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5. Formação Profissional

6.1. Atividades Desenvolvidas pela Candidata no Âmbito dos Programas de

6.1.1. Programa de Erradicação da Tuberculose

São objetivos deste programa a diminuição da incidência e prevalência da doença em explorações, melhorando a sua deteção precoce em vida e limitando a dispersão da infeção dentro e para fora do próprio efetivo, de modo a atingir a erradicação o mais rapidamente possível. Contribui também para isso a vigilância efetuada pelos médicos veterinários inspetores sanitários nos abates de rotina, o rápido abate sanitário dos animais positivos à tuberculose nas

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explorações e pagamento da respetiva indemnização aos produtores, bem como, a restrição da movimentação animal nos efetivos suspeitos ou infetados de tuberculose.

De referir que para além deste programa, encontra-se ainda implementado o Programa Plurianual de Vigilância da Tuberculose na Região do Algarve de 2012-2016, uma vez que já está reconhecida como oficialmente indemne de tuberculose desde 2012.

A DGAV a nível central é responsável pela coordenação e acompanhamento do programa. As DSAVR controlam e executam as várias ações do programa na sua área de intervenção, nomeadamente, a atribuição do estatuto ou classificação sanitária às explorações mediante os resultados das provas em vida e dos exames post mortem e o controlo da execução da prova de intradermotuberculinização comparada (IDTC) pelas OPP.

As OPP executam a prova oficial de diagnóstico em vida, a IDTC registando no PISA.Net os seus resultados.

O Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV) é responsável pela realização também em vida da prova do gama-interferão, que é complementar à da IDTC em situações específicas, e ainda pelas análises histopatológicas e bacteriológicas de amostras colhidas em lesões suspeitas detetadas em abates normais ou em abates sanitários por tuberculose ou outras doenças.

Os detentores têm o dever de apresentar e conter os animais para a execução das provas de diagnóstico, permitir o abate sanitário dos animais positivos, cumprir com as regras da identificação e circulação animal, nomeadamente, a sua restrição aquando de sequestros e vazios sanitários. Têm direito à indemnização dos animais abatidos sanitariamente desde que não tenham processos de contra-ordenação no âmbito da legislação aplicável.

Os Serviços Oficiais Regionais classificam sanitariamente as explorações quanto à tuberculose em:

T3 – Oficialmente indemne

T3S - Oficialmente indemne suspenso T2 – Não indemne em saneamento T2.1 – Não indemne infetado

As explorações T3 podem movimentar os seus animais sem restrições, enquanto que as T3S, T2 e T2.1 apenas os podem movimentar com destino a abate com permissão oficial.

Para as explorações manterem o seu estatuto T3, de acordo com a avaliação anual da DGAV sobre os indicadores epidemiológicos da região, é definida a idade mínima com que os animais têm que ser submetidos à prova de IDTC.

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Se a percentagem de efetivos infetados na região nos dois últimos períodos de vigilância for inferior a 0,2%, serão testados apenas os bovinos com idade superior a 24 meses, se for considerada uma zona de risco com essa percentagem superior a 1% são testados todos os animais com mais de 6 semanas e se essa percentagem se situar entre 0,2 e 1% serão testadas todas as fêmeas com idade superior a 6 semanas ficando os machos de engorda excluídos da prova de IDTC.

No caso de efetivos não indemnes de tuberculose, todos os animais com mais de 6 semanas têm que ser testados até que a exploração readquira o estatuto T3.

A figura 3 reflete o fluxo dos estatutos sanitários que são atribuídos às explorações no âmbito da tuberculose e toda a sua dinâmica de alteração.

Figura 3 – Fluxograma dos estatutos sanitários da tuberculose bovina (Fonte: www.dgav.pt - Anexo ao Programa Nacional de Erradicação da Tuberculose Bovina de 2015).

As explorações são identificadas com uma Marca Oficial de Exploração (MOE), registadas na base de dados do SNIRA com todo o seu efetivo bovino, nascido ou transferido, havendo depois comunicação com a base de dados do PISA onde constam por sua vez as intervenções

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sanitárias e estatuto da exploração, o que vai definir sobre a possibilidade ou impossibilidade de movimentação animal entre as mesmas através do novo programa informático iDigital.

Os bovinos são identificados individualmente, com duas marcas auriculares, havendo 4 dias para o detentor comunicar o nascimento, morte, quedas de brincos ou movimentação dos seus animais. A identificação é obrigatória a partir dos 20 dias, pelo que a entidade identificadora, que pode ser o produtor ou uma associação, tem esse prazo, incluindo os dias da comunicação do produtor, para proceder à colocação das marcas auriculares e identificador electrónico intraruminal, se for o caso. Há depois 14 dias para a entidade adequada emitir o passaporte individual do bovino.

A tuberculose é uma doença de declaração obrigatória desde 1953 pelo Decreto-Lei n.º 39209 de 14 de maio, sendo proibido qualquer tratamento dessensibilizante, imunoprofilaxia ou tratamento terapêutico. O Decreto-Lei n.º 272/2000 de 8 de novembro reforça essa obrigatoriedade de notificação, sendo acionada aquando da deteção de lesões suspeitas em matadouro ou por prova em vida de IDTC aos animais. No seu seguimento, os serviços veterinários oficiais desencadeiam as diligências necessárias, tais como a suspensão da classificação e colocação sob sequestro sanitário da exploração suspeita, o abate sanitário de animais positivos à IDTC e sua indemnização, a realização de inquérito epidemiológico, a informação do produtor sobre a necessidade de proceder à limpeza e desinfeção das instalações e objetos utilizados pelos animais bem como, a supervisão da realização das reinspeções ao restante efetivo nos prazos estipulados até que a exploração readquira novamente o seu estatuto de oficialmente indemne de tuberculose.