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3 FUNDAMENTAÇÃO TÉORICA

3.2 Aspectos Operacionais das Seguradoras

Para que seja possível o entendimento do ciclo operacional de uma seguradora, é apresentada, a seguir, uma breve descrição dos principais conceitos básicos e suas atividades operacionais, bem como dos canais de distribuição dos produtos. Em seguida, há um enfoque nas principais características e elementos fundamentais do seguro de Automóveis, que é o foco do estudo deste trabalho.

3.2.1 Conceitos Básicos

Para Freire, a definição de seguros é:

“O seguro é uma operação peça qual, mediante o pagamento de uma pequena remuneração, o prêmio, uma pessoa, o segurado, se faz prometer para si própria ou para outrem, o beneficiário, no caso de realização de um evento determinado, a que se dá o nome de risco, uma prestação, a indenização, de uma terceira pessoa, o segurador, que, assumindo um conjunto de riscos, os compensa de acordo com as

leis da estatística e o princípio de mutualismo.” (FREIRE, 1959 apud. Silva, 2002, p. 37).

De forma muito similar, a Fenaseg define contrato de seguro como “aquele que estabelece para uma das partes, mediante recebimento de um prêmio da outra parte, a obrigação de pagar a esta, ou à pessoa por ela designada, determinada importância, no caso da ocorrência de um evento futuro e incerto ou de data incerta, previsto no contrato".

Segundo Souza (2007), as principais características que refletem a essência do seguro são mutualismo, incerteza e previdência, sendo que:

Mutualismo: trata-se da formação de uma massa econômica, onde os participantes têm

interesses comuns, visando suprir as necessidades eventuais de alguns desses participantes;

Incerteza: a possibilidade de ocorrência do evento e o momento;

Previdência: está relacionada diretamente com a proteção às pessoas, tanto a si próprias

ou aos seus bens.

Considera-se que o fundamento mais básico de um contrato de seguro é a necessidade de massificação para consolidar o mutualismo entre diversos segurados com o mesmo risco. A contribuição de todos, forma um fundo de reserva para pagamento das indenizações futuras preestabelecidas, dos custos administrativos e o lucro da companhia. Quanto mais pessoas entrarem no grupo, maior será a diluição dos custos administrativos.

De acordo com a natureza dos riscos, os seguros podem ser classificados em:

Seguro de pessoas: o pagamento da indenização é realizado de acordo com a cobertura

contratada pelo segurado, não havendo relação com o valor do dano ocasionado. Exemplos: vida individual e em grupo, acidentes pessoais, saúde e educação.

Danos patrimoniais: tem como objetivo reparar, ao segurado, a perda do bem material

ocasionada pelo sinistro. Exemplos: DPVAT, automóveis, aeronaves e carga.

Prestação de serviços: o segurado busca a proteção e o ressarcimento dos gastos relativos

à prestação de serviços, por exemplo, assistência médica, hospitalar e assistência jurídica. Exemplos: responsabilidade civil, riscos de engenharia, fiança locatícia.

Adicionalmente, há dois tipos de riscos:

Decorridos: pagamento do prêmio é usualmente efetuado após a ocorrência do fato

gerador. Ex.: transportes nacionais e internacionais e vida em grupo.

A decorrer: pagamento do prêmio é efetuado antes ou durante a ocorrência do fato

gerador. Ex.: roubo e automóvel.

3.2.2 Descrição das Principais Atividades Operacionais

Em uma seguradora, sumariamente, as principais atividades operacionais são:

Comercial

Responsável pela venda do seguro e relacionamento com os corretores de seguros, bem como com os canais de distribuição. No Brasil, as seguradoras só podem receber propostas de seguro por intermédio de corretores legalmente habilitados, os quais são remunerados pelo recebimento de comissão que varia de ramo a ramo e de seguradora a seguradora.

Atuarial e estatística

Responsável pelos cálculos das taxas de seguros, níveis de comissionamento e provisões técnicas, bem como auxilia no desenvolvimento de novos produtos e das respectivas notas técnicas atuariais.

Castiglione reforça a importância do referido documento ao afirmar em sua obra “a nota técnica é o documento que evidencia as condições gerais e particulares de uma modalidade de seguro e constitui o alicerce técnico institucional do contrato correspondente e é exigida pela SUSEP para que a seguradora possa comercializar seus produtos.” (CASTIGLIONE, 1997, p. 16).

