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Espaços de atuação da diplomacia cultural do Ministério da Cultura: continentes, países e cidades

LISTA DO PATRIMÔNIO CULTURAL E NATURAL MUNDIAL NO BRASIL NO PERÍODO 1980-

3.3.1 Espaços de atuação da diplomacia cultural do Ministério da Cultura: continentes, países e cidades

3.3.1.1 Continentes

De acordo o mapeamento, o Ministério da Cultura desenvolveu ações em todos os continentes. A ilustração a seguir auxilia na compreensão desse argumento:

Gráfico 7 – Índice percentual de participação do Ministério da Cultura do Brasil na diplomacia cultural brasileira em cada continente no período 2003-2010

Fonte: MINISTÉRIO DA CULTURA, 2013.

O Gráfico 7 explicita a preponderância da América do Sul em relação aos demais continentes no que tange à atuação internacional do Ministério da Cultura entre 2003 e 2010. Essa região congregou 49% do total de ações realizadas pelo MINC consoantes à diplomacia cultural do Estado brasileiro. Em seguida, a Europa aparece como o segundo território de maior atuação desse Ministério (33%). A África está em terceiro lugar, embora com

49% 33% 5% 4% 4% 2% 2% 1% América do Sul Europa África América do Norte Oriente Médio

América Central e Caribe Ásia

percentual notavelmente inferior aos anteriores – o que não está coerente com a prioridade assumida pela Política Externa Brasileira no tocante a esse continente. Ou seja, na África foram realizadas apenas 5% do total de atividades. Ademais, tanto na América do Norte quanto no Oriente Médio, a atuação foi um ponto percentual a menos que na África. Os demais, por fim, obtiveram participação mínima – América Central e Caribe (2%), Ásia (2%) e Oceania (1%).

Percebe-se que além da região sul-americana, a Europa é território prioritário da diplomacia cultural brasileira realizada pelo Ministério da Cultura. Se forem comparados os índices percentuais de atuação do MRE e do MINC nos continentes, notar-se-á que para ambos os Ministérios, América do Sul e Europa são regiões preferenciais. Constata-se também que apesar de o discurso oficial advogar trabalho mais enfático no continente africano, além da América do Sul, nem o MINC nem o MRE assim o fizeram. Entretanto, compreende-se que as relações diplomáticas entre Brasil e países europeus são mais tradicionais que em relação à África. Além disso, a Europa apresenta cenário mais favorável para a inserção de projetos e ações da diplomacia cultural brasileira por conta da forte presença da cultura europeia na formação cultural do Brasil, sem menosprezar, obviamente, as contribuições da cultura africana e demais regiões para a formação sociocultural do Brasil.

Tabela 5 – Diplomacia cultural do Ministério da Cultura do Brasil no mundo: total de ações realizadas entre 2003 e 2010

Agente do MINC AFR AMC AMN AMS ASIA EUR OCE ORM Total Rank

FBN 6 6 29 116 8 203 6 15 394 1º DRI 18 0 4 107 4 25 2 9 169 2º Funarte 2 2 2 100 0 12 0 3 121 3º Iphan 3 1 0 90 0 25 0 0 119 4º SPC 8 3 0 4 4 17 2 8 46 5º Ministro de Cultura 4 4 1 11 2 13 0 0 35 6º SAV 0 2 1 17 0 0 0 0 20 7º Ibram 5 1 0 4 1 1 0 0 12 8º FCP 1 0 0 7 0 0 0 0 8 9º Ancine 0 0 0 2 1 4 0 0 7 10º FCRB 0 1 0 3 0 1 0 0 5 11º SCDC 0 0 1 0 0 2 0 0 3 12º SAI 0 0 0 3 0 0 0 0 3 12º Total 47 20 38 464 20 308 10 35 942 -

Fonte: MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES, 2013. Nota: Abreviações utilizadas nessa Tabela

 AFR: África

 AMC: América Central e Caribe

 AMN: América do Norte

 AMS: América do Sul

 EUR: Europa

 OCE: Oceania

A Tabela 5 revela que a Fundação Biblioteca Nacional (FBN) está em primeiro lugar no tocante à quantidade de atividades realizadas e identificadas pelo mapeamento. Percentualmente, a atuação dessa autarquia no mundo foi mais frequente na Europa. O índice de 53% das ações da FBN nesse continente é justificado pela política de bolsas de tradução que essa autarquia do MINC ofereceu no período em análise.

