2. Governança 35
2.3. Atividades de correição e apuração de ilícitos administrativos 49
2.3.1. Corregedoria-Geral do Banco Central do Brasil
Estrutura da Corregedoria-Geral
Por intermédio do Voto BCB nº 174/2006, aprovado em 20 de junho de 2006, ficou estabelecido que a Corregedoria-Geral contaria com 10 (dez) cargos da Carreira de Especialista do Banco Central, sendo 8 (oito) cargos de Analista e 2 (dois) cargos de Técnico.
Atualmente, a Corregedoria está composta por 7 (sete) Analistas, dentre eles 1 (um) Corregedor-Geral (função comissionada de FDE-1), 1 (um) Subcorregedor-Geral (função comissionada de FDE-2), 1 (um) Coordenador (função comissionada de FDO-1) e 1 (um) Assessor Pleno (função comissionada de FCA-4).
Competências e Atribuições
As competências e responsabilidades da Corregedoria-Geral do Banco Central do Brasil (COGER) encontram-se discriminadas no Regimento Interno do Banco Central do Brasil, como se segue:
Art. 38-A: Competências da Corregedoria-Geral
I - exercer as atividades de órgão seccional do Sistema de Correição do Poder Executivo Federal;
II – receber e analisar as representações e as denúncias relacionadas à atuação dos servidores do Banco Central;
III – instaurar ou propor a instauração, de ofício ou a partir de representações e denúncias, de sindicâncias e processos administrativo disciplinar, para apurar responsabilidade de servidores do Banco Central ocupantes de cargo da Carreira de Especialista do Banco Central;
50 IV – receber, para análise dos aspectos disciplinares, a conclusão das apurações de irregularidades instauradas pelo DEMAP relacionadas à autoria e responsabilidade por irregularidades com bens patrimoniais do Banco Central;
V – instaurar procedimento de sindicância patrimonial por requisição da Controladoria- Geral da União ou em decorrência de fundada notícia ou de indícios de enriquecimento ilícito;
VI – efetuar o encaminhamento de peças informativas ao Ministério Público Federal, visando à apuração de responsabilidade penal, quando verificado, em sindicância ou processo administrativo disciplinar, indício de delito ou denunciação caluniosa;
VII – determinar, quanto a ocupante de cargo da Carreira de Especialista do Banco Central, como medida cautelar, o afastamento de servidor que possa influir na apuração de irregularidades;
VIII – gerir o processo de tomada de contas especial para responsabilidade de membro da Carreira de Especialista do Banco Central.
Art. 38-C: Atribuições do Corregedor-Geral
I - instaurar processo administrativo disciplinar e sindicância disciplinar ou patrimonial, bem como designar os membros das respectivas comissões, quando envolver servidor no posto efetivo ou em exercício de função comissionada igual ou inferior a FDE-1, ocupante de cargo da Carreira de Especialista do Banco Central;
II - submeter ao Presidente do Banco Central proposta de instauração de processo administrativo disciplinar e de sindicância disciplinar ou patrimonial, quando envolver servidor detentor de função comissionada superior a FDE-1;
III - encaminhar à Controladoria-Geral da União as representações e denúncias relativas a atos da Diretoria Colegiada ou de seus membros;
IV - aplicar a servidor no posto efetivo ou em exercício de função comissionada igual ou inferior a FDE-1, ocupante de cargo da Carreira de Especialista do Banco Central, penalidade de advertência ou de suspensão de até trinta dias, ou determinar o arquivamento de processos de natureza disciplinar;
V - submeter ao Presidente do Banco Central proposta de aplicação de penalidade de suspensão acima de trinta dias, de demissão, de cassação de aposentadoria ou de disponibilidade, e de destituição de função comissionada, de servidores ocupantes de cargo da Carreira de Especialista do Banco Central; 1
VI - designar os membros de comissão revisora de processo disciplinar relacionado com a apuração de responsabilidade funcional de servidores ocupantes de cargo da Carreira de Especialista do Banco Central;
VII - julgar os procedimentos revisionais de processo disciplinar, quando tiver sido a autoridade que aplicou a penalidade;
VIII - decidir sobre prorrogações de prazo para conclusão de trabalhos de comissões de processo administrativo disciplinar e de sindicância que envolva servidores ocupantes de cargo da Carreira de Especialista do Banco Central;
IX - determinar, quanto a ocupante de cargo da Carreira de Especialista do Banco Central, o afastamento de servidor que possa influir na apuração de irregularidades, como medida cautelar, quando tiver sido a autoridade que instaurou o processo disciplinar;
X - sugerir alterações de normas internas, com vistas a fortalecer os mecanismos de controle e evitar a ocorrência de irregularidades ou sua repetição, de modo a preservar os padrões de legalidade e moralidade dos atos realizados no âmbito do Banco Central;
51 XI – designar seu substituto eventual, no caso de afastamento ou impedimento legal ou regulamentar do Subcorregedor-Geral;
XII - designar defensor dativo em sindicâncias ou processos administrativos disciplinares; XIII – instaurar processo de tomada de contas especial para apurar responsabilidade de membro da Carreira de Especialista do Banco Central, bem como designar os membros da comissão apuradora.
