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2 LEVANTAMENTO DO ESTADO DA ARTE

2.3 Atributos da competitividade

2.3.2 Atributos do ambiente interno

Destaca-se que os atributos do ambiente interno, relacionados aos fatores de maior controle e influência segundo definiu Hitt, Ireland e Hoskisson (2011) e Certo e Peter (2011) que estão distribuídas em níveis da organização do Capital Humano, Mercadológico e Organizacional, que aqui integraremos as definições de diversos autores conforme subatributos descritos:

Capital Humano: São os atributos direcionados a prover condições de atendimento das necessidades de se prover capacitação de pessoas, para atender os requisitos de competitividade. Também é função do tempo, propiciando condições de competitividade interna segundo Carvalho, Silva et al (2013).

1. Grupos de Projeto – grupos que se reúnem para execução de um projeto com etapas definidas para seu início e término, sendo desfeitos quando da conclusão do objetivo 2. Equipes Virtuais - Grupos de pessoas separadas fisicamente por espaço e/o tempo e

que realizam trabalham interdependente e coletivamente responsáveis conforme Basile (2002) e Polzer (2004);

3. Ética - Atuação de maneira socialmente responsável refletido pela reputação da organização em suas estratégias, cultura e valores, criando vínculos com acionista, colaboradores e cliente, agindo como fonte de autoridade e credibilidade para as atividades segundo Verhezen (2005);

4. Giro de Conhecimento - habilidade de um indivíduo ou coletivo de adquirir, desenvolver e transferir conhecimento para seu próximo local ou global através de codificação comum compreensível e verificável conforme Nonaka e Takeuchi (1995) e Davenport, Parise e Cross (2007);

5. Hierarquia contra Participação – balanceamento no nível de distribuição do poder e tomada de decisão conforme o desenho da organização conforme Mintzberg (2003);

6. Redes Humanas – conforme Cohen e Bailey (1997) e Katzenbach e Smith (2001); 7. Trabalho em Equipe - grupo de pessoas com aptidões complementares,

comprometidas com um objetivo comum, que realizam trabalhos interdependente e são coletivamente responsáveis pelos resultados segundo Bejarano (2006).

Mercadológica: são as características próprias do sistema de gestão da organização, expressos pela prática contínua, abrangente e integrada de metodologias, sejam elas tecnológicas ou de gestão, direcionadas a prover condições de atendimento das necessidades do mercado, através dos seus estímulos contínuo conforme Agostinho, Batocchio e Silva (2008) e destacam-se, conforme estes, os seguintes fatores:

1. Agilidade;

2. Capacidade de Resposta; 3. Estratégia do Produto;

4. Inovação - Capacidade de fazer algo melhor que todos ou que mais ninguém pode replicar através de conhecimento ou tecnologia proprietária segundo Hitt, Ireland e Hoskisson (2011).

Organizacional: são os atributos direcionados a prover estruturas organizacionais que propiciam condições de atender os estímulos que determinam a competitividade externa. Dividem-se em modelos organizacionais, infraestrutura de informações, gestão de conhecimento e controle organizacional segundo Carvalho, Silva et al. (2013).

1. Controle Organizacional - Mecanismos de controle, formais ou não, existentes para tomada ou influências em decisões e ações para assegurar os objetivos da organização conforme sua declaração de Missão conforme Imoniana e Nohara (2005);

2. Gestão do Conhecimento, descrito por Nonaka, Von Krogh e Aben (2001);

3. Infraestrutura de Informações, descrito por Azevedo, Ferreira e Leitão (2008) como facilidades tecnológicas ou não para troca de informações em nível de empresa; 4. Organização Piramidal, definido por Chiavenato (2003) como estrutura

organizacional notada pelo alto grau de dependência entre inferiores dos superiores, devido elevada formalização, centralização de poder decisório;

5. Organização por Processo de Negócios;

6. Qualidade da Comunicação – definido por Azevedo, Ferreira e Leitão (2008) por aspectos como qualidade dos sistemas de informação existentes, nível de

especialização no processamento e entrega de dados e facilidade de acesso e interpretação dos dados.

2.4 Definições acerca de estratégias e suas caracterizações

Na literatura encontraram-se diversas definições sobre o tema estratégia e suas caracterizações, que é observado de forma densa, consistente e partícipe de várias nuances, entretanto com vistas ao objetivo desse trabalho serão apresentadas as definições alinhadas com a competitividade organizacional.

