Aspectos relacionados a Gestão da EaD

A gestão da EaD é outro aspecto considerado importante para que essa modalidade seja efetivada com qualidade. Polak (2000) Preti (1996) e Behar (2013) colocam a gestão como um dos aspectos importantes. Sobre isso, Behar (2013) afirma:

No contexto da EaD, constata-se, assim, a necessidade de uma gestão adequada e diferenciada, principalmente relacionada aos aspectos de

design pedagógico, planejamento e estratégias de comunicação. A

mobilização e implementação desses aspectos podem garantir a mediação dos diferentes atores envolvidos no processo (professores, tutores, alunos e gestores) dentre seus espaços (polos de apoio presencial e demais setores envolvidos), no oferecimento de um ensino de excelência nos cursos dessa modalidade. (BEHAR, p.137).

As especificidades da EaD exigem uma organização diferenciada, já que trabalha com uma equipe multidisciplinar que deve ser articulada e orientada na mesma direção para que o aluno, enquanto foco do processo, consiga obter êxito. Dessa maneira, Behar (2013) afirma:

[...] o desafio está na superação do paradigma burocrático que enfatiza o desenvolvimento de práticas fragmentadas e hierarquizadas, em um formato individualista e mais diretivo de ensino. Parte-se, assim, para uma direção voltada à socialização e vivência de situações-problema em busca

de soluções obtidas por meio do consenso, do estabelecimento de trocas e da interação. (p.138).

Todas as modalidades possuem problemas de ordem da Gestão e na EaD não é diferente, o que necessita é gerenciar problemas típicos da modalidade EAD, tais como:

“1) a falta de pessoal capacitado didática e tecnologicamente para o trabalho; 2) as possíveis limitações e falhas técnicas; 3) a necessidade de operacionalizar metodologias e recursos adequados ao ensino e à aprendizagem a distância, muitas vezes ainda estranhas ao corpo docente, entre outros. (BEHAR, 2013, p.139).

Behar et al. (2013, p. 139) destaca que são muitos os desafios para a gestão da EaD. Entre estes, destaca-se “a necessidade da modalidade a distância adquirir o reconhecimento factual do mercado educativo” o que segundo ela, significa a superação da discriminação existente na EaD por meio dos resultados obtidos no sistema de avaliação, como o ENADE17, por exemplo, em comparação com a educação presencial.

Sublinha ainda, a necessidade de institucionalização da EaD nas IES. A partir disso, será possível um “amadurecimento do processo de gestão, com investimentos em pesquisa e formação continuada dos profissionais envolvidos”. (p.139). Com isso, torna-se possível a produção de novos conhecimentos no campo da EaD e que poderão ser aplicados nessa nova modalidade de ensino.

Além dos desafios apresentados, Behar (2013, p. 139) entende como desafio para a gestão da EaD, “a definição do perfil a ser exercido pelo tutor” que como ela afirma, tem um papel fundamental e que deve estar sintonizado com o trabalho docente visando qualificar o andamento das atividades, bem como melhor atender as necessidades dos alunos virtuais. Além desses, apresenta-se como desafio também o acompanhamento da produção de conteúdo e materiais educacionais.

17 _{Exame Nacional de Desempenho de Estudantes, que integra o Sistema Nacional de Avaliação da}

Educação Superior (Sinaes) objetiva aferir o desempenho dos estudantes em relação aos conteúdos programáticos previstos nas diretrizes curriculares do respectivo curso de graduação, e as habilitações e competências em sua formação. (BRASIL, 2007).

A atividade de coordenação de cursos em EAD exige competências que possibilitem a organização e garantia do bom funcionamento e atendimento nos cursos. Além disso, esse profissional necessita de uma visão inovadora, possuindo conhecimentos sobre as tecnologias educativas, seus avanços e suas possibilidades pedagógicas. Dele se espera ainda a capacidade de administrar o relacionamento e a integração entre novos sujeitos envolvidos nas tarefas acadêmicas – como tutores presenciais e a distância, suporte tecnológico, entre outros. Logo, para atuar como coordenador de cursos on-

line, apenas competências acadêmicas já não são mais suficientes. (p.

