest as com eçava sempre com um a expli cação sobre a data , fei ta por um profess or, ou m esmo pel o di retor da es col a, segui do de apresent aç ões de al unos.

Todos os anos o C olégio com emorava o aniversário da “Revolução de

1964”, com palestras el aboradas pel os alunos e com um a refl exão do padre

diretor, enfat izando a importância do acont ecim ento para “democraci a” brasil ei ra. No ano de 1976 o at o cívi co ocorreu em conj unto com a Escol a Est adual. Na ocasião foi feito o hast eament o da bandei ra ao canto do Hino Nacional e um aluno foi es colhido para fazer um dis curso sobre a dat a.

A dat a cívi ca era trabalhada em s al a de aul a pel os professores que j u nt o aos alunos faziam pesquis as, cart azes e quadros murais, com a fi nalidade de reverenci ar a “revolução ”.

Com o dis curs o de que todos eram test emunhas dos benefí cios da “Revolução de 31 de março de 1964 quando nossa Pátria foi desviada de rumos

a popul ação era conclam ada a parti cipar dos event os com emorativos do ani vers ário da “Revolução ”.

A Prefeit ura Munici pal de Corum bá el aborava um a longa program ação que com eçava no di a 27 de m arço e prosseguia at é o di a 31de março. Const ava na program ação pal est ras t ransmit idas pel as emis soras de rádi o e t elevis ão, ret reta na P raça da Independênci a, entrega de prêm ios aos vencedores do concurs o “A

Revol ução e suas r ealizações ”, l ançam entos e inaugurações de obras, j ogo de

fut ebol no est ádio Arthur M arinho, has team ento à Bandei ra e Miss a em Ação d e Graças58.

O pont o alt o das comemorações fi cava reservado para o di a 31 de m arço , que com eçava com a al vorada festi va na Praça da Independênci a, s eg uido por alocução à dat a e hast eam ent o à Bandeira. Ness e dia, as es col as públi cas e parti cul ares da cidade m andavam repres ent ações de al unos e profes sores para parti cipar do event o. A fi gura a s eguir, il ust ra a int ens a program ação do ani vers ário da “Revolução de 1964 ”.

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F IGU RA 14. Pro gra mação ofi ci al do 10º ani versár i o d a “Rev ol ução de 196 4”. ( Font e: Fol ha da T arde, nº 3573 , 27 mar. 1 97 4. An o X II ) .

As com em orações alus ivas à “Revol ução de 1964 ” vis avam propagar a idei a de que o regi me foi em defesa do povo. As pa l est ras transmitidas pelo rádio e pela t el evis ão eram est ratégi as arquit etadas pelo regi me com a finalidade de i nt erferi r nas formas de pens ar e de agi r da popul ação , tornando -os favoráveis ao Governo.

Na área educacional, através da disciplina EMC e OSP B incuti am os val ores: obedi ênci a, pas sividade, ordem, fé, “liberdade com r espons abili dade ”, e pat riot ismo como mecanism os para l egiti mar o Governo e s uas ações .

F IGU RA 15. Reuni ão dos al unos n o pát i o do Col é gi o an t es do i ní c i o das aul a s - 1980 ( Acer vo do Col é gi o) .

No Col égio Sant a Teresa, todos os di as antes do iníci o das aulas, os alunos ficavam reunidos no páti o da escol a para o momento cívico. Isso si gnifi cav a cant ar o Hino Naci onal enquant o as bandei ras (do Brasil, do Est ado e do

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Muni cípi o) eram has teadas. Após a execução do hi no, ocorri am as orações, os avisos e depois os alunos eram liberados para di ri girem -s e a sal a, enfil eirados acompanhados pelo profess or. Essa prát ica fez com que os padres s al esi anos ficas sem conheci dos por i mprimir nos discent es a devoção à P át ria, o cult o à Bandei ra, al ém do amor a Deus e à M ari a Auxiliadora.

O di a 21 de abril - dia de Tiradentes e da Fundação de Brasíli a – era com emorado anualm ent e no Col égio e por s er feri ado naci onal , a seção cí vica era ant ecipada para o di a 20 de abri l, sendo di vidi da em duas part es. Na prim ei ra part e, todos os profess ores trabal havam o tema “T iradentes ”, cada um a em sua sal a, des envolvendo ativi dades divers as com carát er festi vo, mot ivando os alunos a confecci onaram quadros murai s, cart azes, faz erem p esquis as e t rabalhos no int erior da s al a de aul a (cópi as, dit ados, com posi ções l ivres ). Na s egunda part e, t odos os alunos parti cipavam do hast eam ent o da bandei ra, do cant o ao Hino à Independência, depoi s ouvi am pal est ra li gada ao t em a, assi sti am as apresent ações dos grupos de al unos escolhidos para repres entar cada turm a e ret ornavam às sal as .

Recitar poesi as, decl amar, apres ent ações de ginásti cas, des files, hom enagens , cantos, com petições esport ivas, pass eat as eram ati vidades incorporadas à cultura festi va . O mom ent o de int egração e socializ ação durante o ritual fest ivo cont ri buí a para a const rução da mem ória col et iva. Podemos diz er que as dat as inst ituí das pel o Est ado para serem comemoradas e os cont eúdos a serem vei cul ados por mei o del as, buscavam “form ar ” o bom ci dadão.

