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Atores institucionais

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PLANEJAMENTO DA CONSERVAÇÃO TRANSFRONTEIRIÇA ENTRE OS PARQUES NACIONAIS DO IGUAÇU (BR) E IGUAZÚ (AR)

AMEAÇAS Pastagens

3.1.2 Atores institucionais

 Principais interessados na iniciativa transfronteiriça:

Os gestores brasileiros apontaram como principais interessados eles próprios, os demais integrantes das equipes das duas instituições, as instituições de ensino e pesquisa, as ONGs, os empresários locais e do turismo, os especialistas em conservação de natureza, as comunidades indígenas (guaranis), os pesquisadores, os gestores públicos e a segurança pública e fronteiriça.

Os gestores argentinos também apontaram as administrações de ambos os parques, entes turísticos, empresários de concessionárias das áreas protegidas; ONGs locais, grupos sociais, pesquisadores e APN.

 Organizações internacionais envolvidas no desenvolvimento iniciativa transfronteiriça: WWF, IUCN, UNESCO.

 Papéis dos principais atores na iniciativa transfronteiriça:

Algumas atribuições gerais dos atores envolvidos seriam planejar, promover intercâmbio de informações e conhecimento científico, conduzir ações integradas para a conservação da natureza e estabelecer estratégias para comércio e relações.

As instituições internacionais teriam a função de orientar, monitorar e coordenar capacidades, além de financiar, fixar critérios de manejo e dirimir diferenças ou conflitos.

Aqueles diretamente responsáveis pela conservação do patrimônio natural e cultural das áreas seriam as entidades responsáveis pela gestão da área (APN, ICMBIO), as concessionárias seriam responsáveis pela execução das ações acordadas para realizar em conjunto, as empresas de turismo que trabalham com pacotes turísticos para a região; Administração da APN e funcionários do Ministério das Relações Exteriores da gestão operacional.

 As partes interessadas com poder de decisão são: Gestores; Governos federais de Brasil e Argentina; Ministério de Relaciones Exteriores de ambos os países; Ministério do Meio Ambiente do Brasil; Ministério do Turismo da Argentina; Instituto Chico Mendes; Administração dos Parques Nacionais da Argentina; Câmara e secretaria de turismo.

 Oportunidades que podem acelerar ou serem geradas pelo processo de cooperação transfronteiriça: Os principais interessados se beneficiariam da cooperação transfronteiriça. Existem potenciais benefícios para as comunidades locais que poderiam aumentar seu apoio à criação de uma TBPA.

 Possibilidade de riscos nas seguintes áreas: Existem atores que poderiam minar o processo transfronteiriço ou o seu resultado. Os gestores apontaram os governos federais, as instituições gestoras, as chancelarias, assim como desinteresse pessoal ou institucional.

No discurso dos gestores foi possível observar relativa diferença entre a representatividade das instituições gestoras. Segundo os brasileiros o ICMBio está enfraquecido politicamente afetando diretamente a gestão da unidade. Além disso, percebe-se inexistência de plano institucional e direcionamento das atividades como também a percepção

da falta de importância atribuída pelo governo à conservação da natureza, está refletida pelo pequeno apoio (e recursos) para as atividades da UC.

Na teoria eu posso fazer, eu comecei a fazer com o Macuco, agora acontece o seguinte, a instituição tem que me dizer se é isso que ela quer, porque eu fiz durante quatro a cinco meses a monitoria do macuco e a instituição nunca me disse se é isso que ela quer, pra daqui a pouco dizer não, tá errado isso daí, você tá sendo tendencioso e tá protegendo a concessionária. Também não quero que diga você tá certíssimo, continua, mas tem que ter um bate bola de lá, é por ai ou não é por ai, vale a pena continuar, não vale a pena continuar. Então você tem que ter um feedback das pessoas, você tem que ter uma posição institucional e a instituição (ICMBIO) como um todo tá muito perdida. (J.G., brasileiros, 52 anos)

Diretamente ligado à política de conservação, de meio ambiente, política de conservação que se aplica no Brasil, ela é totalmente frágil, cada vez mais se perde o que se tinha como exemplo, como bom, como eficaz, cada vez mais tá se perdendo, tanto pela parte de política pública do governo mesmo, como pela aprovação de leis que vão tornando mais frágeis e tornam menos eficientes nas políticas de conservação. (R.X., brasileiro, 35 anos)

Não temos apoio, nós arrecadamos milhões e não recebemos nada para ajudar. Hoje estou no o projeto carnívoros com os dias contados porque não tem recurso e acontece o projeto porque nós corremos atrás de recurso. O Hotel das Cataratas nós conseguimos colocar como contrapartida direta ao parque no contrato deles, mas não era enquanto o contrato durar era um valor fixo e foi difícil colocar porque o ministério do planejamento não aceitava... o governo brasileiro não tá levando a sério a questão ambiental, não leva a sério esse governo que tá ai. (A.R., brasileiro, 51 anos)

Esse governo nem apoia e nem considera importante pelo que eu entendo. Nunca esteve tão ruim, o que nós conseguimos ganhar nos anos 90 que teve a evolução ambiental, todo mundo começou a brigar pelo ambiente. Tudo que se conseguiu com o governo hoje tá sendo sucateadas, as instituições ambientais tão perdendo força, perdendo recurso, o governo não dá a atenção merecida ao trabalho que a gente faz aqui. Aqui nós fazemos porque tem uma equipe que se interessa e vai atrás. Se Nós fossemos tentar mensurar esse apoio, vamos tentar construir uma teoria aqui, esse apoio seria menor que 50%. Eu acredito assim que sempre o apoio em todas as formas para o parque nacional do Iguaçu, todos os apoios foram, são insuficientes, eu acho que deveria ter mais apoio (J.L.P., brasileiro, 52 anos).

Por outro lado, para os gestores argentinos, a APN tem força dentro do governo e um plano institucional bem definido. A conservação da natureza parece também estar relegada a um segundo plano, porém, os parques nacionais são mais valorizados pela importância turística (e econômica) para o país, com respaldo da APN.

Sim, a maioria das vezes sim. Sim, sim, pelo geral sim. Posso dizer que nós temos planejamentos, temos delineamento, temos estratégias que são sobre as que temos que embasar nosso trabalho. Então em geral não nos desviamos muito disso. (S.F., argentina, 45 anos)

Normalmente seguimos delineamento de trabalho institucionais que tem a ver com fazer planificações, questões de conservação, questões de educação, ou seja, temos um planejamento anual que é aprovada com um orçamento definido, que é aprovado pelo diretório. E manipulamos essas coisas. Também são temas que manipulamos normalmente no nosso trabalho, até agora nunca nos rejeitaram alguma coisa por louco, são trabalhos de questões de conservação do parque. (S.F., argentina, 45 anos)

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