141).

Portanto, a gestão da EaD, tem um importante papel no desenvolvimento e na qualidade dos cursos oferecidos. E para analisar o papel e a contribuição que a gestão da EaD do UemaNet tem desempenhado, especialmente no curso de Pedagogia, o questionário enviado aos coordenadores de polos, aos tutores a distância e aos alunos também buscou verificar a atuação desse profissional da gestão a partir da visão dos sujeitos participantes da pesquisa, para saber se a gestão é ou não fator contribuinte para a evasão.

Em se tratando da gestão, buscou-se saber da coordenação de curso de polo presencial e dos tutores a distância, a opinião deles em relação a organização do curso. A coordenadora do curso acredita ser organizado, concordando com a maioria (83,3%) dos coordenadores de polo. Diferente dos tutores a distância em que (59%), definem o curso às vezes organizado e às vezes não, (35%) julgam o curso organizado, um percentual de (6%) acham o curso desorganizado.

As respostas dos alunos coadunam com a dos tutores a distância no qual a maioria (60%) considerou o curso às vezes organizado e às vezes desorganizado, os demais (26%) acham o curso organizado e (14%) julgam ser desorganizado.

Os coordenadores do polo presencial e os tutores a distância também foram questionados a cerca da atuação da coordenação do curso. A maioria dos coordenadores de polo respondeu que é um indivíduo com formação adequada e as qualidades necessárias para atender aos alunos (64%) e outros responderam que atendeu as suas necessidades em relação ao que precisava (36%).

Corresponderam às respostas dos tutores a distância que também consideraram o coordenador de curso com formação adequada e as qualidades necessárias para atender os alunos (47%) e os demais (41%) acreditam que ele apenas atendeu as suas necessidades, enquanto que (12%) considerou que faltou apoio administrativo.

Vale destacar que os alunos reconhecem a coordenação de curso regular no sentido de que atendeu as suas necessidades em relação ao que precisava (42%) e os demais (32%) afirmou que faltou apoio administrativo, já os (26%) consideram que é um profissional com formação adequada e as qualidades necessárias para atender aos alunos.

Quando questionados acerca da própria atuação, os coordenadores de polos, todos se consideraram como aquele que sempre deu o suporte necessário, sendo que a maioria conseguia com facilidade por meio do AVA, por telefone ou pessoalmente, todas as informações de que os alunos necessitavam (75%) e os demais (25%) tinham dificuldade para entrar em contato com a instituição e tirar as dúvidas que tinha em relação a questões administrativa.

Sobre o mesmo assunto, a atuação da coordenação de polo presencial, os alunos (50%) discordam dos referidos coordenadores e afirmam que não atendeu as expectativas, (42%) consideram que sempre deu o suporte necessário aos alunos e os demais (8%) afirmam que faltou apoio administrativo.

Dessa forma, percebe-se a necessidade de uma melhor atuação dos coordenadores de polo no sentido de garantir um apoio maior aos alunos e ao próprio tutor presencial.

Os tutores a distância também (94%) pensam que sempre deram o suporte necessário para a aprendizagem dos alunos, enquanto (6%) considera que em função da distância ou do pouco tempo disponível, não foi possível fazer o acompanhamento necessário.

A maioria dos coordenadores de polo (88%) afirma que conseguia com facilidade por meio do AVA Moodle, por telefone ou pessoalmente todas as informações de que necessitava contra (22%) que afirmam não ter essa mesma facilidade, em função de dificuldades para entrar em contato com a instituição e tirar as dúvidas que tinha em relação às questões administrativas.

A resposta dos tutores e coordenadores de polo coincidem com a resposta da coordenadora de curso que afirma, ter facilidade em se tratando dos contatos com os demais elementos da EaD utilizando todos os canais de comunicação (AVA, e-mails e telefone).

Portanto, é importante destacar a importância da interação entre os coordenadores de curso, de polo, professores, tutores e alunos para que possam

falar a mesma língua no que se refere às orientações gerais e das próprias disciplinas do curso.