Neste sentido, relatou Neumann (2013) que o termo derivou do grego “strategos” e o define como “chefe do exército” por ser utilizada nos meios militares. Não obstante encontra- se sua aplicação em literatura clássica do tema, como em “A Arte da Guerra”, onde a prática da estratégia como o meio para se obter o que se deseja, através de conhecimento de suas capacidades e limitações é descrita como:

Hitt, Ireland e Hoskisson (2011) definiram que estratégia é um “conjunto integrado e coordenado de compromissos e ações definidas para explorar competências essenciais e obter vantagem competitiva” concluindo que ao definir uma estratégia, as empresas escolhem suas alternativas do que fazer ou não para competir. Por sua vez, a competitividade estratégica ocorre quando uma empresa “consegue implantar com sucesso uma estratégia de criação de valor”.

Para Mintzberg, Ahlstrand e Lampel (2000) a estratégia é definida como “uma direção, um guia ou curso de ação para o futuro, um caminho para ir daqui até ali”, entretanto notam estes mesmos autores que existem diferentes escolas de pensamento estratégico, os quais agrupam por sua natureza e concepção do significado do termo do processo de formulação estratégico, a saber:

“As vitórias dos bons guerreiros não são notadas pela esperteza e pela

coragem. Suas vitórias na batalha não são um golpe de sorte. Suas vitórias não são golpes de sorte porque eles se posicionam onde com certeza vencerão, impondo-se sobre os que já perderam.” Tzu e Pin (2015)

a. Grupo de escolas prescritivas, ocupam-se da formulação da metodologia que suporta o processo estratégico e parte de aspectos específicos do problema ou processo analisado. Encontram-se neste grupo as seguintes correntes de pensamento:

 Escola do design – compreende o tema como processo de concepção;  Escola do planejamento – compreende como um processo formal;  Escola do posicionamento – compreende como um processo analítico

b. Grupo de escolas descritivas, ocupam-se da origem e concepção da estratégia como um processo se não informal, próximo de, e que, portanto, não discorrem sobre como uma estratégia deve ser formulada e sim como deve ser manifestada. Encontram-se neste grupo as seguintes correntes de pensamento:

 Escola ambiental – compreende que estratégia é um processo reativo;  Escola cognitiva – compreende que estratégia é um processo mental;

 Escola cultural – compreende que estratégia é um processo de conhecimento coletivo, estruturado;

 Escola de aprendizado – compreende que estratégia é um processo emergente, baseado em pessoas e que as mesmas desenvolverão conforme o tempo aplicado;  Escola do poder – compreende que estratégia é uma questão de poder, autoridade

expresso pelo poder de negociação;

 Escola empreendedora – compreende como um processo visionário.

c. Grupo de escolas integrativas, possui uma única escola de pensamento, a escola de configuração, que compreende o processo de formulação estratégica como uma integração dos conceitos dos dois outros grupos.

A formulação estratégica segue, segundo Bukowitz e Williams (2002) o processo que engloba a avaliação da estratégia na qual se ponderam as ponderam-se as necessidades de conhecimento estratégico versus o capital intelectual existente na empresa; a construção da estratégia em que se assegura que o capital intelectual irá manter a organização viável e competitiva, através de relações com comunidades onde atuam e a expressão da estratégia, divulgada à comunidade afetada e interessada para disseminação das métricas, conceitos e conhecimentos.

Para fins de aplicação no modelo proposto neste trabalho, delimitam-se como estratégias aplicáveis as descritas nos trabalhos de Agostinho, Batocchio e Silva em 2008 e em 2012, mencionados e aplicados nos trabalhos dos mesmos autores, de Carvalho, Silva, et al., (2013) e Carvalho, Agostinho, et al., (2014) descritas conforme seu enfoque no ambiente de negócios e por representarem ações comuns aplicáveis a maioria dos empreendimentos:

Ambiente Externo

1. Disponibilizar ferramentas (recursos) para análise da inteligência do negócio;

2. Prover Infraestrutura adequada, usando tecnologias recentes para atender a demanda dos consumidores por novos produtos e serviços;

3. Procurar aumentar a velocidade de processos internos para atender os usuários;

4. Acompanhar as evoluções tecnológicas de produtos e/ou serviços gerados em outros países, e se, possível, incorporar aos serviços /produtos vigentes;

