• Nenhum resultado encontrado

Nesta categoria, a idéia central da discussão é refletir a respeito de como está sendo oferecido o acompanhamento aos casais pelos profissionais da unidade neonatal para que, juntos, equipe e pais, possam lutar rumo aos mesmos ideais, para que o homem e a mulher consigam se sentir acolhidos e para que recebam a atenção necessária para conseguirem superar suas dificuldades. Afinal, pelo que pude perceber na pesquisa, a equipe de saúde neonatal torna-se um grande e forte pilar que sustenta quase todas as circunstâncias que possam vir a estar presente no cotidiano dos pais que ali estão em decorrência da necessidade de internação do pequeno bebê.

Por sua vez, a subcategoria “O cuidado ‘cuidadoso’ da equipe gerando segurança para os pais”, vem pontuar a forma como os pais e os bebês se sentem próximos e acolhidos pelos profissionais. O que os casais buscam é que o cuidado não seja apenas realizado como obrigação e meramente tecnicista, mas que esteja aliado a um gesto de carinho, uma voz suave e um toque seguro. Além dos pais esperarem este tipo de comportamento do cuidador, em relação à criança recém-nascida, eles esperam também que este cuidado se estenda a eles próprios, já que estão submetidos a tantas e tão inesperadas tensões, principalmente nos primeiros dias pós-parto, quando estão imersos em sentimentos incertos, ora positivos, ora negativos, que podem ser amenizados, conforme forem recebidos e acolhidos pela equipe de saúde.

Na subcategoria “Intercâmbio de informações entre a equipe e os pais acerca das condições clínicas do recém-nascido” a idéia central descrita está relacionada à necessidade que os pais têm de saberem cada passo da internação para que possam participar e terem maior consciência dos progressos do filho, bem como a necessidade de maiores intervenções, garantindo a participação materna e paterna nos cuidados, e na prática do MMC, favorecendo mais precocemente as relações.

A subcategoria “Sempre tem um que dá mais atenção: referência profissional durante a hospitalização”, por fim, mostra a necessidade que os pais têm de adotar um “facilitador” que esteja inserido no ambiente neonatal como referência, para que

possam obter informações sobre o bebê de forma mais segura e direcionada, solicitarem algo, tirarem dúvidas e até mesmo serem ouvidos em seus desabafos. 6.2.1 O CUIDADO “CUIDADOSO” DA EQUIPE GERANDO SEGURANÇA PARA

OS PAIS

O papel que os profissionais de saúde exercem durante todo o tempo de permanência do bebê na unidade neonatal é de suma importância para as famílias. Percebi durante o contato com os casais desta pesquisa que, mesmo mantendo certa distância, que era limitada pelos vidros que separam as salas da unidade neonatal e o corredor, geralmente buscavam observar todos os movimentos de cada pessoa que se aproximava para manusear e cuidar do bebê, ficando atentos na forma de tocar, segurar e interagir com o recém-nascido. Todos os cuidados realizados são criteriosamente identificados e assimilados pelos casais que posteriormente passam a repeti-los em suas ações, no cotidiano. O profissional passava a ser para eles alguém que promoveria a inclusão no ambiente neonatal e seria um mediador das relações afetivas com o bebê.

Pude também perceber e confirmar, a exemplo do estudo realizado por Lamego, Deslandes e Moreira (2005) que, à medida que os casais iam se familiarizando com todo o processo de hospitalização, levando em consideração a situação clínica do filho, assim também os profissionais integrantes da equipe tendiam a se aproximar com mais intimidade da família, pois já não se encontravam mais como estranhos e sim como parceiros, numa mesma corrente de “concentração” em torno dos progressos da criança.

Para Alonso (2003, p. 67) “o modo como se dá essa aproximação é absolutamente determinante na qualidade das relações a serem estabelecidas entre equipe e família”. A autora descreve ainda que as relações pais-equipe, bem como equipe-pais poderão se tornar próximas ou não, dependendo de como o casal percebe os movimentos da equipe, podendo se tornar exemplo de cuidado para os pais. Costa (2005) colabora ainda afirmando que a tríade deve ser o grande foco de atenção da equipe, uma vez que pai-mãe-filho estão inseridos no MMC favorecendo que o cuidado seja compartilhado entre o casal e os profissionais.

