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AS EMPRESAS DE TRANSPORTE MUNICIPAL:

O PANORAMA ATUAL DE TCU NA REGIÃO DO ABCD

U: indica que as linhas possuem como origem/destino, a estação da CPTM de

3. SÃO CAETANO DO SUL

A cidade de São Caetano é a única cidade do ABCD que não conta com uma empresa específica para o transporte urbano da cidade. Este fato se deve, provavelmente, à diminuta área da cidade, de apenas 13 km2, e com população de 150 mil habitantes, inferior a dos demais municípios que compõem o ABCD.

O órgão responsável pelo sistema de transporte público da cidade é o DTV – Departamento de Transporte Viário, que acumula também as funções de gerenciador do tráfego e da estrutura viária urbana do município.

A cidade possui três empresas que são permissionárias do sistema de transporte público, a saber:

- Empresa VIPE (Viação Padre Eustáquio Ltda): até 1984 como a antiga Benfica, que remonta à década de 50.

- Empresa SAFIRA: a partir de 1990.

- Empresa SANTA PAULA: conhecida até 1984 como São Bento, também originária da década de 50.

Estas empresas fazem parte do influente Grupo dos Mineiros, detentores de grande número de viações por todo o país.

O sistema em serviço da cidade transportava, em 2000, uma média de 17.000 passageiros/dia, atingindo até 20.000 passageiros/dia útil, com um IPK de 1,59 passageiros/km, um valor extremamente baixo. Talvez a pequena dimensão da cidade, e a distribuição das atividades de serviço e comércio por seus diversos bairros, expliquem uma maior facilidade de mobilidade a pé por percursos geralmente curtos.

Apesar das pequenas dimensões do município, cujo diâmetro não ultrapassa quatro quilômetros, seu centro se localiza fora do centro geográfico da cidade, situando-se na região norte da cidade. Esta “não-centralização” da área central (fora do centro geográfico da cidade) acaba gerando maiores distâncias para determinadas regiões da cidade que se encontram na sua porção sul, criando a necessidade de locomoção motorizada. Para esta população estas regiões chegam a distar até quatro quilômetros do centro.

O centro “antigo” de São Caetano é composto de ruas estreitas, que se encontram constantemente congestionadas. Por causa disto, desde 1990, os ônibus não estão mais trafegando pelo centro “antigo”, devido à dificuldade de locomoção, inviabilizando o percurso em tempo razoável.

Mesmo sendo o município diminuto, o Bairro Prosperidade (região nordeste da cidade) não conta com serviço de transporte municipal. A dificuldade de acesso das linhas a esta área, mais encravada dentro dos municípios de São Paulo e Santo André, se deve a estar separada de São Caetano pela ferrovia e por grandes empresas ali localizadas, que ocupam amplos espaços entre este bairro e a cidade. A cidade conta com apenas sete linhas de ônibus, sendo três da VIPE, duas da SAFIRA e duas da SANTA PAULA.

Dados Quantitativos do Sistema

Estas três empresas transportaram, em dezembro de 2002, 520 mil passageiros/mês, em 324 mil km rodados, com uma frota de 58 ônibus, resultando um baixo IPK, distribuídos em oito linhas. (Ver Mapa 01)

Como se pode observar, o transporte coletivo municipal nesta cidade tem um papel bastante secundário em relação às outras cidades da região, pois a relação passageiros transportados/número de habitantes/dia pouco ultrapassa a casa dos 10%, ao passo que, nos municípios anteriormente apresentados, esta mesma relação apresenta uma proporcionalidade ao redor de 25%, mais que o dobro desta última.

Tal quadro se explique, talvez, pela pequena área urbana, contra uma tarifa de “cidade grande”, e pela presença de linhas de transporte intermunicipais que cruzam toda a cidade, carreando para si boa parte dos passageiros que perfazem trajetos dentro da cidade. Isto porque São Caetano é uma cidade de passagem de grande número de linhas com origem em outras cidades rumo à São Paulo, que trafegam por suas artérias, principalmente a Av. Goiás, onde se processa grande parte do fluxo de movimentação de passageiros da cidade. Soma-se a isto o fato das tarifas praticadas pelas linhas intermunicipais serem quase equivalentes às municipais. Além disso, falta integração tarifária às linhas municipais, que poderia criar uma vantagem significativa a seu uso.

