5. Planejamento e resultados alcançados 63
5.2. A Objetivos estratégicos da atuação da unidade e resultados alcançados 114
5.2.1. Programas temáticos e objetivos do PPA em que estejam na responsabilidade da
5.2.1.2. Objetivo 115
O objetivo 0887 está vinculado ao programa temático 2039 – Gestão da Política Econômica e Estabilidade do Sistema Financeiro Nacional.
O Banco Central contribui para o desenvolvimento do Objetivo e é responsável pelo cumprimento de duas das seis metas associadas a esse objetivo.
QUADRO 5 (A.5.2.2) – OBJETIVO IDENTIFICAÇÃO DO OBJETIVO
Descrição Assegurar a solidez dos fundamentos da economia brasileira, por meio da formulação, execução e supervisão de medidas de política econômica nas áreas fiscal, monetária, cambial e de crédito; de um Sistema Financeiro Nacional estável e eficiente, e da administração do endividamento público e dos haveres financeiros e mobiliários da União.
Código 0887 Órgão Ministério da Fazenda
Programa Gestão da Política Econômica e Estabilidade do Sistema Financeiro Nacional.
Código 2039
METAS QUANTITATIVAS NÃO REGIONALIZADAS
Sequencial Descrição da Meta Unidade medida a) Prevista 2014 b) Realizada em 2014 c) Realizada até 2014 d) % Realização (c/a) 5 Manter a variação do Índice
Nacional de Preços ao
Consumidor Amplo - IPCA no intervalo estabelecido pelo Conselho Monetário Nacional.
% 4,5% +/- 2 p.p. 6,41% N/A N/A
6 Promover o enquadramento das Instituições do Sistema
Financeiro Nacional às exigências de capitalização
% 98,8% 99,99% N/A N/A
O padrão de medida definido no PPA para mensuração das metas 5 e 6 não se aplica para o preenchimento dos campos, do quadro acima, relativos aos itens c e d, por não se tratar de metas acumulativas ano a ano.
No âmbito internacional, as principais economias apresentaram ritmo de expansão heterogêneo ao longo de 2014. De um lado, Estados Unidos, Reino Unido e China mostraram taxas de crescimento mais robustas, contrastando com resultados mais modestos no Japão e na Área do Euro. Nesse cenário, em que as cotações das commodities seguiram deprimidas e a inflação ao consumidor nas principais economias maduras manteve-se em patamar reduzido, os bancos centrais da Área do Euro e do Japão ampliaram suas políticas de afrouxamento quantitativo, a fim de diluir riscos de deflação em suas respectivas jurisdições, enquanto nos Estados Unidos prevaleceu a lenta e progressiva normalização da política monetária.
No Brasil, a atividade econômica mostrou recuperação moderada no terceiro trimestre de 2014, quando o PIB cresceu 0,1% em relação ao segundo, após dois recuos trimestrais consecutivos, segundo dados dessazonalizados do IBGE. O resultado repercutiu, sob a ótica da oferta, desempenhos positivos dos setores industrial (1,7%) – após quatro recuos consecutivos – e de serviços (0,5%), e recuo de 1,9% na produção da agropecuária. No âmbito da demanda doméstica, destacaram-se a recuperação dos investimentos – após quatro recuos consecutivos – e a contração do consumo das famílias.
Nesse ambiente, as operações de crédito do sistema financeiro apresentaram expansão moderada no ano, com taxas de crescimento semelhantes nas carteiras de pessoas jurídicas – com destaque para os desembolsos do BNDES – e de pessoas físicas – com destaque para financiamentos habitacionais e operações de crédito consignado. Após anos de forte expansão –
116 arrefecida com a introdução de medidas macroprudenciais em finais de 2010 -, em 2014, o crédito voltado ao consumo passou por moderação, de modo que observaram-se, de um lado, redução de exposição por parte de bancos, de outro, desalavancagem por parte das famílias.