Subscrição do risco (underwriting)

Segundo a definição da Fenaseg, subscrição de risco é:

“É a maneira pela qual os subscritores decidem quais os proponentes ao seguro que serão aceitos e quais serão rejeitados. Os subscritores decidem também a amplitude da cobertura que as seguradoras estão dispostas a conceder e o preço para concedê- las. Eles tentam proteger a seguradora da anti-seleção de riscos (aumento da probabilidade de que os consumidores irão comprar seguro quando o prêmio é baixo em relação ao risco), bem como estudam todas as soluções razoáveis que possam estar disponíveis.”

Adicionalmente, os subscritores avaliam a questão da pulverização de riscos aceitos, mediante a realização de contratos de cosseguro ou resseguro, sendo que:

Cosseguro: é a divisão da responsabilidade de um risco por duas ou mais seguradoras. Há

a emissão de uma única apólice pela seguradora líder, onde consta a participação de cada seguradora no total da importância segurada.

Resseguro: é a transferência do risco de um contrato de seguro superior à capacidade

financeira da seguradora que emitiu a apólice para uma resseguradora. Trata-se de uma prática comum, feita em todo o mundo, como forma de mitigar o risco, preservar a estabilidade das seguradoras e garantir a liquidação do sinistro ao segurado.

Sinistros

Responsável pelos processos de regulação, apuração dos prejuízos e de todos os elementos que influenciam no cálculo das indenizações e no direito do segurado. Assim ele faz a verificação do evento, das condições e responsabilidades preestabelecidas na apólice de seguro. Ele responde pela liquidação de sinistro, ou seja, o cálculo e pagamento da indenização propriamente dita, após a etapa de regulação. No caso de seguros de bens, as seguradoras buscam, sempre que possível, recuperar parte das indenizações a partir da venda de salvados (sobras dos bens segurados com valor econômico).

Investimentos

Responsável pelo gerenciamento do capital próprio e de terceiros, a fim de honrar os compromissos futuros de indenizações devidas junto aos segurados e terceiros, bem como

maximizar os rendimentos dos ativos financeiros da companhia. No caso dos ativos garantidores às operações de seguros, os mesmos devem ser investidos de acordo as normas estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional.

Souza resume o ciclo econômico de uma operação de seguros da seguinte forma:

“O ciclo completo compreende o oferecimento da proposta pelos corretores, a análise da proposta recebida, a aceitação do risco, envolvendo todos os cálculos atuariais e inspeções técnicas, a emissão da apólice, o recebimento do prêmio, considerando-se todos os procedimentos administrativos de aplicação de percentual do prêmio no mercado financeiro e dos cálculos das reservas técnicas, e finalmente, quando ocorre o sinistro, o pagamento da indenização devida ao segurado.” (SOUZA,2007, p. 83).

Paralelamente, há diversas atividades e áreas que auxiliam e propiciam o funcionamento de uma companhia de seguros, dentre as quais destacam:

Sistemas

Responsável pela informatização das atividades e integração das informações de toda a companhia. Trata eletronicamente de todos os documentos e etapas do processo de venda de seguros, reduzindo o tempo gasto no processamento de propostas, aprovação e emissão de apólices.

Controladoria/Contabilidade

Responsável pelo fornecimento e controle das informações, de forma que as mesmas sejam confiáveis e adequadas aos usuários internos e externos, especialmente, aos acionistas e aos órgãos reguladores, bem como pela maximização do resultado econômico da companhia.

Figura 2 – Macro Fluxo do Mercado de Seguros

Fonte: Elaborada pela autora

3.2.3 Canais de Distribuição dos Produtos

Atualmente, tanto no Mercado Segurador, como nas empresas de prestação de serviços em geral, a escolha do canal de distribuição pode ser um diferencial relevante no sucesso. De nada adianta uma companhia possuir o melhor produto, com preço justo, com as melhores condições de pagamento, se ele não está à disposição do cliente.

Mello (2010) conceitua canais de distribuição da seguinte forma:

“Canais de Distribuição são organizações que servem para colocar à disposição de seus consumidores finais de um fabricante. Entendendo-se como canal, uma estrutura que assume a responsabilidade de venda de produtos e não as empresas facilitadoras de financiamento e transportes.” (MELLO, 2010, p. 2).

