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Aspectos emocionais e a obesidade e/ou acúmulo de gordura corporal: o papel do acompanhamento multidisciplinar

SILVA Cidnéia PA1, ROCHA Wanize A2, MARTINS Geane HF3

RESUMO

Uma das maiores queixas nas clínicas de estética é em relação a gordura corporal e, muitas vezes, os tratamentos propostos não dão o resultado esperado pelo paciente e pelo profissional. O tratamento estético envolve diversos tipos de profissionais, sendo eles: fisioterapeuta, estecicista, nutricionista, educador físico dentre outros. Poucos profissionais da “psi” fazem parte desta equipe. Foi realizada pesquisa bibliográfica não sistemática visando descrever sobre a relação entre o acúmulo de gordura e as doenças de cunho psicológico como o estresse, a ansiedade e a depressão, bem como identificar atualizações sobre a relação entre o tratamento realizado por uma equipe multidisciplinar com o sucesso do tratamento. A maioria dos autores estudados descrevem que existe relação entre doenças de cunho psicológico e o acúmulo de gordura sugerindo ser necessário a presença de profissionais da

“psi” neste tipo de tratamento.

Palavras-chave. Aspectos emocionais. Acúmulo de gordura. Acompanhamento multidisciplinar.

Psicologia. Psiquiatria.

ABSTRACT

One of the biggest complaints in aesthetics clinics is in relation to body fat and, often, the proposed treatments do not give the result expected by the patient and the professional. Aesthetic treatment involves several types of professionals, namely: physiotherapist, estecicist, nutritionist, physical educator, among others. Few "psi" professionals are part of this team. Non-systematic bibliographic research was carried out to describe the relationship between fat accumulation and psychological diseases such as stress, anxiety and depression, as well as to identify updates on the relationship between the treatment performed by a multidisciplinary team with success treatment. Most of the authors studied describe that there is a relationship between diseases of a psychological nature and the accumulation of fat, suggesting the need for the presence of "psi" professionals in this type of treatment.

Keywords. Emotional aspects. Accumulation of fat. Multidisciplinary monitoring. Psychology.

Psychiatry

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INTRODUÇÃO3

Segundo Lima, Oliveira e Barbosa[1] a obesidade é um conjunto de sinais e sintomas de etiologia complexa envolvendo fatores culturais, genéticos, psicológicos e outros. A ocorrência de dois ou mais fatores em um mesmo indivíduo podendo dificultar o diagnóstico, alterar o curso natural da doença, sua abordagem terapêutica dificultando o tratamento.[2]

A obesidade tornou-se problema de saúde pública no Brasil estando associada à diversas doenças, tais como: diabetes mellitus, hipertensão arterial, disfunções pulmonares, doenças cardiovasculares, acidente vascular cerebral, distúrbios do sono, fatores emocionais e vários tipos de câncer.3]

Durante muito tempo se atribuiu ganho de peso a desmotivação em realização de dietas e consequentemente sua perda. A pessoa obesa era compreendida como aquela que comia compulsivamente, sem restrições ou controle. Atualmente constatou-se que o excesso de peso pode estar relacionado a diversos fatores..[4]

Em seu trabalho sobre os transtornos alimentares e a obesidade, Sassy Jr. E Sassy[4] listam alguns transtornos que estão ligados ao ganho de peso como depressão atípica, o transtorno da compulsão alimentar periódica (TCAP), a síndrome alimentar noturna (SAN) e a Ansiedade como transtornos ligados à obesidade. Nessa mesma linha, Cuchiaro[3] destaca também o estresse e Alvarenga et al.[2] citam os transtornos de humor e de personalidade.

Leone[5] relata sobre algumas desordens pouco conhecidas como o transtorno dismórfico corporal (TDC) e a síndrome metabólica (SM) ressaltando a importância de um trabalho multidisciplinar. Infelizmente, trabalhos desse tipo são pouco realizados, seja por vaidade, falta de informação e/ou preconceito dos profissionais em atuarem em conjunto, o que impede que, em muitos momentos, o único beneficiado garanta uma melhora física e psíquica.

1 Acadêmica do 6º período do curso de Estética e Cosmética da Faculdade Novo Milênio.

2 Fisioterapeuta, mestre em Ciências Fisiológicas.

Especialista em Docência no Ensino Superior.

