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Aspectos Gerais do Varejo Farmacêutico Brasileiro

4. VAREJO FARMACEUTICO

4.5. Aspectos Gerais do Varejo Farmacêutico Brasileiro

A Farmácia é uma profissão milenar. Ao longo de sua trajetória passou por crises e mudanças, transpondo momentos históricos importantes, determinados pelos diferentes cenários políticos, econômicos e sociais (DE BARROS; LIMA; ROCHA, 2013). Nas antigas

“boticas” coloniais, em geral pequenos estabelecimentos de propriedade familiar, o

farmacêutico trabalhava com preparados magistrais principalmente de origem vegetal ou animal, os indicava e orientava quanto ao uso correto (HEPLER; STRAND, 1990 apud

SATURNINO et al., 2012). Essa característica se manteve preponderante até o início do século XX, apenas com pequenas alterações técnicas que o avanço da ciência proporcionou ao longo do tempo. Nas décadas de 1930 e 1940 essa realidade começou a se transformar radicalmente, com a expansão da indústria farmacêutica. O conhecimento a respeito do medicamento e do papel do farmacêutico e, consequentemente, o ensino da Farmácia, sofreram uma intensa transformação (SATURNINO et al., 2012).

Segundo Teles, Bilenky & Reis, O varejo vem assumindo uma importância crescente no âmbito dos negócios no Brasil e no Mundo. O varejo é o setor que mais se transforma, respondendo às modificações do ambiente tecnológico, econômico e social. No varejo farmacêutico a evolução não é diferente, vem passando por transformações em alta velocidade, ainda mais com a crescente concentração do setor, aumento no tamanho das redes e as novas modalidades de lojas e negócios a exemplo de vendas pela internet, telemarketing e farmácias dentro de hipermercados.

De acordo com o conselho federal de Farmácias, os últimos dados estão apresentados na figura abaixo:

Dentro do varejo farmacêutico brasileiro, as drogarias constituem o principal meio de acesso da população aos medicamentos e um dos principais canais para artigos de higiene e beleza. De acordo com a IMS Health, existiam mais de 68 mil farmácias e drogarias no Brasil. Em sua maioria, esses estabelecimentos realizam a venda de Medicamentos, Medicamentos OTC (Medicamento de venda livre ou over-the-counter) e Produtos de Higiene e Beleza. (Fonte http://paguemenos.riweb.com.br/)

O mercado brasileiro de drogarias é um mercado em forte crescimento, ainda pulverizado, mas em processo de consolidação. A população paga pela maioria dos seus medicamentos com recursos próprios, uma vez que programas públicos e privados de subsídio aos medicamentos, que prevalecem em diversos países do mundo, ainda são incipientes no Brasil. O programa Farmácia Popular, do Governo Federal, apresenta participação estável nas vendas das redes associadas à ABRAFARMA – que reúne as 29 maiores redes brasileiras – em 2,6% do faturamento total de medicamentos. (fonte http://paguemenos.riweb.com.br/).

De acordo com IMS Healt, em 2013, o mercado brasileiro de medicamentos movimentou R$ 57,85 bilhões, um crescimento de 18,4% em relação a 2012. Ainda segundo a IMS Health, em 2011 o Brasil era o sexto maior mercado mundial de medicamentos, devendo crescer a uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 12% a 15% entre 2012 e 2016, passando a representar o quarto maior mercado mundial.

O mercado Farmacêutico Brasileiro possui uma série de produtos com diferentes características e composições, que são usualmente categorizados da seguinte forma (BRASIL PHARMA, 2015)

Medicamentos de Marca: Medicamentos que englobam a categoria de Medicamentos de Referência e Medicamentos Similares, para os quais é exigida prescrição médica para a venda.

Medicamentos de Referência: Novos medicamentos lançados pelos laboratórios após grandes investimentos em pesquisa e desenvolvimento, exaustivos procedimentos de testes e aprovação das agências governamentais competentes. São medicamentos que servem de parâmetro para os testes de bioequivalência e biodisponibilidade para a aprovação dos Medicamentos Genéricos. Esses produtos, quando de seu lançamento, são protegidos por patente, cujo prazo pode variar de acordo com a categoria da invenção e da legislação do país. No Brasil, este prazo é de até 20 anos.

Medicamentos Similares: Medicamentos que contêm o mesmo ou os mesmos princípios ativos dos Medicamentos de Marca em que se baseiam, podendo diferir, já que não foram submetidos aos testes de bioequivalência, em características como concentração, posologia, forma do produto, prazo de validade, embalagem, rotulagem e excipientes utilizados, devendo sempre ser identificados por nome comercial ou marca. De acordo com a Resolução RDC nº 134 da Anvisa, Medicamentos Similares cujas licenças expiraram a partir de 1º de dezembro de 2004 deverão passar por ensaios clínicos para comprovar a eficácia terapêutica e segurança. As drogarias também comercializam este tipo de medicamentos, não obstante a sua crescente substituição pelos Medicamentos Genéricos.