Para que esta relação de cuidado traga benefícios a todos, é necessário que os profissionais empreguem assistência individual a cada casal e bebê, considerando suas particularidades, principalmente quando as incertezas com relação à sobrevida do neonato prevalecem, sendo necessário uma maior interação entre aqueles que estavam lutando pelos mesmos objetivos.

Quando essa etapa começava a tomar o lugar da incerteza e do temor inicial da morte, era notória a procura pelo aprofundamento e solidificação de todas as relações dentro da unidade neonatal, fossem elas pais-bebê, pais-equipe ou equipe-neonato, aumentando visivelmente, principalmente no homem e na mulher, a preocupação em explorar mais detalhadamente a “forma” como os profissionais se ocupavam do recém-nascido no dia-a-dia da assistência. Ao aprofundar o olhar ou ter tempo para explorar outros ângulos ainda não percebidos, em face da extrema ansiedade que tomava lugar nos primeiros dias ou semanas da internação, a mãe e o pai da criança passavam a verbalizar uma expressão que no início do estudo não me chamou particular atenção, mas foi ficando forte com o passar do tempo; trata-se do uso do termo “cuidado cuidadoso”. Os pais da criança falavam sobre isso como se não fosse suficiente verbalizar apenas “cuidado”. O adjetivo “cuidadoso”, para os pais, parece mais ajustado a uma forma especial da equipe relacionar-se com o recém-nascido, quase como se fosse ela mesma a família da criança. Os seguintes verbatins exemplificam a idéia: “mas uma coisa que a gente vê é o cuidado cuidadoso que o

pessoal da equipe [...], qualquer coisa já olha, vê os batimentos, a temperatura, eles estão sempre cuidando com dedicação, sempre carinhosos, nos dão bastante segurança saber que está em boas mãos”; “a gente vê que [aqui] é bem cuidada, tudo bem certinho, atendimento bom também pra gente. Tudo bem cuidadoso”.

O “cuidado cuidadoso” oferecido pela equipe da unidade neonatal promove segurança e, especialmente, confiança. O fato de saber que a criança está em “boas mãos”, como disse um dos pais, oferece uma dose suficiente de otimismo, principalmente frente à necessidade dos pais terem que se ausentar da instituição. Em alguns momentos durante os contatos com os participantes desta pesquisa, aconteceu do homem e/ou da mulher ter que se ausentar do hospital ou até mesmo da cidade, deixando a criança sob inteira responsabilidade dos profissionais, o que para os casais

em estudo nunca foi um empecilho, considerando que a equipe sempre prestou um cuidado “cuidadoso” aos recém-nascidos, fornecendo toda a atenção necessária neste período, conforme podemos perceber na fala de Coala e Leão: “todo mundo cuida bem

dela, fico até mais tranqüila. Meu outro filho de três anos está sentindo muito minha falta. Eu queria muito poder ir até em casa para ver como ele está. Moro longe, mas sei que aqui elas cuidam bem, com atenção, com cuidado [...]”; “vou ter que voltar para minha cidade, pois preciso arrumar um emprego para dar conta deles todos. Ainda bem que o pessoal aqui ta sempre olhando e cuidando com muito cuidado”.

Ter a certeza que o filho está recebendo a assistência devida e consciente por parte daqueles que prestam o cuidado direto é a garantia de menos uma preocupação no decorrer da internação, tornando-se um grande estímulo que impulsiona os pais a se aproximarem mais rapidamente do bebê e terem a oportunidade de mostrarem para si mesmos e para toda a equipe que o cuidado que prestam à criança é tão ou mais cuidadoso do que aquele proporcionado pelos profissionais.