Art. 38-D: Atribuições do Subcorregedor-Geral
I – analisar as representações ou denúncias recebidas pela COGER, indicando as providências cabíveis;
II – coordenar e supervisionar as atividades referentes a exame de processos disciplinares em curso no Banco Central.
Base normativa das atividades
Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990 – Títulos IV e V – (artigos 116 a 182) que tratam do Regime Disciplinar e do Processo Administrativo Disciplinar; Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992 (conceito dos arts. 10 e 11) – dispõe sobre as
sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, emprego ou função na administração pública direta, indireta ou fundacional;
Lei nº 9.650, de 28 de maio de 1998 – dispõe sobre o Plano de Carreira dos servidores do Banco Central do Brasil;
Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999 – regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal;
Decreto nº 3.035, de 27 de abril de 1999 – delega competência aos Ministros de Estado e ao Advogado-Geral da União para aplicação das penalidades de Demissão e Cassação de Aposentadoria;
Decreto nº 5.480, de 30 de junho de 2005 – dispõe sobre o Sistema de Correição do Poder Executivo Federal;
Decreto nº 5.483, de 30 de junho de 2005 – regulamenta a Lei nº 8.429;
Portaria nº 335, de 30 de maio de 2006, da Controladoria-Geral da União – regulamenta o Sistema de Correição do Poder Executivo Federal, de que trata o Decreto nº 5.480;
Regimento Interno do Banco Central do Brasil.
Principais resultados
As atividades de correição levadas a efeito pela Corregedoria-Geral do Banco Central do Brasil, referentes ao ano de 2014, resultaram nos seguintes dados estatísticos:
35 (trinta e cinco) Averiguações Preliminares;
1 (uma) Sindicância Disciplinar Investigativa, que resultou no arquivamento do processo;
4 (quatro) Sindicâncias Disciplinares Acusatórias, sendo que 3 resultaram nos arquivamentos dos processos (1 em 21/1/2015) e 1 culminou na aplicação da penalidade de suspensão;
2 (dois) Processos Administrativos Disciplinares, sendo que 1 resultou no arquivamento do processo e 1 culminou na aplicação da penalidade de demissão; foram ainda atendidas 38 (trinta e oito) solicitações de informações do DEPES e
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Normas sobre CGU/PAD
A Corregedoria-Geral do Banco Central do Brasil atua em consonância com os preceitos contidos nos artigos 4º e 5º da Portaria nº 1.043, de 24 de julho de 2007, da Controladoria-Geral da União, que estabelece a obrigatoriedade de uso do sistema de Gestão de Processos Disciplinares (CGU/PAD), tendo mantido atualizados os registros previstos na citada Portaria, inclusive aqueles relativos a períodos anteriores à data de emissão do normativo.
2.3.2. Procuradoria-Geral do Banco Central do Brasil
Estrutura
A Procuradoria-Geral do Banco Central (PGBC), órgão jurídico da autarquia, é a unidade responsável pela apuração de falta funcional praticada por Procurador do Banco Central do Brasil no exercício de suas atribuições específicas, institucionais e legais, reportando-se diretamente ao Advogado-Geral da União.
As competências disciplinares e de correição no âmbito da PGBC estão a cargo do Procurador-Geral (função comissionada de FDJ-1), do Procurador-Geral Adjunto (função comissionada de FDE-1) e do Subprocurador-Geral titular de componente denominado Câmara de Gestão Legal (função comissionada de FDE-2).
Até 22 de dezembro de 2014, as atividades de correição eram desempenhadas por Comissão permanente, composta pelo Subprocurador-Geral responsável pela área, na condição de supervisor, e por Equipe Correcional formada por 6 (seis) Procuradores do Banco Central e 4 (quatro) especialistas. Os membros da equipe possuíam mandato de dois anos, sendo permitida uma única recondução de até 2/5 (dois quintos) de sua composição.
Com o advento da Portaria n.º 83.355, publicada em 22 de dezembro de 2014, foi instituída a atividade de correição pela Corregedoria-Geral da Advocacia da União (CGAU-AGU) no âmbito da PGBC em relação ao serviço jurídico prestado por seus órgãos centrais e descentralizados e também em relação à atividade funcional de seus membros da Carreira de Procurador, ressalvadas as questões disciplinares. O disciplinamento da atividade, o plano anual de inspeções e o quantitativo de pessoal destacado para a tarefa serão definidos por deliberação conjunta do Corregedor-Geral da Advocacia da União e do Procurador-Geral do Banco Central do Brasil no ano de 2015.
Competências e Atribuições
As competências e responsabilidades em matéria disciplinar e correcional da PGBC encontram-se discriminadas no Regimento Interno do Banco Central do Brasil, como segue:
“Art. 36. Compete à Procuradoria-Geral: (...)
