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O PITU-2020 na RMSP

2. AS LINHAS FÉRREAS DA CPTM

A CPTM – Companhia Paulista de Trens Metropolitanos, foi criada em 28 de maio de 1992, em substituição à antiga CBTU – Companhia Brasileira de Trens Urbanos. Como o próprio nome indica, esta substituição decorre das alterações da Constituição Federal de 1988, em que o transporte sobre trilhos passa da competência da União para a responsabilidade dos estados.

Funcionalmente, a CPTM foi criada para explorar o serviço de transporte de passageiros nas zonas regionais (regiões metropolitanas e aglomerações urbanas) do estado de São Paulo. Atualmente, contudo, a CPTM atua somente na região metropolitana de São Paulo.

Em fevereiro de 1996, com a política de privatização das ferrovias, os trechos urbanos da FEPASA passaram para o controle operacional da CPTM, permitindo sua efetiva consolidação.

A CPTM serve 22 municípios da RMSP, e sua rede é composta por 92 estações ao longo de 270 km de vias. Possuindo seis linhas, nomeadas de A a F, ela transporta uma média de um milhão de passageiros/dia. A figura seguinte mostra a disposição dos terminais na linha que atende a porção sudeste da RMSP.

Figura 1.1.: A linha D da CPTM

Tabela 1.20: Dados relativos às linhas férreas da CPTM Linha Percurso (1) Nº de (2) Estações Intervalo (min) (3) Extensão Tempo de Percur.(4) Pax/dia Linha A - Noroeste Brás-Fisco Morato /

Fisco Morato - Jundiaí 14/4=18 8/ 15 a 20 62,6 km 55/24 min 125 mil

Linha B -

Oeste Júlio Prestes - Itapevi 20/4=24 7/15 41,8 km 59/14 min 270 mil Linha C -

Sul Osasco-Jurubatuba 15 7/15 36,1 km 41/38 min 53 mil

Linhas D - Sudeste

Luz - Rio Grande da

Serra (*) 15/2=17 8/ 15 a 20 48 km 56 min 175 mil

Linha E - Leste

Brás-Guaianazes

Guaianazes-Estudantes 6/9=15 7/13 48,5 km 28/40 min 310 mil Linha F -

Leste

Variante Brás - Calmon Viana 10 9/17 38,9 km 57 min 110 mil

Total 92 275,9 km 1043 mil

(Fonte: CPTM – março/2002) Observações:

1. Quando os percursos são separados por um travessão, isto significa que há a necessidade de baldeação dos passageiros para continuar viagem.

2. Quando separado por travessão, significa que a linha é seccionada por trechos (com seu número correspondente de estações), não contando, para o segundo trecho, a estação de transbordo.

3. Intervalo na hora de pico e fora da hora de pico.

4. Quando separado por travessão, indica o tempo necessário para percorrer cada trecho da linha.

(*) O trecho Rio Grande da Serra à Paranapiacaba opera em regime especial, segundo fonte da CPTM. Realmente, isto ocorria até 2002, com somente duas viagens diárias no período da manhã e final da tarde. Porém, desde então, estes trens não mais atingem Paranapiacaba nos finais-de- semana. A partir de 2004 o serviço de trens urbanos no trecho Rio Grande da Serra-Paranapiacaba foi interrompido definitivamente, sendo apenas possível realizar este trecho com baldeação para ônibus.

usuários de transporte público na RMSP. Esta fatia deverá aumentar, pois faz parte da política de transporte da região metropolitana, delineada pelo PITU-2020, a prioridade para o transporte de massa por vias férreas, como integrante da troncalização do sistema. O objetivo é dobrar a capacidade de transporte de passageiros até 2020, através de 350 km de vias metro-ferroviárias, sendo que hoje este valor já alcança 320 km ao todo.

Para a abrangência geográfica específica do ABCD, somente a Linha D, Luz – Rio Grande da Serra, atende a região, atravessando os municípios de São Caetano e Santo André, para seguir adiante em direção à Mauá e demais municípios que fazem parte da região sudeste, a Sub-Região 6 (em termos de divisão intermunicipal de transporte). Portanto, nem Diadema e São Bernardo do Campo são atendidos pelas linhas férreas urbanas.

Importante é salientar o cruzamento do Corredor de Ônibus São Mateus-Jabaquara com a CPTM, que ocorre na estação Santo André da Linha D, em pleno centro da cidade de Santo André. Por sinal, o início da urbanização desta área se dá a partir da estação férrea que ali se instala, a partir dos trilhos da antiga São Paulo Railway e, posteriormente, Estrada de Ferro Santos-Jundiaí.

Esta linha é responsável por 17,5% da extensão das linhas da CPTM, e por 17% do número de passageiros transportados, se configurando como a terceira mais importante linha em termos de volume de usuários.

Desde 2000, as linhas da CPTM, principalmente esta linha D, estão passando por contínuos processos de modernização e recuperação em sua infra-estrutura viária, operacional e de instalações fixas, utilizando composições modernas e confortáveis. Neste sentido, a empresa adquiriu 78 novos trens, os conhecidos “trens espanhóis”, e mais dez provenientes da Alemanha, melhorando significativamente o transporte de grande massa de usuários.

Atualmente, o projeto mais importante da CPTM (em fase final de execução) é o Projeto Integração Centro, através da formação de um corredor ferroviário que permitirá que todas as linhas do sistema trafeguem entre as Estações Brás à Barra Funda. Isto não era possível para os trens das linhas E e F, que tinham como estação inicial o Terminal Brás.

Para tanto, a estação Luz, considerada o gargalo do sistema, passou por um processo de ampliação e de reestruturação, além de vir a possibilitar a integração física com a estação da Linha 1, ramal Norte-Sul, do Metrô, também denominada de estação Luz (hoje integradas fisicamente). Também se integrarão com a futura linha 4, Luz – Vila Sônia, do Metrô, se tornando o principal pólo de integração do sistema de transporte metro-ferroviário.

Tal estrutura permitirá que a atual estação Luz se torne um grande terminal de integração, atualmente capaz de atender um volume máximo de 100 mil passageiros/dia, mas que será ampliado para 500 mil, quando concluídas as obras. Hoje, é possível efetuar-se a baldeação das linhas de trem para o metrô, nas estações com integração física entre as estações, sem pagamento de nova tarifa Isto representa uma boa economia para quem necessita utilizar as duas modalidades de transporte para realizar seu deslocamento, da origem até o destino final. Neste momento inicial, a passagem do metrô, bilhete simples, era de R$ 1,90 (janeiro/2003), e a do trem metropolitano de R$1,55 (janeiro/2003). Assim, era mais barato iniciar a viagem pagando-se o trem, pois a transferência é gratuita.

Em 2005, a tarifa das linhas da CPTM e do Metrô subiram para R$2,10, com direito à integração das linhas destas companhias, desde que realizada em estações/terminais fechados.