6.2.2 INTERCÂMBIO DE INFORMAÇÕES ENTRE A EQUIPE E OS PAIS ACERCA DAS CONDIÇÕES CLÍNICAS DO RECÉM-NASCIDO

Gaiva e Scocchi (2002, p.1) esclarecem que “a comunicação é uma atividade que intermedia as relações [...], através de diálogo, de troca de informações e de mensagens não verbais”. Este esclarecimento ajuda a interpretar mais uma das subcategorias que dizem respeito à atenção e aproximação dos pais com a equipe neonatal. Quando ocorre o nascimento antes do previsto, muitas vezes os pais deixam de receber informações importantes já mesmo durante a gravidez, estendendo-se ao serem internados na maternidade e posteriormente no centro obstétrico. Muitas vezes a única informação que os casais recebem é de que nascerá um bebê pré-termo, possivelmente de baixo peso, e que necessitará de internação na unidade neonatal. Estas informações são concretizadas do ponto de vista materno e paterno a partir do momento em que o recém-nascido vem ao mundo, porém, na situação de prematuridade, isto é de alguma forma “quebrado” pelas intervenções da equipe de saúde que, rapidamente, leva o neonato para alguma das salas de internação do serviço de neonatologia, conforme vimos na descrição da primeira categoria. É tudo tão

instantâneo que nem mesmo é dado ao homem e à mulher a possibilidade de assimilarem esta “passagem” de dentro do útero para fora dele, uma realidade que por determinado tempo abrigou o bebê e o manteve próximo, em contato com seus pais; para um novo mundo cercado de tecnologia, com diferentes sons, elevada luminosidade e pessoas circulando de um lado para o outro em suas atividades, e que até então, não faziam parte de suas vidas.

Chegado o momento dos pais irem até a unidade neonatal re(conhecer) o filho, é certo que alguém lhes dará atenção, por ser uma rotina previamente estabelecida pelo serviço, mas não se pode garantir o tempo e nem mesmo a qualidade desta atenção, sendo necessário muitas vezes um repensar constante das ações diárias dos trabalhadores deste serviço. Percebo que mesmo que tenham sido recebidos e conduzidos até a incubadora em que o bebê está alojado e fornecidas algumas informações a respeito das condições clínicas do recém-nascido, muitas vezes os pais estão tão assustados, tensos, cercados por sentimentos de medo e culpa por ter gerado um bebê aparentemente tão frágil, que nem ao menos conseguem se lembrar do profissional que os acolheu. Nesta pesquisa, ao perguntar para os participantes qual tinha sido o profissional que os recebera e fornecera as primeiras informações com relação ao filho, recebia a resposta unânime de que não lembravam quem havia sido, justificando que naquele momento seus olhares, pensamentos e sentimentos estavam voltados exclusivamente para o ambiente, para os equipamentos e, sobretudo, ao filho. Passadas algumas horas ou até mesmo dias, os pais já estão um pouco mais situados no ambiente e conseguem corresponder às expectativas da equipe em trocar algumas informações sobre todo o processo de hospitalização, que irão enfrentar juntos, até que o neonato esteja em condições de ir para casa.

Portanto, o contato entre o casal e os profissionais passa a ser algo constante e de singular importância, pois é através deste diálogo com a equipe que os pais poderão estar a par de todos os progressos (ou não) que a criança venha a ter, bem como os avanços das díades (homem-mulher; mãe-bebê; pai-bebê) ou da tríade (pai-mãe-filho) frente aos cuidados e o contato diário através do toque, da fala ou simplesmente na troca de olhares que simbolize um afeiçoamento entre pai-mãe-filho.

Os pais anseiam que a cada entrada deles na unidade uma informação lhes seja passada, tendo a garantia de que os profissionais não estejam “escondendo nada”. A ponte entre a assistência e os progressos do bebê está fortemente ligada, assim como a intenção do casal para com o seu bebê.

A segurança materna e paterna consiste em saber com precisão quais as condições clínicas do neonato, considerando que alguns pais trilham os seus caminhos conforme o que for dito a eles. É comum na rotina diária que estas informações não sejam passadas como os pais esperavam, mas a cada palavra e gesto demonstrado pelo profissional mais próximo torna-se para os pais a certeza de que a equipe se importa realmente com a recuperação da criança.

