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INSTRUMENTOS LEGAIS E ECONÔMICOS APLICÁVEIS A PROJETOS

No documento ADAIRLEI APARECIDA DA SILVA BORGES (páginas 144-147)

IV EDUCAÇÃO AMBIENTAL VOLTADA PARA OS RECURSOS HÍDRICOS NO BRASIL: A EXPERIÊNCIA DOS MUNICÍPIOS DE

IV. EDUCAÇÃO AMBIENTAL VOLTADA PARA OS RECURSOS HÍDRICOS NO BRASIL: A EXPERIÊNCIA DOS MUNICIPIOS DE SACRAMENTO E IBIÁ – MINAS

4.6. INSTRUMENTOS LEGAIS E ECONÔMICOS APLICÁVEIS A PROJETOS

O Plano diretor é um instrumento legal aplicado ao município, instituído pela Constituição Federal como instrumento básico de desenvolvimento e expansão urbana. É uma lei municipal elaborada pela prefeitura com a participação da Câmara Municipal e da sociedade civil que visa estabelecer e organizar o crescimento, o funcionamento, o planejamento territorial da cidade.

É obrigatório para municípios com mais de vinte mil habitantes. Nos municípios de Sacramento e Ibiá, foram elaborados em 2006, tendo como objetivo nortear ações do poder público, compatibilizar os interesses da população e o direito à cidadania, à gestão municipal. O Plano diretor de Sacramento assim apresenta definição de seus objetivos:

Art. 2º. São objetivos gerais do Plano Diretor:

I – definir diretrizes gerais para políticas sociais, econômicas, urbanas e ambientais do município;

II – o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade; III – o bem estar e a melhoria da qualidade de vida da população;

IV – a inclusão social e redução da pobreza nas políticas municipais de desenvolvimento;

V – ordenar o crescimento urbano, promovendo a justa distribuição dos ônus e bônus desse desenvolvimento;

VI – ordenar o uso e ocupação do solo, as obras e as posturas municipais; VII – promover a integração do Município com competitividade econômica, relativamente ao Triângulo Mineiro;

VIII – preservar as características e os valores culturais, a memória e a identidade de Sacramento;

IX – proteger e valorizar o meio ambiente, a paisagem urbana e o patrimônio histórico, artístico e natural, utilizando-os adequadamente; X – garantir aos cidadãos o acesso universal aos bens e serviços públicos; XI – garantir o equilíbrio e a sustentabilidade do progresso econômico em relação ao desenvolvimento social e ambiental;

XII – assegurar a participação popular na gestão do município. (Plano diretor de Sacramento – Minas Gerais).

O Plano diretor é um instrumento expressivo para efetivar a proteção ambiental nos municípios, pois define a política de desenvolvimento do município,

orientando a atuação do governo nas formas de ofertar serviços públicos essenciais, assegurando melhores condições de vida à população. O Plano elaborado para os municípios de Ibiá e Sacramento contempla a questão do solo, do direito de construir, prevê novos instrumentos jurídicos para a aplicação efetiva de seus objetivos, bem como o acompanhamento e controle futuros. Além do mais, assegura prioridades de cunho social previstas em seu artigo sétimo:

Art. 7º. O Plano Diretor assegurará o cumprimento das funções sociais da cidade mediante a garantia do direito a cidades sustentáveis, entendido como o direito à terra urbana, à moradia, ao saneamento ambiental, à infra- estrutura urbana, ao transporte e aos serviços públicos, ao trabalho e ao lazer, para as presentes e futuras gerações, em conformidade com o artigo 2º, inciso I, do Estatuto da Cidade – Lei Federal n.º 10.257/2001. (Plano Diretor se Sacramento LEI Nº 1.020, DE 30 DE NOVEMBRO DE 2006. P. 4)

Portanto, pode-se dizer que o Plano Diretor não é somente um imperativo legal da Constituição Federal e sim, um instrumento importante para a gestão urbana e para promover o adequado desenvolvimento das cidades. E nos municípios pesquisados nota-se a importância de se ter esta diretriz para todos os problemas que enfrentam, pois possuem um Plano Diretor que contempla a garantia dos direitos de moradia, transporte público, meio ambiente, mobilidade urbana, cultura, lazer e acesso a essa discussão.

A Agenda 21 brasileira foi aprovada durante a Rio-92 e efetivou compromissos para a mudança no modelo de desenvolvimento para o século XXI. É considerada a proposta mais sólida de como continuar desenvolvendo sem destruir o meio ambiente e com maior justiça social.

Foi elaborada em nível global de forma a ser desdobrada em níveis: nacional e local. Assim, meio ambiente, sociedade e desenvolvimento podem ser trabalhados de modo descentralizado atendendo às necessidades de cada localidade. No Brasil,

os municípios brasileiros com mais de 20 mil habitantes, foram orientados a elaborar suas Agendas 21 locais, para que estas atendam a seus diferentes biomas e consigam apontar medidas de proteção ambiental para cada caso.

Os municípios pesquisados possuem mais de vinte mil habitantes e, por conseguinte, elaboraram suas Agendas 21 abordando todos os temas fundamentais previstos nos quarenta capítulos da Agenda 21 global. O processo de construção da Agenda 21 Local foi uma iniciativa do poder público e teve a participação da sociedade civil. Atualmente é um documento de referência para a construção ou revisão do Plano Diretor e de orçamentos participativos entre outros instrumentos de gestão. (Prefeitura de Ibiá e Prefeitura de Sacramento)

Convém observar que os municípios que elaboraram suas Agendas 21, como Sacramento e Ibiá, estão mais bem estruturados e demonstram preocupação com a gestão voltada para a sustentabilidade. Ou seja, a Agenda 21 Local quando elaborada e aplicada nos municípios, promove melhores condições de resolver os problemas ambientais e sociais..

Um instrumento indispensável, em um sistema de gestão municipal, é o Sistema Municipal do Meio Ambiente, ou seja, uma estrutura organizacional, diretrizes normativas e operacionais, implementação de ações gerenciais, relações institucionais e interação com a comunidade. Este sistema, nos municípios pesquisados, é composto de Secretaria Municipal de meio Ambiente, CODEMA – Conselho Municipal de Conservação e Defesa do Meio Ambiente, Policia Florestal, além de escritórios do IBAMA, EMATER e IMA.

O Fundo Municipal do Meio Ambiente, defendido pela Lei 9.605, de 12.02.98, em seu art. 73, legitima a instituição dos Fundos Municipais, para os quais são carreados os valores arrecadados em decorrência de multas aplicadas e da

cobrança de taxas pelo licenciamento ambiental. Esse fundo também pode receber recursos externos. A abertura desta conta está atrelada ao Sistema Municipal de Meio Ambiente; os dois municípios pesquisados possuem este instrumento de arrecadação.

O Plano diretor, Agenda 21, e principalmente o Fundo municipal de meio ambiente, são usados para estruturar os municípios e para solucionar problemas ambientais e sociais, pois, por meio deles, os municípios assumem maiores responsabilidades e recursos financeiros, já que, cabe a eles ações e competências direcionadas para o desenvolvimento sócio ambiental sustentável, o que inclui os projetos aqui apresentados.

No documento ADAIRLEI APARECIDA DA SILVA BORGES (páginas 144-147)