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5. Formação Profissional

6.12. Atividades Desenvolvidas pela Candidata no Âmbito da Apicultura

Conforme já referiu na descrição do seu percurso profissional, a candidata iniciou funções na área da apicultura em 1998, como responsável médico veterinária da Direção Regional de Agricultura de Trás-os-Montes relativamente ao então denominado “Programa de Ações de Melhoria da Produção e Comercialização do Mel”, que mais tarde viria a chamar-se “Programa Apícola Nacional” (PAN), tendo tido essa responsabilidade até final de 2004.

Este programa conta com vários intervenientes, nomeadamente o Gabinete de Planeamento e Políticas (GPP), o Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas (IFAP), as Direções Regionais de Agricultura e Pescas (DRAP), a Direção Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV), as Associações de Apicultores, Laboratórios e os próprios Apicultores, uma vez que o seu objetivo principal é o melhoramento das condições de produção e comercialização do mel e de todos os produtos apícolas.

Na tabela 4 pode-se ver as medidas que o programa prevê para o triénio 2014-2016 que espelham o tipo de apoios elegíveis:

Tabela 4 - Medidas previstas no PAN 2014-2016 (Fonte: adaptado de PAN 2014-2015).

PAN 2014-2016

Medida 1 Assistência técnica ao sector

Medida 1A Medida 1B Medida 1C

- Serviços de assistência técnica aos apicultores (PIAT) - Melhoria das condições de processamento de mel - Promoção no mercado nacional

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Medida 2 Combate à varroose (PIAT)

- Luta integrada contra a varroose

Medida 3 Racionalização da transumância (PIAT)

- Aquisição de equipamento de transumância

Medida 4 Melhoria da qualidade do mel (PIAT)

- Apoio à realização de análises laboratoriais

Medida 5 Repovoamento do efectivo apícola (PIAT)

- Apoio à aquisição de rainhas seleccionadas

Medida 6 Investigação e desenvolvimento

- Apoio a projectos de investigação aplicada

Para além do trabalho inerente ao programa, que incluía a avaliação das candidaturas das entidades participantes (associações, laboratórios, universidades), que se propunham obter ajudas do mesmo, efetuou também formação sobre o registo informático da atividade apícola e na área da apicultura, nomeadamente em maneio e sanidade apícola, o que lhe permitiu adquirir conhecimentos para desempenhar funções relacionadas com o registo apícola e as visitas de campo aos apiários, quer no âmbito da fiscalização, quer no âmbito do diagnóstico de doenças, em que se incluiu a colheita de amostras de abelhas e favos com criação para envio ao laboratório e ainda no esclarecimento e aconselhamento dos apicultores que solicitavam a ajuda da DRATM, por não pertencerem por exemplo a zonas abrangidas por Associações de Apicultores que lhes pudessem prestar assistência técnica.

No âmbito ainda do PAN procedeu a candidata durante vários anos a auditorias a Associações de Apicultores com o objetivo de verificar o cumprimento das regras e requisitos necessários à validação e pagamento das ajudas a que se propunham.

Relativamente ao Programa Sanitário Apícola, elaborado desde há vários anos pela DGAV, que previu para 2012 e 2013 a implementação de um “projecto piloto sobre perdas de colónias” por parte das DSAVR, foi o mesmo concretizado pela candidata nos apiários correspondentes à sua DAV, consistindo na realização de três visitas a vários apiários selecionados aleatoriamente, em que eram observadas as colónias com o intuito de se diagnosticar doenças e se procedia à colheita de amostras de favos com criação e de abelhas para análise anatomopatológica. Tudo

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isto com a correspondente elaboração de um inquérito de campo e respetivas requisições de análises para envio do material para o laboratório.

O referido programa é elaborado anualmente pela DGAV ao abrigo do disposto no artigo 10º do Decreto-Lei n.º 203/2005 de 25 de novembro e tem como objetivo estabelecer medidas sanitárias veterinárias de defesa contra as doenças das abelhas e das regras a cumprir pelas zonas controladas.

A figura 7 mostra as zonas controladas existentes em Portugal, que são geridas por associações de apicultores e que têm que cumprir com os requisitos necessários para o seu reconhecimento e manutenção.

Figura 7 – Mapa das zonas controladas relativamente às doenças apícolas, reconhecidas pela DGAV (Fonte: Adaptado de Doenças das abelhas – Mapa das zonas controladas, 2015).

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O Plano Sanitário contempla atualmente a continuação das colheitas anuais de favos com criação e de abelhas adultas, a todos os apiários das zonas controladas, para análises anatomopatológicas e nas restantes áreas, da responsabilidade das DSAVR, está implementado o Plano Integrado de Controlo de Apiários (PICOA) que contempla, não só a realização de colheita das amostras atrás referidas, mas também a verificação dos medicamentos detidos e utilizados pelos apicultores e ainda o cumprimento das normas previstas pelo Decreto-Lei n.º 203/205 de 25 de novembro.

Estes controlos oficiais visam proteger não só a saúde das abelhas, através da vigilância das doenças de declaração obrigatória (tabela 5) e das doenças exóticas (Aethinose por Aethina tumida e Tropilaelaps por Tropilaelaps sp.), mas também a segurança do mel e restantes produtos apícolas.

Tabela 5 – Doenças das abelhas de declaração obrigatória em Portugal (Fonte: Adaptado de Programa Apícola Sanitário de 2015).

Doença das abelhas de declaração obrigatória a nível nacional

Decreto-Lei n.º 203/2005, de 25 de novembro Doença endémica em Portugal

Loque americana x

Loque europeia

Acarapisose x

Varroose x

Aethinose por Aethina túmida

Tropilaelaps por Tropilaelaps sp.

Ascosferiose (unicamente em zonas controladas) X

Nosemose (unicamente em zonas controladas) X

Participou na organização da representação da área expositora da DRATM na II Feira Nacional do Mel, que decorreu simultaneamente com o V Fórum Nacional de Apicultura em Bragança, de 21 a 23 de novembro de 2003, na Escola Superior Agrária de Bragança, tendo também assistido ao mesmo.

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Participou ainda, como representante da Direção Regional de Agricultura de Trás-os- Montes, no Projecto 242 sobre a “Caracterização dos Méis de Trás-os-Montes: demonstração do contributo do meio ambiente e da ação dos apicultores para a qualidade do produto”, que teve também como parceira a Associação de Apicultores do Parque Natural de Montesinho e como responsável principal, a Escola Superior Agrária de Bragança. O período de execução do projeto decorreu de 23-10-2001 a 22-10-2004, tendo a DRATM sido responsável pelo processo de recolha dos méis junto dos apicultores de toda a área de Trás-os-Montes e Alto Douro com exceção dos pertencentes à Associação de Apicultores do Parque Natural de Montesinho.

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