Medicamentos Genéricos: Medicamentos idênticos, ou bioequivalentes, aos respectivos Medicamentos de Marca na forma de dosagem, eficácia, segurança, potência, qualidade, características de desempenho e uso pretendido, desenvolvidos após a expiração, renúncia ou quebra da patente dos Medicamentos de Marca em que se baseiam, e utilizando fórmulas de Medicamentos de Marca. Dessa forma também é exigida a prescrição médica para a venda desse tipo de medicamento. A diferença se dá no nome, na marca e na forma de divulgação. Os Medicamentos Genéricos não são protegidos por patente.

Medicamentos OTC: Medicamentos cuja venda é livre, não requerendo a apresentação de prescrição médica, utilizados para o alívio de uma condição médica. Esse grupo inclui medicamentos para o tratamento de condições agudas fáceis de serem autodiagnosticadas, tais como antiácidos, remédios para tosse, dor e gripe.

O crescimento do mercado de medicamentos no Brasil se deve, principalmente, (i) ao aumento de renda e do consumo per capita; (ii) ao envelhecimento da população brasileira; (iii) à expansão do mercado de medicamentos genéricos; e (iv) ao controle precoce de patologias. Os gráficos abaixo ilustram a evolução do setor no mundo e no Brasil nos últimos anos (PAGUE MENOS, 2016)

De acordo com (PAGUE MENOS, 2016) os seguintes fatores justificam as fortes perspectivas de crescimento do mercado brasileiro:

Aumento de Renda e do Consumo per Capita. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, ou IBGE, o gasto em medicamentos oscila fortemente de acordo com o patamar de renda da família, o que demonstra a existência de uma forte demanda reprimida para a população de menor renda.

Envelhecimento da População: O consumo de medicamentos varia conforme a idade. Este padrão de consumo, aliado ao crescimento esperado da população com mais de 60 anos, deverá fazer com que o mercado farmacêutico brasileiro eleve o seu patamar nos próximos anos. No ano 2000, de acordo com o IBGE, o número de pessoas com mais de 60 anos era de 12,9 milhões, tendo saltado para aproximadamente 26,3 milhões em 2010. O IBGE projeta que este número saltará para 38,1 milhões em 2020, para 49,1 milhões em 2030 e para 61,0 milhões em 2050, o que corresponde a uma taxa anual composta de crescimento médio de 3,5% para os próximos 20 anos. Estima-se que a representatividade demográfica dessa parcela da população, que era de 10% em 2010, saltará para 18,7% em 2030.

Medicamentos Genéricos: Os Medicamentos Genéricos foram introduzidos no Brasil no final de 1999 e vêm apresentando alto crescimento desde o início de sua comercialização. Segundo dados da IMS Health, as vendas de medicamentos genéricos atingiram R$ 13,7 bilhões em 2013, um montante 23% superior às vendas realizadas em 2012, as quais foram R$ 11,1 bilhões. O valor, auditado pela IMS Health, não considera os descontos de mais de 50% oferecidos pela indústria ao varejo e se baseia nos registros de preços feitos pelos laboratórios na Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED).

Expansão do Mercado de Medicamentos Genéricos: Os Medicamentos Genéricos foram introduzidos no Brasil no final de 1999 e vêm apresentando alto crescimento desde o início de sua comercialização. Segundo dados da IMS Health, as vendas de medicamentos genéricos atingiram R$ 13,7 bilhões em 2013, um montante 23% superior às vendas realizadas em 2012, as quais foram R$ 11,1 bilhões. O valor, auditado pela IMS Health, não considera os descontos de mais de 50% oferecidos pela indústria ao varejo e se baseia nos registros de preços feitos pelos laboratórios na Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED). O gráfico a seguir ilustra a evolução do crescimento de participação dos Medicamentos Genéricos no mercado total de medicamentos:

De acordo com as estimativas da IMS Healt (2013, apud PAGUE MENOS, 2014), o mercado farmacêutico brasileiro deve apresentar o maior crescimento médio anual do mundo até 2018, superando países como a China (entre 11 a 14%), EUA (entre 2 a 5%) e Reino Unido (entre 2 a 5%).

Dessa forma, o mercado Brasileiro, que ocupa a 5º colocação no Ranking de maiores mercados do mundo, deve subir para 4º posição. As três primeiras colocações ainda devem ser ocupadas por EUA, China e Japão, respectivamente. (Fernandes, 2015).

Tabela 2 Maiores mercados Farmacêuticos Mundiais Fonte Adaptado de Fernandes, 2015 Posição 2013 2018 EUA EUA China China Japão Japão Alemanha Brasil França Alemanha Brasil França Itália Itália

Reino Unido Reino Unido

Espanha Canadá

10º Canadá Rússia

No mercado Nacional, através do levantamento realizado pela Fundação Instituto de Administração (FIA-USP), feito pela Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (ABRAFARMA), maiores redes de varejo farmacêutico no país são:

Segundo pesquisa realizada pela ABRAFARMA, a rede de farmácias Pague Menos, se encontra dentre as 3 primeiras redes que mais faturam no Brasil. Sendo a única rede de farmácias presente em todo o estado Brasileiro.

Já em relação ao número de lojas, a Pague Menos também se encontra na 3 posição, com mais de 900 lojas em todo o Brasil, visto que sua estratégia de expansão é estar presente em todos os estados do Brasil. Ela tem uma política expansionista ambiciosa até 2018, sendo a maior rede de farmácias no norte e nordeste.