A densidade de linhas de São Caetano, com um total de 64 quilômetros, é de 5,33 km/km2, apresentando também bom índice de ocupação do solo através de coletivos.

4. DIADEMA

A ETCD, Empresa de Transporte Coletivo de Diadema, criada em 1986, é a empresa municipal responsável pela política pública do transporte coletivo na cidade. Contudo, opera apenas uma parte das linhas de transporte da cidade junto a outras empresas privadas. A ETCD não tem poder gestor nem fiscalizador frente às demais empresas (como aconteceu com as demais empresas de transporte coletivo dos outros municípios).

São três as empresas na cidade a operarem o sistema de transporte público, a saber:

1. Viação Rio Grande; operando sete linhas.

2. Viação Alpina (ex-Viação Triângulo): operando quatro linhas. 3. ETCD: que opera oito linhas.

Em 2000, havia ao todo 19 linhas de ônibus na cidade, estando a ETCD e as demais empresas subordinadas ao DTP (Departamento de Transporte Público) da Prefeitura. Atualmente (2005), há um total de 26 linhas a operar na cidade (Ver Mapa 06).

A Crise no Sistema Operacional de TCU de Diadema

A ETCD, como empresa pública, acabou acumulando uma enorme dívida ao longo de sua existência, orçada em R$58 milhões em 2001 (Livre Mercado, março/2001, p.14), dívida esta acrescida de mais R$600 mil mensais, principalmente pelo comprometimento de 85% da receita da empresa com a folha de pagamento. A empresa conta um total de 560 funcionários.

A atual gestão tem a intenção de transformar a ETCD nos mesmos moldes das empresas de transporte público das demais cidades do ABCD, retirando-lhe sua função de operação de linhas.

Devido a este estado de profunda crise em que a empresa se encontra, a diretoria resolveu, em junho de 2001 (Diário do Grande ABC, 06/06/2001, Sete Cidades, p. 5), suprimir a operação de ônibus aos sábados, domingos e feriados. Em contrapartida, segundo palavras do seu presidente, “[,,,] a quantidade será mantida por ônibus de empresas particulares”. Isto permitirá à empresa economizar em insumos e horas extras de funcionários, necessários para tentar evitar sua privatização.

Dados Quantitativos do TCU de Diadema

Em 2000, o IPK da cidade se encontrava em 2,27 passageiros/km. Portanto, outra cidade a apresentar um valor bastante reduzido. Em 1995, a frota de coletivos municipais transportava 60 mil passageiros/dia pela cidade, algo em torno de 24 milhões passageiros/ano, pouco tendo sido alterado este valor no ano 2000 (que atingiu a cifra de 66 mil passageiros/dia). Isto significa que a proporção passageiros/habitantes se encontra em torno de 18%, somente superior ao apresentado por São Caetano.

Um grande problema em Diadema, que se abateu também sobre as outras cidades do ABCD, foi a perda de passageiros para as vans. Estas se incluem dentro do sistema de transporte irregular, clandestino, na cidade, orçado em 1 milhão de passageiros/mês, segundo a revista Livre Mercado (março/2001, p. 15), representado um terço do transporte municipal. Assim, uma das lutas da ETCD é o combate ao transporte clandestino para absorver estes passageiros. Para isto, seria necessário investir pesado no sistema de transporte público, para que este atraia os passageiros que fazem uso do serviço clandestino.

Com a proibição e fiscalização do transporte informal, o município conseguiu coibir o tráfego e oferta deste serviço. Contudo, apenas se coibiu o serviço, mas não a vontade do usuário em fazer uso dele, uma vez que o sistema de TCU continua com os mesmos agravantes que provocaram a aparição dos informais.

com as linhas do Corredor São Mateus-Jabaquara. Calcula-se em 10% do total de passageiros os que se beneficiam desta integração, um custo oneroso para as empresas, notadamente a ETCD.

Em fevereiro de 2001 (Diário do Grande ABC, 5/02/2001, Sete Cidades, p. 1) a Prefeitura, no mesmo molde da de São Caetano tomou medidas a fim de retirar alguns ônibus de circulação do centro da cidade. Com ruas estreitas e excesso de veículos (notadamente nos horários de pico), os congestionamentos de suas ruas centrais acarretam excesso de lentidão, sentida pela queda da velocidade comercial dos ônibus. Assim, quatro linhas que atingiam o terminal central de Diadema são desviadas para ruas próximas, evitando o grande fluxo de veículos nesta região nos seus horários de pico.