Complementando, na tabela 11, o autor sumariza as terminologias utilizadas dos canais no Mercado Segurador: Canais de distribuição Governo Comissões Tributos Tributos Prêmios de Resseguros Sinistros Prêmios IOF Sinistros Prêmios Sinistros Segurados Mercado Segurador Internacional Seguradoras Resseguradora / Cosseguradora

Varia ção das

reservas Varia ção das reservas

Intermediação Cotação

Tabela 11 – Terminologias dos Canais de Distribuição do Mercado Segurador

TIPO: ATRIBUIÇÕES:

Corretor

Intermediário que assume responsabilidades sob o serviço e tem o objetivo de atender a demanda de um cliente buscando a melhor colocação dos seguros deste nas diversas seguradoras do mercado.

Agente independente Intermediário que assume responsabilidades sob o serviço e tem o objetivo de preencher a oferta de uma ou mais seguradoras buscando vender a maior quantidade de apólices dos seguros.

Agente

Intermediário que não assume responsabilidades sob o serviço e tem o objetivo de preencher a oferta de uma única seguradora buscando vender a maior quantidade de apólices dos seguros.

Plataforma Empresa facilitadora que gerencia corretores e agentes para uma ou mais seguradoras.

Concessionária Empresa facilitadora que administra agentes de uma mesma seguradora. Bancos Empresa intermediária que oferece os seguros de uma seguradora.

Venda Direta Equipe contratada para vender os serviços de uma seguradora. Podendo atuar através de “Call-center”; “web-site” ou equipe de venda direta.

Fonte: Mello (2010)

Segundo o autor, é muito importante saber a conceituação de cada canal, pois na ocorrência de falhas na execução dos serviços o corretor ou o agente independente é co-responsável legalmente pelo cumprimento do contrato. Conforme está descrito no Código de Defesa do Consumidor, o qual estabelece a responsabilidade solidária entre toda a cadeia de prestação do serviço, bem como no Artigo 775 do Novo Código Civil que menciona que “os agentes autorizados do segurador presumem-se seus representantes para todos os atos relativos aos contratos que agenciarem.” (BRASIL, 1990).

Atualmente, o uso do canal “Bancos”, especialmente, os de grande porte, tem sido considerado como um fator de vantagem competitiva na distribuição dos seguros, pelo fato de possuírem diversas agências espalhadas por todo o território. Contudo, tal vantagem só será válida, se a seguradora tiver uma gestão participativa, capacitando e cobrando resultados viáveis das agências.

É importante salientar que os Bancos podem distribuir seguros de uma seguradora do próprio grupo, ou de outra seguradora não ligada a grupos financeiros, como por exemplo, em julho de 2008, quando a Zurich Participações adquiriu as ações ordinárias da Minas Brasil, firmou contrato de parceria de 20 anos com o Banco Mercantil do Brasil, para distribuição de seus produtos.

Segundo Pereira, ao classificar as seguradoras em: estrangeiras, estatais ou nacionais privadas, bem como ligadas a banco ou independentes, sendo que ao detalhar seu critério de classificação, menciona:

“Para aquelas ligadas a bancos, a distribuição dos produtos é realizada basicamente pelas agências, minimizando os custos. As seguradoras estatais possuem sua produção baseada em outras empresas estatais. Não havendo, por isso, esforço da seguradora estatal em contratar intermediários para a venda de seguro. As companhias estrangeiras, geralmente, têm seus negócios normalmente dirigidos para a subsidiária de empresas multinacionais sediadas no país, o que também reduz o esforço administrativo de colocação de seguros no mercado. Por fim, as seguradoras independentes possuem como base de intermediação dos seus negócios, o corretor de seguros.” (PEREIRA, 2006, p. 71).

Em linhas gerais, o custo do canal constitui a soma dos insumos necessários para realizar um determinado serviço ou operação, tais como: mão de obra; energia; materiais diversos; instalações e equipamentos.

O canal corretor é considerado o de menor custo de distribuição, pois recebe a comissão variável de acordo com a produção mensal. Quanto ao canal “Bancos”, os custos aparentemente são reduzidos, pois, segundo Mello, “são maquiados por outra empresa do grupo, que não a seguradora, que arca com os custos operacionais da agência bancária.” (MELLO, 2000, p. 9).