O profissional não deve trabalhar com informações incipientes daqueles que nos procuram. É preciso imergir, avaliar, questionar, interpretar. Além de ser o momento da identificação das queixas dos pacientes, a anamnese é também o chamado momento da conquista. A conquista está diretamente relacionada à capacidade de fornecer segurança e resultado.[5]

O que às vezes pode se constituir como um perigo iminente, pois, a profissão vem sofrendo uma banalização quanto ao surgimento de muitas técnicas mirabolantes e com pouco embasamento científico, e o cliente muitas vezes fica refém desses profissionais que não apresentam competências e habilidades o suficiente para conduzi-lo a melhor proposta de tratamento.[5]

O principal objetivo deste estudo foi descrever sobre a relação entre o acúmulo de gordura e as doenças de cunho psicológico como o estresse, a ansiedade e a depressão.

MÉTODO

Estudo do tipo bibliográfico não sistemático que buscou descrever sobre a relação entre o acúmulo de gordura e as doenças de cunho psicológico como o estresse, a ansiedade e a depressão bem como identificar atualizações sobre a relação entre o tratamento realizado por uma equipe multidisciplinar com o sucesso do tratamento.

Foram selecionados artigos, dissertações e esses publicadas no período entre 2000 e 2019. Também foram utilizados livros didáticos e matérias jornalistas. Das fontes de pesquisa utilizadas foram analisadas informações sobre obesidade, estresse, ansiedade, depressão, gordura doenças psicológicas e avaliação estética profissional.

O levantamento bibliográfico foi realizado nos meses de março à setembro de 2020 através de pesquisa por via eletrônica, consultando-se o banco de dados: Literatura Latino-Americana em Ciências da Saúde (LILACS), Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Medline.

3 Fisioterapeuta. Professora da Faculdade Novo Milênio. E-mail: geane.martins@novomilenio.br

Revista Espaço Transdisciplinar

Volume 4 – Número 1 – 2020 – ISSN: 2526-6470

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A principal variável analisada foi a relação entre as doenças psicológicas e presença de gordura em mulheres adultas jovens. Como variáreis secundárias buscou-se por informações sobre o dia a dia nas clínicas de estética e sobre a presença e/ou acompanhamento do profissional como membro da equipe de avaliação multidisciplinar

DESENVOLVIMENTO

- O estresse e o acúmulo da gordura corporal

O estresse é como uma defesa do organismo aos obstáculos e situações desafiadoras. De certa forma, auxilia o ser humano a sobreviver e superar as dificuldades. No entanto, se essas ocorrências se repetem, alteram todo o funcionamento do organismo.

O estresse não é classificado como doença e pode afetar outros órgãos desencadeando outras doenças.[6] Souza, Guedes e Benchimol[6] apontam que durante as fases da vida, o ser humano enfrenta situações conflituosas e estressantes seja no ambiente de trabalho ou familiar, quando esses fatores começam a ocorrer com frequência, o corpo começa a produzir hormônios como o cortisol que tem ação na regulação do metabolismo, quando estão aumentados no organismo vão atuar na glicogênese, levando ao aumento da ingestão de alimentos que agradam o paladar, mais calóricos influenciando diretamente no acúmulo de gordura.

O estresse é uma sensação de tensão e pressão. Em quantidade razoável, pode ser desejável, benéfico e saudável, sendo importante para a motivação, adaptação e reação em relação ao meio ambiente. No entanto, quando em quantidade excessiva, o estresse pode causar prejuízos para o corpo [7]

Margis et al[7] e Ballone[8] concordam que o estresse pode ser tanto externo e relacionado com o ambiente, como ser o resultado de percepções internas que fazem a pessoa sentir emoções negativas

perante determinada situação, como pressão ou desconforto. O ser humano sente estresse, ou encara uma situação como ameaça, quando acredita que os seus recursos para superar obstáculos não são suficientes para aquilo que as circunstâncias exigem.[7]

As reações de estresse resultam do esforço adaptativo que o ser humano precisa fazer durante a vida. As pessoas podem responder de maneiras diferentes a uma mesma situação.[8,9]

Mudanças importantes na vida, como iniciar um novo emprego, casar-se ou separar-se, o nascimento de um filho, sofrer um acidente, a perda de uma pessoa querida, um problema de saúde, problemas no trabalho, baixo rendimento sexual, podem gerar resposta de estresse nos indivíduos a elas expostos. Avaliar a ocorrência destes eventos pode ser uma forma de tomar conhecimento da frequência com que determinada pessoa desencadeia uma resposta de estresse.[8,9]

Ballone e Moura[10] e Margis et al[8]

afirmam que o processo do estresse envolve todo o organismo, o qual assume uma certa postura diante dos estímulos proporcionados pela vida. As pessoas podem reagir diferentemente diante do fato de receber um presente ou uma má notícia mas, é bom saber, todas as vezes em que se deparam com algum estímulo será a própria pessoa quem julgará a natureza desses estímulos.