Segundo o mapeamento, foram ofertadas cerca de 130 bolsas de tradução para diversos países como: Alemanha, Bulgária, Croácia, Dinamarca, Espanha, França, Grécia, Hungria, Inglaterra, Itália, Países Baixos, Polônia, República Tcheca, Romênia, Suécia, Suíça, dentre outros. Além disso, a FBN representou o Brasil em diversos eventos relativos ao setor (congressos, palestras, seminários) e em feiras de livro em Frankfurt, Bolonha, Paris, Turim, Barcelona, dentre outras cidades europeias. A Fundação também contribuiu de modo pecuniário nesse intervalo temporal estudado com entes internacionais pertencentes à área de bibliotecas, livro, leitura e literatura e correlatos, a exemplo de: a) Sistema ISBN, sediado em Berlim; b) Agência Internacional do Número Padrão Internacional para a Música (ISMN), também com sede em Berlim; c) Federação Internacional de Bibliotecas, Associações e Instituições (IFLA), com sede na Escócia.

Gráfico 8 – Índice percentual de participação da Fundação Biblioteca Nacional (FBN) do Ministério da Cultura do Brasil na diplomacia cultural brasileira em cada continente no período 2003-2010

Fonte: FUNDAÇÃO BIBLIOTECA NACIONAL, 2005, 2006, 2007, 2008, 2010, 2011, 2013.

O Gráfico 8 mostra predominância da Europa na atuação internacional da FBN – mais da metade. América do Sul está na segunda colocação e África na última, o que não condiz com as prioridades e diretrizes da política externa brasileira para 2003 e 2010. No caso da DRI, o Gráfico 9 mostra que diferente da FBN, sua atuação foi mais intensa na América do Sul e na África. E por isso, seu trabalho está pertinente aos objetivos da política externa do País nesse intervalo temporal.

1% 2% 7%

29%

2% 53%

2% 4% África

América Central e Caribe América do Norte América do Sul Ásia Europa Oceania Oriente Médio

Gráfico 9 – Índice percentual de participação da Diretoria de Relações Internacionais (DRI) do Ministério da Cultura do Brasil na diplomacia cultural brasileira no período 2003-2010

Fonte: MINISTÉRIO DA CULTURA DO BRASIL, 2007, 2009, 2013.

A Fundação Nacional das Artes (Funarte) está em quarto lugar conforme rank explicitado na Tabela 5. A atuação dessa autarquia do MINC, destarte, está concentrada na América do Sul (85%) com possibilidades de crescimento de atuação na Europa, onde executou 10% do total de atividades. Nas demais regiões, a atuação foi mínima – América do Norte (2%), América Central e Caribe (2%) e África (1%).

No caso do Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional (Iphan), que segue o rank na quinta posição, houve também priorização de América do Sul (76%) e da Europa (21%), embora com maior atuação nesse continente do que por parte da Funarte. As demais regiões, por fim, obtiveram índice de participação similar à Fundação citada anteriormente. Já a Secretaria de Políticas Culturais (SPC) realizou mais atividades no continente europeu. Percentualmente, isso representa 37% do total de ações realizadas por essa Secretaria do MINC. A SPC distribuiu suas ações no mundo, embora com desproporção de quantidade de atividades executadas nos continentes.

