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ASPECTOS LEGAIS REFERENTES AOS RECURSOS HÍDRICOS NO BRASIL

No documento ADAIRLEI APARECIDA DA SILVA BORGES (páginas 57-61)

II EDUCAÇÃO AMBIENTAL E BACIA HIDROGRÁFICA

2.2. ASPECTOS LEGAIS REFERENTES AOS RECURSOS HÍDRICOS NO BRASIL

A água, segundo determina o artigo 3°, inciso V, da lei n. 6.938∕81, e o artigo 2°, inciso IV da lei 9.985∕ 00, é um recurso ambiental; é essencial às funções vitais. E ocupa 70% (cerca de ¾) da superfície da Terra. A maior parte, 97%, é salgada. Apenas 3% do total é água doce e, desses, 0,01% vai para os rios, ficando disponível para uso. O restante está em geleiras, icebergs e em subsolos muito profundos.

Neste contexto; em que somente uma pequena fração da água está disponível para consumo, as atividades humanas demandam cada vez mais deste recurso e, de acordo com Bernardes (2007, p.30), [...] “no decorrer do processo de industrialização e urbanização, as atividades humanas cada vez mais diversificadas, vêm exigindo, em proporções jamais vistas, o uso de água para inúmeras finalidades.” Deste modo, a legislação ambiental surge como princípio à proteção do meio ambiente e medida de conservação e desenvolvimento.

Tendo em vista essa situação, é necessário destacar algumas leis do direito ambiental brasileiro de proteção ao meio ambiente e, em especial, de proteção à água. A Lei de Direito da Água do Brasil é o Código de Águas, de 10 de julho de

1934, é considerada como um texto modelo, motivo pelo qual, a Constituição Nacional, em vigência, fez poucas modificações em seu conteúdo.

No artigo 21, relativo a este aspecto, está disposto o inciso XIX - instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos e definir critérios de outorga de direitos de seu uso.

Uma das modificações foi a extinção do domínio privado da água, todos os corpos d’água, a partir de outubro de 1988, passaram a ser de domínio público. A Constituição Federal trata da competência legislativa sobre as águas em alguns dispositivos: no artigo 22, compete primitivamente à União legislar sobre [...] (inciso IV) águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão.

E ainda o artigo 24 determina a competência da União, Estados e Distrito Federal para legislar sobre a responsabilidade por dano ao meio ambiente, o que inclui a água.

A Lei 9.433 de 8 de janeiro de 1997 institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, regulamenta o inciso XIX do art. 21 da Constituição Federal, e altera o art. 1º da Lei nº 8.001, de 13 de março de 1990, que modificou a Lei nº 7.990, de 28 de dezembro de 1989. E atribui à Secretaria de Recursos Hídricos a função de sua Secretaria Executiva.

Os fundamentos da Lei 9.433 de 8 de janeiro de 1997 são importantes e devem ser elencados,

Art. 1º A Política Nacional de Recursos Hídricos baseia-se nos seguintes fundamentos:

I - a água é um bem de domínio público;

II - a água é um recurso natural limitado, dotado de valor econômico; III - em situações de escassez, o uso prioritário dos recursos hídricos é o consumo humano e a dessedentação de animais;

IV - a gestão dos recursos hídricos deve sempre proporcionar o uso múltiplo das águas;

V - a bacia hidrográfica é a unidade territorial para implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e atuação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos;

VI - a gestão dos recursos hídricos deve ser descentralizada e contar com a participação do Poder Público, dos usuários e das comunidades.

A Agência Nacional das Águas - ANA, criada pela LEI No9.984, DE 17 DE JULHO DE 2000, é uma entidade federal de implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos, integrante do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, estabelecendo regras para a sua atuação, sua estrutura administrativa e suas fontes de recursos.

A ANA é dirigida por uma Diretoria Colegiada, composta por cinco membros nomeados pelo Presidente da República e, além de ser responsável pela implementação, assume a competência de supervisão, controle e avaliação das atividades decorrentes da Política Nacional de Recursos Hídricos.

Está previsto em lei que a administração dos recursos hídricos passa a ser descentralizada contando com a participação do poder público, dos usuários e da comunidade. Trata-se de uma lei atualizada, avançada e importante para a ordenação territorial, é caracterizada por ser contra a concentração de poder descentralizando ações em âmbito nacional, estadual e municipal. A figura 01 apresenta o Sistema Nacional de Recursos Hídricos, cada um destes órgãos apresentados abaixo tem suas atribuições, que são:

Conselhos - subsidiar a formulação da Política de Recursos Hídricos e dirimir conflitos.

MMA/SRHU - formular a Política Nacional de Recursos Hídricos e subsidiar a formulação do Orçamento da União.

ANA - implementar o Sistema Nacional de Recursos Hídricos, outorgar e fiscalizar o uso de recursos hídricos de domínio da União.

Órgão Estadual - outorgar e fiscalizar o uso de recursos hídricos de domínio do Estado.

Comitê de Bacia - decidir sobre o Plano de Recursos Hídricos (quando, quanto e para que cobrar pelo uso de recursos hídricos).

Agência de Água - escritório técnico do comitê de Bacia. (MMA – Ministério do Meio Ambiente)

Figura 01: Sistema nacional de Gerenciamento dos Recursos Hídricos

Fonte:ttp://homolog-mma.gov.br/index.php?ido=conteudo.monta&idEstrutura < acesso em 05 de 2011>

2.1.1. GERENCIAMENTO DOS RECURSOS HIDRICOS NO BRASIL

A técnica de ação para gerenciamento dos recursos hídricos é desenvolvida na esfera da Secretaria de Recursos Hídricos – SRH/MMA. No que se refere às suas competências legais, estabelece os regulamentos, documentos e diretrizes para a Estruturação Institucional de Consolidação da Política Nacional de Recursos Hídricos.

O Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos – SINGREH instituído pela lei das águas, artigos 6º e 7º, estabelece que os Planos de Recursos Hídricos são diretores e de longo prazo e visam a fundamentar e orientar a implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e do gerenciamento dos

Os Planos de Recursos Hídricos devem incluir, em seu escopo, o diagnóstico da situação dos recursos hídricos apresentando análises e estudos da situação socioeconômica, identificação de conflitos, ou possíveis conflitos pelo uso da água, metas de racionalização de uso da água, projetos e diretrizes, critérios para cobrança do uso da água e elementos para a proteção dos recursos hídricos.

O acesso à água é um direito de todos e aimplicação da bacia hidrográfica como unidade de planejamento está prevista no capitulo I, artigo I, inciso V o qual estabelece que a bacia hidrográfica é a unidade territorial para implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e para atuação dos fundamentos do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos. Outro aspecto que merece destaque é o fato de a lei prever a gestão descentralizada e participativa da água.

2.3. BACIA HIDROGRÁFICA COMO UNIDADE DE PLANEJAMENTO E

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