Ainda segundo Margis et al[8], o termo estresse denota o estado gerado pela percepção de estímulos que provocam excitação emocional e, ao mexerem com a homeostasia, disparam um processo de adaptação caracterizado, entre outras alterações, pelo aumento de secreção de adrenalina produzindo diversas manifestações sistêmicas, com distúrbios fisiológico e psicológico. O termo estressor define o evento ou estímulo que provoca ou conduz ao estresse.

Existem vários tipos de estresse: o estresse físico; o estresse psíquico; o estresse por sobrecarga; o estresse por monotonia; o estresse crônico, que persiste por mais tempo, sem encontrar

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meios que o desativem eficientemente e o estresse agudo que dura alguns momentos, horas ou dias e depois se dissipa, este estresse prepara o organismo para a luta ou fuga, através da ativação do sistema endócrino.[11]

Não se pode dissociar o sistema nervoso do sistema endócrino visto que a produção hormonal é regulada e estimulada por áreas importantes do cérebro o que mostra a dependência entre esses dois sistemas.[9]

Toda revolução orgânica do estresse começa com ativação do eixo que vai de uma região cerebral, o hipotálamo, até as glândulas suprarrenais, o chamado eixo hipotálamo-hipófise-suprarrenal. Margis et al[8] destaca que o hipotálamo, uma vez estimulado, pelas diversas reações que ocorrem com o estresse, libera o fator liberador de corticotrofina (CRF), vasopressina e outros neuropeptídeos reguladores. A liberação de CRF promove, entre outras, a secreção do hormônio adrenocorticotrófico (ACTH), o qual leva à liberação do cortisol pelas adrenais (eixo hipotálamo-hipófise-adrenal).

Penchel12] explica que o cortisol, que é produzido pelas glândulas suprarrenais, é liberado em momentos de nervosismo e estresse e em funcionamento normal, ele serve para auxiliar o organismo a reduzir as inflamações, contribuir para o bom funcionamento do sistema imune e manter constantes os níveis de açúcar no sangue e a pressão arterial.

Ainda segundo Penchel[12] durante períodos de tensão, as glândulas suprarrenais produzem a adrenalina, a noradrenalina e o cortisol. Os níveis elevados de cortisol na corrente sanguínea acabam gerando aumento da frequência cardíaca e do nível de açúcar no sangue, diminuição da produção de insulina e constrição dos vasos sanguíneos. Essas alterações podem causar problemas como obesidade, diabetes, hipertensão, infarto, alteração do sono, queda de cabelo, dores musculares, imunossupressão, entre outros.[13]

Acontece que quando o corpo está em alerta o cortisol diminui a queima calórica

para poupar energia em caso de algum perigo. O cortisol ativa o sistema de recompensa do cérebro que atua no controle e no gasto do acúmulo energético e no metabolismo de açúcares e gorduras.

Se estimulado constantemente, como acontece no caso de estresse crônico, gera aumento de apetite e alterações que facilitam o armazenamento de gordura e

consequente comprometimento emocional.[14]

Araldi-Favassa, Armiliato e Kalinine[9]

acrescentam que quando um organismo é submetido a estímulos que ameacem a homeostasia do corpo, ele tende a reagir com um conjunto de respostas que são desencadeadas independentemente da natureza do estímulo, caracterizando o estresse.

Ballone[7] explica que a ação da hipófise ao ativar todo o Sistema Endócrino ocorre porque o organismo necessita concentrar maior quantidade de energia para se defender. As descargas simpáticas na camada medular das glândulas suprarrenais provocam a liberação de catecolaminas nas situações emergenciais do estresse, e simultaneamente é ativada a glicogênese no fígado com o propósito de aumentar a glicose no sangue, inibindo a insulina e estimulando o glucagon, estes dois últimos hormônios pancreáticos.

