• Nenhum resultado encontrado

CAPÍTULO II – DESCRIÇÃO DA INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA

2.2. Fase de Intervenção

2.2.2. Atividades implementadas nas aulas de Espanhol

Na base da elaboração das atividades estiveram presentes os documentos orientadores da disciplina, tais como, o Programa de Espanhol, a Planificação Anual do Departamento de Línguas da Escola do Monte da Ola, o Plan Curricular del Instituto de Cervantes e o Marco Común Europeo de Referencia para las Lenguas.

Antecedendo a aula assistida, reuni com a Supervisora de Espanhol com o objetivo de discutir alguns aspetos da planificação em que tinha algumas dúvidas, principalmente nas atividades mais adequadas para a implementação do Plano de Intervenção. Foi de extrema utilidade este diálogo pois é sempre benéfico aprender com quem já tem imenso conhecimento e experiência pedagógica.

Tive também a preocupação de elaborar materiais autênticos e que despertassem o entusiasmo e a motivação dos alunos. Tendo a turma do 9º ano apenas 45 minutos da disciplina de Espanhol duas vezes por semana, condicionou- me um pouco na hora de planificar as aulas, para que conseguisse cumprir o programa de Espanhol previsto e para atingir o número mínimo de horas previstas para o estágio anual bidisciplinar.

A planificação (ANEXO 4) inserida na Unidade Didática “Haz el bien sin mirar a quien” teve como objetivos específicos promover a motivação pela leitura, ajudar os alunos a compreender a mensagem geral do texto, aplicando consequentemente estratégias para melhorar a compreensão leitora dos alunos. Sendo a solidariedade

38

o tema central desta unidade, apresentou-se aos alunos uma Organização Não Governamental (ONG) - a ONG de origem espanhol denominada Pobreza Cero, uma vez que seria motivador e interessante para os mesmos.

Num primeiro momento fiz uma integração do tema da unidade através de um “torbellino de ideas” com os conhecimentos prévios dos alunos sobre o que é uma ONG. A ativação de conhecimentos prévios, segundo o Programa de Espanhol (2009, p. 23) favorece “em contexto, a compreensão da informação do texto; permitem que o aluno formule hipóteses, prediga o tema fundamental do mesmo, ou imagine qual é o seu conteúdo global; incentivam a motivação e a participação”. Para que os alunos se orientassem melhor nos conteúdos, forneci-lhes uma ficha de trabalho (ANEXO 9) na qual preencheram o primeiro exercício que consistia em completar espaços sobre a definição de ONG. Assim, estando conscientes da sua definição, bem como das suas principais características e também para os motivar nesta aula, apresentei-lhes o site4 desta organização. Penso que os alunos ficaram curiosos em saber mais sobre esta ONG.

Mantendo-se a turma participativa e serena, no terceiro momento da aula deu-se continuidade ao Projeto de Intervenção sobre as estratégias de leitura na disciplina de Espanhol. Através do diálogo com os alunos relembramos algumas estratégias já exploradas em aulas anteriores. Posto isto, responderam à questão 1 da parte II da mesma ficha, que lhes perguntava sobre que estratégias utilizam durante a leitura de um texto. Uma vez analisados os resultados das suas respostas, a maioria respondeu que lê várias vezes o texto e deduzem o significado das palavras desconhecidas através do contexto.

Posteriormente, completaram a questão 1 da parte III, esta exigia que os alunos observassem a estrutura do texto para identificar o possível género textual. Realizaram a leitura silenciosa e esclarecemos algumas palavras desconhecidas. Neste ponto da explicação do léxico não deveria ter recorrido tanto à tradução entre LE e LM nem ao para fraseamento, o que, certamente, será um aspeto a melhorar em aulas futuras. Foram realizados mais três exercícios os quais pretendiam verificar se os alunos compreenderam as ideias principais do texto mas também aspetos mais concretos. Os dois últimos exercícios (4 e 5) tinham como objetivo fazê-los refletir mais, apelando ao seu raciocínio.