5. Estar preparado para mudanças tecnológicas radicais que influenciem os produtos atuais; 6. Manter contato constante com as Universidades e Centros de Pesquisa;

7. Desenvolver e manter produtos e serviços, para que a sociedade os receba com qualidade, eficiência, continuidade, transparência;

8. Incentivar presença de novos e consolidar locais estratégicos;

9. Verificar constantemente a evolução da vida dos produtos e/ou serviços consequentes da evolução tecnológica e/ou científica;

10. Assegurar capacidade da cadeia de suprimentos compatível com a demanda;

11. Elevar o padrão de gestão para excelência organizacional e promovê-lo para diminuir o desconhecimento por parte dos cidadãos sobre a organização;

12. Estar atento a novas tecnologias que aumentem o valor agregado do produto ou serviço; 13. Melhorar a comunicação e trabalhar para a comunidade através de programas na divulgação

de produtos e serviços;

14. Rever e reformular o respeito aos direitos dos usuários;

15. Procurar incorporar aos produtos e serviços alterações tecnológicas incrementais que atendam aos anseios do mercado;

16. Alinhar-se com as leis e regulamentos do país;

17. Reforçar comprometimento com a preservação do meio ambiente; 18. Motivar comprometimento com a responsabilidade social;

19. Reforçar ações de governança empresarial;

Ambiente Interno

1. Promover e incentivar o trabalho em grupo;

2. Investigar e, onde possível, eliminar atividades e processos que não agregam valor, procurando aumentar a velocidade para realizar os processos internos para incrementar a redução do tempo de resposta para novos produtos ou/e serviços;

3. Atrair, desenvolver, reter e multiplicar conhecimento central (core); 4. Reconhecer e remunerar alta performance;

5. Incentivar a cooperação e participação internacional para intercambiar experiência e compartilhar conhecimento;

6. Promover e consolidar a geração de conhecimento;

7. Selecionar, educar e fortalecer recursos humanos de modo a suportar o desenvolvimento tecnológico e gerencial;

8. Promover e consolidar a desconcentração da gestão;

9. Prover e atualizar infraestrutura tecnológica adequada às necessidades operacionais; 10. Desenvolver fornecedores tecnologicamente capazes e financeiramente adequados que

atendam requerimentos de qualidade e capacidade;

11. Disseminar o raciocínio de qualidade por toda organização;

12. Analisar a viabilização de processos e/ou áreas que não são core knowledge;

13. Promover, incentivar e rever a qualidade dos serviços tanto interna quanto externamente, de modo atender o consumidor mais exigente;

14. Elevar a coesão e completude dos projetos de aplicação de recursos, provenientes da elevação dos padrões de gestão;

15. Estimular e valorizar pessoas com espírito inovador em qualquer área; 16. Melhorar o bem-estar, criando ambiente de motivação e satisfação; 17. Promover e incentivar cultura organizacional orientada a resultados;

18. Levantar a necessidades de sistemas de informação para prover integração entre os sistemas tecnológicos, de gestão e de Inteligência do Negócio (Business Intelligence);

19. Manter atualizado os sistemas gerenciadores do negócio (ERP); 20. Expandir capacidade através de terceirização e investimentos;

21. Desenvolver planos de comunicação interna, procurando resolver a falta de comunicação em áreas críticas;

22. Selecionar e constantemente revisar os equipamentos de modo a manter a vanguarda tecnológica em seu campo de atuação;

23. Consolidar melhores práticas gerenciais.

Observa-se que a definição de estratégias aplicáveis a uma dada situação deve ser realizada sob a ótica da gestão, a partir das capacidades e disponibilidades dos recursos físicos, intelectuais, financeiros, administrativos e de infraestrutura que poderão ser aplicados para garantia da vantagem competitiva.

Em síntese, o sucesso de implantação de estratégias relaciona-se com o significado que a mudança trazida frente ao problema observado, definindo-se, portanto, como uma integração sinérgica de fatores como a abordagem apropriada ao momento, receptividade da estrutura e cultura que serão impactados, apoio / suporte dos poderes envolvidos para que a transição entre as etapas antes, durante e pós-implantação sejam garantidos e seus resultados sejam auferidos, dentro do tempo previsto.