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5. Formação Profissional

6.2. Atividades Desenvolvidas pela Candidata no Âmbito do Programa de

A Língua Azul aparece em Portugal pela primeira vez em 24 de novembro de 2004 através do serótipo 4 (BTV4), proveniente de Espanha, das comunidades autónomas de Andaluzia e Estremadura, tendo sido confirmados em 2004 onze focos.

Implementaram-se então medidas de restrição ao movimento de animais das espécies sensíveis, vigilância clínica, serológica e entomológica, bem como, a implementação de um programa de vacinação que manteve controlado o vírus dentro de uma área geográfica delimitada e sujeita a restrições.

Mais tarde, em 21 de setembro de 2007 veio a confirmar-se o primeiro foco de língua azul serotipo 1 (BTV1) em Barrancos- Alentejo, tendo sido um total de 158 focos nesse ano. Em 31 de outubro de 2008 confirmou-se o primeiro foco no norte do país, no concelho de Chaves, determinando o alargamento da zona de restrição e vacinação em todo o país contra o serótipo 1, através do Edital n.º 21 da Língua Azul. Em 2009 foram 129 os focos de BTV1, na sua maioria de jovens não vacinados. Em 2010 houve apenas 6 focos, em 2011 apenas 1 e em 2012, 3 focos. O serótipo 8 nunca circulou em Portugal.

Anualmente é definido um programa de vigilância, controlo e erradicação da língua azul, onde estão incluídas:

- Vigilância clínica - Passiva por parte dos criadores, que estão sensibilizados para a doença e sua sintomatologia e também uma vigilância clínica ativa, por parte dos médicos veterinários das OPP (aquando da visita às explorações para a realização das campanhas de erradicação de brucelose e tuberculose) e dos médicos veterinários que exercem clínica privada de animais de interesse pecuário.

- Vigilância ativa serológica e virológica – Por cada DSAVR (definida como unidade epidemiológica) e de maio a dezembro, é selecionada uma amostragem de 6 explorações sentinela com espécies sensíveis, de preferência bovinos, serologicamente negativos, não vacinados e com mais de 4 meses, em zonas de elevada densidade animal e com condições edafo-climáticas favoráveis ao vetor.

Os animais são sujeitos a duas colheitas de sangue total e soro (uma em maio e outra em dezembro) e as amostras encaminhadas para o INIAV e submetidas a provas de ELISA, para

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deteção de anticorpos. Nos casos positivos é feito o teste de reação em cadeia da polimerase transcriptase reversa (RT-PCR) para identificação do serótipo. Na colheita de maio o resultado tem que ser negativo para o animal poder ser escolhido como sentinela e, em dezembro para se avaliar se houve qualquer indício se seroconversão.

- Vigilância entomológica – Desde 2005 que têm vindo a ser efetuados estudos pela Faculdade de Medicina de Lisboa (FMV), no seguimento de colheitas de Culicoides spp. efetuadas pelos serviços veterinários regionais, através da colocação de armadilhas em explorações distribuídas por todo o país, que permitiu estabelecer que os meses de actividade do vetor são mais ou menos entre finais de abril e meados de janeiro do ano seguinte.

As medidas de controlo baseiam-se nas vigilâncias descritas, bem como, na vacinação obrigatória e/ou voluntária dos efetivos, desinsetização dos animais e transportes e restrições à movimentação animal, conforme definido em Edital.

No caso de aparecimento de casos RT-PCR positivos em explorações, são restringidas as movimentações do seu efetivo animal, efetuada quarentena durante os 60 dias necessários ao desaparecimento da virémia, tratamentos inseticidas nos animais e meio ambiente. Avaliação através de inquérito epidemiológico e possibilidade de realização de vacina inactivada com registo no caso de bovinos no PISA e no passaporte do animal.

No âmbito deste programa e ao longo dos anos da sua atividade profissional, a candidata recebeu formação profissional sobre a matéria e desempenhou várias das ações atribuídas aos serviços veterinários regionais, tais como: seleção de explorações para amostragem, colocação de armadilhas e colheita de amostras de vetores, colheita de amostras de sangue e soro a animais, vacinação de animais contra a língua azul em explorações não sócias de OPP, como é exemplo a UTAD, realização de inquéritos epidemiológicos a explorações clinicamente suspeitas ou positivas de língua azul, emissão de credenciais para trânsito animal e, de guias sanitárias de trânsito animal, controlos documentais e informáticos de movimentações animais, resultados laboratoriais e de dados epidemiológicos.

