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AS REPERCUSSÕES DO COVID-19 NO PROCESSO DE TRABALHO DOS PROFISSIONAIS DA ODONTOLOGIA

Aeudson Victor Cunha Guedes e Silva, Discente do curso de Medicina. Faculdade de Medicina Nova Esperança. João Pessoa/PB

Adriana Suênya Freitas Gonzaga, Discente do curso de Medicina. Faculdade de Medicina Nova Esperança. João Pessoa/PB

Aline Ferreira de Souza, Discente do curso de Medicina. Faculdade de Medicina Nova Esperança. João Pessoa/PB

Bruna Kelly Lima Chaves, Discente do curso de Medicina. Faculdade de Medicina Nova Esperança. João Pessoa/PB

Mirna Bezerra Barbosa Torres, Discente do curso de Medicina. Faculdade de Medicina Nova Esperança. João Pessoa/PB

Pedro Jorge Figueiredo Cunha, Discente do curso de Medicina. Faculdade de Medicina Nova Esperança. João Pessoa/PB

Cleyton Cezar Souto Silva, Doutor em Enfermagem na Atenção a Saúde. Mestrado Profissional em Saúde da Família. Faculdade de Medicina Nova Esperança. João Pessoa/PB

RESUMO

A odontologia compreende um grande papel no combate ao COVID-19 enquanto exerce sua função no dia a dia, seja na prática de próteses, restaurações, no combate às doenças bucais e da gengiva, na realização de cirurgias, limpezas, clareamentos e orientação da higiene bucal no ambiente clínico-hospitalar público ou privado. O objetivo deste trabalho foi discutir as repercussões do novo coronavírus no processo de trabalho dos profissionais da odontologia durante a fase de pandemia da COVID-19.Artigo de revisão circustanciado pela reflexão mediante a leitura, análise e discussão de artigos científicos, legislações e protocolos do Ministério da Saúde do Brasil e Conselho Federal de Odontologia.Mediante as formas de transmissão do vírus, para a assistência odontológica ocorrer devem ser utilizados parâmetros para avaliação de contágio pela COVID-19 que incluem a aferição da temperatura e uma breve anamnese. Fez-se necessário a implantação de protocolos com medidas de proteção e prevenção, a fim de minimizar a transmissão do vírus e devido às características do atendimento, que incluem a proximidade face a face e a exposição frequente aos fluidos com produção de aerossóis. Foram incluídos aos protocolos pré-existentes medidas de higienização prévia da boca do paciente por meio de escovação e/ou bochecho com peróxido de hidrogênio à 1,0%.Salienta-se que as repercussões não afetaram apenas os protocolos de atendimento, tendo também se refletido em aspectos psicológicos, sociais e principalmente econômicos que impactaram diretamente na qualidade de vida e saúde do profissional odontólogo.

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INTRODUÇÃO

Uma epidemia representa a ocorrência de um agravo à saúde acima da média, geralmente, de aparecimento súbito e que se propaga por determinado período de tempo em determinada área geográfica, acometendo frequentemente elevado número de pessoas. Quando uma epidemia atinge vários países de diferentes continentes, passa a ser denominada de pandemia1. Quando se analisa a história da humanidade, exemplos significativos são a Gripe Espanhola, a Peste Negra e a AIDS. No contexto atual, as pandemias podem ocorrer naturalmente, uma vez que há a facilidade cada vez maior do deslocamento de pessoas de um país para outro e, como resultado, a disseminação de uma doença.

Em dezembro de 2019, um surto de pneumonia causada por uma nova cepa de Coronavírus, teve início na cidade de Wuhan, província de Hubei na China, e rapidamente se espalhou para outros vinte e quatro países. A doença que o vírus produz é a COVID-19, em que ‘CO’ significa corona, ‘VI’ para vírus e ‘D’ para doença. Antigamente, essa doença era chamada de “2019 novo Coronavírus” ou “2019-nCoV”. Em 30 de janeiro de 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou emergência em saúde pública e em 11 de março de 2020, decretou uma pandemia dessa doença2. No cenário nacional, o Ministério da Saúde (MS) confirmou, em 26 de fevereiro do mesmo ano, o primeiro caso de novo coronavírus em São Paulo. Um homem de 61 anos com histórico de viagem para Itália, região da Lombardia. Desde então, os números vem crescendo vertiginosamente, atingindo todos os estados brasileiros e ultrapassando 1 milhão de contaminados3.

As principais vias de transmissão do 2019-nCoV englobam transmissão direta por meio de aerossóis produzidos pela tosse e espirro, além de transmissão por contato com mucosa oral, nasal e dos olhos. As observações das conjuntivas de casos do COVID-19 sugeriram que a transmissão não se limita ao trato respiratório. Além disso, a transmissão do vírus pode ser de pessoa para pessoa através de contato direto ou indiretamente com fluidos e saliva. No entanto, na Alemanha foi constatada a transmissão do vírus pelo contato com paciente assintomático4.

Nesse contexto, devido às características do atendimento odontológico, que incluem proximidade face a face entre pacientes e Cirurgiões-Dentistas (CDs), exposição frequente à saliva, sangue e outros fluidos com produção de aerossóis, além de instrumentos cortantes manuais contaminados, as medidas de biossegurança são fundamentais para evitar a

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transmissão de microrganismos. Em situações de surtos de determinadas doenças, os cuidados com a prática se tornam ainda mais necessários a fim de que profissionais e pacientes estejam protegidos2.

Nessa perspectiva, o objetivo deste artigo de revisão é discutir as repercussões do novo coronavírus no processo de trabalho dos profissionais da odontologia, elencando os principais processos afetados e as mudanças de protocolos durante a pandemia.