O estresse tem ação sobre a produção de hormônios da tireóide. A secreção dos hormônios tireoidianos é regulada à distância pelo hipotálamo, a mesma região cerebral que é mobilizada desde o início do estresse. Essa secreção pode levar ao hipertireoidismo ou hipotireoidismo. O quadro de hipotireoidismo leva a tireóide a produzir pouco hormônio, isso pode gerar sintomas tais como, desânimo, apatia e depressão, além de fraqueza, diminuição da memória, aumento de peso, pele seca, queda de cabelos, intestino preso etc.[7]

No tratamento psicoterápico, a terapia cognitiva tem mostrado eficácia por trabalhar a partir da estrutura operante do paciente com objetivos de organizar as contingências para mudanças de peso e comportamentos, em princípio, relacionados ao autocontrole de comportamentos alimentares.[6]

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- A ansiedade e o acúmulo da gordura corporal

A vida moderna, agitada, cheia de compromissos e obrigações tem seu preço. As pessoas estão constantemente submetidas a uma enorme gama de agentes estressantes: as cobranças no trabalho, os relacionamentos pessoais, o trânsito caótico e as contas para pagar.

Tudo isso, pode resultar em um número maior de pessoas com ansiedade. A falta de tempo para fazer o que dá prazer, o medo de crises financeiras, de doenças e pandemias, no cenário atual (pandemia do covid-19), o distanciamento das pessoas que amam, contribui para elevar o nível de apreensão com o futuro e de instabilidade.

Tudo isso gera várias consequências para a saúde emocional. [8,15]

É importante destacar que a ansiedade é uma reação natural do corpo ao stress e que nem sempre a ansiedade pode ser considerada uma patologia. A ansiedade em seu estado normal é saudável para o ser humano, pois ela o impulsiona para realizar projetos, prosperar e planejar o futuro. O que se torna alarmante é o excesso desse sentimento.[16]. Quando a reação ansiosa é autolimitada, relacionada ou não a um estímulo e de curta duração, pode ser classificada como ansiedade normal (não patológica).[17]

Em alguns casos, a ansiedade é capaz de intensificar o que o indivíduo está sentindo, deixando de apresentar sintomas únicos e passando a aumentar aqueles naturalmente produzidos pelo sistema nervoso. Isso significa que se a pessoa sente medo, ela sentirá muito medo, se a pessoa se sente triste, ela se sentirá muito triste.[15]

Barcellos et al[18] e Soares[19]

descrevem a ansiedade como um sentimento vago e desagradável de medo, apreensão, caracterizado por tensão ou desconforto derivado de antecipação de perigo, de algo desconhecido ou estranho.

O medo é uma resposta a uma ameaça real ou percebida, enquanto

a ansiedade é a expectativa de uma futura ameaça.

“[...] o medo é uma resposta emocional, fisiológica e comportamental a uma ameaça externa definida Já a ansiedade é um estado emocional desagradável que possui uma causa menos clara [20]

Diversos autores discorrem sobre alguns sinais que acompanham um quadro de ansiedade: tensão muscular, tremores, inquietação, fadiga, problemas de concentração, frequência cardíaca elevada, crises respiratórias, sudorese, sensação de cansaço e pensamento acelerado e negativo ao extremo.[15,19,20],

Sonsin[15] e Guerra[16] afirmam que a ansiedade pode ser apropriada, mas quando experimentada regularmente, a preocupação intensa, excessiva e persistente e o medo de situações cotidianas pode levar o indivíduo a sofrer de transtorno de ansiedade. Quem sofre de transtorno de ansiedade geralmente sente uma sensação de preocupação e de medo a todo instante, isso atrapalha as atividades cotidianas da pessoa, já que são sintomas muito difíceis de serem controlados por conta própria, e isso prejudica a qualidade de vida da pessoa que está nesse cenário.

Os transtornos de ansiedade surgem quando a pessoa se torna incapaz de relaxar, com pensamentos fixos e obsessivos sobre determinado assunto, o que aumenta a fadiga e leva a problemas para dormir. Tudo isso, é claro, torna a vida do ansioso mais complicada e ele começa a ter prejuízos sociais, com dificuldades nos relacionamentos, no emprego, nos estudos e em vários outros campos.[15,16]

A ansiedade não surge na vida da pessoa por uma escolha. Acredita-se que vivências interpessoais e problemas na primeira infância possam ser importantes causas desses sintomas. Além disso, existem causas biológicas, como anormalidades químicas no cérebro ou distúrbios hormonais. A interação entre fatores genéticos e ambientais resume a etiologia atualmente proposta e aceita.