XVI - instaurar ou propor a instauração, de ofício ou a partir de representação ou denúncia, de sindicâncias e processos administrativos disciplinares para apurar responsabilidade de membros da Carreira de Procurador do Banco Central no exercício de suas atribuições específicas, institucionais e legais;
XVII - determinar, como medida cautelar, o afastamento de membro da Carreira de Procurador do Banco Central submetido a procedimento administrativo, na forma do inciso XVI, para evitar influência na apuração da irregularidade;
53 XVIII - gerir o processo de tomada de contas especial para apurar responsabilidade de membro da Carreira de Procurador do Banco Central.”
“Art. 37. São atribuições do Procurador-Geral: (...)
XXI - adotar as seguintes medidas, decorrentes da gestão de pessoal dos membros da Carreira de Procurador do Banco Central:
a) instauração de processo administrativo disciplinar e de sindicância disciplinar ou patrimonial, bem como a designação dos membros das respectivas comissões;
b) aplicação de penalidade de advertência ou de suspensão de até trinta dias;
c) submissão ao Presidente do Banco Central de proposta de aplicação de penalidade de suspensão acima de trinta dias, de demissão, de cassação de aposentadoria, ou de destituição de função comissionada;
d) designação dos membros de comissão revisora de processo disciplinar relacionado com a apuração de responsabilidade funcional;
e) decisão sobre prorrogações de prazo para conclusão de trabalhos de comissões de processo administrativo disciplinar e de sindicância;
f) afastamento, como medida cautelar, de servidor que possa influir na apuração de irregularidades, quando tiver autorizado a instauração do processo disciplinar;
(...).”
“Art. 37-A. São atribuições do Procurador-Geral Adjunto: (...)
II - autorizar a realização de inspeções e correições nos órgãos centrais e descentralizados da Procuradoria-Geral;
III - constituir as equipes responsáveis pela realização de correições e inspeções nos órgãos centrais e descentralizados da Procuradoria-Geral e supervisionar a execução dos trabalhos;
IV - supervisionar as ações relativas à atuação disciplinar relacionada com a conduta dos membros da Carreira de Procurador do Banco Central do Brasil;
(...).”
As atribuições do Procurador-Geral Adjunto mencionadas acima foram delegadas à Subprocuradora-Geral titular da Câmara de Gestão Legal, na forma da Portaria nº 67.122, de 13 de setembro de 2011:
“Art. 1º Ficam delegadas à Subprocuradora-Geral titular da Câmara de Gestão Legal (CC4PG), da Procuradoria-Geral do Banco Central, as seguintes competências:
54 II - autorizar a realização de inspeções e correições nos órgãos centrais e descentralizados da Procuradoria-Geral;
III - constituir as equipes responsáveis pela realização de correições e inspeções nos órgãos centrais e descentralizados da Procuradoria-Geral e supervisionar a execução dos trabalhos;
IV - supervisionar as ações relativas à atuação disciplinar relacionada com a conduta dos membros da Carreira de Procurador do Banco Central do Brasil;
(...).”
Base normativa das atividades
Além das normas citadas no item 2.3.1, cabe destacar de modo mais específico as seguintes: Lei Complementar nº 73, de 10 de fevereiro de 1993, que institui a Lei Orgânica da Advocacia-Geral da União;
Medida Provisória nº 2.229-43, de 6 de setembro de 2001 (art. 75), que dispõe sobre a apuração de falta funcional praticada por advogado público federal no exercício de suas atribuições específicas, institucionais e legais;
Decreto nº 5.480, de 30 de junho de 2005 (art. 2º, § 4º), que dispõe que a unidade de correição da Advocacia-Geral da União vincula-se tecnicamente ao Sistema de Correição;
Ato Regimental nº 1, de 5 de outubro de 2012, do Advogado-Geral da União, que dispõe sobre a aplicação do art. 75 da Medida Provisória no 2.229-43, de 6 de setembro de 2001, para a apuração de falta funcional cometida por Advogados da União, Procuradores da Fazenda Nacional, Procuradores Federais e Procuradores do Banco Central do Brasil;
Portaria PGBC nº 75.023, de 8 de fevereiro de 2013, que disciplina a atividade correcional no âmbito da Procuradoria-Geral do Banco Central;
Portaria Conjunta PGBC - CGAU nº 83.355, de 22 de dezembro de 2014, do Corregedor- Geral da Advocacia da União e do Procurador-Geral do Banco Central, que dispõe sobre a atividade de correição no âmbito da Procuradoria-Geral do Banco Central do Brasil.
Principais resultados
Em 2014, não foi instaurado nenhum processo administrativo disciplinar com o intuito de apurar dano ao Erário, fraude ou corrupção envolvendo membro da Carreira de Procurador do Banco Central do Brasil ou outra irregularidade funcional. Houve, no entanto, a instauração de uma investigação preliminar, que, até o final do exercício de 2014, ainda se encontrava em exame.
Por força de restrições orçamentárias, as missões de correição ordinárias destinadas a averiguar as atividades e procedimentos de trabalho estiveram suspensas no exercício.