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COLETA E ANÁLISE DOS DADOS A pesquisa de campo foi através de um

A postura docente frente à diversidade religiosa no ensino fundamental I

COLETA E ANÁLISE DOS DADOS A pesquisa de campo foi através de um

questionário com 16 perguntas abordando questões referentes A Postura Docente Frente à Diversidade Religiosa no Ensino Fundamental I, obteve a devolutiva de 3 professoras, aqui denominada Professoras A, B e C.

Foi possível constatar que a professora A e B possuem graduação em Pedagogia e atuam na docência há 5 anos, já a professora C além da graduação, possui pós graduação e tem experiência na área há mais de 11 anos.

Ao perguntar se costumam participar de congresso e seminário de educação, a professora B respondeu que sim, mas não especificou quais, a professora C afirmou ter feito Formação em Educação Especial.

Foi questionado se o sistema de ensino oferta formação continuada para professores do Ensino Fundamental I, e a resposta geral foi positiva, o que vem de encontro com Siqueira et al (2015) que afirma a importância da formação continuada para um melhor desenvolvimento do professor em situações complexas que surgem em sala de aula.

Todas afirmaram utilizar a BNCC como embasamento para o planejamento, assim ao serem indagadas se sentiam preparadas para tratar assuntos de diversidade religiosa, as professoras A e B responderam que sim, a professora A acrescentou que “Respeitando e entendendo sobre essa diversidade”, o que corrobora com Milani (2013) que diz que quando a escola trabalha de forma democrática e natural, surge também o respeito. Já a professora C disse que não está preparada e que “O mais importante é trabalhar valores”, similar quando Oliveira (apud Milani 3013) acrescenta que o professor poderá trabalhar valores

de uma forma universal sem sobressair classes dominantes.

Milani (2013) afirma que a falta de formação adequada para professores é um dos elementos que mais prejudicam o trabalho do respeito e intolerância. Ao questionar as professoras sobre qual a maior dificuldade em lidar com uma turma diversificada, obteve-se como respostas:

Professora A: “A falta de informação e o preconceito de alguns pais”

Professora B: “Ainda não tive dificuldades”.

Professora C: “São desafios que aprendemos todos os dias na educação.

Não tem uma fórmula exata”.

Ao perguntar sobre a importância de trabalhar a Diversidade Religiosa em Sala de aula, apenas a professora A respondeu que sim para esclarecimentos. A professora B respondeu que não “Nosso país é laico, penso que em sala de aula só devemos deixar claro que deve ter respeito entre as religiões, sem muitos detalhes, sem imposições que favoreçam determinada crença”, ao contrário Milani (2013) fala que não tratar dessa diversidade na escola pode ser interpretado como falta de relacionar a história e o presente contexto social. A professora C também respondeu não ser relevante e que apenas “Criar cidadãos bons e de caráter”, o que difere de Brasil (2017) ao falar sobre a importância de empregar na escola o diálogo sobre culturas e valorização individual e coletivo da diversidade sem qualquer preconceito.

Foi perguntado de que maneira a falta de informação do professor em relação a diversidade religiosa pode prejudicar o desenvolvimento do aluno. A professora A respondeu, “Prejudica a partir do momento em que o aluno não é respeitado e não pode expor sua opinião”, ao contrário Milani (2013) diz que o professor deve trabalhar a intolerância e reconhecer as diferenças entre seus alunos. A professora B disse que “Quando o profissional tenta impor a sua religião, o seu entendimento,

Revista Espaço Transdisciplinar

Volume 4 – Número 1 – 2020 – ISSN: 2526-6470

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não respeitando a religião do aluno”, condizente com Milani (2013) ao afirmar que os professores devem deixar de lado seus preconceitos e fazer uma conexão pedagógica com a diversidade, enriquecendo seu currículo. Já a professora C disse, “Acredito que os professores têm uma pequena base sobre as religiões, mas não acho necessário envolver esse tema no currículo”, ao dizer isso ela contrapõe Milani (2013) que diz a importância de tratar diversidade no âmbito escolar.

Todas as professoras disseram não ter presenciado nenhum tipo de ato de intolerância dentro da escola e disseram trabalhar com recursos que contribuem para a inclusão, a exemplo a professora A utiliza: textos, trabalhos para classe e roda de conversas; já a professora B: Histórias (livros lúdicos), vídeos e bate papo; a professora C: Vídeos, exemplos de vida, materiais concretos, trabalhando valores.