A ansiedade pode ser dividida em diversos tipos de transtornos, cada um com uma causa e um sintoma diferente, não

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impedindo que ambos aconteçam simultaneamente: Transtorno de ansiedade generalizada (TAG), quando a pessoa passa praticamente o dia todo ansiosa e em alguns momentos tem uns picos de ansiedade; Estresse pós-traumático que acontece quando os sintomas de ansiedade começam a surgir após algum ocorrido na vida da pessoa que a deixou traumatizada ou marcada; Síndrome do pânico é caracterizada por períodos de crises intensas de ansiedade, que se desencadeiam por algum tipo de trauma e medo agudo; Transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) são pensamentos, idéias que estão constantes na cabeça da pessoa e ela não consegue viver se não realizar determinada tarefa; Fobias são apresentações de ansiedades de maneira intensa, podendo ser elas relacionadas a um objeto ou situação, ou fobias sociais, como medo descontrolado de falar em público ou de estar no meio dele.[15,-18]

Segundo Guerra[16], uma parte do cérebro, chamada de sistema límbico, é a principal responsável por iniciar a cadeia química de mensagens que informa o resto do corpo sobre uma situação de perigo, dando início a um processo de ansiedade.

Medo e ansiedade são emoções. O sistema límbico representa o sistema emocional do cérebro. Entre as muitas estruturas do sistema límbico estão o hipocampo e a amígdala. O hipocampo é primariamente responsável por funções de memória. Durante a excitação ansiosa, o hipocampo é ativado. O envolvimento do hipocampo sugere que experiências anteriores e memórias dessas experiências podem iniciar ou aumentar os sintomas de ansiedade.

O ser humano sempre pode apresentar algum comportamento diferenciado em alguma parte de sua vida, é totalmente

normal. Os sintomas da ansiedade excessiva se apresentam quando a pessoa deixa de viver por causa de preocupações ou por medos sem fundamento. Esse tipo de problema psicológico não é algo que passa sozinho com o tempo, ele deve ser tratado.

Normalmente é necessário ajuda psicológica e terapêutica para aprender a

superar suas limitações e entender os seus traumas.[16]

Como já dito anteriormente, a ansiedade é hoje um dos principais problemas gerados pela vida agitada e estressante. Mas, mesmo que esse seja um sintoma comum entre as pessoas, muitas vezes pode se agravar levando a desequilíbrios alimentares.[8,16, ,18,21]

Guerra[16] afirma que o transtorno de ansiedade traz consequências no trabalho, nas relações conjugais e até mesmo no corpo e tudo isso acaba gerando mais ansiedade.

Oliveira et al[22] Kotaka,[23], Guerra[16]

explicam que ao tentar encontrar uma saída para o sentimento de ansiedade, muitas pessoas acabam cometendo excessos alimentares como busca inconsciente para amenizar sensações desagradáveis, como o stress, a solidão, o cansaço, a tristeza, a raiva, gerando um quadro de sobrepeso e até obesidade.

Rocha e Costa (2012)[24] concluem seu estudo afirmando que encontraram relação entre ansiedade, tensão emocional e consumo alimentar em pacientes com excesso de peso e que tais problemas podem alimentar um ciclo vicioso:

sofrimento psicológico versus comer mais versus aumento de peso versus mais ansiedade e tensão emocional e assim por diante. Destacam que com isso, o tratamento destes pacientes deve incluir não somente a terapia nutricional, mas também auxílio psicológico, que pode ser oferecido através de uma equipe multidisciplinar. Além das doenças relacionadas ao sobrepeso, como pressão alta, diabetes, doenças do coração e infarto, os efeitos emocionais também são preocupantes.

Para que o paciente ansioso consiga efetivamente evitar a compulsão alimentar e perder peso, é essencial lançar mão de algumas estratégias para o controle da ansiedade que pode ser uma importante consequência da obesidade percebida pelo paciente.[20]

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- Depressão e o acúmulo da gordura corporal

A depressão é uma síndrome psiquiátrica que acomete a população em geral. Diferentes autores destacam que a depressão é caracterizada pela tristeza, a falta de vontade de desenvolver atividades que antes eram prazerosas, o isolamento social, baixa autoestima, a falta ou o excesso de apetite, inquietudes, preocupações, insônia e discorrem sobre como a obesidade está relacionada a diversas patologias como as cardiopatias, doenças endocrinológicas (diabetes melito, distúrbios da tireóide, obesidade, hiperreatividade do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal, doenças renais, câncer, dor crônica e doenças neurológicas). Isso ressalta a importância de conhecer melhor essa patologia na hora do atendimento ao paciente com sobrepeso.[20,25,26]

Segundo Ballone e Ximenes[27], a doença depressiva é um transtorno muito frequente, atingindo em torno de 4% a 7%

da população geral nas estatísticas muito

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