Em 2014, a inflação se manteve em patamares elevados, refletindo, em parte, a ocorrência de dois importantes processos de ajustes de preços na economia – realinhamento de preços domésticos em relação aos internacionais e realinhamento dos preços administrados em relação aos livres. Assim, a taxa de inflação medida pela variação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) alcançou 6,41%, posicionando-se, portanto, dentro do intervalo de tolerância de 2 pontos percentuais acima ou abaixo da meta central de 4,5% estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
O controle da inflação se reveste de importância crucial para qualquer sociedade, permitindo que o horizonte de planejamento de consumidores e investidores se amplie e que o poder de compra seja preservado, contribuindo, dessa forma, para o crescimento dos rendimentos reais da população. À vista disso, o compromisso do Banco Central é manter a política monetária especialmente vigilante, de modo a minimizar riscos de que níveis elevados de inflação persistam no horizonte relevante para a política monetária.
Em um ambiente econômico complexo, o sistema bancário brasileiro manteve-se apresentando baixo risco de liquidez e elevada solvência.
O risco de liquidez de curto prazo apresentou reversão da tendência de aumento observada na primeira metade do ano, retornando a patamares ainda mais baixos. Por sua vez, o risco de liquidez estrutural também continua baixo, pois o estoque de recursos estáveis tem sido suficiente para suportar o crescimento em desaceleração do crédito.
Em relação ao risco de crédito, o ano de 2014 foi marcado pela desaceleração do crescimento, aumento das taxas de juros, fim do ciclo de redução da inadimplência e redução no índice de cobertura. Não obstante, as provisões constituídas se mostram adequadas para fazer frente ao risco de crédito nesse novo ambiente.
O retorno sobre o patrimônio líquido do sistema bancário apresentou estabilidade em 2014. Ganhos com atividades de tesouraria e com participações societárias foram os principais avanços do período. A margem líquida de crédito permanece em queda, mas em ritmo inferior ao verificado em períodos anteriores.
A solvência do sistema bancário apresentou estabilidade e mantém-se em patamar elevado. Os índices de capitalização permanecem em níveis superiores aos requerimentos regulatórios e a quase totalidade das instituições se encontra apta a cumprir os requerimentos de capital previstos pelo arcabouço de Basileia III para 2019, o que confirma a confortável situação da solvência do sistema bancário.
O déficit primário apurado pelo Banco Central, pelo método abaixo-da-linha, até 31/12/2014, foi de R$ 20,5 bilhões para o Governo Central. Esse resultado está em linha com as diretrizes emanadas da LDO 2014, (Lei nº 12.919, de 24/12/2013, alterada pela Lei nº 13.053, de 15/12/2014) considerando a possibilidade de abatimento, conforme estabelece o seu art. 3º.
Já o resultado do Governo Central pelo método acima-da-linha, apurado pela Secretaria do Tesouro Nacional, apresentou, até 31/12/2014, o déficit de R$ 17,2 bilhões. Cabe destacar que para fins de verificação do cumprimento da meta de superávit primário, a métrica a ser utilizada é a apurada pelo método abaixo-da-linha do Banco Central.
Em relação a Dívida Pública Federal (DPF) de responsabilidade do Tesouro Nacional em mercado passou de R$ 2.151,2 bilhões, em 2013, para R$ 2.322,0 bilhões, em 2014, correspondendo a um aumento, em termos nominais, de R$ 170,7 bilhões.
A DPF em mercado compreende as dívidas contratual e mobiliária, interna e externa, de responsabilidade do Tesouro Nacional em poder do público. Já o estoque da DPMFi é apurado pelo critério de competência, considerando a atualização monetária do principal da dívida e a
117 apropriação mensal de juros, deságios e acréscimos em relação ao indexador dos títulos. O estoque da DPFe é apurado, segundo padrão internacional, com base no estoque (principal + juros apropriados por competência) na moeda de origem, convertido para o dólar e, em seguida, para o real.
Quanto à Dívida Líquida do Tesouro Nacional (DLTN), esta alcançou o montante de R$ 1,2 trilhão em dezembro, o que corresponde a 22,7% do PIB.
A proposta orçamentária da STN/COAFI para o exercício de 2014 contemplou a estimativa de recebimentos de haveres financeiros da ordem de R$ 44,63 bilhões. O semestre foi encerrado com o recebimento de R$ 42,44 bilhões, ou seja, realização a menor de R$ 2.191 milhões (-4,91%) em relação ao volume orçado.