O Ministro de Estado da Cultura (Gilberto Gil e, depois José Luís Ferreira), atuou em dois territórios com maior enfoque – Europa (37%) e América do Sul (31%). A África e a América Central e Caribe foram contempladas de modo similar por parte dos Ministros: 12% e 11% respectivamente. A Ásia teve maior presença do Ministro do que a América do Norte, conforme o mapeamento – 6% de atividades realizadas no continente asiático e 3% na região norte-americana.

No que tange a participação da Secretaria do Audiovisual (SAV) na diplomacia cultural do Brasil entre 2003 e 2010, infere-se que a América do Sul foi central para seu desempenho no âmbito internacional. Assim, 85% do total de ações executadas pela SAV ocorreram no espaço sul-americano. Nos outros territórios de atuação, América Central e Caribe e América do Norte, a participação da SAV foi baixa – 10% e 5% respectivamente.

11% 5% 3% 63% 2% 15% 1% África Oriente Médio América do Norte América do Sul Ásia Europa Oceania

A colaboração do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) ocorreu em 2009 e em 2010. Nota-se que nesse biênio, África (42%) e América do Sul (34%) foram espaços prioritários para a atuação do Ibram. As demais regiões obtiveram mesma participação percentual - Europa, América Central e Caribe e Ásia - 8%, em cada continente.

A Fundação Cultural Palmares (FCP) desenvolveu atividades na África (uma ação) e na América do Sul (sete atividades), o que percentualmente representa 12% consoante ao primeiro continente e 88% ao segundo. A Agência Nacional do Cinema (Ancine), por conseguinte, desenvolveu projetos em três regiões: Europa (57%), América do Sul (29%) e Ásia (14%). A Fundação Casa de Rui Barbosa (FCRB), atuou em três: América do Sul (60%), Europa (20%) e América Central e Caribe (20%). Por fim, duas Secretarias do MINC, a de Identidade e Diversidade Cultural (SID) e de Articulação Institucional (SAI), realizaram projetos na América do Norte (uma ação, por parte da SID) e na América do Sul (três atividades por parte da SCDC e três por incumbência da SAI).

Os dados ajudam a compreender que a América do Sul foi priorizada por duas unidades diretas do MINC, a SAV e a DRI, e por duas autarquias, a Funarte o Iphan. Isso quer dizer que esses entes do Ministério da Cultura realizaram percentualmente mais atividades na região sul-americana, que é uma dos âmbitos prioritários advogados pelo MRE no tocante à política externa brasileira de 2003 a 2010. Outra região prioritária é a África. No entanto, os índices de participação da diplomacia cultural brasileira operadas pelo MINC nesse continente estiveram inferiores ao espaço citado anteriormente. A SPC e o Ministro de Estado de Cultura são exceções à assertiva anterior. A primeira desenvolveu 17% do total de projetos na região africana. O segundo, 12%. Europa é um território bastante trabalhado pelo Ministério da Cultura no período estudado, como ocorre com o MRE. Tanto o MINC quanto o Itamaraty seguiram a seguinte classificação. Em primeiro lugar, a América do Sul; em segundo a Europa e em terceiro a África.

A Tabela 5 pode ser utilizada ainda para a observância de como foram distribuídas ações por parte das unidades do MINC e do Ministro de Estado de Cultura em cada região continental. Alguns entes atuaram de modo diversificado, apesar da preferência por alguns espaços, perceptível pelo número de atividades concretizadas. É o caso da FBN, DRI, SPC, Funarte e o próprio Ministro, os quais não atuaram no máximo em três continentes. Não se pode cobrar que o trabalho com diplomacia cultural seja padronizado no que se refere às regiões, pois isso depende de cada contexto e do modo pelo qual a política externa é inserida

pela diplomacia brasileira. Mas notam-se possibilidades de desenvolvimento desse campo em todas as regiões. Aliás, o MINC tem contribuído com o Itamaraty nesse sentido.