3.2.4 Características e Elementos Fundamentais do Seguro de Automóveis

Considerando, que objeto de estudo deste trabalho é análise do resultado operacional das seguradoras que atuam no ramo de Automóveis, será apresentada uma abordagem mais detalhada deste ramo, no que tange a legislação vigente, modalidades, as principais garantias oferecidas pelas seguradoras, exemplificação de cálculo do prêmio de seguro, análise do perfil do segurado e aspectos operacionais específicos deste ramo.

Legislação vigente

No Brasil, o seguro de Automóveis é regulamentado pela Circular SUSEP nº 269 de 4 de outubro de 2004, alterada pela Circular SUSEP nº 389 de 23 de setembro de 2009, a qual:

“estabelece, altera e consolida as regras e critérios complementares de funcionamento e de operação dos contratos de seguros de automóveis, com inclusão ou não, de forma conjugada, da cobertura de responsabilidade civil facultativa de veículos e/ou acidentes pessoais de passageiros.” (BRASIL, 2009).

Esta Circular, além de definir regras específicas para o seguro de automóvel, estabelece que se aplique, também, ao seguro de automóveis todas as disposições da Circular SUSEP nº 256, de 16 de junho de 2004, a qual dispõe sobre a estruturação mínima das Condições Contratuais e das Notas Técnicas Atuariais dos Contratos de Seguros de Danos em geral.

Modalidades de Seguro de Automóvel

Valor Determinado – VD: o montante da indenização é fixado na apólice

Valor de Mercado Referenciado – VMR: a indenização é determinada de acordo com o

valor constante da tabela de referência de cotação para o veículo na data da liquidação do sinistro, conjugado ainda, com o fator de ajuste, que é um percentual a ser aplicado sobre a referida tabela e que deve estar definido na apólice e na proposta do seguro.

Esse fator de ajuste deve levar em consideração as características particulares e o estado de conservação do veículo. A aplicação do fator de ajuste possibilita que a indenização seja maior (se superior a 100%), ou menor (se inferior a 100%) em relação à cotação do veículo na tabela de referência. É facultado ao segurado o direito de propor o valor da Importância Segurada - IS do veículo (na modalidade VD) e o fator de ajuste (na modalidade VMR), assim como à Seguradora, de aceitar ou não a realização do seguro.

Principais Garantias Oferecidas pelas Seguradoras

De acordo com a SUSEP, as principais garantias oferecidas nos ramos de Automóveis são: Compreensiva (colisão, incêndio e roubo); Incêndio e Roubo; Colisão e Incêndio; Responsabilidade Civil Facultativa de Veículos - RCF-V (danos morais e corporais) e Acidentes Pessoais de Passageiros. Contudo, existem, também, outras garantias que podem ser contratadas mediante cobrança de prêmio, tais como:

Acessórios: indenização dos prejuízos causados aos acessórios do veículo pelos mesmos

riscos previstos na apólice contratada. Entende-se como acessório (original de fábrica ou não) rádio e toca-fitas, Cd players, televisores, etc., desde que fixados em caráter permanente no veículo segurado.

Blindagem: blindagem do veículo segurado, contra eventos cobertos pela apólice.

Carroceria: indenização, no caso de danos causados à carroceria do veículo segurado,

desde que o sinistro seja decorrente de um dos riscos cobertos na apólice.

Cobertura de assistência 24 Horas: indenização do segurado por prejuízos provenientes

de assistência ao veículo segurado e seus ocupantes, em caso de acidente ou pane mecânica e/ou elétrica.

Danos morais: reembolso ao segurado a indenização por danos morais causados a

terceiros, pela qual vier a ser responsável civilmente em sentença judicial transitada em julgado, ou em acordo judicial ou extrajudicial autorizado pela seguradora. Em geral, somente pode ser contratada em conjunto com a cobertura de RCF-V.

Despesas extraordinárias: garante ao segurado, em caso de indenização integral, uma

quantia estipulada no contrato de seguro, para o pagamento de despesas extras relativas a documentação do veículo entre outras.

Equipamentos: indenização dos prejuízos causados aos equipamentos (qualquer peça ou

aparelho fixado em caráter permanente no veículo segurado, exceto áudio e vídeo) do veículo pelos mesmos riscos previstos na apólice contratada.