6.3.

Atividades Desenvolvidas pela Candidata no Âmbito do Programa de

Vigilância da Gripe Aviária em Aves de Capoeira e Aves Selvagens

O programa é elaborado, coordenado e acompanhado pelos Serviços Centrais da DGAV sendo definidos os seus objetivos e estratégias. A nível regional as DSAVR executam e controlam as várias ações do programa e também recepcionam as amostras que outras entidades recolhem, como é o caso do grupo SEPNA da GNR encaminhando-as para o INIAV.

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A colheita das amostras nas capoeiras de aves domésticas é efetuada pelos médicos veterinários das câmaras municipais que as entregam nos serviços veterinários regionais.

O Programa de vigilância baseia-se na colheita pelas DSAVR de amostras representativas dos efetivos avícolas registados no país, tendo em conta o número de explorações a rastrear e o número de aves por exploração. A amostragem também tem em consideração os riscos específicos do tipo de produção, em regime de ar livre por exemplo, e se estão localizadas dentro ou na periferia das zonas de risco definidas.

As colheitas realizam-se em galinhas reprodutoras, galinhas poedeiras, galinhas poedeiras criadas ao ar livre, frangos do campo ao ar livre, perus de engorda, patos reprodutores, patos de engorda, ratites, aves cinegéticas reprodutoras (perdizes, faisões e patos reais) bem como, capoeiras domésticas.

A recolha de cadáveres de aves selvagens encontradas na natureza é supervisionada pela DGAV e coordenada pelas DSAVR e é feita pelos médicos veterinários municipais, Instituto da Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), brigadas da GNR (Serviço de Proteção da Natureza e Ambiente -SEPNA), PSP, associações de caçadores, ornitologistas e organizações de conservação da natureza não governamentais, com especial atenção às aves aquáticas migradoras por correrem um risco aumentado de infecção com H5N1.

Nas explorações de galinhas e perus são colhidas 10 amostras de sangue, com exceção dos patos que são 20, devido à menor sensibilidade do teste. Nas explorações de avestruzes e capoeiras domésticas colhem-se 5 amostras devido ao número reduzido de aves. Nestas últimas e nas cinegéticas (onde se colhem 10 amostras) são por norma efetuadas zaragatoas cloacais ou orofaríngeas ou ainda recolha de fezes frescas, devido à dificuldade na recolha de sangue por várias razões (segurança dos operadores no caso das avestruzes, pequeno tamanho e stress das aves cinegéticas e no caso das domésticas o reduzido número de animais e pouca adesão dos produtores à colheita).

Os serviços regionais enviam as amostras para o INIAV que processa todas as análises. De acordo com o material colhido são efetuados testes de ELISA e confirmação com HI, no caso do sangue e RT-RPCR e confirmação com isolamento e subtipificação (H5, H7 e N1) no caso de fezes ou zaragatoas.

No âmbito deste programa e desde que foi implementado há já alguns anos, a candidata tem desempenhado várias das ações atribuídas aos serviços veterinários regionais, tais como: seleção de explorações para amostragem, realização da colheita de amostras em explorações de galinhas poedeiras e reprodutoras, cinegéticas e aves exóticas à venda em lojas de animais. Tem também processado a documentação e preparação das amostras a enviar diretamente ao INIAV,

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quer sejam de colheitas por si efetuadas, quer sejam de colheitas em aves domésticas efetuadas por colegas veterinários municipais, para além de cadáveres de aves selvagens entregues nos serviços regionais pela GNR ou outras entidades. Efetuou também em 2008 um inquérito epidemiológico numa exploração doméstica com cerca de 30 aves de várias espécies (galináceos, patos, avestruz, pombas, faisões, pavões) por suspeita de gripe aviária num galo, mas cuja resultado da análise se veio a revelar como positiva à doença de Newcastle e negativa à gripe aviária.

6.4.

Atividades Desenvolvidas pela Candidata no Âmbito dos Programas