3.3.1.2 Países

Para observar o trabalho do MINC no mundo por meio da perspectiva dos países contemplados, vide o APÊNDICE E. Nesse, em 11 nações africanas, nota-se concretização de 44 ações por parte de seis subagentes do Ministério da Cultura: DRI, SPC, FBN, Ibram, Iphan e Ministro de Cultura. Percebe-se que das 13 unidades do MINC, oito atuaram na África entre 2003 e 2010. Guiné-Bissau é o país africano de maior recebimento de projetos, tanto no que diz respeito à quantidade de ações realizadas, quanto pela diversidade de entes que atuaram. Dentre esses, a DRI se destacou apesar de ter sido criada no final do período analisado, isto é em 2008. Tal dado foi possível pelo apoio que a Diretoria deu aos projetos realizados pelo Centro Cultural Brasil-Guiné Bissau, sobretudo em 2009 quando foi celebrado o “Ano do Brasil na França”. Ou seja, dentro desse macro projeto cultural foram realizadas atividades em alusão a esse como: “Ano do Brasil na França na Guiné-Bissau” – o qual contou com apoio da DRI.

A SPC não desenvolveu diretamente ações culturais nesses países africanos. Ocorre que, em 2010, a Subsecretaria das Comunidades Brasileiras no Exterior (SGEB) do MRE promoveu o I Concurso Internacional de Desenho Infantil Brasileirinhos no Mundo, o qual contemplou distintos países de todo o mundo. Dentre os países africanos beneficiados estão: Senegal, São Tomé e Príncipe, Líbia e África do Sul. A SPC e a DRI contribuíram com participação na Comissão Avaliadora do concurso, o que mostra que há diálogo e parceria entre os Ministérios da Cultura e das Relações Exteriores em políticas entendidas pelo pesquisador como pertinentes à diplomacia cultural do Estado brasileiro no período em análise.

O Ministro de Estado de Cultura visitou três países africanos: Cabo Verde, Senegal e Argélia. Nesses, o chefe da pasta de cultura do Brasil contribuiu com acordos ou participou de eventos com vistas ao intercâmbio cultural e desenvolvimento de políticas culturais em nível internacional, como: a) presidência do Comitê do Patrimônio Mundial, que se reuniu na Cidade Velha da Ribeira Grande de Santiago, em Cabo Verde no ano de 2010; b) Assinatura do Programa de Cooperação Cultural entre Brasil e Cabo Verde, em Praia, também em 2010; c) presença na 8ª reunião da Rede Internacional de Políticas Culturais, em Dakar no ano de

2005; d) participação na I Reunião de Ministros de Cultura da Aspa, realizada em Argel no ano de 2005.

O Ibram atuou em quatro países africanos: Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau e Moçambique. Todos esses foram contemplados com o Programa Ibermuseus da Segib cujo Ibram é parceiro. Além disso, outras ações são pertinentes à atuação internacional do Ibram, como por exemplo, manifestação de interesse entre Brasil e Moçambique para realização de atividades de intercâmbio museológico com base no Programa de Cooperação Cultural firmado pelas partes em 2007. No caso do Iphan, diagnosticou-se participação na I Reunião do Comitê Intergovernamental de Convenção para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial em Argel, no ano de 2006, no âmbito do Programa Brasil Patrimônio Cultural. Verificou-se, por fim, que todos os países africanos que fazem parte da CPLP foram contemplados com ações concernentes à diplomacia cultural brasileira de 2003 a 2010, com destaque para Guiné-Bissau e Moçambique. Isso mostra que a atuação internacional do MINC está coerente com os objetivos e caminhos realizados pela política externa brasileria nesse período no que se refere à CPLP.