Extensão de perímetro para os países da América do Sul: possibilita ao segurado a

ampliação da área de abrangência do seguro do seu veículo para os países da América do Sul.

Cálculo do Prêmio de Seguro

A SUSEP não define uma metodologia para a elaboração do cálculo do prêmio de seguros. As seguradoras possuem liberdade de estabelecer a forma de fixação do prêmio; todavia, a Nota Técnica Atuarial deve ser enviada à SUSEP para aprovação.

De forma bastante simplificada, segue abaixo dois exemplos de cálculo do prêmio de seguro de automóveis, pressupondo os seguintes dados:

Carteira: 100 veículos segurados

Importância Segurada = R$ 40.000,00 cada veículo, no ato da contratação Despesas Administrativas = 18%, Comissão de Corretagem = 20%, Margem de Segurança = 3%, Lucro = 5%

1ª Hipótese – Sinistros de Indenização Integral pagos pelo VMR:

1 indenização de R$ 40.000,00 + 1 indenização de R$ 39.000,00 + 1 indenização de R$ 38.000,00 = R$ 117.000,00

Taxa de Risco = 117.000/(100 x 40.000) x 100 = 2,92 % Prêmio de Risco = 2,92% x 40.000 = R$ 1.168,00 Prêmio Puro = 1.168,00 x (1 + 0,03) = R$ 1.203,04

Prêmio Comercial = 1.203,04 / (1 – 0,18 – 0,20 – 0,05) = R$ 2.110,60

2ª Hipótese – Sinistros de Indenização Integral pagos pelo VD (os valores de indenização são fixos): 4 indenizações de R$ 40.000,00 = R$ 120.000,00 Taxa de Risco = 120.000/(100 x 40.000) x 100 = 3,00 % Prêmio de Risco = 3,00% x 40.000 = R$ 1.200,00 Prêmio Puro = 1.200,00 x (1 + 0,03) = R$ 1.236,04 Prêmio Comercial = 1.236,04 / (1 – 0,18 – 0,20 – 0,05) = R$ 2.168,42

É importante notar que o montante previsto de prêmio a ser pago na modalidade VD é maior que o prêmio na modalidade VMR.

Canais de Distribuição

No ramo de Automóveis, o canal de distribuição mais utilizado no Brasil é o de pequenos e médios corretores de seguros independentes, onde há uma relação de confiança e proximidade muito maior com o segurado.

Aspectos Operacionais Específicos dos Ramos de Automóveis

Antes da contratação de um seguro, todo segurado deve preencher um Questionário de Avaliação do Risco com uma série de perguntas para que a seguradora possa definir o perfil do segurado e, consequentemente, o risco a ser assumido. Baseando-se nas respostas fornecidas pelo segurado, as seguradoras concedem descontos ou agravam (aumentam) o valor do prêmio de seguro.

Dentre as perguntas mais comuns, destacam-se aspectos relacionados ao principal condutor (idade, tempo de habilitação e sexo), a região de circulação do veículo, tipo de estacionamento/garagem, quantidade média de quilômetros rodados no ano e existência de dispositivo de segurança.

No caso da existência de respostas incorretas, tanto a seguradora como o segurado estão protegidos pelo Código Civil:

“Art. 766. Se o segurado, por si ou por seu representante, fizer declarações inexatas ou omitir circunstâncias que possam influir na aceitação da proposta ou na taxa do prêmio, perderá o direito à garantia, além de ficar obrigado ao prêmio vencido. Parágrafo único. Se a inexatidão ou omissão nas declarações não resultar de má-fé do segurado, o segurador terá direito a resolver o contrato, ou a cobrar, mesmo após o sinistro, a diferença do prêmio.” (BRASIL, 1990).

Em toda a proposta do seguro, devem estar especificados o prazo para aceitação, bem como quaisquer procedimento para comunicação da aceitação ou recusa da proposta, especificando os motivos do decínio e, observando-se, o período máximo de quinze dias, contado da data de recebimento da proposta. Os principais motivos de negação da proposta pela seguradora ocorrem quando o veículo possui parecer recusável na vistoria prévia, chassis remarcados, mais de 10 anos de fabricação, modelos especiais, tais como: carros de fibra ou modificados, ou alguma irregularidade de emplacamento.

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