4. CENÁRIO DE ESTUDO
4.5. Atrativos turísticos
Esse segmento traz a identificação e fotografias de alguns atrativos
naturais de destaque que foram visitados no decorrer do período da pesquisa que
levou a elaboração desta tese. Esta apresentação visual pretende aproximar um pouco
mais o leitor das riquezas naturais do PETAR e de seus arredores. Ressaltamos, no
entanto, que o rico patrimônio natural dessa unidade de conservação vai muito além
da modesta apresentação que se segue.
Da imensa gama de atrativos naturais da região, àqueles encontrados
no interior deste parque estadual têm os respectivos regulamentos de visitação e
política de cobrança de ingressos determinados nas Portarias do Instituto Florestal
IF-1 e IF-2 de maio de 1992. De acordo com a Portaria IF-1, Artigo 3, temos que as
áreas sujeitas à visitação são divididas em categorias de visitação intensiva, extensiva
e restrita.
Consta que as cavernas de maior fluxo turístico são, obviamente,
àquelas determinadas como de visitação intensiva. Porém, tendo em vista os
intricados sistemas subterrâneos dessas cavidades, geralmente apenas alguns trechos
destas cavernas são determinados para essa categoria de visitação. Dessa maneira,
temos, por exemplo, a Caverna Santana que devido sua vasta extensão e ocorrência
de áreas mais frágeis, apenas uma pequena porção recebe visitação intensiva,
enquanto que outras áreas de seu interior são de visitação extensiva ou restrita, como
o salão “Taqueupa” que possui grande variedade de raros e delicados espeleotemas.
Iniciando pelo Núcleo Santana, os principais atrativos são as piscinas
naturais do Rio Betarí, as cachoeiras do Couto, Andorinhas e Betarizinho, a Trilha do
Betarí e as cavernas Santana, Morro Preto, Couto e Água Suja. Essas cavernas
situam-se próximas ao quiosque de guias, exceto a caverna Água Suja, cujo acesso é
feito através da Trilha do Betarí, com 3.557 metros de extensão acompanhando o rio
de mesmo nome, levando até as cachoeiras Andorinhas e Betarizinho. No Núcleo
Santana também existe uma área de camping, que na atualidade está inoperante por
vários motivos, como a dificuldade de controle de acesso de campistas à atrativos
restritos e o risco de acidentes em práticas irregulares.
Foto 22: Piscina Natural do Rio Betarí
Foto 25: Vista interna do pórtico da Caverna Morro Preto
Foto 29: Cachoeira das Andorinhas
Como já citado, diversos atrativos naturais são acessados diretamente
do Bairro da Serra, sem haver a necessidade de ingressar por uma das portarias do
parque. Dentre diversas opções aos turistas destacam-se algumas no interior dos
limites do PETAR, como a Caverna Alambari de Baixo e Areias, estas de visitação
extensiva e restrita, respectivamente. Em área externa a unidade de conservação,
temos os seguintes atrativos naturais em destaque: Caverna Laje Branca, Cavernas
Laboratório I e II, Cachoeira Araponga, Cachoeiras Sem Fim e o Rio Betarí, onde se
pratica recreação aquática e o “bóia-cross”.
O controle da visitação em atrativos, tanto dentro como fora da
unidade de conservação, torna-se árduo em razão da multiplicidade de
possibilidades, diversidade de acessos e necessidade de potencializar a fiscalização.
O núcleo Ouro Grosso compreende uma caverna de mesmo nome e
fica próximo ao Bairro da Serra na margem esquerda do rio. Oficialmente, nesse
trecho entre Bairro da Serra e o PETAR a margem esquerda é pertencente ao parque,
contudo, algumas famílias ainda moram nessa porção, nas proximidades do
alojamento desse núcleo. Como atrativos, além da Caverna Ouro Grosso, ali também
se encontram a Trilha da Figueira, Museu de Tecnologia Patrimonial, Casa de
Farinha, Monjolo e Moendas, registro da produção de farinha outrora realizada nos
arredores.
Em termos de turismo de aventura, a Caverna Ouro Grosso é um
atrativo muito cobiçado, pois o grau de dificuldade na transposição de inúmeros
obstáculos como o rio subterrâneo e suas cachoeiras, os tetos baixos e os abismos,
torna esta cavidade atraente para aqueles que almejam atividades mais radicais.
Entretanto, devido aos riscos de acidentes no interior dessa caverna, atualmente a
visitação só é permitida até a primeira cachoeira, tendo em vista a extensão desta
cavidade natural.
A partir de Iporanga, seguindo estrada que beira o Rio Iporanga, após
12 quilômetros se alcança a guarita por onde se tem acesso à Caverna Casa de Pedra.
A nomenclatura dessa localidade também é oriunda de imponente caverna de mesmo
nome. A Caverna Casa de Pedra é constituída por um sumidouro a partir do qual o
Rio Maximiano adentra o subterrâneo e após percorrer 2930 metros aflora em
exuberante resurgência, conhecida como Caverna Santo Antônio, sendo que após
alguns metros esse curso d’água deságua no Rio Iporanga. O sumidouro acima citado
é conhecido como Pórtico da Casa de Pedra, que possui 215 metros de altura, sendo,
provavelmente, o maior do mundo (AULER 2001). Atualmente, a visitação intensiva
nessa localidade limita-se ao rio Maximiano às proximidades do pórtico, não sendo
possível a entrada de visitantes no interior da caverna sem que haja devida
autorização.
Acessando-se o PETAR por essa localidade, existe a possibilidade de
cruzar uma trilha que leva até o núcleo Caboclos, por meio da qual também é
possível acessar a Caverna Monjolo e a Caverna Arataca. Por essa trilha que cruza o
interior da unidade de conservação é possível verificar a existência de moradores no
interior parque, bem como, a manutenção de roças no sistema de coivara, indícios da
não resolvida situação fundiária dessa unidade de conservação.
Foto 33: Interior da Caverna Casa de Pedra
Foto 37: Roça no interior do PETAR
Embora o Núcleo Caboclos possa ser acessado via trilha que corta o
interior do PETAR proveniente da guarida Casa de Pedra, à rigor, esse núcleo recebe
visitantes por uma estrada de terra de 17 km ligando o referido núcleo ao km 204 da
Rodovia SP-250, entre os municípios de Apiaí e Guapiara. Nesse núcleo destacam-se
diversos atrativos, dentre os quais as grutas do Chapéu, Chapéu Mirim I e II, Caverna
Aranhas, Caverna Temimina, Caverna Desmoronada e Caverna Pescaria.
A Caverna Temimina pode ser destacada nessa localidade em razão da
dificuldade de acesso a partir do núcleo e das peculiaridades do ambiente como as
clarabóias, desmoronamentos, ressurgências, rio subterrâneo e espeleotemas.
Foto 40: Estalactite com intenso gotejamento chamado de “chuveiro” no interior da Caverna
Temimina
No documento
Ecoturismo e impactos ambientais na região de Iporanga – Vale do Ribeira – São Paulo
(páginas 107-122)