Na América Central e Caribe foram realizadas 16 atividades em seis países (Cuba, El Salvador, Haiti, Nicarágua e República Dominicana). A Tabela 5 explicita que Cuba foi beneficiada com ações de todos os entes do MINC que atuaram na América Central e Caribe, com destaque para a Funarte. O Ministro contribuiu com Cuba e Haiti. No caso desse país, celebrou-se Acordo de Cooperação Cultural em Porto Príncipe no ano de 2005. Com o outro, o Ministro realizou as seguintes ações: a) assinatura de acordo de convênio cultural para exposição de obras de arte pictória cubana do século XX no Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília, celebrado em Havana no ano de 2005; b) assinatura de Protocolo de Intenções para o Desenvolvimento de Ações Conjuntas no Âmbito da Cultura em Havana no ano de 2009; c) assinatura de Acordo de Cooperação Cultural e Educacional em Havana também no ano de 2009. Já em relação à República Dominicana, a FBN representou o MINC por meio da participação na Feira Internacional do Livro de Santo Domingo no ano de 2009 e na Assembleia Geral da ABINIA em 2007 na capital do país.

No caso da Funarte, identificou-se participação no 26º Festival Internacional do Novo Cinema Latino-Americano ocorrido em Havana no ano de 2004 e na 10ª Bienal Internacional de Havana em 2009. Já a SAV contribui com a diplomacia cultural brasileira nessa região por meio da firma de dois acordos: a) cooperação audiovisual com Cuba celebrado no ano de

2005 em Havana; b) cooperação técnica entre a SAV-MINC e a Fundación del Nuevo Cine Latinoamericano (FNCL) de Cuba no ano de 2009 também em Havana.

Na América do Norte, o MINC desenvolveu 42 projetos: cinco, no Canadá; 19 nos EUA e 18 no México. Nota-se que houve presença constante desse Ministério nos EUA com destaque para o trabalho da FBN. Certamente, isso ocorreu por meio das seguintes ações: a) concessão de bolsas de tradução; b) representação do Brasil na Feira Internacional do Livro de Miami no ano de 2007. No México, a FBN concedeu bolsas de tradução e realizou montagem de estande e doação de livros na Feira Internacional do Livro de Guadalajara no ano de 2009 às seguintes entidades: Biblioteca Pública del Estado de Jalisco Juan José Arreola; Biblioteca de Artes de la Direccíon Escolar de la Secretaria de Cultura; Escola Conexão Brasil.

A DRI contribui indiretamente com participação na comissão avaliadora do I Concurso Internacional de Desenho Infantil Brasileirinhos no Mundo que ocorreu em 2009, o qual beneficiou diversos países, dentre eles: Estados Unidos da América e Canadá. A SID em 2006 designou o The Broward Center for the Performing Arts na Flórida como Ponto de Cultura. A Funarte apoiou a participação de artistas brasileiros no Festival Internacional de Arte Contemporânea - Philografika 2010, realizado na Filadélfia.

No que diz respeito à América do Sul, nove dos 12 países foram beneficiados com projetos e ações da diplomacia cultural brasileira investidas direta ou indiretamente por parte do MINC: 1) Argentina; 2) Bolívia; 3) Brasil; 4) Chile; 5) Colômbia; 6) Equador; 7) Paraguai; 8) Peru; 9) Suriname. Nesses, foram realizadas 452 atividades pelos 12 atores do MINC. No caso específico do Brasil nota-se que DRI, Funarte, Iphan e FBN desenvolveram projetos internacionais no âmbito doméstico os quais podem ser compreendidos como pertinentes à diplomacia cultural brasileira do período de 2003 a 2010. Percentualmente ocorreu do seguinte modo: 28% pela DRI; 27% por parte da Funarte; 21%, Iphan e 10% por parte da SAV, Ministro, FCP, Ibram, FCRB e SAI.