Percebe-se que não é apenas o cuidado do profissional ao bebê que modifica todos os sentimentos que envolvem os pais neste processo de enfrentamento da prematuridade, mas também, o modo de aproximar os pais dos filhos, através das informações com relação ao estado de saúde do neonato, procurando dar maior ênfase nos progressos, tanto do bebê quanto dos pais. Roy (1984) alerta que este é um excelente modo de fazer com que o homem e a mulher consigam melhor superar as dificuldades do dia-a-dia e alcancem mais rapidamente as respostas efetivas com relação ao seu recém-nascido.

É fundamental, conforme aponta Costa (2005), que a equipe tenha o discernimento de identificar qual é o melhor momento para a troca de informações, bem como, respeitar o tempo de cada família e individualizar a assistência.

Em muitos momentos o homem e a mulher estavam apenas de corpo presente, pois suas mentes pareciam imersas em inúmeras interrogações: será que serei capaz de fazer tão bem como o profissional? Ou: não consigo fazer com agilidade ainda, acho que vou atrapalhar o andamento do serviço, dentre outras situações que colocam os pais em situações de desvantagem perante o profissional. Certamente estas indagações dos pais são amenizadas quando a equipe consegue perceber tais impedimentos que distanciam o casal do bebê e aproveitam o momento para que juntos, pais-equipe-bebê, possam crescer um pouco mais nas questões referentes às relações afetivas com o recém-nascido pré-termo. Nestas relações é importante que os profissionais favoreçam

meios para “que o tempo passado em conjunto seja realmente significativo para ambos”, conforme apontam Monticelli e Elsen (2005, p. 170).

Outra forma que ambos, pais e equipe tinham para se comunicarem, era através de expressões corporais, tais como um sorriso, a tonalidade da voz, uma mão sobre os ombros do pai ou da mãe, enfim, gestos que denotam carinho, respeito e compreensão. Tal modo de comunicação é citado por Monticelli (2003) como sendo um momento único, em que todos almejam os mesmos objetivos e nada melhor que alcançá-los por meio da dialogicidade e das trocas permeadas por genuínos interesses.

Porém, Lamego, Deslandes e Moreira (2005) descrevem que ao realizarem um estudo em uma unidade de terapia intensiva neonatal, evidenciou-se que em inúmeras vezes que ocorreram alguma intercorrência ou mesmo certa dificuldade de diálogo entre o casal e a equipe, os pais eram desencorajados a se aproximarem do recém- nascido, principalmente com relação ao toque, regredindo ou até mesmo quebrando o início dos contatos afetivos. Em contrapartida, no decorrer do presente estudo, percebia-se a satisfação tanto do homem quanto da mulher quanto aos cuidados e a atenção dispensados no período em que estiveram na unidade. Percebeu-se ainda, que quando as informações recebidas eram positivas, os pais relaxavam e aceitavam com maior naturalidade todo o processo de internação, principalmente quando ouviam que a criança dali para frente só permaneceria internada para “ganhar peso”. É como se o bebê-pai-mãe estivesse recebendo uma medalha a cada grama adquirido, como podemos perceber neste relato: “os médicos me disseram que Estrela está aqui só

para ganhar peso, mas Lua não, ela está mais doentinha. Eles me falam tudo o que está acontecendo, não me escondem nada”. No entanto, como se pode observar neste

mesmo relato, quando o recém-nascido apresentava um quadro instável, como no caso de Lua, era comum os pais se afastarem, na tentativa inconsciente de não se vincularem à criança, como que “protegendo-se” em caso de uma possível perda. Cunha (2000) confirma a possibilidade deste tipo de ocorrência em seus estudos, ao relatar que o depoimento dos casais está fortemente ligado a diversos sentimentos, principalmente o medo que assombra a maior parte dos sujeitos desde o inicio da experiência vivida.

Portanto, fazer um intercâmbio de informações entre pais-equipe promove gradualmente uma maior aproximação, superando os obstáculos de forma mais segura e estreitando os laços afetivos.