39

No quarto momento planeado e para surpreender os alunos, apresentei-lhes o vídeo5 da música relativa à ONG Pobreza Zero. Penso que ficaram atentos e

interessados pois as suas preferências passam por conhecer novas músicas e/ou filmes.

Por fim, e bastante importante para a concretização do Projeto, concluímos a aula com um período de reflexão metacognitiva sobre o uso das estratégias de leitura aprendidas. Responderam às questões 2 e 3 da parte II que pretendiam mostrar quais as estratégias utilizadas durante e pós-leitura (ANEXO 9).

Em suma, o instrumento “Diário de Leitura” previsto inicialmente no Projeto não foi aplicado na disciplina de Espanhol. Em sua substituição, decidi optar pelos questionários de autorregulação. Esta decisão deveu-se ao facto de as aulas serem apenas de 45 minutos e todos os minutos foram fundamentais para o cumprimento do Programa e do Projeto de Intervenção. Além de que estes alunos apresentaram uma postura menos favorável para a concretização de tarefas e trabalhos individuais ou em grupo, pois sempre que lhes era pedido para realizarem esse tipo de atividades em casa, apenas uma minoria o fazia.

Mantive uma postura dinâmica em que privilegiei a relação professor-aluno, procurando apoiá-los individualmente porque o número de alunos desta turma assim mo permite. Outro aspeto que no início apresentava algumas falhas era na transição entre os diversos momentos das aulas, mas agora noto que melhorei bastante neste aspeto e penso que foi visível nesta aula.

O balanço da aula é positivo pois os alunos compreenderam bem o texto e utilizaram as estratégias ensinadas, como sublinhar as ideias-chave, observar a estrutura do texto e tomar notas. Pude confirmar a sua utilização através das atividades realizadas em aula, nomeadamente das respostas por eles elaboradas oralmente e nas fichas de trabalho recolhidas, algumas anexadas neste relatório (ANEXO 12).

Ao longo de todo este processo, e mais concretamente com a turma de Espanhol, foram implementadas várias atividades ligadas diretamente ao Projeto de Intervenção. De entre a tipologia de textos presentes no manual adotado – Español III e pesquisas bibliográficas, elegi preferencialmente textos autênticos, tais como uma entrevista a Ágatha Ruiz de La Prada, um texto informativo sobre o ator

40

António Banderas (ANEXO 10), o hino de uma ONG espanhola numa versão musicada (ANEXO 9), um texto sobre distúrbios alimentares (ANEXO 5) e a letra de uma canção de Juanes que retrata a vida difícil em Colômbia. Optei sempre por elaborar atividades nas três fases de leitura para obter melhores resultados quanto aos objetivos: a) Aplicar aos textos diferenciadas estratégias pedagógicas de leitura e b) promover o gosto e/ou a motivação pela leitura em contexto de sala de aula.

Após o estudo dos textos e da realização das atividades de compreensão leitora nessas aulas tornou-se igualmente importante que os alunos refletissem sobre as suas dificuldades na leitura, assim os alunos preenchiam um questionário mais direcionado para uma reflexão metacognitiva. Inicialmente os alunos não compreendiam bem qual o objetivo deste atividade já que é algo que os professores não desenvolvem no processo de ensino-aprendizagem. Estes dois instrumentos de autorregulação são complementários pois proporcionaram dados contrastáveis para poder emitir um parecer objetivo sobre os resultados do Projeto de Intervenção.

Em suma, as atividades visaram sobretudo promover a melhoria e a introdução de novas estratégias tais como: fazer inferências, sublinhar ideias- chave, tomar notas aquando da leitura, observar a estrutura do texto, fazer um esquema ou ler várias vezes o texto, e de acordo com os dados do gráfico 5 presente no ponto 2.3.1.2 e os exemplos das fichas de trabalho (ANEXO 12) verificou-se uma melhoria favorável do uso das estratégias de compreensão leitora.

Documentos relacionados