O destaque para a DRI pode ser explicado pelas pretensões que esta unidade designou. Ou seja, no planejamento estratégico dessa Diretoria para o período de 2009 a 2011, um de seus objetivos correspondia à busca pelo atendimento de demandas do meio cultural brasileiro na área internacional com vistas à canalização dessas necessidades ao quadro de iniciativas estratégicas pautadas pelos objetivos centrais da política cultural federal (MINISTÉRIO DA CULTURA, 2009). Assim, compreende-se que o cenário brasileiro foi utilizado pela DRI para tentar concretizar o intento citado. Exemplos podem ser colocados: 1) No ano de 2009:

a) reunião preparatória para o I Fórum da Sociedade Civil da CPLP realizada em Brasília; b) apoio ao projeto “Ano da França no Brasil”; 2) Em 2010: a) participação no processo de institucionalização da Unasul, particularmente na criação do Conselho Setorial de Educação, Ciência, Cultura e Tecnologia que aconteceu durante encontro em Salvador; b) presença em reunião realizada em Brasília entre a Embaixadora de El Salvador e o MINC para apoio à inserção de políticas culturais naquele país.

Entre 2003 e 2010, a FBN desenvolveu projetos culturais internacionais no Brasil, a citar: a) mostra de filmes, encontros e seminários sobre diferentes aspectos de interesse cultural em Paraty no ano de 2004; b) Participação da FBN na Festa Literária Internacional de Paraty em 2004; c) participação na II edição da Feira Sul-Americana do Livro (Literamérica) realizada em Brasília no ano 2006; d) presença no Festival Internacional de Londrina em 2005; e) apoio ao Prêmio Luís de Camões o qual contempla todos os países da CPLP em 2006.

A Funarte concedeu apoio a projetos culturais internacionais realizados em diversas cidades do Brasil no período estudado. Alguns exemplos podem ilustrar a tese: 1) 2003 - 14º Festival Internacional de Curtas Metragens de São Paulo; 2) 2004 - Festival América do Sul realizado em Corumbá; 3) 2005 - 6ª Edição do Festival Internacional de Teatro de Brasília; 4) 2006 - Programa de Apoio à Exportação de Música do Brasil (Pró-Música); 5) 2007 - Festival Internacional de Londrina; 6) 2008 - 5º Festival Mundial Capoeira Gerais em Belo Horizonte; 7) 2009 - Festival Internacional de Teatro de São Paulo; 8) 2010 - Mostra Internacional de Solos e Duos realizada em Salvador.

O Iphan também atuou com projetos e ações internacionais no próprio espaço doméstico. Em termos ilustrativos têm-se as seguintes realizações: 1) 2006: participação do Brasil no projeto do Instituto Ítalo Latino-Americano, com encontro realizado em Brasília; 2) 2007: I Encontro Ibero-americano de Museus realizado em Salvador; 3) 2008: organização das normas de preservação do sítio histórico de Sobral em parceira com a Unesco.

No caso dos demais países sul-americanos, a Fundação Biblioteca Nacional (FBN) realizou maior quantidade de ações em todos os países onde o MINC atuou. A FBN teve atuação em destaque, tanto no que concerne à quantidade de ações realizadas quanto ao número de países contemplados. Argentina, Chile e Bolívia foram territórios prioritários para a diplomacia cultural por parte dessa autarquia do MINC. Nesses países, foram realizados projetos a exemplo de: a) concessão de bolsas de tradução no período de 2003 a 2010; b) participação em eventos relativos ao livro e leitura, como a Feira Internacional do Livro de

Buenos Aires. Os demais países contemplados com ações da FBN, Venezuela, Colômbia, Uruguai, Suriname, Peru e Paraguai receberam bolsas de tradução no período estudado.

O Iphan atuou no Peru por meio de representação do Brasil em reunião no Centro para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial da América Latina (Crespial), realizada em Cuzco no ano de 2006. A DRI realizou no ano de 2010 mostra do artista Carybé na Argentina. A SAV concedeu apoio à primeira mostra de filmes brasileiros realizada em Bogotá no ano de 2005. O Ministro de Estado da Cultura atuou nessa região por meio das seguintes ações: a) participação na 24ª Reunião de Ministros de Cultura do Mercosul e Estados Associados realizada em Assunção no ano de 2007; b) participação na 31ª Reunião de Ministros de Cultura do Mercosul e Estados Associados em Caracas no ano de 2010. A SPC contribuiu de