6.2.3 “SEMPRE TEM UM QUE DÁ MAIS ATENÇÃO”: REFERÊNCIA PROFISSIONAL DURANTE A HOSPITALIZAÇÃO

Frente à necessidade de internação do bebê, o desafio de manutenção dos vínculos familiares torna-se desafiador por si só. Diante disto, percebi que dar atenção, acolher e estimular a presença constante dos pais junto ao filho são atitudes do profissional, que são valorizadas pelos pais, que passam a observar e a ter a equipe como participante e referência durante o decorrer da internação. Os casais deste estudo demonstraram insegurança e inexperiência no que se refere à aproximação com o filho recém-nascido e com relação a desenvolverem cuidados a um bebê pré-termo e/ou de baixo peso. Era tudo muito novo para todos. Tornou-se perceptível que tanto o homem quanto a mulher necessitam de um tempo para assimilarem o acontecimento do parto prematuro e a necessidade de internação do bebê.

Assim sendo, os casais buscavam no serviço alguém que viesse servir de referência e a quem pudessem recorrer a qualquer momento, independente das circunstâncias, servindo como um guia tanto dentro como fora da unidade. Além disso, alguém que lhes mostrasse o caminho para que tivessem uma ligação mais íntima com o bebê. Percebi que procuravam algum profissional que se destacava dentre os outros membros da equipe, como numa espécie de seleção cuidadosa e baseada, primordialmente, no respeito e no carinho, antes mesmo que na competência técnica ou clínica. Com este objetivo, muitas vezes intrínseco, os pais começavam a observar todo o profissional que se aproximava da criança, percebendo o modo com que a cuidavam, e então identificavam qual o que mais tiveram afinidade e neste, passavam a depositar toda a segurança e crédito. Geralmente, pelo que pude observar nos casais do estudo, a escolha repousava naquele profissional que dava mais atenção, que procurava mantê-los sempre informados e que realizava o cuidado com mais suavidade. Esta escolha ajudava-os na superação dos obstáculos e fazia com que aceitassem melhor a situação crítica e complexa que estavam vivenciando.

Deste modo, somente no dia-a-dia das relações é que o casal acaba se identificando com algum profissional e a ele atribui a responsabilidade de promover o contato com o bebê, e o acolhimento do casal. Na verdade percebi, durante minhas observações em campo, que os casais parecem pedir um “colo”, que alguém com experiência lhes acalentassem e os ajudassem a superar cada estágio em direção à formação do apego, como é descrito pelos autores Klaus e Kennell (1993) e Brazelton (1988), como sendo o modo gradativo e seguro em que ocorrem as aproximações entre pai-mãe-bebê.

Mesmo que a equipe neonatal esteja, na maioria das vezes, em sincronia, e voltada para princípios filosóficos calcados na humanização da assistência, à exemplo dos princípios que guiam o próprio Método Mãe-Canguru, ou seja, entre outras ações, buscando facilitar e promover as relações afetivas, afim de que os pais desempenhem, o quanto antes, seus papéis sociais, certamente terá algum profissional mais significativo para a família do bebê internado. Este, aos olhos dos pais, dará atenção diferenciada, dispensando mais tempo aos pais e ao recém-nascido, com maior grau de dedicação, buscando mantê-los sempre informados sobre as condições clínicas da criança. Tal profissional também é aquele que, sob o ângulo familiar, têm maior paciência para inserir tanto o homem quando a mulher nos cuidados diários à criança, além de incentivar a realizarem cada vez mais o contato pele-a-pele.

Durante o período em que convivemos, muitas vezes ouvi do homem e da mulher que a minha presença, bem como o fato deles estarem participando deste estudo era algo muito especial, pois atribuíam à minha pessoa, enquanto enfermeira e pesquisadora, o papel de “tutora” da família. Cravo enfatiza em sua fala esta escolha, dizendo: “você vai sempre estar por aqui? Nossa, vai ser muito bom saber que tem

alguém com quem vamos poder contar, ainda mais que a Rosa vai ficar sozinha, eu só venho nos finais de semana e fico muito preocupado com ela. Agora fico mais tranqüilo que você vai ajudar ela e a nossa filha”.

Este fazer parte destas vidas foi desafiador, pois carregava a responsabilidade de mostrar aos casais todas as fases e obstáculos que iriam passar dentro daquele ambiente, até que conseguissem definitivamente sentirem-se seguros, encorajados e