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ESCOLAS SEM FRONTEIRAS – PROGRAMA DO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO DO BRASIL NO PERÍODO 2003-

3.4.5 Autarquias do MEC

Duas unidades do Ministério da Educação contribuíram com a diplomacia cultural do Brasil entre 2003 e 2010: a Capes o Inep. Neste tópico, falar-se-á, portanto, sobre a atuação internacional desses dois órgãos.

3.4.5.1 Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes)

A Capes dispõe da Diretoria de Relações Internacionais (DRI) subordinada à Presidência da entidade. Juridicamente, a DRI está fundamentada no Decreto n. 7 692, de 2 de março de 2012, que, por sua vez, aprova o estatuto e o quadro demonstrativo dos cargos em comissão da Capes. No tocante às ações internacionais, particularmente à concessão de bolsas de estudos no exterior, sabe-se que conforme essa unidade do MEC há disposição orçamentária de R$ 559.836.573,00 para o ano de 2013. Nesse valor pecuniário, estão previstos investimentos para as seguintes ações: a) Programa de Estudantes-Convênio de Pós- Graduação (PEC-PG); b) Programa de Professor Visitante; c) Graduação Sanduíche; d) Bolsas no Exterior relativas ao Programa Ciências Sem Fronteiras; e) Bolsas Mercosul; f) outros.

Em relação à cooperação internacional, desenvolvida pela Capes, a finalidade é desenvolver atividades de pós-graduação no contexto mundial. Ademais, busca-se apoiar grupos de pesquisa brasileiros por meio de intercâmbio internacional com intenção de obter nível de excelência nos programas de pós-graduação do País. Para tal, a Capes advoga por meio de seu sítio eletrônico, <http://www.capes.gov.br/cooperacao-internacional>, que tem realizado trabalho em sua dimensão internacional por meio de acordos internacionais bilaterais.

Assim, tem sido celebrados tratados com vistas à inserção de projetos que fomentam projetos conjuntos de investigação acadêmico-científica entre grupos de pesquisa do Brasil e de outros países. Além disso, a Capes defende que tem financiado missões no exterior, a exemplo de intercâmbio de docentes e de alunos, bem como custeio para realização de estudos e pesquisas em outros países.

A Capes afirma, ainda, que estabelece parcerias universitárias binacionais desde o ano de 2001 com vistas ao aumento do número de intercâmbio discente e docente em nível de graduação e de pós-graduação. Nessa diretriz, foram firmados nos anos 2000 acordos bilaterais com: Alemanha, Argentina, Chile, China, Cuba, Espanha, Estados Unidos da

América, França, Holanda (Países Baixos), Itália, Portugal, Timor-Leste e Uruguai. Além disso, a Capes tem realizado projetos e programas de cooperação educacional com diversos países de todos os continentes, os quais estão disponíveis no endereço: <http://www.capes.gov.br>.

No tocante ao trabalho multilateral, a Capes tem realizado investimentos em parceria com outros entes públicos - brasileiros e estrangeiros - nos seguintes projetos: a) Programa Capes/Instituto Internacional para a Educação Superior na América Latina e Caribe (IESALC); b) Programa Leitorados; c) Licenciaturas Internacionais; d) Programa de Estudantes-Convênio de Pós-Graduação (PEC-PG); e) Programa Visitante do Exterior (PVE); f) Escola de Altos Estudos; g) Programa Geral de Cooperação Internacional; h) Pró- Mobilidade Internacional (Capes/Associação de Universidades de Língua Portuguesa - AULP).

3.4.5.2 Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep)

O objetivo do Inep é promover estudos, pesquisas e avaliações sobre o sistema educacional brasileiro com vistas ao subsídio à formulação e implementação de políticas públicas educacionais. Ademais, disponibiliza informações a gestores, pesquisadores, educadores e público em geral. Para isso, são realizados: a) levantamentos estatísticos e avaliativos em todos os níveis e modalidades de ensino; b) promoção de encontros para discussão de temas concernentes à temática educacional; c) oferta de outras fontes de consulta relativas à educação.

Para atuar em âmbito mundial, o Inep dispõe de uma Assessoria Internacional que acompanha o trabalho das diretorias do Instituto em nível global. Nesse sentido, o Inep realiza revalidação de diploma médico, no caso de estudantes que cursaram medicina no exterior – pré-requisito para atuação profissional no País. Além disso, desde 2009, incumbe-se do Celpe-Bras. Coordena, também, o Programe for International Student Assessment (Pisa) no Brasil - projeto desenvolvido pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Ademais, o Inep é responsável por todas as informações relativas às estatísticas educacionais do Brasil as quais contribuem para estudos e publicações internacionais. Por exemplo, desde o início dos anos 2000, a Unesco tem realizado pesquisas sobre levantamento de indicadores educacionais por meio do programa World Education Indicators (WEI). A OCDE, nesse sentido, criou o Indicators of National Education Systemns (INES) que é um

conjunto de indicadores formados pelos Sistemas Educacionais Nacionais que ajudam a comparar modelos de educação nos países com vistas ao aperfeiçoamento da educação. Logo, o Inep é o ente que participa desses programas. No âmbito da OCDE, o Inep também participou em 2007 e 2008 da TALIS – pesquisa internacional para levantar dados sobre ambiente da aprendizagem, bem como, condições de trabalho que escolas oferecem a professores. Essa investigação, por sua parte, foi realizada em 24 países, dentre eles, o Brasil.

O Inep também realiza projetos com a OEA e a OEI. Em relação à primeira, o Inep contribuiu com envio de informações para o Simpósio Interamericano Políticas y estratégias para una transición exitosa del niño hacia la socialización y la escuela, que aconteceu no Chile em 2009. No caso da segunda, o Instituto tem colaborado com o projeto Metas Educativas 2021: la educación que queremos para la generación de los bicentenarios, por meio do fornecimento de dados sobre o sistema educacional brasileiro.

No âmbito do Cone Sul, o Inep participa dos Grupos de Trabalho do Setor Educacional do Mercosul (SEM), relativos a indicadores estatísticos e harmonização de termos educacionais. Além desses espaços, o Instituto participa do Comitê Gestor do Sistema de Informação e Comunicação (CGSIC). Já no âmbito ibero-americano, o Inep participa da Rede Ibero-Americana para Acreditação da Qualidade da Educação Superior (Riaces) que é uma associação sem fins lucrativos, formada por agências de avaliação e credenciamento de 18 países da região. Desde 2004, o Brasil participa da Riaces.