Lamego e Santos (2018) ressaltam a importância do diálogo entre culturas na formação de identidade das minorias. Ao perguntar sobre a postura em relação a diversidade religiosa na sala de aula, 100% responderam que tratam de forma cultural. A professora A respondeu:

Infelizmente a falta de informação por parte da família muitas vezes impede um maior esclarecimento. A diversidade religiosa faz parte da nossa história”. A professora B acrescentou “Trato de forma cultural e superficial, buscando ressaltar principalmente o respeito entre as diferenças.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Falar de um tema que é complexo como A postura Docente Frente à Diversidade Religiosa no Ensino Fundamental I, é um grande desafio desde a seleção do material teórico até a pesquisa de campo, pois nem todos estão dispostos a falar de algo que implica várias opiniões. As pesquisadoras tiveram dificuldades de encontrar materiais

recentes, dando a impressão de que esse tema não é muito abordado entre autores, além disso, um grande ponto negativo foi à pesquisa de campo onde foram entregues para 12 professores 1 questionário e apenas 03 responderam, o que leva a pensar que há um despreparo ou falta de interesse dos docentes em relação à essa diversidade religiosa na escola. Com isso houve falta de material necessário para desenvolver com mais pluralidade a pesquisa.

Um ponto positivo na elaboração do artigo foi ampliar a visão no sentido de compreender melhor, através das respostas obtidas, como essa prática tem sido feita em sala de aula, como é importante falar de algo que implica no desenvolvimento do aluno e na harmonia da escola enquanto espaço democrático.

Sendo assim, é indispensável que o docente tenha uma boa formação inicial e que ao longo de sua carreira busque sempre se renovar, pois o seu aprendizado é contínuo e exige atualização. É importante utilizar a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), como norteador do seu currículo, para que os direitos da criança sejam assegurados, uma vez que ao falar de Diversidade Religiosa na escola, não cabe um posicionamento pessoal ou um simples

“achismo”, e sim uma postura profissional para melhor tratar a questão, além disso contribui para orientar o docente que não está preparado para tratar este tema na sala de aula.

É relevante falar da diversidade religiosa não como religião, mas de maneira a enriquecer o currículo e ampliar conhecimentos de maneira ética e cultural, assim o aluno adquire novos olhares acerca do tema, compreendendo a importância do respeito e da diversidade na formação da sociedade. Negar ou omitir o tema é o mesmo que ignorar a história, a identidade e a realidade do país, e isso pode levar a sérios problemas para

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o educando, interferindo em seu desenvolvimento pessoal e pedagógico.

É comum observar em salas de aula uma postura inadequada do docente, usando de sua autoridade para impor determinadas regras, mas o espaço escolar é construído por uma diversidade que não cabe ser padronizada ou dividida entre maioria e minoria, é lugar de trabalho democrático. Existem vários recursos para se trabalhar as diferenças em sala de aula, uma delas é resgatar a história e entender a formação de cada cultura, usando de materiais tecnológicos para pesquisas, vídeos e roda de conversa, para que o aluno possa expressar e compartilhar suas experiências, sem que um determinado grupo sobressaia a outro.

Considera-se que o objetivo da pesquisa foi alcançado, pois foi possível compreender a postura docente diante da diversidade religiosa na prática e na teoria, fazendo assim um comparativo, e uma reflexão sobre as dificuldades em falar do tema na atualidade. Quanto mais as pessoas falarem a respeito da diversidade religiosa, mais natural e comum se torna, quebrando tabus e vencendo preconceitos. Com isso espera-se que esta contribua e acrescente conhecimento para aqueles que buscarem uma leitura a respeito do tema.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Base nacional Comum Curricular. Ministério da Educação.

Brasília, DF, 2017.

9.1 ________. Lei nº 13.796, de 3 de janeiro de 2019. Diário Oficial da União.

Brasília, 04 jan. 2019. Seleção 1, p. 3.

Disponível em:

<http://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/i d/57877969/do1-2019-01-04-lei-n-13-796-de-3-de-janeiro-de-2019-57877697>

Acesso em: 25/05/2019

CECCHETTI, Elcio; OLIVEIRA, Lílian Blanck de. Diversidade religiosa e direitos humanos: conhecer, respeitar e conviver.

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MILANI, Noeli Zanatta. A escola a favor da diversidade religiosa:

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SIQUEIRA, Adriana Oliveira dos Santos et al. O processo de formação continuada de professores: ações do gestor escolar voltadas a transformação das práticas pedagógicas. Rev. EDUCA.

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Ponta Grossa – PR

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Preço vil: (in) aplicabilidade à Lei de Alienação Fiduciária de bem