O di a 13 de junho é um feri ado muni ci pal em que s e comem ora o di a da Retom ada de Corum bá. O at o cívi co organizado pela P refeitura Muni cipal de Corum bá acontece na Praça da Independênci a e reúne aut ori dades ci vis, militares, represent antes de institui ções es col ares públi cas e privadas , dent re outros. A import ânci a des se evento deve -se ao fat o de que Antonio M ari a C oelho com andando a Frot a Expedicionária de Mat o Gros so expulsou da “Vila de

Corumbá ” (em 1867), hoj e, Corumbá, os paraguaios , que li derados por Sol ano

do Paraguai. Ness e evento, o Hino Nacional e a Marcha da Ret om ada eram execut ados pel as B andas de m úsi ca da M arinha e do Exército. Durant e a cerim ôni a eram co locadas flores no pedestal onde s e encont ra a oss ada do “her ói

da Ret omada ” e havi a apresent ações alus i vas a dat a.

Const am nos docum ent os consult ados que at é o ano de 1973, es se di a também era cel ebrado com um des fil e es colar esportivo e o Colégi o Sant a T eres a col ocava um grupo de alunos para repres ent á -lo. O des fil e foi abolido, embora o feri ado foss e mantido.

Fazia parte do calendário cívi co a sem ana do Exérci to. Es ta t inha iníci o no dia 19 e terminava no dia 25 agosto. Durant e a s em ana, os m at eri ais usa dos pelo Exército: arm as , munições , ji pes, tendas camufl adas e roupas especi ai s, fi cavam em exposi ção na P raça da Independênci a. Os est udant es do ens ino público e privado de C orumbá e Ladário e a popul ação corumbaense presti gi avam a exposi ção. Out ras ativi dades marcavam a sem ana, como exemplo, corrida rústi ca, ret ret a com a Banda de músi ca do 17º Bat alhão de Caçadores (BC ), e solenidade m ilit ar com entrega de m edalhas59.

A data no Col égi o Sant a Teres a era lembrada em sal a de aul a com pes quis as , confecção de cartaz es e t ambém com visi tação ao Exérci to. Nas visit ações ao quart el , as instal ações eram apres ent adas aos al unos e depoi s eram proferi das pal est ras sobre a import ânci a do Exército para a s egurança nacional . Tem a bem sugest ivo, se levarm os em cont a o pe ríodo polí t ico que est ávamos vivendo em que era import ant e mol dar com portam entos e convencer os alunos acerca dos “benefí ci os ” do regi me.

As festas não se rest ringem ao espaço da es col a, mas t em a capacidade d e est ender-se por toda a soci edade, penetrando , m oldando e influenci ando nas formas de agir e de s e com portar dos indi víduos.

59 O d i a d o S o l d a d o é c o me mo r a d o no d i a 2 5 d e a go s t o . F o i i n s t i t uí d o e m ho me n a ge m a L uí s A l ve s d e Li ma e S i l v a – D uq ue d e C a xi a s – P a t r o no d o E xé r c i t o B r a s i l e i r o .

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Anualm ent e eram realizadas no interior do C olégio Sal esi ano de S ant a Teresa pal est ras s obre formação cí vi ca e m oral, di reitos e deveres, moral - rel i giosa, o bom cidadão, grande s nomes da hist óri a do nos so país, proferidas pel o padre diret or. Posso i nferir que ess as pal es tras ti nham a intenção de propagar, di vul gar e afi rm ar o regim e mil itar que havia s e inst aurado pelo golpe de 1964. De acordo com C arval ho,

A el aboração de u m i m a gi nári o é part e i nt e grant e da l e gi t i mação de qual quer r egi me p ol í t i co. É por mei o do i ma gi nár i o que se pode m at i n gi r não só a cabeça, mas, de mod o especi al , o cor ação, i st o é, as aspi rações, os me dos e as esperanç as de u m po vo. É nel e que as soci edades de fi ne m suas i dent i dades e obj eti vos, def i ne m seus i ni mi gos, or gan i za m se u passado, p resent e e fut ur o. O i ma gi nár i o soci al é c onst i t uí do e se ex pr e ssa por i deol o gi as e ut opi as, se m dú vi da, mas t a mbé m – e é o que aqui me i nt er essa – por sí mbol os, al e gor i as, r i t uai s e mi t os (CARV A LH O, 1990 , p.10) .

Dess e modo, era importante sel eci onar, planejar e program ar as festivi dades es col ares, para que pudessem const rui r e reforçar a m emóri a ofi ci al nacional com at ividades diversas dent ro e fora da es col a. A fe sta cí vica era um important e inst rumento para evi tar o esquecim ento, promover a recordação d e fat os, e de pessoas escol hidas para serem lem bradas .

Levando -s e em cont a, a etimol ogi a, cívico do l atim ci vicu rel ati vo aos cidadãos como mem bros do Est ado, a fes t a cívi ca, é uma fest a produzida por questões pol íti cas , mas não podem os reduzi -l a a ess a caract erí sti ca. Um dos obj etivos da festa cí vica é produzir sens ibilidades , cont agi ando e comovendo a todos (CHAM ON, 2002). Outra característica é a publi cidade. Não exist e fest a cívi ca feit a às es condidas, porque acont ece no es paço públi co, abert a a todos e nos l ugares em que muitas pessoas ci rculam.

A programação da Semana da Pát ri a era el aborada pel a Secretari a Muni cipal de Educação e Cultura de C orum bá (S MEC ) e pe lo C om ando da 2ª Bri gada M ist a. Est es el aboravam as orient ações e encami nhavam às es col as públi cas e privadas , às organizações civis e milit ares, cl ubes de servi ço e enti dades cl assistas.

F IGU RA 16. Pr o gr a ma: Se mana da Pát ri a 1977. (Font e: O Mo ment o, nº 7343 , 31 ago . 197 7. Ano X X X II ) .

A sol eni dade de abertura da s em ana ini ci ava no di a 1 de s et embro na Praça da Independênci a com a chegada do Fogo Simbóli co e se est endia at é o dia 7.